Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 69
Capítulo 69 - "Eu sinto muito"


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas como vão? Voltei com mais um capítulo e estou confiante de que vocês vão gostar, assim como acredito que postarei o próximo muito mais rápido que o 'meu normal'.
Peço-lhes desculpas pela demora e também que, sempre que puderem, deem uma relida nos capítulos, pois haverá algumas alterações desde o primeiro até esse último. Coisa de detalhes mesmo, mas é que tem coisas antigas que não estão muito compatíveis com o que acontece e acontecerá na história. Não se preocupem, ficará muito melhor.
Quanto a este capítulo, é provável que eu faça alguma alteração no ramo que o CD trabalha, mas é apenas isso. Estou vendo sobre isso ainda.

Bom, mas sem mais delongas. Espero que gostem desse capítulo e, por favor, comentem a respeito. Preciso saber seu feedback.
Obrigada por continuarem acompanhando a fic e pedindo por mais caps.

Boa leitura ♥



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* Paulina narrando *

— E então, meu amor...? – Perguntou Carlos Daniel esperando que eu lhe dissesse os resultados.

— Negativo... – Respondi sentindo-me pouco atordoada sem saber bem como dizê-lo.

Não sei explicar o que senti. Ao mesmo tempo em que estava aliviada por não estar grávida, também me senti um pouco decepcionada. Por uns momentos pensei que estava esperando um filho e isso me criou certas expectativas. Observei a reação de Carlos Daniel e também não sei descrever o que ele sentiu, ele me pareceu tranquilo com esses resultados.

— Tudo bem... – Ele disse e beijou minha testa, depois me abraçou forte. Em seguida, Patrícia se aproximou novamente de nós e lhe sorri um tanto sem graça.

— Desculpem-me, eu precisei atender à chamada. Vejo que vocês já viram os resultados. – Disse olhando o papel em minhas mãos.

— Apenas um. – Respondi rapidamente e lhe entreguei o outro envelope fechado. – Negativo.

— Bom... Vamos ver então o que nos diz o hemograma. – Disse enquanto abria o envelope e lia o conteúdo.

— E então, Patrícia? – Carlos Daniel perguntou em tom ansioso.

— A Paulina está com uma leve anemia, mas nada que não possamos cuidar. Fiquem tranquilos, vou prescrever algumas vitaminas e logo você ficará ótima novamente, Paulina. – Ela disse com um sorriso amável e me devolveu o envelope.

— E também tem que descansar mais e se alimentar direito, meu amor. – Ele disse ao acariciar meu braço, o olhei e sorri assentindo.

— Tudo bem, não se preocupe.

— Então... Vamos? – Ia dizendo Carlos Daniel quando seu celular tocou e ele olhou o visor, depois nos pediu licença. Disse que era do escritório.

— Paulina, imagino que você e o Carlos Daniel queiram ficar um pouco a sós. Eu vou resolver uma coisa pessoal e estarei no hotel dentro de uma hora. Caso queira, ligue para mim e podemos fazer algo juntas hoje.

— Obrigada, Patrícia. O Carlos Daniel irá para o escritório mais tarde, ficarei feliz em acopanhá-la. – Lhe sorri e olhei para a direção de Carlos Daniel, que ainda falava ao telefone.

...

— Está tudo bem? – Perguntei quando Carlos Daniel voltou para onde estávamos.

— Sim, era o Rodrigo. - Ele disse olhando-nos e tomou minha mão na sua, cruzando-as.

— Bom Paulina, eu vou prescrever agora as vitaminas porque precisarei ir resolver algumas coisas antes de voltar para o hotel. - Patrícia disse ao dar uma piscadela. - Logo mais estarei lá. Apenas tome o primeiro comprimido após a refeição. - Dizia enquanto fazia algumas anotações em um receituário.

— Pensei que iria com a gente, Paty... - Disse Carlos Daniel a Patricia enquanto me abraçava pela cintura.

— Não Carlos Daniel, mas logo mais estarei no hotel.

Patrícia me entregou a receita e logo nos despedimos. Carlos Daniel me conduziu até o lado de fora onde Saul já nos esperava.

— Vamos tomar o café da manhã, meu amor... - Carlos Daniel disse quando adentramos o carro.

— Eu não sinto fome, Carlos Daniel. - Respondi olhando-o, queria saber o que ele pensava, já que não demonstrou estar decepcionado com os resultados do teste de gravidez, mas não sabia como lhe perguntar a respeito.

— Mas tem que comer algo ainda que não sinta fome. E não quero ouvir outra recusa. - Apenas assenti e lhe sorri, toquei seu queixo e o acariciei, ele sempre muito prestativo e carinhoso comigo.

O hotel era muito próximo ao Hospital, chegamos em cinco minutos e subimos para o quarto. Preferi que tomássemos o café da manhã no quarto mesmo, Carlos Daniel pediu que Saul comprasse as vitaminas que Patrícia prescreveu e, também, em pouco tempo ele o fez.

— Meu amor, eu sinto muito... - Eu lhe disse quando já comíamos na mesa da sacada do quarto. Ele me olhou estreitando os olhos e acariciou o dorso de minha mão sobre a mesa.

— Por que diz isso, minha vida? - Perguntou olhando-me atentamente.

— Sinto muito por tê-lo dito aquelas coisas ontem e... - Hesitei um pouco antes de continuar e respirei fundo. -...e também por não estar grávida, especialmente por não estar grávida.

— Amor meu... – Ele saiu de seu lugar e ajoelhou-se frente a mim, segurou minhas duas mãos e as beijou. - Não quero que se sinta assim, nem que diga isso. – Senti uma lágrima teimosa deslizar em meu rosto e ele a limpou com o seu polegar, logo acariciando minha bochecha.

— Sei o quanto você quer um filho e...

— Ei, ei... – Acariciou meus lábios e me fez olhar em seus olhos. Segurei seu rosto com minhas mãos e o acariciei. – Não se preocupe com isso, minha vida...Está tudo bem, eu te disse que estaria preparado para qualquer que fosse o resultado.

— Eu sei que, mas também sei que ficou decepcionado e não quis dizer nada. – Expliquei tentando suprimir um choro ameaçador.

— Não, amor meu, eu não estou decepcionado. Acredito que tudo acontecerá naturalmente entre nós e no momento certo teremos o nosso bebê. Além do mais, podemos esperar mais um pouco, pois agora eu quero você só para mim. – Sorriu para mim e me abraçou com ternura, fazendo-me sorrir também e me beijou levemente nos lábios.

— Obrigada, meu amor... Eu te amo! - Lhe sorri e acariciei seus cabelos perfeitamente penteados.

— Eu te amo muito, minha vida... E quero aproveitar cada momento com você. - Disse pegando seu celular e começou a discar alguns números no aparelho. - Sabe, hoje ainda precisarei ir ao escritório por algumas horas. Mas depois prometo que serei apenas para você.

— Promete mesmo? - Perguntei fazendo um carinho em seu queixo.

— Claro que sim, tanto que te digo que pode escolher um destino para nós dois, qualquer que seja, e iremos quando eu voltar. Podemos ir hoje mesmo, se desejar.

— É sério? Aonde quer ir? - Perguntei empolgada.

— Aonde você quiser eu irei. Pode escolher o lugar que mais gostar no mundo, só preciso que avise antes para que dê tempo de abastecer o jatinho e preparar o plano de voo.

— Está bem, já sei para onde podemos ir. - Sorri ao pensar em um lugar que é perfeito para passarmos o fim de semana a sós, lugar que eu gostaria de levá-lo a conhecer. - O que acha de Cancun?

— Hmm... Acho que é perfeito! E ainda mais com você... Eu mal posso esperar por isso. - Levantou-se, sorriu malicioso e me induziu a fazer o mesmo, envolvendo seu braço em minha cintura e apertando-me contra si. - Vê-la correr pelas areias brancas das praias de Cancun, mergulhando naquelas águas cristalinas usando um pequeno biquíni ou apenas usando nada...

— Hmm... Seu desejo será ordem, senhor Bracho... - Respondi em seu ouvido com o mesmo tom e o senti mordiscar minha orelha, causando arrepios em minha pele.

— Pois então descanse, meu amor... Quero que esteja muito bem para Cancun... - Brincou ao me olhar nos olhos. - Avisarei a Marta para providenciar tudo e ao Robert, meu piloto, que partiremos hoje às 18h.

— Esperarei ansiosa por você, meu céu... - O beijei levemente e lhe esbocei um singelo sorriso. - Enquanto isso, prepararei nossas malas.

— Prefiro que descanse, Lina. Não quero que se esforce fazendo isso, pode deixar que eu o faço quando voltar do escritório.

— Eu me sinto muito bem, meu amor... me sinto ótima, aliás. Não se preocupe comigo. - Afirmei ao passar minhas mãos pelo caimento de seu terno. - E não estarei sozinha, a Patrícia estará comigo todo o tempo.

— Hmm... Vão fazer alguma coisa juntas?

— Sim, acho que vou convidá-la para o SPA.

— Eu acho ótimo, mas antes tem que tomar as vitaminas que ela receitou. - Disse afastando-se um pouco, pegou a receita sobre a mesinha e leu o conteúdo dela. Logo pegou alguns comprimidos e me entregou com um copo d’água.

— De verdade, não se preocupe comigo. Ficarei bem. - Disse-lhe sorrindo após engolir os comprimidos.

— Prometo que não vou demorar.

— Está bem... - Beijei seus lábios com leveza e acariciei seu rosto despedindo-me dele.

...

Liguei para Patrícia e sugeri o SPA, ela adorou a ideia dizendo que o do hotel é maravilhoso e ali mesmo ficamos.

No SPA, após nos trocarmos, iniciamos com hidratação facial para relaxar e hidratar a musculatura facial, fizemos depilação e em seguida uma drenagem linfática. Era tudo o que eu mais precisava, não haveria sugestão melhor para fazer no dia. Aquelas massagens foram como um milagre que caiu sobre o meu corpo e me renovou por completo. Depois fomos para uma banheira de ofurô e lá pudemos conversar mais um pouco.

— Eu realmente precisava de tudo isso, Patrícia.

— Eu também precisava. Tenho tido dias de cão. – Patrícia disse risonha. Ela é uma mulher muito alto astral e, mesmo conhecendo-a há pouco tempo, sinto que é uma pessoa especial.

— Como você faz para conciliar seu trabalho com o do Rodrigo?

— Nós sempre fazemos o possível para quando estamos de folga ficarmos juntos, mas não é sempre que conseguimos viajar. Quando estou de plantão, Rodrigo está em casa e quando estou descansando, ele está trabalhando. É bastante complicado, mas combinamos os dias e os tiramos para aproveitarmos um ao outro, senão a relação desgasta, como já somos casados há alguns anos e sabemos quais os riscos que a distância pode nos causar, tentamos conciliar nossos dias para evitar esses desgastes.

— Entendo. – Respondi ficando pensativa. – Não tem medo quando ele viaja? Digo, com outras mulheres...? – Perguntei com certo receio de sua interpretação, ela me olhou e sorriu.

— Ah, não... Eu confio no Rodrigo, nós conversamos muito a respeito de tudo e sei que ele não me trairia.

— Mas você não se preocupa nem um pouco em deixá-lo viajar por tanto tempo assim? Não sei, eles estão sempre rodeados de mulheres lindas e interessantes e...

— Sim, eu confio... Mas... O que a incomoda? Se quiser, pode desabafar comigo. – Ela disse, agora, seriamente.

— Bom, eu não sei... Eu confio no Carlos Daniel, mas... Ontem... Ontem conheci uma mulher que trabalha com eles e não sei, não me causou boa impressão.

— Está falando de Isabel Velásquez? – Ela perguntou diretamente ao ponto, a olhei rapidamente e assenti.

— Como sabe que estou me referindo a ela?

— Porque a conheci também, "é uma mulher linda e interessante"... Mas acho que não deve se preocupar com ela, parece que tem marido. – Eu deveria sentir certo alívio com as palavras de Patrícia, mas não pude deixar de pensar que isso não a impediria de dar em cima de Carlos Daniel.

— Eu não sei... Ela olhava para ele de uma maneira que não sei explicar. Pareceu ficar decepcionada quando me viu, mas agiu naturalmente. Senti que ela estava me desafiando, há algo a mais... Você não percebeu nada quando ela o olha?

— Sinceramente, eu não posso afirmar nada, mas não creio que ela tem interesses que estejam fora do trabalho. Ela parece ser uma mulher séria e comprometida com os negócios, além do mais, o Carlos Daniel é muito apaixonado por você. Isso sim eu posso afirmar. Com isso eu posso assegurá-la que ele não olharia para outra mulher com os mesmos olhos. – Ao ouvir as palavras de Patrícia lhe sorri, pensei em Carlos Daniel e em sua maneira de me olhar, seu amor e seu cuidado comigo.

— Como pode ter tanta certeza assim sobre Carlos Daniel? – Perguntei em tom curioso.

— Porque o conheço há alguns anos e nunca o vi olhar para uma mulher dessa maneira, com esse brilho especial no olhar. Um sorriso nos lábios? Muito raro.

— Ele não sorria?

— Quando o conheci, ele e Rodrigo já eram muito próximos, ele era mais "descolado", era um homem tranquilo. Sempre muito formal, mas muito educado e prestativo... Mas depois ele passou por uns problemas e mudou completamente. Afastou-se dos amigos, se isolou. Rodrigo sempre dizia que ele precisava dar um tempo.

— Por quanto tempo ele ficou assim?

— Por um bom tempo, depois da morte da irmã dele até alguns meses atrás. Rodrigo me disse que ele estava voltando aos poucos, e foi o que aconteceu. Ele está "revigorado", o amor pode transformar as pessoas. - Ela disse gentilmente fazendo eu ficar vermelha. - Por isso que posso afirmar que ele ama você. Qualquer um pode ver. Vejo que dessa vez vale a pena, você é diferente...

— Diferente? Como? - Perguntei intrigada.

— Você o corresponde, está sempre com ele, se preocupa, cuida dele. O que qualquer um pode ver também não digo para te agradar. - Sorriu. - Não tenho mais intimidade com o Carlos Daniel para saber de tudo isso, mas o Rodrigo sempre comenta a respeito com admiração. Apesar de ele ter se afastado o conhecemos bem, ele já fez muito por mim e pelo Rodrigo também, temos muito que agradecê-lo.

— Ele é um homem maravilhoso, tem um coração enorme, é muito solícito e carinhoso, é um homem de muitas qualidades.

— Ele é sim, e o ajude sempre Paulina. Você só tem a ganhar ao lado dele, quem não valorizou perdeu muito. - Ela disse tornando-se pensativa e a olhei ainda mais intrigada.

— Você se refere a...

— Sim, a ex dele! Você já deve ter ouvido falar. Tampouco gostava que ele tivesse amizades, as reuniões que fazíamos quando o Carlos Daniel ia, ela não o acompanhava, a única vez que foi, tiveram que voltar logo porque ela quis ir embora, ele é um homem muito discreto e a gente sabe que evitava levá-la para que ela não desse seus chiliques na frente de todos. - Isso era uma coisa que eu não sabia, não imaginei que a relação de Carlos Daniel com Fabíola fosse assim. - Bom, eu não gosto de falar de ninguém, mas o que estou tentando dizer é que eu acho que você não deve se preocupar com a Isabel, por mais que ela tenha interesse nele, não creio que ele lhe dê trela para algo mais.

— Sim, eu compreendo. Obrigada por me contar tudo isso, Patrícia. Sinto como se já nos conhecêssemos há muito tempo. - Lhe sorri ainda um tanto desanimada.

— Imagina! É muito curioso, mas eu também sinto o mesmo com você, senti boas vibrações a partir de quando Rodrigo me disse que Carlos Daniel estava saindo com uma moça bacana.

— O Rodrigo te disse isso? - Perguntei surpresa. Não imaginava que Rodrigo tinha tanta afeição por mim ao ponto de falar ao meu respeito.

— Claro! O meu marido é muito observador. Ele disse: "Carlos Daniel conheceu alguém e está diferente, tenho esperanças de que ele realmente encontre a felicidade agora com essa moça, pois ninguém é feliz sozinho". E eis que vemos o glorioso resultado. - Ela brincou e eu já estava emocionada.

Não fazia ideia de quem Carlos Daniel era, nunca nem pensei em pesquisar nada ao seu respeito ou conversar mais com ele sobre como ele viveu nos últimos anos, me sentia no direito de lhe questionar mais sobre sua vida, saber mais de seus sentimentos, como ele está hoje realmente, pois eu com o meu egoísmo não tenho feito por ele o que ele faz por mim.

— Minha vida também mudou depois que o conheci. - Respondi ainda com uma emoção contida. - Eu não acreditava mais no amor, para mim isso era uma coisa apenas pintada por outros de uma maneira fantasiosa e que, na realidade era diferente, com exceção do amor fraternal.

— E como se conheceram? - Perguntou Patrícia interessada em ouvir. Sorri ao recordar.

— Bom, eu tinha o hábito de correr no parque próximo a minha casa, numa dessas tardes eu corri além dos meus limites e senti uma dor muito forte na perna. Desmaiei. Quando despertei estava nos braços dele. Ele me contou que estava muito próximo e já me observava até perceber que eu estava desfalecendo, correu para perto, ocasionou em me segurar quando caí. Depois ele insistiu em me levar pra casa e lá me beijou.

— Trocaram os telefones e ele te convidou para um jantar?

— Não. - Sorri e balancei a cabeça. Patrícia me olhou com um sorriso curioso nos lábios. - Eu lhe dei uma joelhada. - Ambas rimos a gargalhadas.

— Mas por quê? Pobre Carlos Daniel!

— Ele foi muito atrevido, eu não devo dizer que não gostei, mas não pude admitir naquele momento, além do mais, ele era um desconhecido e passou dos limites. Nunca tinha sido desafiada daquela maneira.

— E o que aconteceu depois da joelhada?

— O mandei ir embora. Eu estava muito irritada. Ao menos tinha um motivo. - Meneei a cabeça em negação. - Eu era tão ranzinza.

— E como vocês voltaram a se encontrar? - Ela perguntou enquanto despejava um pouco de espumante em sua taça, bastante interessada no teor da conversa.

— Eu tenho uma irmã mais jovem, não sei exatamente o que aconteceu, mas ela foi a uma festa, perdeu os documentos e, por coincidência, eles estavam no mesmo lugar, ele a ajudou a prestar queixa numa delegacia. Quando fui buscá-la, lá estava ele com ela!

— Coisas do destino, Paulina... E aposto que, dessa vez, vocês trocaram telefones.

— Não... Mas ele conseguiu meu número com a minha irmã e, viraram cúmplices e, desde então não sossegou até que eu aceitasse seu convite.

— Carlos Daniel é um homem muito obstinado!

— Sim... Muito! - Sorri com carinho ao pensar assim.

— Então foi a partir de então que começaram a sair juntos e namoraram...

— Saímos a primeira vez, mas não deu muito certo. Um dia, quem sabe, eu te conto tudo... Cada um seguiu sua vida ou, pelo menos, eu achava que isso aconteceria, ainda que eu estivesse me apaixonando por ele, não conseguia admitir para mim mesma. Não queria me relacionar com alguém, me apaixonar e depois sofrer por amor. Eu tinha muito medo disso, também sabia que ele não era um homem para apenas uma mulher. - Patrícia ia dizendo algo, mas hesitou e pediu que eu continuasse a história. - Eu pensava que um homem como ele não ia querer nada além mais de apenas uma noite  e preferi não arriscar até que nos vimos de novo e, mais uma vez, por acaso do destino.

— Acho que agora eu já sei como... Através dos negócios! - Ela disse com um largo sorriso nos lábios.

— Sim, mas não foi nada agradável. Estávamos passando por uma crise financeira e nossa fábrica precisou de um acionista, até então eu não liguei os pontos quando me falaram sobre ele, daí meu pai não pode ir a uma reunião que havia marcado com ele e o Rodrigo e eu precisei representá-lo.

— Nossa! Deve ter sido uma surpresa e tanto! E como reagiram?

— E foi! Eu fiquei muito nervosa, achava que o senhor Bracho era um homem mais velho, mais sisudo, mais obscuro, pelo menos era o que diziam a respeito dele, e quando vi que o Carlos Daniel, o meu Carlos Daniel era o tal senhor Bracho, mal pude acreditar. Mas não foi nada legal saber que o homem ao qual eu começara a me apaixonar, o que eu havia rejeitado dias atrás era o mesmo homem que havia investido nos negócios de minha família. O Carlos Daniel, por outro lado, parecia se divertir com tudo, ficou surpreso como eu, é claro, mas não foi algo que o abalou, muito pelo contrário, foi aí que ele  persistiu ainda mais e conseguiu me convencer a lhe dar uma oportunidade. Ele assegurou que não desistiria até que eu concordasse em conversar com ele.

— Essa é realmente uma história e tanto! Então foi a partir daí que vocês começaram a namorar, mesmo se conhecendo a um tempo antes de saberem que os negócios já eram algo em comum...

— Sim, mas não misturamos os negócios com nosso relacionamento...

— Entendo... E fico muito feliz pelos dois, fico feliz que ele esteja com aquela alegria recuperada, é um homem muito discreto, não gosta nada de expor sobre sua vida pessoal, mas todos os que são mais próximos dele, hoje, sabem um mais um pouco a respeito, até sobre você. O Rodrigo sempre chega mais leve em casa por conta dos dias que se tornaram mais agradáveis ao lado do Carlos Daniel. - Ela riu com ternura. - Bom, mas como eu disse, já falei demais, porém fico feliz por compartilhar com você, saiba que pode contar sempre com uma amiga, estarei sempre por perto.

— Obrigada, Patrícia. Você também, pode sempre contar comigo. - Sorrimos em cumplicidade e eu realmente pude me sentir mais confortável após essa pequena conversa com ela, que me transmitiu muita confiança e sinceridade.

[...]

Despedimo-nos e decidi voltar ao quarto para aguardar Carlos Daniel. Sentia-me renovada, relaxada, e o diálogo entre mim e Patrícia foi importante para conhecer um pouquinho mais sobre ele.

Já no hotel, recebi uma chamada de Carlos Daniel, ele disse que gostaria que eu conhecesse o escritório e perguntou se estava ocupada. Me prontifiquei imediatamente para ir, já que Saul estaria disponível para me levar.

— Agora estou em uma reunião, mas dentro de uma hora estarei livre e poderei mostrá-la como é meu trabalho aqui.

— Está bem, meu amor. Mal posso esperar para ver tudo.

— Mas você está realmente bem? Poderá vir sem problemas? - Pude escutar vozes desconhecidas ao fundo, mas também ouvi uma voz feminina, que me remeteu no mesmo instante a Isabel Velasquez.

— Me sinto ótima e já estou ansiosa para saber como está seu projeto. E como é a relação "profissional" com Isabel. — Apenas pensei a última frase, mas vontade em falar não me faltou.

— Está bem, então nos vemos mais tarde. - Nos despedimos brevemente, não quis atrapalhar mais a reunião.

Organizei algumas coisas para a nossa viagem e, mais tarde vesti a melhor roupa que havia levado, escovei os cabelos, fiz uma boa maquiagem e, solicitei o Saul para que me levasse ao escritório, local que não tardou muito em chegarmos. Saul me acompanhou à recepção, me apresentando "como a noiva do Sr. Bracho". Senti-me um tanto incomodada, não por ter sido apresentada dessa forma, mas pelos olhares que despertei das pessoas que ali estavam.

— Irei anunciar a secretária do senhor Bracho e ela virá recebê-la e logo o avisará que chegou, senhorita Martins. - Disse a moça simpática ao me entregar uma credencial de visitante.

— Obrigada. - Agradeci-lhe e em apenas um minuto, uma senhora, meio baixinha, com cabelos encaracolados negros, veio em minha direção com um sorriso afável. Saul a cumprimentou e logo despediu-se de mim por enquanto.

— Boa tarde, senhorita Martins. Sou a Gretchen, secretária do senhor Bracho. Seja bem-vinda.

— Oi Gretchen, obrigada.

— Acompanhe-me, por favor. - A acompanhei pelos corredores daquele lugar tão sofisticado e moderno. - O senhor Bracho ainda está em reunião, mas já estão na última pauta, creio que não demorarão.

— Não se preocupe, posso aguardá-lo.

— Esta é a sala é dele, a senhorita pode aguardá-lo aqui. Aceita algo para beber?

— Não, obrigada Gretchen.

— Está bem, vou avisá-lo que chegou.

Apenas assenti e ela saiu da sala, deixando-me sozinha. Observei o espaço em que estava com maior afinco e gostei de cada detalhe. Decoração sofisticada, limpeza e organização impecáveis. Sorri de imediato ao reconhecer os traços  de Carlos Daniel na mesa que havia ali e, buscando uma melhor acomodação, aproximei-me mais da mesa dele, uma placa o identificava. Contornei a mesa observando alguns papéis com gráficos, projeções de gastos e lucros, quando meus olhos se chocaram com um porta-retrato e sorri de imediato. Uma foto de quando fomos à fazenda, sentados na falésia sob o pôr-do-sol no horizonte, após ter me pedido para ser sua namorada com um anel feito de flor do mato tiramos nossa primeira foto juntos. Eu podia ver a emoção em meus olhos através daquela fotografia, no quão apaixonada já estava, e hoje pude ver que, ainda naquele dia, quando mal o conhecia já sabia que ele era o homem certo.

Perdi-me em pensamentos ao recordar os momentos que passamos ao avistar aquela fotografia.

Fui tirada dos meus devaneios com duas batidas na porta, levantei-me rapidamente da cadeira giratória, à qual nem havia percebido haver-me sentado. Gretchen trouxe-me suco, cappuccino e água como acompanhamento de croissants. Agradeci a gentileza e esta, antes de se retirar da sala afirmou que a reunião estava prestes a acabar a qualquer momento. Agradeci-lhe novamente com um sorriso.

Para distrair-me comecei a verificar no celular as mensagens e ligações. Havia cinco mensagens da Phia perguntando como estava sendo a “nossa prévia da lua de mel”. Ri ao constatar a quão curiosa e inconveniente ela continuava sendo quando o assunto se tratava de mim e Carlos Daniel. Respondi-lhe e liguei também para Sônia, que cuida da nossa casa em Cancún, avisei que chegaria a noite com o Carlos Daniel e lhe dei algumas coordenadas para quando chegássemos. Ela disse que estaria tudo em ordem, mas que, provavelmente não estaria lá quando chegássemos.

Percebi que havia também duas ligações do Levy que eu não havia atendido durante o horário em que estava no SPA.

Alô! — Escutei Levy ao telefone.

— Oi, Levy! Como vai? Está tudo sob controle? – Retornei a ligação de imediato. Temia que algo pudesse ter saído errado na minha ausência.

Oi, Paulina. Que bom ouvir sua voz. Como foi a viagem?

— Bem, obrigada. Desculpe, pois somente agora vi suas chamadas. Aconteceu alguma coisa? Os pedidos da Ceramus já foram despachados?

Já sim. Atendemos dentro do prazo acordado com eles. – Afirmou satisfeito.

— Que bom! Por favor, não hesite em me ligar se houver algum percalço nas distribuições. – Afirmei ao olhar para a porta se abrindo e avistar Carlos Daniel sorridente vindo ao meu encontro.

Claro que sim, Lina. Não se preocupe, está tudo sob controle... — Continuei sentada ao sentir os lábios de Carlos Daniel roçando em meu pescoço.

— Oi, meu amor... – Ele disse quando já estava em minha frente e levantei-e para abraçá-lo. - Hmm... Sempre tão cheirosa e linda. – Sorri quando sussurrou ao meu ouvido fazendo-me arrepiar e ergui o braço até seu pescoço acariciando sua nuca enquanto ele me abraçava.

— Eu... sei... que não! - Afirmei com dificuldades ainda na chamada ao sentir os lábios dele sobre os meus. – Shhhh... espera, meu amor! – Sussurrei para Carlos Daniel interrompendo o beijo.

— Desliga! – Pediu baixinho tocando meu pescoço com seus lábios, lançando arrepios por toda a minha pele.

Paulina? Está aí ainda? — Ouvi Levy no outro lado da linha e tentei me recompor para respondê-lo.

— Sim, Levy! Estou te ouvindo! – Ao ouvir com quem conversava, afastou-se de imediato cessando suas carícias.

Carlos Daniel implicou com Levy desde o primeiro momento que se viram, mas acredito que tudo não passa de ciúme bobo. Ele deu um passo para trás, permanecendo em pé e, muito sério, cruzou os braços enquanto me observava ao celular. Fiz um gesto para que aguardasse.

Bom, eu quero reafirmar que está tudo em ordem por aqui, a produção está a pleno vapor graças a você! Eu te admiro muito pela mulher que és. Nunca cansarei de te dizer isso.

— Fico feliz que pense assim e agradecida, mas não faria isso sozinha. – Disse sorrindo para Carlos Daniel que me encarava sério. - Então, peço que qualquer imprevisto me ligue imediatamente, ok?

Sim, claro! Pode ficar tranquila. Mas, antes que desligue... Você está em Guadalajara para firmar com a Triunfo? Não me disseram nada a respeito.

— Não, o papai disse que iria. Eu estou em Miami agora, mas quero que me mantenham informada sobre a fábrica.

Miami? Ah! Então entendi. Não devo incomodar.

— Você não incomoda Levy, ainda mais se for para algum assunto pertinente à fábrica. – Olhei para Carlos Daniel que ouvia tudo e continuava muito sério, balançava a cabeça como se estivesse discordando do que eu dizia e mantinha seus braços cruzados enquanto me esperava.

Se é assim, está bem... espero que retorne logo, qualquer imprevisto entro em contato com você. Bom fim de semana Paulina. – Ele disse gentilmente e desligamos a chamada.

— “Você não incomoda, Levy...”– Senti a ironia na voz de Carlos Daniel. – Não acha que dá muita intimidade aos seus empregados?

— Meu amor, você sabe que o Levy não é apenas um empregado. Ele responde pela empresa na minha ausência. – Justifiquei indo ao seu encontro e coloquei minhas mãos sobre seus braços cruzados. - Eu só precisava saber se estava tudo bem, pois havia duas ligações dele e fiquei preocupada. Não tenho o costume de me ausentar da fábrica, você sabe.

— Eu sei, e você sabe que não se deve confiar em qualquer um. Não sabe o risco que corre ao deixá-lo dando-lhe tanto respaldo assim dentro da empresa. Ele não é confiável e eu já te disse isso antes.

— Se diz com tanta convicção que ele não é confiável, não entendo porque não me explica o motivo. - O olhei esperando por alguma explicação mais coerente. Ele meneou novamente a cabeça e suspirou fundo.

— Você saberá, mas apenas quero que fique mais atenta, que não seja tão ingênua assim com as pessoas.

— Obrigada por se preocupar, mas já conversamos sobre isso antes... E estamos aqui, juntos, depois de tantos dias sem nos vermos... Eu te amo! Te amo e não quero que nada nem ninguém estrague o nosso momento, os nossos dias e muito menos esse ciúme bobo! – Eu precisava quebrar o gelo e evitar qualquer discussão que pudesse causar o nosso desentendimento.

Dei diversos beijinhos em seus lábios e rosto o fazendo ceder e sorrir, quando finalmente me abraçou.

— Tem razão, mas eu só não quero que te causem mais decepções e tristezas, minha vida! - Afirmou ao segurar seus braços nos meus enquanto me olhava nos olhos. - Te amo tanto!

— Eu também te amo, meu céu! - Nos beijamos lento e profundamente. Carlos Daniel detinha tamanha posse sobre meu corpo que agia como um campo magnético sobre mim, ao qual eu sempre queria estar atraída.

— Estou muito feliz que tenha vindo. Desculpe por fazê-la esperar. Estávamos em uma última reunião, acabo de firmar a parceria com a Emirate Oil Corporation. Finalmente poderei dar início ao projeto. - Ele disse com um largo sorriso nos lábios.

— Que maravilha, meu amor! Parabéns por mais uma conquista, estou muito orgulhoa de você.

— Obrigado, amor meu. Tudo melhorou depois que te conheci, seu apoio é mais que importante para mim. Nada disso teria acontecido sem que estivesse ao meu lado.

— Não, Carlos Daniel. Tudo isso é apenas por mérito próprio, e estarei aqui sempre ao seu lado apoiando-o em tudo que faças. - O abracei forte e sussurrei em seu ouvido. - Parabéns, meu amor...

Fomos interrompidos por algumas batidas vindas da porta, em seguida sendo aberta. Era ela, Isabel Velasquez. Não pude deixar de observar mais uma vez o quão bonita ela é, como é elegante simplesmente em seu modo de andar e isso me deixava extremamente enciumada. Impossível não ser cativado por sua aparência.

— Perdão! – Falou surpresa. – Eu não sabia que estava acompanhado, Carlos Daniel.

— Não se preocupe, Isabel! – Ele disse passando a mão em seu lábio inferior limpando meu batom.

Eu nada disse, apenas continuei em pé observando-os.

— Perdoem-me mais uma vez, eu não sabia que você estava aqui, Paulina! A propósito, como vai? – Perguntou agitada e percebi seu incômodo.

— Melhor impossível! – Afirmei envolvendo meu braço na cintura de Carlos Daniel, por dentro de seu terno.

— Fico feliz. - Disse ao esboçar um largo sorriso. - Bem... Vim apenas avisá-lo que o jornalista da BeTime já chegou.

— Claro. Podemos recebê-lo aqui mesmo. - Ele lhe respondeu também sorrindo, respirei fundo para controlar-me.

Não queria pensar no quão próximos eles seriam em seu trabalho durante um dia inteiro sete vezes por semana, mas era inevitável.

— Vou buscá-lo.

Ela disse com um meio sorriso e logo retirou-se ao pedir licença.

— Você será entrevistado? - Perguntei voltando a abraçá-lo pelo pescoço.

— Sim, pela BeTime. Você se importa em esperar um pouco até que eu seja todo seu? - Brincou ao acariciar minha bochecha.

— Claro que não, meu amor... Posso esperar terminarem, enquanto isso eu vou ligar para a Célia.

— É que eu quero que esteja comigo durante essa entrevista, significará muito para mim.

— Bom, se é assim, eu vou adorar... - Respondi com um sorriso e dei um selinho em seus lábios.

Ajeitei sua camisa e gravata e deslizei as mãos pelo caimento de seu terno preto e afastei-me um pouco dele, indo em direção a um sofá que havia naquela grande sala.

— Com licença. - Disse Isabel ao adentrar a sala, dessa vez sem bater, acompanhada de um homem moreno. - Esse é Jonas Meyer. Jonas, este é o Carlos Daniel Bracho.

— Sim, já o conheço. - Disse o homem sorridente com um forte sotaque americano ao estender uma das mãos para Carlos Daniel em cumprimento. - Prazer em conhecê-lo pessoalmente, senhor Bracho.

— Seja bem-vindo, Jonas. - Respondeu Carlos Daniel ao cumprimentá-lo. - Sinta-se a vontade.

O rapaz assentiu e sentou-se frente a Carlos Daniel, que logo depois sentou-se também. Retirou de sua bolsa um ipad e um gravador. Isabel também continuava na sala, sentou-se ao meu lado.

— Para evitar que fique ociosa, pode ler um pouco, se quiser. - Ela me dissse com um falso sorriso ao apontar para as revistas de moda que estavam sobre a mesinha de centro.

— Não é necessário. Estou bem assim, obrigada. - Respondi em tom igual e acomodei-me melhor naquele sofá.

— O seu anel é maravilhoso, Carlos Daniel tem muito bom gosto. Quando será o casamento?

Ia lhe dar uma boa resposta para sua curiosidade tão aguçada, mas vimos que a entrevista começou e deveríamos continuar em silêncio para não atrapalhar. Ela levantou-se e caminhou até mais próximo da mesa, acompanhando de perto. Não pude deixar de evitar engolir um ciúme que me dominou. Ela forçava uma falsa simpatia e eu sentia isso, mas sabia que não poderia expor o que pensava, assim também como eu sabia que o interesse dela em Carlos Daniel ia muito além do profissional e isso me deixava realmente preocupada.

...

Em entrevista a BeTime, Carlos Daniel Bracho, CEO da Bracho Corporation fala de muitas novidades da BC e dá um promissor panorama a respeito do seu mercado, com novo projeto e nova parceria, ótimas perspectivas de crescimento e visão de futuro.

 

BE TIME: Todo mundo sabe de sua trajetória profissional, de sua carreira que começou desde muito jovem seguindo os passos de seu pai e que, logo depois, você decidiu seguir sozinho, encarando novos desafios e criando outras possibilidades de negócios, bem diferentes de quando começou. Hoje vemos que você é um dos maiores empresários de sucesso e respeito sendo um dos homens mais bem conceituados da América Latina. Qual foi a sua maior dificuldade?

CARLOS DANIEL BRACHO: Bom, nem sempre foi assim, para chegar até onde cheguei, houve muitos percalços. Apesar de ser bem conceituado hoje, aos 35 anos, e ter influência no sobrenome, ser muito jovem no mundo dos negócios já foi motivo de desconfianças e falta de fé no meu potencial, já ouvi muitas negativas durante meus 15 anos de experiência, no entanto sempre levei minha vida muito pelo lado profissional, tracei metas e busquei sempre as alcançar. Sempre fui motivado pelas metas e pelo desejo de superar obstáculos, além é claro da visão de algumas pessoas que não acreditavam ou ainda torciam de forma contrária. Para isso nada além de muito foco, trabalho e determinação, são a chave para conseguir alcançar o apoio dos demais e assim gerar a credibilidade que consegui obter hoje.

 

BE TIME: Além de ser um Holding. É conhecido no mundo dos negócios principalmente por ser fundador e presidente de uma das maiores indústrias do México. Estamos aqui porque soubemos que haverá novidades vindo por aí. Pode nos antecipar algo a respeito?

CARLOS DANIEL BRACHO: O que posso dizer de antemão é que acabo de firmar um contrato junto com a EOC, com um novo projeto que garantirá o uso combustíveis cem por cento sustentáveis com o melhor preço que o mercado terá.

 

BE TIME: E quais são as expectativas para esse novo projeto e qual a estimativa para sua conclusão?

CARLOS DANIEL BRACHO: A priori, a principal expectativa é que em 2018 possamos dar início a prática desse projeto. Outras empresas e o governo estão juntos conosco e, tudo está indo muito bem em seu desenvolvimento e, a estimativa é de que são necessários quatro anos para a conclusão do empreendimento.

 

BE TIME: Nos fala um pouquinho sobre a EOC.

CARLOS DANIEL BRACHO: A Emirates Oil Corporation é uma empresa árabe e muito tradicional, constituída por uma das maiores refinarias de petróleo do mundo, distribuído em vários continentes administrando sua exploração de petroleo e gás. É uma das referências mundiais no ramo de energia.

 

BE TIME: E do que se trata esse novo projeto? Quando foi desenvolvido?

CARLOS DANIEL BRACHO: Apenas posso dizer que está ligado ao ramo em que trabalho. O projeto foi desenvolvido há anos, tenho trabalhado nisso quase a minha carreira inteira e agora chegou o momento de vê-lo realmente acontecer.

 

BE TIME: Então tudo está acontecendo conforme o esperado?

CARLOS DANIEL BRACHO: Sim, ainda melhor. Em todos os âmbitos da minha vida.

Nesse momento, Carlos Daniel olhou em minha direção e me lançou um sorriso discreto, mas que eu entendia o significado que tinha. Devolvi-lhe o sorriso e o jornalista olhou em minha direção ao perceber nossos gestos.

BE TIME: Pode nos falar algo sobre esses outros âmbitos? Tem a ver com os rumores que dizem por aí?

CARLOS DANIEL BRACHO: E o que dizem por aí?

 

BE TIME: Que está de casamento marcado, mas perguntam-se quem seria tal sortuda.

CARLOS DANIEL BRACHO: Somente lhes digo que só há um sortudo em todos esses rumores.

Ambos sorriram e o jornalista assentiu, entendendo as palavras de Carlos Daniel. Eu sorri em admiração e meu coração transbordou ao ouvi-lo falar dessa maneira. Ele é muito discreto e vi que as pessoas não se atrevem a lhe perguntar tão diretamente sobre sua vida pessoal, mas o jeito que ele respondeu ao rapaz me deixou literalmente no ar.

BE TIME: Para finalizarmos nossa entrevista, deixe um recado para quem sonha em um dia ser empreendedor.

CARLOS DANIEL BRACHO: Sonhe e tente realizar o sonho. Seja ousado e corajoso. Tenha foco, persistência e determinação, além de conhecimento na área que se pretende atuar. Além de tudo isso, é preciso saber que cometer um erro nos negócios é inevitável. Devemos considerar que um erro e a persistência são a garantia de que não cometeremos o mesmo erro novamente e o acerto fica mais fácil de ser atingido.

Finalizaram a entrevista e, enquanto Carlos Daniel era fotografado para a revista, Isabel voltou a sentar-se perto de mim, dessa vez digitava algo em seu celular, mas este não era sua distração no momento, o que não a impediu de voltar a puxar assunto comigo.

— E então, Paulina. Está ansiosa para ir morar em Dubai?

— D-dubai?


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Notas finais do capítulo

O título do capítulo não tá muito legal, mas não consegui pensar em outro melhor. Mas e vocês? O que acharam?
Comentem, por favor.
Agradeço muito o apoio de todas e espero que estejam gostando do que acontece na história. Continuo pedindo q vão se preparando para os B.Os. kkkk

Comentemmm! hahahah Bjos



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