Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 50
Capítulo 50 - "Teimoso"


Notas iniciais do capítulo

Helloooo, girlss! :D
Aí está mais um capitulo pra vcs... Queremos agradecer a todas pelo carinho pela história e lhes dizer que vocês são o nosso motor! Sem vcs, não continuaríamos. Muito obrigada pelo apoio de todas!
Esperamos que gostem do capítulo.
Boa leitura ~



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# Carlos Daniel narrando #

Era bom ter alguém ao meu lado nesses momentos, há muitos anos não me sentia dessa forma, tinha a Matilde que era como uma mãe para mim, mas era diferente, Paulina era minha namorada e eu a amava, e vê-la assim tão preocupada comigo apenas me deixava ainda mais apaixonado por ela e me perguntava o tempo todo como pude errar tanto quando pensei estar apaixonado por aquela mulher que só fez me ferir e me transformar no homem que há alguns meses atrás eu era.

Enquanto Paulina ia buscar Matilde para pedir que fosse preparado algo leve para jantarmos eu fiquei imerso em meus pensamentos, queria tanto apresentar minha casa a Paulina, só não imaginei que esse dia chegaria sob essas circunstâncias.

– Matilde está preparando a sopa que você adora! - Paulina disse entrando no quarto e me tirando dos meus devaneios.

– Você não vai jantar? - Perguntei a olhando seriamente. – Não te vi comer nada desde cedo! - Completei justificando minha preocupação.

– Não... Eu preciso ir em casa! - Ela disse se aproximando e sentou-se na beirada da minha cama.

– Mas você disse que ficaria aqui! - Rebati a olhando suplicante.

– Não se preocupe, eu vou voltar! – Ela disse sorrindo enquanto acariciava meu cabelo em um gesto carinhoso. – Preciso pegar algumas coisas, roupas...- Explicou.

– Você pode usar uma das minhas! - Sugeri sorrindo de canto enquanto a olhava intensamente. – Não irá precisar das roupas para dormir mesmo! – Sorri.

– Carlos Daniel! - Ela brigou comigo, e se não fosse o sorriso tímido em seu rosto poderia jurar que ficou brava comigo.

– Falo sério, meu amor! - Continuei a provocando.

– Por favor, Carlos Daniel! - Ela pediu quebrando nosso contato. – Você precisa descansar! – Exigiu preocupada.

– Mas estou morrendo de saudades e acho que posso suportar um pouco as dores se puder te sentir em meus braços como aconteceu lá na fazenda! - Disse sorrindo com a lembrança.

– Hoje não vai acontecer... - Disse ficando de pé, afastando-se. – Por favor Carlos Daniel, não seja teimoso! - Ela pediu me olhando suplicante. – Não quero que sinta dor!

A olhei com os olhos pidões, mas sabia que seria inútil, bom, pelo menos poderia ter sua companhia e era melhor do que nada.

Matilde logo trouxe uma bandeja com uma sopa de legumes fumegante, e enquanto eu comia, Paulina e ela conversavam com intimidade, já eram amigas com as poucas horas que se conheciam...

– Matilde, providencie algo para a Paulina comer, por favor! - Eu pedi não aceitando a idéia de que ela não comeria nada.

– Não é necessário, Carlos Daniel! - Ela me disse seriamente. – Não tô com fome!

– Pelo menos um copo de leite quente, minha filha! - Disse Matilde com seriedade. – Não é bom ficar de estômago vazio! – Completou logo indo em direção a porta do quarto, não dando a Paulina chance de negar-se a idéia.

– Viu? A Matilde concorda comigo! – Eu disse em tom vitorioso.

– Vocês dois se uniram! – Brincou Paulina.

– Só estamos cuidando de você! - Rebati sorrindo.

– Pensei que eu estivesse aqui para cuidar de você! – Ela disse com o cenho franzido fingindo estar confusa.

– E está! - Eu disse estendendo minha mão em sua direção para que ela se aproximasse. - E estou muito feliz em tê-la aqui! - Revelei enquanto a puxava para mais perto.

Paulina sentou-se na beira de minha cama, e sem poder mais me conter, aproximei-me roçando meus lábios aos dela, mesmo sentindo minhas costelas reclamarem com o movimento...

– Carlos Daniel, sei o que está tentando fazer! - Ela disse ainda de olhos fechados, nossos rostos estavam tão próximos que podíamos sentir a respiração um do outro.

– E está funcionando? - Indaguei com a voz grave cheia de desejo.

– Hmm... Pode ser que sim... - Sorriu. – Então, acho melhor não ficarmos tão próximos assim! - Disse rindo enquanto já começava a afastar-se.

Antes que Paulina conseguisse escapar, a segurei pelo braço fazendo-a se desequilibrar e cair sobre mim. Senti meus ossos virarem pó e gemi com a dor aguda que me tomou.

– Ai Carlos Daniel, me desculpa! - Ela pediu tentando se levantar, e mesmo sentindo dor, a mantive no lugar enquanto esperava que diminuísse.

– Tudo bem... - Disse a olhando nos olhos. – Já passou!

Paulina me olhava com os olhos arregalados e cheios de preocupação enquanto buscava uma forma de não deixar todo seu peso sobre mim.

– Me deixa eu levantar, Carlos Daniel! - Ela pediu tentando mais uma vez levantar.

– Não! - Neguei a olhando nos olhos. – Não antes de poder te beijar como estou desejando desde que você apareceu naquele hospital hoje de manhã.

E entes que Paulina pudesse protestar contra a minha idéia, a fiz deitar na cama, me forcei em trazê-la para perto capturei seus lábios em um beijo calmo, exploratório.

Senti Paulina tremer quando deixei que minha mão percorresse pela lateral de seu corpo sobre toda aquela camada de roupa e desejei que aquelas peças desaparecessem.

Bom, não poderíamos nos amar agora, mas pelo menos poderia provocá-la e era exatamente essa minha a intenção ao deixar que uma de minhas mãos deslizasse por debaixo de sua blusa tomando sua pele quente e macia.

Céus, eu fui ao delírio somente por sentir a maciez de sua pele na palma de minha mão, e um gemido abafado por nossos lábios unidos escapou de sua boca, aguçando ainda mais meus sentidos e aumentando meu desejo.

Ali, naquele momento não existia dor ou desconforto, apenas um enorme desejo de fazê-la minha novamente, e por instinto, a apertei mais contra mim a deixando sentir o quanto meu desejo por ela já era evidente.

– MEU DEUS... Mil Perdões! - Disse Matilde entrando no quarto nos assustando, quase desequilibrando com a bandeja que segurava.

* Paulina narrando *

Não posso definir a vergonha que senti ao ser pega daquele jeito com Carlos Daniel, a única reação que tive de imediato foi a de cobrir Carlos Daniel com o cobertor que estava perto de suas pernas enquanto Matilde ainda estava ali. Mas ao invés de ficarmos com cara de constrangidos, foi o contrário, Matilde começou a rir e, rapidamente, colocou uma bandeja sobre a mesa que havia no quarto, logo voltando em direção à porta.

– Matilde, por favor, não vá! – Eu pedi antes que ela saísse e ela virou-se para nos olhar, ainda estava com um sorriso nos lábios e todos rimos da situação.

– Ai, é que eu não...

– Não se preocupe, Matilde, só estávamos... Conversando... – Carlos Daniel disse e me abraçou com um sorriso cafajeste nos lábios.

– Ah sim, e o que uma boa companhia e uma “agradável” conversa podem fazer com você é incrível! – Respondeu Matilde brincalhona, eles pareciam realmente ter uma boa relação e isso me deixava muito a vontade.

– A melhor de todas! – Ele disse apoiando seu queixo em meu ombro enquanto me abraçava.

– Ai, fico muito feliz, meu filho. E vendo vocês assim juntos me dá muita alegria, vocês são lindos juntos! – Ela disse com os olhos brilhando em satisfação, fazendo o meu rosto esquentar com sua declaração e quando olhei para Carlos Daniel, ele também mantinha um sorriso terno nos lábios.

Matilde se aproximou de nós e me entregou um copo com leite morno que eu tomei o mais rápido que pude, também nos entregou os remédios que o chofer havia comprado, o que chegaram no momento certo, pois Carlos Daniel se queixava bastante de dor que, apesar de sua teimosia em me agarrar, ele não conseguiria evitar mesmo se ficasse quieto.

– Meu amor, eu preciso ir. – Eu disse à ele olhando-o seriamente e ele me devolveu um olhar manhoso, o que quase me convenceu a ficar, mas não podia cair em sua manha.

– Não se preocupe, eu cuido dele enquanto estiver fora. – Matilde me disse entregando-lhe alguns comprimidos e água antes que ele pudesse dizer algo.

Me despedi dele com um breve beijo e Matilde me acompanhou até a saída da casa.

– Minha filha, eu não sei como lhe dizer o que eu estou sentindo agora. – Matilde me disse antes que eu me despedisse dela, em seu rosto um sorriso singelo e um olhar emocionado. – Se você soubesse o bem que faz ao Carlos estando com ele... Eu não me lembro quando o vi tão feliz da vida assim...

– Sabe Matilde, tem coisas acontecem em nossas vidas que não entendemos... – Eu respondi pensativa. – Mas para tudo há uma razão e, acredite, eu também estou feliz da vida por tê-lo comigo. Jamais imaginei que algo assim pudesse me acontecer algum dia, eu o amo e o quero comigo, quero cuidar dele. – Continuei espontânea, parecia que eu a conhecia há muito tempo pela liberdade que continha em minhas palavras.

– Ah sim, minha filha... E ele te ama também, eu sei. E tenha certeza, Carlos Daniel vai te fazer muito feliz. – Ela disse emocionada. – Ele é maravilhoso e é um homem que carrega uma dor muito grande na alma, mas eu tenho certeza que ter você por perto já não existirá mais. – Ela concluiu pensativa, logo me deixando também pensativa. “O que será que ela quer dizer quando fala assim de Carlos Daniel?”

Não pude ficar muito tempo com ela, pois tive que ir para não voltar muito tarde, pois já estava escurecendo. Fui à minha casa para tomar um banho e pegar algumas roupas para levar de volta. Avisei à Adelina sobre o que aconteceu e a tranqüilizei, também falei com Phia, que não queria me deixar voltar sem ela, mas lhe prometi que no dia seguinte a buscaria quando saísse da fábrica e a levaria junto comigo para a casa de Carlos Daniel. Com elas estava tudo esclarecido, mas o que eu menos esperava aconteceu.

– Aonde você está indo de novo, Paulina? – Papai perguntou quando me viu descendo com uma pequena mala nas mãos.

– Oi papai. – O cumprimentei com um beijo. – Eu vim em casa pegar algumas coisas, estou indo para a casa do Carlos Daniel.

– Desde que você começou a andar com este rapaz, você não pára em casa Paulina! – Achei estranho papai me advertir assim, pensei que ele sabia o que aconteceu.

– Não te disseram que Carlos Daniel sofreu um acidente e está ferido?

– Sim, eu soube... Mas isso não significa que você tem que ir morar lá. – Ele disse apontando para a bolsa que eu segurava.

– Está com ciúmes, papai? – Sorri e me aproximei dele.

– N-não, é que... Desde que você começou a sair com ele, já não conversamos mais... Nem sobre a fábrica... Você ficou o fim de semana fora e eu pensei que... – Ele dizia meio sem graça enquanto eu achava fofo o jeito de meu pai falar, como nos velhos tempos.

Conduzi o meu pai à cozinha e fiz um café forte para nós, ele perguntou sobre o fim de semana na fazenda e como estavam indo as coisas com Carlos Daniel, disse que sentia muito pelo que aconteceu e que esperava que ele se recuperasse em breve, pois não havia esquecido de uma conversa pendente que eles teriam a qual Carlos Daniel se safou. Ele me contou que trabalhou na fábrica durante o fim de semana e que estava empolgado, pois vamos reerguer a fábrica dignamente e não vamos ter prejuízos, nem mesmo deixar que nossos colaboradores sofram mais com as conseqüências e fiquei feliz quando ele citou Carlos Daniel como um bom homem, um enviado dos céus para nos ajudar. Papai parecia muito melhor, parecia sereno, tranqüilo, e senti que ele estava se esforçando para manter sob controle o maldito vicio que deixou que tomasse conta de sua vida e o deixou tão mal, levando consigo a sua família e sua fabrica. Logo, nos despedimos e eu pude voltar à casa de Carlos Daniel tranqüila.

Cheguei à casa de Carlos Daniel e já estava um pouco tarde, Matilde me recebeu novamente com a mesma simpatia de sempre, e fomos até o quarto de Carlos Daniel que dormia. Então, Matilde me convidou para um chá numa sacada no andar de cima, próxima ao quarto dele e conversamos um pouco.

– Os remédios são fortes e ele sentia dores. Ele quis tomar um banho, insisti para que ele não o fizesse sozinho, mas ele é muito teimoso, então pedi que Gabriel o ajudasse, mas não sei se é o correto já que ele ainda está assim com todas essas ataduras no corpo.

– Não é o correto, Matilde. Eu pensei que voltaria logo para ajudá-lo, mas não consegui. Vou ligar para um fisioterapeuta e agendar uma visita para amanhã, ele poderá nos instruir sobre como cuidar de Carlos Daniel até ele melhorar.

– E ele vai ficar bom logo, com você aqui não tem outra! – Ela disse amavelmente, me deixando vermelha.

– Matilde... E a família do Carlos Daniel? A senhora disse que ele tem irmãos. Eles vivem perto? – Perguntei curiosa, apesar de saber que ela poderia ponderar em seus comentários.

– Bem, sim... Eles vivem aqui na capital. Eram quatro irmãos, Alexandre, Carlos Daniel, Stefani e a Malu... – Ela disse devagar ficando pensativa. – Todos sempre foram muito unidos, até que antes do...

– ...Do acidente da Malu...

– Isso, do acidente da Malu. – Ela me olhou com olhar triste e nostálgico. – Aconteceram muitas coisas e, como as coisas já não estavam boas, com a morte da Malu, Carlos Daniel decidiu sair de casa, morou num hotel por algum tempo, mas tinha esta casa que estava em construção.

– E ninguém pediu que ele voltasse para casa? – Perguntei intrigada. “Se Carlos Daniel era tão ligado assim à família, como com sua saída de casa, ninguém lhe pediu que voltasse...?”

– Sim, a dona Piedade Bracho. A avó deles, ela praticamente o implorou. Ela sofreu muito sentindo a falta dele, pois é o neto mais chegado, ela praticamente o criou e ele sempre estava com ela. Mas ele preferiu morar sozinho mesmo...

– E você veio com ele... – Disse o óbvio sorrindo-lhe ternamente.

– Sim, não podia deixar meu menino sozinho, ele precisa de mim! – Ela sorriu de volta. – Mas filha, pelo que vejo, você ainda não sabe muito sobre ele, mas não se preocupe que aos poucos saberá. Tenha paciência que quando ele estiver pronto, vai te contar tudo. Não tem sido fácil para ele estar longe da família, ele tornou-se um homem solitário mas aí ele te conheceu, e vê-lo assim tão feliz é algo que me trás tamanha felicidade também. Então, fique tranqüila que tudo o que tem a ver com ele, ele vai te mostrar no tempo certo.

– Tudo bem, Matilde. Terei paciência para esperar que ele me diga tudo. – Sorri-lhe agradecida. Conversamos mais um pouco, mas logo nos despedimos e eu fui até o quarto de Carlos Daniel ver como ele estava.

Entrei em seu quarto e o vi ainda dormindo, estava em um sono tranqüilo e não quis acordá-lo, ele precisava descansar. Fui até as janelas de seu quarto e olhei através do vidro aquela imensidão de jardim e me pus a pensar em tudo o que Matilde havia me dito. Apesar de tudo, jamais imaginei que um homem como Carlos Daniel seria tão só, um homem que tem tudo, pelo menos tudo o que o dinheiro pode comprar, bem, mas o dinheiro não compra a felicidade, pode fazer o contrário.

– Paulina, você está aí? – Ouvi a voz de Carlos Daniel me chamar baixinho.

– Sim, Carlos Daniel, já estou de volta. – Disse aproximando-me, sentando perto dele.

– Pensei que não ia voltar mais, acabei dormindo...

– Eu te disse que voltaria... – Eu disse acariciando os cabelos dele. – É que precisei falar com meu pai, você sabe...

– Uhum, temos uma conversa pendente, ele não deve ter esquecido isso. – Ele sorriu terno.

– Sim, e não esqueceu mesmo. - Sorri de volta.

– Mas não se preocupe minha vida, que logo esta conversa acontecerá, é que infelizmente...

– Shhh... – Coloquei meus dedos em seus lábios interrompendo-o e os acariciei com carinho. - Não se justifique, pense agora em sua recuperação. – Pedi tocando o seu pescoço com as pontas de meus dedos até chegar em seu peito e acariciá-lo.

– Te amo! – Ele disse sussurrando lábio contra lábio quando me puxou devagar e me beijou suavemente, passeando sua língua quente em minha boca com uma mistura de calma e ânsias e um beijo que era para ser ligeiro, tornou-se longo.

Apoiei-me sobre a cama com as mãos entre o corpo de Carlos Daniel com cuidado para não machucá-lo, levantei uma de minhas mãos para acariciar seus cabelos e ele enfiou sua mão livre dentro de meus cabelos enviando um calafrio por todo o meu corpo, aquele beijo tão intenso me transportou para um lugar que eu não queria mais sair, mas não podíamos continuar, não agora.

– Não, Carlos Daniel... É melhor não. – Pedi ao interromper o beijo, ainda com cuidado para não machucá-lo. Qualquer movimento brusco poderia comprometê-lo.

– Mas Paulina...

– Não, e é a ultima palavra. – Eu disse contradizendo todos os meus sentimentos. – Entenda, meu amor... Você tem que ficar bom logo e se ficar forçando, pode piorar e eu não quero que fique mais machucado que já está. – Pedi segurando sua mão.

– Não é uma coisa fácil de obedecer quando se tem uma mulher como você por perto o tempo todo me provocando, mas tudo bem. – Ele assentiu em tom de manha. – Mas eu vou cobrar cada beijo e cada caricia que você me deve, senhorita Martins.

– E eu vou lhe pagar com juros e acréscimos, senhor Bracho! – Respondi travessa e beijei a ponta de seu nariz. – Agora você vai se comportar e ficar quietinho aqui enquanto eu troco de roupa.

– Sim, senhora! - Ele apenas me puxou novamente para si e me beijou, agora com um beijo rápido. Logo, eu fui trocar de roupa em seu closet, que por sinal, era muito grande e tão cheio que eu me perguntei por uns instantes se ele já usou todas aquelas roupas e acessórios que continham ali, supus então que não, é claro.

# Carlos Daniel narrando #

Enquanto Paulina se trocava no closet eu lutava contra o sono, não queria dormir, queria aproveitar cada minuto para estar com ela.

– O que me diz de assistirmos a um filme? - Eu perguntei quando a vi voltar do closet ainda mais linda vestida em uma camisola rosa claro que cobria metade de seu corpo.

– Perfeito! - Ela disse sorrindo enquanto ia até o home theater pegar o controle da TV.

Rapidamente Paulina voltou para a cama, ajeitou seu lugar e sentou-se ao meu lado, parecia bem a vontade em estar ali em minha casa e isso me deixou muito feliz.

Escolhemos uma comedia romântica. Eu não era muito fã de comédias românticas, mas a minha vida não é uma? Pensei com ironia.

Paulina deitou-se a uma curta distância de mim e eu rapidamente a trouxe para mais perto, sentir seu calor me acalmava. Mas sentia que somente esse tanto de contato não era o suficiente, nunca era.

– Meu amor! - A chamei tentando ganhar sua atenção, e quando Paulina me olhou, acariciei a maçã de seu rosto com carinho enquanto meus olhos percorriam por sua extensão e pararam sobre seus lábios.

– O que foi meu amor? - Ela perguntou quando permaneci calado apenas a admirando. – Está sentindo alguma dor? - Perguntou agora com preocupação. – Bem, acho que já esta na hora do seu remédio! – Disse conferindo as horas em seu celular.

– O que estou sentindo no momento nenhum remédio poderia aliviar! - Eu disse em tom divertido enquanto a olhava profundamente.

– Carlos Daniel... - Paulina murmurou me olhando em súplica. – Por favor... Sabe que não podemos! - Insistiu já tentando se afastar novamente.

– Somente um beijo! - Disse enquanto fazia uma cara que pudesse convencê-la. – Só um beijinho e prometo me comportar por hoje! - Pedi sorrindo enquanto a segurava pela mão para que se aproximasse novamente.

– Porque você se tortura dessa forma? - Perguntou sorrindo.

– Porque eu te quero! - Respondi com um sussurro enquanto olhava seus lábios curvados em um sorriso.

Devagar senti Paulina render-se ao meu pedido e se aproximar-se, deixei que nossos lábios se tocassem enviando ondas de desejo por todo meu corpo, Paulina estava me enlouquecendo com essa historia de que não podíamos. Céus, acho que poderia agüentar mais um pouco todas aquelas dores só pelo prazer de tê-la novamente.

O beijo começou calmo mas eu logo o aprofundei, e ignorando qualquer dor rapidamente tirei meu braço preso na tipóia e a fiz deitar-se na cama e logo me deitei por cima, sabia que meu peso sobre ela poderia ser demais, mas estava fazendo meu melhor para não machucá-la. Meu braço tremia diante do peso que tentava sustentar, mas eu não me importava, a única coisa que queria naquele momento era beijá-la.

Abandonei seus lábios em busca de ar e provei de sua pele beijando seu pescoço.

– Carlos Daniel! - A ouvi me chamar e por um momento odiei esse lado responsável dela. – Por favor, Carlos Daniel... Eu já disse que não podemos.

Antes que ela pudesse continuar com seu protesto, tomei seus lábios em um beijo faminto calando-a, e quando senti suas mãos macias percorrerem meu pescoço acariciando-me sabia que a tinha vencido, ela queria tanto quanto eu queria.

E quando tentei trocar de posição, gemi alto de dor...

– Carlos Daniel! - Paulina disse meu nome alarmada enquanto eu me contorcia a seu lado segurando as costelas.

Meus olhos lacrimejaram com aquela miserável dor, nunca pensei que isso poderia doer tanto assim e Paulina ajoelhou-se a meu lado na cama e começou a acariciar minhas costas enquanto esperava que a dor diminuísse.

– Vou ligar para o médico! - Ela disse sem saber o que fazer, mas segurei seu braço a impedindo que fosse.

E só quando a dor diminuiu um pouco fui capaz de falar...

– Vai passar! - Disse a acalmando.

Demorou amenizar a dor, mas quando diminuiu me senti aliviado...

– Você precisa tomar seus remédios! Os analgésicos são para evitar que isso aconteça! - Paulina disse afastando meus cabelos de minha testa. – Vou pegar uma jarra com água e volto já! - Ela me disse já se levantando.

Paulina estava muito séria, talvez estivesse chateada com minha insistência, não entendi o motivo para toda aquela seriedade.

– Meu amor! - A chamei antes que atravessasse a porta. – Tudo bem? perguntei a olhando seriamente.

– Não, não está... - Ela disse pensativa enquanto olhava o chão como se de repente houvesse algo interessante ali. –...Mas vai ficar! – Completou finalmente me olhando rapidamente e saindo.

Fiquei sozinho olhando a porta vazia sem vê-la, entendia a preocupação dela, depois de todo o susto que tomou a única coisa que Paulina queria era cuidar de mim e eu estava dificultando sua tarefa.

Bom, não tirava sua razão, mas a minha era tão nobre quanto à dela, depois de fazê-la minha, a única coisa que poderia querer e tê-la para sempre em meus braços.

– Carlos Daniel, meu bem! - Uma voz sensual e extremamente irritante me despertou de meus pensamentos, eu mal tive tempo de raciocinar e alguém se sentava ao meu lado e beijava a minha boca.

Rapidamente virei o meu rosto, aquele perfume barato enjoado só poderia pertencer a uma pessoa, me forcei a me separar daquela que me beijava.

– O que você faz aqui, Victória? - Perguntei com irritação. – Como entrou? - Perguntei a olhando de uma forma que seria capaz de matá-la.

– Os seguranças me conhecem e me deixaram entrar! - Ela respondeu me olhando com a testa franzida.

– Pois então você vai sair daqui agora! - Exigi em tom baixo, mas muito irritado.

– Soube que está mal e vim te ver. Está precisando de alguma coisa? - Ela perguntou ignorando meu pedido, com muita ousadia passou uma de suas mãos em meu peito e, com isso, me deixando ainda mais irritado.

– Você realmente não sabe quando deve ir! - Disse em tom seco enquanto retirava sua mão de meu peito, inútil, pois ela passou a acariciar minha perna subindo sua mão com sensualidade.

Ela estava tentando me seduzir, como tinha feito muitas vezes, mas dessa vez não funcionaria.

– Você desapareceu no final de semana! - Insistiu em tom manhoso. – Senti saudades! - Completou me olhando de forma sedutora e aproximou-se para me beijar, sem sucesso.

– Nunca te dei motivos para sentir saudades de mim, nunca tivemos nada mais além de apenas sexo. Então, você vai embora com suas próprias pernas ou terei de jogá-la para fora? - Perguntei em tom controlado.

Eu olhava para a porta o tempo todo. Como explicaria à Paulina sobre a presença dessa mulher em meu quarto vestida quase como uma prostituta barata? Me perguntava com preocupação, tinha de tirá-la dali antes que Paulina voltasse, se eu tivesse alguma sorte.

– Não sente saudades dos velhos tempos? - Ela perguntou com um sorriso descarado enquanto seu olhar percorria o meu corpo. – Talvez você precise de um pouco de carinho...

Mais uma vez ela tentou me beijar, mas a segurei antes que conseguisse. Nossos rostos estavam muito próximos, seu perfume deixou meu estomago embrulhado, tudo em Victoria me deixava enojado, não sei como um dia fui capaz de levá-la para cama.

Eu não era o homem que sou hoje, o qual eu me tornei para merecer o amor de Paulina.

– Você está me tirando do sério, Victoria... Vá embora! - Pedi uma ultima vez a olhando nos olhos.

– Carrrlos Daniellll!!?

Senti meu sangue gelar, meu coração disparou e senti meu rosto perder a cor. Paulina estava parada à porta nos olhando com os olhos bem abertos, surpresa.

Conhecia bem demais a Victória para saber que ela seria capaz de acabar com meu relacionamento, mas nunca permitiria que nada de meu passado obscuro interferisse em minha felicidade ao lado da mulher que amo.

– Pa-Paulina! - Eu disse afastando Victória rapidamente.

Victória lançou um olhar nada amigável a Paulina que olhava para ela e para mim evidentemente confusa...

– Por favor, meu amor... Eu posso explicar! - Eu disse antes que Paulina começasse a pensar coisas que não eram certas.


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Notas finais do capítulo

Etaaaaaa, e agora? O que será que vai acontecer? Façam seus comentários, isso nos trás mais ideias e ânimo para continuar escrevendo! Rs

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Super beijo e até o proximo cap.

Tamy e Mart :**