O quê? Eu não estou pronta para sair de casa, ficar longe do meu pai, pois sempre nas viagens que papai fazia eu ia junto dele, e ainda mais eu vou me mudar para a casa do meu namorado, e, nem nos sonhos mais loucos do papai, ele imagina que eu namoro León Vargas.

Fico um tempo em “transe” mais logo escuto meu pai me chamando:
–Violetta, Violetta, Violettaaaaa!- Fico assustada com os gritos do papai tentando chamar a minha atenção.

–O que papai?

–Vai para o seu quarto e arrume suas coisas você vai ir hoje mesmo para a casa do Sr. Vargas.- Papai fala enquanto vem em minha direção para me dar um abraço.

–Como é que é? Como assim eu já vou ir hoje?- Falo com uma face confusa e ao mesmo tempo espantada.

–Sim, pois eu, Olga e Ramalho vamos ter que ir amanhã bem cedo e eu não quero te acordar as 05h00min da manhã. -Não falo nada apenas subo as escadas e vou arrumar minhas malas. Percebo que alguém bate em minha porta, era papai, eu abro a porta e ele entra sorridente, senta em minha cama, esfrega suas mãos uma na outra e diz:

–Violetta! Tenho uma ótima notícia! Você vai ter o seu próprio apartamento em Londres!

–Como é? Aonde é que está o “ótimo” nisso? Pai se você não sabe eu sou menor de idade e faz pouco tempo que começou as aulas, e outra eu tenho namora... Amigos!

–Sim eu sei, mas você vai morar com uma empregada, terá uma governanta e amigos você arruma em qualquer lugar, e, além de tudo eu confio em você, e você é madura o suficiente para se virar sozinha.

–Mas papai!... -Antes de terminar papai me interrompe;

–Violetta sem “mas papai” você vai para França hoje à noite e sem mais conversa!

Papai sai do meu quarto e eu sento em minha cama e começo a chorar, justo agora que minha vida ia bem, tinha amigos verdadeiros, o namorado dos meus sonhos e uma escola não tão legal, porém uma escola.

Pego o meu diário, pois fazia dias que não escrevia mais nele, escrevi tudo o que eu sentia, e, enquanto eu escrevia lágrimas caiam sobre o meu rosto e caiam nas folhas do meu diário.

Limpo as lágrimas do meu rosto, me levanto da cama e continuo arrumar as minhas malas, de repente León entra em meu quarto sem ao menos bater e me abraça forte, percebo que ele também estava chorando, sabia que era a última vez que iria sentir o perfume dele antes de ir para França. Ainda estávamos abraçados então León cochicha em meu ouvido:

–Violetta, não importa aonde você vai estar eu sempre vou estar te esperando! Eu te amo Violetta Castillo.

–Eu Te amo León Vargas!

León fica me abraçando por um bom tempo até a hora que o Sr. Vargas bate na porta e diz que já estava na hora de León ir para casa e que a Olga iria arrumar as suas malas, León sai do meu quarto sem ao menos poder se despedir, mais um motivo para eu continuar a chorar.

Terminei de arrumar as minhas malas e dormi um pouco, sabia que a viagem iria ser muito longa.

Acordo com batidas em minha porta era Ramalho me chamando dizendo que já estava na hora de ir, me levanto da cama coloco uma roupa qualquer e faço minhas higienes. Saio de casa sem a mínima vontade de entrar no jatinho do papai.

Depois de horas de viagem tanto de carro quanto de jatinho, chego à França, o apartamento era lindo, mas nem reparei em detalhes, quanto encontrei o meu quarto, tinha uma mulher que eu já conhecia Angie, a moça do beco.

–Oi Violetta! Violetta? Eu acho que estou reconhecendo você de algum lugar, mas não de onde! -Angie fala confusa não se lembrado do horrível acontecimento daquela noite.

–Sim Angie, nós já se conhecemos, nos conhecemos naquele beco escuro, naquela noite da qual eu nem quero lembrar!

–A sim! Lembrei, mas, me diz uma coisa, o seu pai sabe que você já saiu sozinha no meio da noite indo direto para um beco sem iluminação?

–Não! E espero que não fique sabendo! -Falei mandando uma indireta para a Angie.

–Ok! Se depender de mim, seu pai nunca vai saber daquilo! - Angie falou sorrindo.

–Então, você será a minha governanta não é? - Falo cabisbaixa.

–Sim, mas, eu não quero ser apenas a sua governanta, quero ser a sua amiga, uma amiga da qual você vai poder confiar, está bem? - Angie fala abrindo os braços, pronta para me dar um abraço forte.

–Está bem! -Falo dando um sorriso de leve e abraçando a Angie.
Mas, por mais que estava feliz por poder confiar em Angie já estava morrendo de saudade dos meus amigos, pois eu vim para a França sem ao menos me despedir deles.

Angie me deixou sozinha em meu novo quarto, desfiz as malas, tomei um banho quente, coloquei um pijama. Depois que me deitei tentei ligar para a Fran e explicar o que aconteceu, pois ela nem imaginava que eu vim morar na França. Ela não atendeu, nas tentativas fracassadas de ligar para meus amigos acabei pegando no sono.
No dia seguinte acordei mais tarde do que o previsto, por incrível que pareça eu estava com saudade daquele barulho irritante do despertador.

Levantei, tomei um bom banho me vesti e acabei me lembrando de quando León bateu em minha porta e eu sem querer o atendi só de toalha, fiquei rindo sozinha em meu quarto, uma mulher estranha que dizia ser a minha empregada veio me chamar para o almoço, aproveitando o momento pedi o nome dela, era Clotilde, eu particularmente achei esse nome meio estranho, mas... Fazer o quê?!
Fui até a cozinha, almocei na companhia da Angie. Depois disso fui conhecer a cidade e então me lembrei do meu último dia em Buenos Aires, quando eu, Cami, Fran e León íamos a caminho da escola soltando gargalhadas.
Conheci a cidade, mas sinceramente não prestei muita atenção nos pontos turísticos de lá. Voltei para casa e quando eu entro no meu apartamento trombo no sofá e então eu me lembro do nosso pijamão. Em cada ação minha, eu se lembrava dos meus amigos, estava tentando ligar para eles o dia inteiro, mas ninguém me atendia.
Passei o resto do dia em meu quarto, já estava anoitecendo, e então eu recebo uma ligação, era a Francesca:
LIGAÇÃO ON.

–Oi amiga, porque você não veio à escola hoje?

–Eu não vou mais ir!

–Ué e qual é o motivo da sua rebeldia?

–Porque meu pai me mandou aqui para a França, e eu não sei quando é que eu vou voltar, talvez nunca. -Falo com os olhos marejados.

–Ahn? Como assim? O quê? Calma ai! Me explica isso ai direito! Violetta Castillo que história é essa de ir morar para a França sem ao menos avisar os seus amigos?

–Amiga, me desculpa, eu também não sabia, papai me avisou horas antes, e, foi tudo tão rápido que nem eu consegui acompanhar!–Falei já chorando muito.

–E quem mais sabe da sua partida?

–Apenas León, mas eu nem se quer me despedi ele do modo certo, Fran sinceramente eu não queria ter vindo para cá, mas eu não tive escolha.

–Calma Vilu, tudo vai se resolver no momento certo. Mas pode ter certeza que eu e todos os seus amigos vamos contar os segundos para você voltar! Pode ter certeza! Mas, como está ai? Já conheceu muitos lugares?

–Eu sai um pouco de casa hoje a tarde, mas, não reparei muito. Na verdade tudo o que eu faço aqui na França me faz lembrar-se de vocês e nos acontecimento que aconteceram ai em Buenos Aires.

–Olha Vilu logo nós estaremos todos juntos novamente, brincando e dando gargalhadas, pode ter certeza disso!

–Tomara!

–Então, me conta mais dai da França? Eu quero saber de tudo!

–Pra começar meu pai arranjou uma empregada meio estranha o nome dela é Clotilde... -Falo dando risada e percebo que do outro lado do telefone Francesca também da gargalhada.

–Como é que é? Eu escutei direito? O nome da sua empregada é Clotilde? Parece nome de bruxa de filminho infantil!

–É! Kkk! É isso mesmo o que você ouviu! Kkk, enfim continuando, Eu não sei se eu contei para vocês, mas tinha uma mulher naquele beco que eu me meti naquela noite em que o Diego descobriu sobre eu e o León, pois é, mais o fato é que essa mulher é a minha governanta, e sim agora eu não vou mais à escola, agora eu tenho uma governanta, isso pode parecer legal, mas eu ainda estou com as minhas dúvidas.

–Vish! Que negócio louco kkk Mas você já arranjou amigos ai?

–Não, e agora vai ser difícil, não vou mais para a escola e isso me impede de fazer novas amizades.

–Mas enfim amiga vou ter que desligar amanhã eu te ligo de novo, para ver como você está. Beijos até amanhã tchau! Ah, e cuida para a Clotilde não tentar te matar com uma faca de serrinha kkk!

–Kkkk Sim, sim amiga eu vou cuidar kk Mas então tchau beijos e até amanhã.

LIGAÇÃO OFF

Depois da minha conversa com a Fran, desço até a cozinha e arrumo um sanduíche para comer em meu quarto, aproveito o momento e aviso a Clotilde para não precisar fazer janta para mim.
Quando vou subir as escadas tropeço, e o que me faz lembrar a noite do “Sanduíche perdido”, e Então começo a rir sozinha.
[…]
[…]
[…]

Bom, dias e dias foram se passando, o que foi formando meses e até que chegou há um ano e meio.
No percorrer do tempo perdi o contato com todos os meus amigos de Buenos Aires, também não conquistei nenhum amigo na França, a única pessoa em que eu confiava era na Angie.
Em mais um dia qualquer, imenso de tédio de desgosto, meu pai vai até o meu apartamento dizendo que iriamos voltar para Buenos Aires, nossa! Foi a melhor notícia dita em anos. Eu não podia acreditar voltar para Buenos Aires, voltar para uma escola, Voltar para os meus amigos, voltar para León! Mas será que León ainda está me esperando, ou será que encontrou outro alguém. Eis a questão...·.