Estava rumando para minha sala, quando sinto uma pequena e fria mão gelada me puxar para trás, olho a face da pessoa responsável por tal ato e me surpreendendo ao descobrir que é Lara.

—Posso ajudar? -Pergunto arqueando as sobrancelhas.

—Pode sim, você ajudaria muito ficando longe do León, não o quero perto de piranhas.

—Escuta aqui garota, não se preocupa porque eu não quero estar perto da presença daquela criatura repugnante, ele me da náuseas então, relaxa, porque eu não sou nenhuma ameça, e, como assim você não quer León perto de piranhas? Porque, a maior piranha que eu já conheci esta namorando com ele! -Sorrio e me solto dos seus braços continuando meu percurso até a minha sala, distraída olhando os novos rostos que estavam na minha escola, que, sinceramente, eram lindos.

Quando chego na porta da minha sala acabo esbarrando de novo em León, e, antes que ele pudesse falar alguma coisa, meu sangue ferve de tanta raiva.

—Você não tem senso de espaço?! olha por onde anda, eu juro que a próxima vez que esbarrar em mim de novo, sendo proposital ou não eu vou bater na sua cara!

—Olha, olha, olha! -León fala chamando a atenção de todos as pessoas que estavam dentro da sala de aula. - Parece que esse ano a Violetta voltou com mais atitude! Vamos ver por quanto tempo essa frieza vai! Aposto que não dura muito, até porque creio que é só eu falar uma palavra carinhosa que você se derrete toda, ou não vai admitir que ainda morre de amores por mim? Todos nos sabemos Violetta! -Diante de todas aquelas palavras eu simplesmente fico empacada sem reação nenhuma, minha garganta de fecha e eu só consigo escutar os burburinhos de fundo, rindo e falando coisas que eu não me detive em prestar atenção.

Fico olhando ele sem saber o que dizer e meus olhos começam a vacilar, ficam marejados e eu os fecho torcendo para não cair nenhuma lágrima, não! Ele não vai me ver chorando, ele não vai me ver vulnerável, ele não me causa impacto, ele nunca vai me ver fraca! Nunca!

—Não vai dizer nada Violetta? Agora é a sua deixa para falar o que sente por mim, vamos, coloca as cartas na mesa, não terá outra chance, tem até uma plateia na expectativa esperando sair uma frase da sua boca, ou esta com medo, você tem medo de mim? Tem medo que eu não goste de você da forma que você espera?

Eu já estava ofegante, e não suportaria escutar mas nenhuma palavra que saia da boca dessa pessoa arrogante. Sem conseguir segurar as lágrimas me desvio daquele corpo grande e saio correndo para qualquer lugar, escuto o sinal tocar, mas isso não me interessava e nem me deteria, continuei correndo ate a sala do zelador, que se encontrava vazia, entro no pequeno comodo cheio de vassouras, produtos de limpeza, panos e espanadores. Me sento no chão gelado e me escoro na parede, tentando controlar minha respiração e minhas lágrimas que, teimosas, insistiam em sair. Depois de uns quinze minutos, respirei fundo e sai do pequeno recinto, vou ate o banheiro e lavo o meu rosto, logo após, vou até a minha sala, entro na mesma e todos me olham e ficam em silêncio, exceto León que da uma risada forçada, engulo a seco e coloco uma mecha do meu cabelo para trás da orelha, me sento em uma carteira no fundo da sala, ignorando os olhares dos alunos e da professora.

A aula percorreu normalmente, tirando o fato de que não entendi nem um pouco da matéria, talvez porque minha cabeça não estava focada no assunto, ou porque León não fechava a maldita boca, o que vez a professora trocar ele de lugar e colocando atrás de mim, suspirei e tentei ignorar a presença dele, mas tava meio difícil porque ele não parava de mexer no meu cabelo com aquele maldito lápis.

Eu não conseguia me concentrar, a matéria não entrava na minha cabeça, estava parecendo uma missão impossível, sem contar o fato do irritante do León não ter parado com o lápis.
Quer saber?, Chega!

—Porra, León! Se você não parar com esse maldito lápis eu vou jogar ele longe, e você vai junto! -Grito, e ele fica me olhando tentando conter o riso, na verdade, ele e o resto da turma, todos estavam com a atenção focada em mim, inclusive a professora.

Vi a mulher de mais idade, com algumas mechas grisalhas, vindo em minha direção bufando, ela parou na frente da minha carteira e apontou o dedo indicador para a porta da sala. Uma mensagem silenciosa de: “Fora da minha aula!”.

Suspirei e sai da sala com passos largos, o corredor estava vazio já que todos os outros estavam em suas respectivas salas, mas, escuto passos atras de mim, olho para trás e era León.

—Onde você esta indo? -Falo franzindo o cenho e parando de caminhar. Ele não fala nada até chegar do meu lado.

—Vim te fazer companhia na direção. -Ele sorri e continua a caminhar me deixando para trás boquiaberta.