Aparências escrita por With


Capítulo 1
Capítulo Único - Aparências


Notas iniciais do capítulo

Olá, sejam bem vindos ao universo de "Aparências". Escrevi essa fanfic de madrugada e achei que seria interessante compartilhá-la com vocês. A personagem central é Inoue Orihime. Gosto bastante dela e espero que ela tenha um destaque nessa nova saga do mangá. Espero realmente que gostem e tirem alguma mensagem.Boa leitura a todos.



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Aparências

Todos dos dias Inoue Orihime sentia-se vazia. Há anos que seus olhos não captavam mais a magia da vida, levando-a a tomar a realidade como seu mundo. Desde que Kurosaki Ichigo se fora, ela se permitia perder-se pelas aparências e não mais pelos sentimentos. Crescera, amadurecera e perdera toda a inocência que um dia possuiu. Sua imagem agora era outra, já não se reconhecia.

As pessoas diziam que nada havia mudado, que ela continuava a mesma de anos atrás... Palavras mentirosas ditas apenas na tentativa de consolá-la, o que nunca aconteceria. Relembrar épocas remotas trouxe lágrimas a seus olhos cinzentos e embaçadamente ela fitou as horas no relógio de cabeceira: Três e meia da manhã. E ela não sentia sequer um resquício de sono enquanto seu marido se aventurava no mundo das fantasias.

Sim, Inoue Orihime se casara com um dos seus melhores amigos: Ishida Uryuu. E por mais que ele a amasse e demonstrasse todos os dias, ela sorria e murmurava sem calor nem paixão um “eu te amo”. Aquilo a estava matando aos poucos, de forma lenta e dolorosamente. Jamais quis ferir ninguém e no final fora ela a mais ferida. Quanta ironia...

Aquela era a sua vida há cinco anos, regada de falsas juras de amor, de reles carinho e falta de afeto de sua parte. Os sentimentos que existiram dentro dela morreram gradativamente, restando apenas à capacidade de se automutilar em silêncio. E como ela se sentia um trapo, alguém que merecia estar sofrendo. Ela era o ser humano mais horrível da face da Terra, disso Orihime sabia e aceitava.

Quando foi que as pessoas deixaram de ser importantes para ela? Ah, sim... Ela conhecia a resposta perfeitamente: Desde o dia em que Kurosaki Ichigo, seu único e grande amor, se casara com sua melhor amiga. Evidente que nada a satisfez ao saber da notícia, mas ela era covarde demais para lutar por ele. Lutar para fazê-lo enxergá-la; Lutar para que pela primeira vez ela fosse à primeira. Contudo, Orihime guardou todas as suas vontades e sorriu feliz quando Kuchiki Rukia a convidara para ser a madrinha de casamento. Ao final da festa ela chorou como nunca antes havia chorado e foi consolada pela pessoa mais improvável: Ishida Uryuu.

Desconfiara que ele soubesse o motivo, mas o calor a envolvera tão protetoramente que ela se permitiu ficar. Até hoje. Aceitara-o em sua vida para tapar o vazio que Ichigo deixara, embora soubesse que isso jamais aconteceria. Os beijos não tinham calor, as carícias eram meros atos robotizados, os corpos apenas recipientes para cada um afogar suas mágoas. Fraca e indefesa, Inoue Orihime nunca o rejeitara. Uryuu era o seu porto seguro, o seu pilar, aquele que a ergueria sempre que ela estivesse no chão. Apenas isso seria capaz de despertar por ele o amor que tanto tentava, mas o seu amor Orihime entregara a Ichigo e não fazia a mínima questão de reclamá-lo.

O amor não era para ferir, e sim curar. Então, por que ele a destruíra? Foi então que ela chorou sozinha naquela noite chuvosa, os trovões abafando seus soluços de desespero e dor. A casa imersa em solidão e tristeza, contudo à espera de algo que a renascesse. Tal como a dona sonhara e desistira. Orihime colocou as mãos sobre o peito, apertando a peça de roupa, como se assim pudesse segurar toda dor que sentia.

Dores não apenas emocionais, mas físicas também. O amor a estava matando.

Encolheu-se, abraçada pelos sussurros e lamentos de tempos passados. Tempos que ela poderia reaver, mas que continuava mascarando com aparências. Pois assim era mais fácil viver. Assim era mais fácil suportar e encarnar o seu papel. Porque ela se tornara aparências e fazia dela a sua máscara, a sua couraça protetora. Já não se lembrava mais quem era ou se um dia fora alguém. Estava deteriorando.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que leram, espero que tenham gostado.Um pouco triste, mas eu precisava escrever algo assim. Críticas construtivas, sugestões... Será muito bem vindo.Beijos,With.