O Sentido da Vida escrita por Maanu


Capítulo 2
A Ligação


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo! Espero que vocês gostem!
Boa Leitura ;))



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Cinco anos antes... (dia 21 de julho de 2008)

Sophie

— Alo?

— Oi; oi Sophie.

— Oi mana, tudo bem?— eu logo reconheci a familiar voz da minha irmã, mas, como ninguém respondeu, perguntei— Raquel, é você?

— Sim, sou eu. — eu conseguia ouvir a irmã soluçar, segurando o choro do outro lado da linha. — Sophi... Você precisa vir rápido para casa, o mais rápido possível.

— Mas por quê? Aconteceu alguma coisa com você?

— Ah mana, é a mamãe, ela... Ela não esta nada bem.

— Ok Raquel. Já estou indo. Não se preocupe, vai ficar tudo bem. — falei, mas minha irmã já havia desligado.

Eu sabia o que estava acontecendo. Minha mãe não devia estar nada bem. Já fazia dois anos que ela fora diagnosticada com leucemia. Até agora estava tudo bem, a doença estava inativa, mas, como o médico dissera, ela já estava em um estágio avançado, e, se ela voltasse minha mãe poderia não resistir.

Peguei uma mochila e botei algumas roupas, somente o essencial. Peguei meus documentos e fui até a rodoviária. Tive sorte, pois um ônibus iria sair daqui à meia hora. Ao entrar no onibus, senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, mas não chorei, pois tinha um longo caminho pela frente e não poderia me render agora.

Minha cidade natal era Oxford, a 60 km de Raleigh, onde eu estava morando e cursando a faculdade à 3 anos. Oxford era uma cidade pequena onde cresci e passei a infância com meus pais e minha irmã mais nova, Raquel, que tinha 20 anos. Eu fui morar em Raleigh quando completei 19 anos, para lá cursar a faculdade. Agora eu já estava no penúltimo ano, com 22 anos, e estava cursando veterinária.

Eu já estava chegando na cidade, que não era mais como nos tempos de minha infância, aquela pequena cidade do interior. A cidade já estava mais moderna, com prédios e novas construções crescendo a cada dia.

Sai do ônibus e me dirigi a pé até o ponto de taxi mais próximo. Passando pelas ruas, fui revivendo os “velhos tempos”, onde os pais deixavam as crianças correrem pelas ruas até o anoitecer, pois nada poderia acontecer a elas, pois naquele tempo, não existia perigo. Mas agora, os pais não deixavam mais as crianças brincarem como antes, pois a cidade não era mais a mesma, não era mais aquela pequena e calma cidade do interior.

Quando cheguei na casa dos meus pais já era perto do meio dia, mas percebi que ninguém estava em casa. Dei a volta, indo em direção a varanda dos fundos, onde achei um bilhete deixado por minha irmã. Nele estava escrito que ela e meu pai estavam no hospital com minha mãe, pois ela estava cada vez pior.

Eu olhei ao redor da casa, na qual passei toda a minha infância: nada havia mudado. O riacho continuava igual, com todas aquelas árvores ao seu redor, que, conforme o vento, elas balançavam, soprando ar puro na minha direção.

O canteiro de flores, que minha mãe sempre deixava impecável, estava exuberante, exibindo flores de todos os tipos e cores, principalmente as minhas preferidas: as orquídeas. Avistei o balanço, no qual eu e minha irmã brincávamos nos finais das tardes, olhando o pôr do sol.

Tinha de admitir. Sentia falta daquilo, falta do som do riacho, do canto dos pássaros nas tardes de verão. Sentia falta de tudo, mas, principalmente, sentia falta de ouvir a voz suave de sua mãe, do jeito que ela me consolava quando estava triste, do jeito que ela me fazia rir.

Eu percebi quando meus olhos se encheram de lágrimas, pela saudade que eu sentia de minha mãe. Tentei ser forte, controlar- me, mas não consegui. Não queria perder minha mãe, não iria agüentar viver sem ela.

Eu fiquei ali por mais alguns minutos, até me recompor, depois fui até a rua e caminhei em direção ao hospital.

Cheguei no hospital, que era a algumas quadras da casa dos meus pais, 10 min depois. Ele continuava igual, e ao entrar, senti aquele cheiro estranho, do qual nunca gostei. Encontrei minha irmã na sala de visitas e juntas fomos até o quarto que nossa mãe estava.

Ela estava descansando, e não pode deixar de reparar no quanto ela havia mudado desde a última vez que a vira. Tinha sido no meu aniversário, dia 27 de agosto, quando completei meus 22 anos.

Me sentei ao lado de minha mãe, esperando que ela acordasse. Ela logo acordou, e ao perceber a minha presença, disse, com a voz rouca:

–Sophie, você veio.

–Sim mamãe... Você esta se sentindo bem?- perguntei a minha mãe, que estava muito magra e cansada.

–Eu estou bem sim, filha. – ela respondeu, a voz falhando na última palavra.
Mas eu percebi que ela não estava bem, como o câncer já estava tomando conta do seu corpo, e sem poder evitar, uma lagrima caiu pelo meu rosto. Mas sabia que agora devia ser forte, ser forte pela minha mãe e pela minha família.

Nós conversamos por um longo tempo, mas não muito que meia hora, pois o médico chegou e pediu que eu me retirasse, pois minha mãe precisava descansar.

Raquel me levou até um pequeno restaurante, para comermos algo, pois já era passado das duas horas da tarde e nenhuma de nós havia almoçado. Convidamos nosso pai, mas ele preferiu ficar com Holly, minha mãe, no hospital.

Quando voltamos ao hospital, ficamos lá até de noite, até a nossa mãe novamente pegar no sono. Eu e minha irmã fomos para casa descansar, já que só uma pessoa poderia ficar com nossa mãe, e essa pessoa foi nosso pai.

Eu demorei até pegar no sono, pela preocupação que tinha com minha mãe e por causa de outra coisa que me havia acontecido, algo que eu tinha visto e que não conseguia parar de pensar. Consegui dormir tarde da noite, mas mesmo dormindo, não consegui deixar de pensar nessas duas coisas que atormentavam minha mente.

Acordei as 8hrs da manhã e uma hora depois fui com Raquel para o hospital. Chegamos lá e nossa mãe ainda estava dormindo, e, enquanto nós esperávamos o médico chegar, eu me perdi nos pensamentos sobre a noite anterior.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Até o próximo
Beijos ;**



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