Apaixonada por um Brasileiro Idiota escrita por Ella


Capítulo 15
Nick - part 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus cuts! Aqui estou eu, usando desnecessariamente as notas iniciais. Eu não sei, eu tenho uma queda pelas notas iniciais, porque mesmo sem assunto eu necessito escrever nela. Aliás, obrigada pelos coments! Pensem numa pessoa feliz, essa pessoa sou eu. *-* 8 favoritos, 19 acompanhamentos e 46 comentários. Só falta as recomendações, nérr? ~jogando as indiretas~
E hoje continua a saga Nick. Espero que gostem. E caso alguém me pergunte: Não, não vai haver pov do Nick porque o mino tá morto! Y_Y
Pov da linda e bela Annie.
Boa leitura.



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ANNIE

– Eu já sei o que nós vamos fazer!

– O que?

Acampar! - Hanna respondeu animada.

Acampar? Estamos em São Paulo, Hanna. Não no Texas. - Expliquei, me lembrando dos Estados Unidos, que por mais que fosse sufocante estar lá por causa de meus pais, ainda era meu lugar.

– Humpf. - Ela suspirou. - Será que não tem um raio de um acampamento em São Paulo? Impossível.

Hanna, como uma boa melhor amiga que era, passou a semana inteira tentando me animar para pelo menos sair do meu aconchegante quarto, onde só sai para ir para a faculdade. Não estava tão abalada quanto antes, mas só queria ficar em casa mesmo. Mas Hanna, a persistente, não saia do quarto nem por um minuto. Era tentativas em vão. Eu não sairia deste quarto tão cedo.

– Vamos para alguma balada, então? - Ela tentou novamente.

– A ultima vez que você me perguntou isso eu aceitei e depois você me abandonou, lembra? - Ainda não tinha esquecido aquilo.

– Ah, vamos ser sinceras aqui. Nenhuma de nós duas queria ir mesmo...

Encarei ela sem palavras. Ela sabia que eu queria ir e também sabia que eu sabia que ela queria ir.

– Ok, desculpe. - Ela pronunciou, por fim.

– Hoje você não vai sair com Pitter não? - Perguntei tentando mudar de assunto.

– Eu só vou se você for.

Abri um sorriso cansado.

– Então você vai ficar aqui pelos próximos vinte anos. Eu não pretendo sair daqui tão cedo. - Enfiei meu rosto no travesseiro.

Esculto o som da campainha tocar. Hanna se levantou num pulo e foi correndo para a sala na esperanças de ver Pitt. Aproveitei que minha amiga tinha saído e puxei as cobertas sobre minha cabeça para tirar um cochilo, não que eu estivesse com sono, só precisava mesmo de um tempo sozinha.

Entretanto, não se passou nem cinco minutos e Hanna já estava no quarto novamente.

– O que é agora? - Murmurei sobre o cobertor.

– Nada, é só Jhony que está aqui.

Enfiei a cabeça no travesseiro o tanto quanto pude. Agora que tudo aconteceu eu vejo o que tinha feito; tinha agido como uma idiota. Droga, um tapa na cara de Jhony seria muito mais coerente do que chorar feito um neném. Contudo, depois do acontecido e da conversa com Hanna, eu me senti bem mais leve, como se Nick tivesse me soltado de alguma prisão.

– Onde ele está? - Perguntei.

– Na sala.

– Mentira. Eu sei que ele está ai. - Me sentei na cama, me espreguiçando. - Pode entrar, Jhony. Eu posso parecer louca, mas eu não machuco não.

– Tenho sérias dúvidas. - Ele surgiu na porta com um sorriso carinhoso no rosto. Apesar de me sentir aliviada por ver que ele não estava puto comigo (não iria ficar surpresa se tivesse), senti faltas das ironias, patadas e reclamações.

– Por acaso eu te machuquei alguma vez, garoto? - Perguntei tentando parecer rude, mas falhando miseravelmente.

– Tirando as almofadadas, os beliscões e as agressões verbais? Oh, não. Nunca. - Ele respondeu se sentando em minha poltrona.

– Desde quando almofadas são agressivas?

– Quando elas estão em sua mão podem ser consideradas proibidas. Tenho hematomas para comprovar.

E o silêncio tomou conta do quarto por algum tempo. Hanna tinha desaparecido e não tínhamos nada o que conversar.

– O que você venho fazer aqui?

– Uh... Só queria ver se estava tudo bem. - Ele corou. Jhonatan realmente corou. Eu tive que soltar uma risadinha.

– Eu estou bem, como pode ver. E você?

– Annie você não está bem não. Você acabou de perguntar se eu estou bem? Isso é inédito! - Ele levantou uma sobrancelha. - Mas respondendo sua pergunta, estou bem. Apenas um pouco perturbado.

– Você nasceu perturbado, Jhony.

– Pois é...

E ficou assim, nós dois em um silêncio profundamente constrangedor. Nós nunca, nunca ficávamos sem assunto.

Ok, Annie. Tudo isso foi sua culpa. Isso é completamente sua culpa! Perdi meu namorado, perdi minha família e agora estava perdendo a unica pessoa que (querendo ou não) era meu amigo. Uma das três pessoas na qual eu mais me diverti nestes últimos dias. A pessoa que me fez esquecer de Nick por uns dias, que me trouxe para casa porque não queria vir sozinha e que aturava todos os meus defeitos e reclamações.

Respirei fundo e me levantei da cama disposta a tentar salvar minha nova vida e esquecer completamente a antiga. Disposta a recuperar esses últimos dezenove dias e esquecer esses últimos dezenove anos.

– Jhony, me perdoa. - Fui até ele, abraçando seu corpo o mais forte possível. - Eu não quis agir daquele jeito. Me perdoa. - Solucei.

– Annie, eu jamais iria não te perdoar. - Ele me abraçou de volta.

– É tanta coisa. Tanta coisa que eu nem sei por onde começar...

Naquele momento eu nem me importei com meu orgulho. Eu sabia que tinha perdido todo meu bom senso por fazer isso, mas estar com Jhony era inexplicavelmente tranquilizador.

– Comece pelo começo. - Ele acariciou minhas costas de um jeito bastante desajeitado. Respirei fundo mais uma vez, tomando coragem para contar para Jhony.

Tecnicamente não contei isso para ninguém. Hanna só sabia porque ela vivenciou tudo comigo. E só Deus e ela sabia o quão difícil era colocar tudo aquilo para fora. Me afastei de seus braços e me sentei na beirada da cama, limpando as lagrimas disfarçadamente.

– Tudo aconteceu quando eu tinha 11 anos. Eu tinha um novo vizinho chamado Nicholas. Nick, como eu o chamava, era a pessoa mais adorável que eu já conheci. Como ele era novo no bairro eu me ofereci para mostrar tudo para ele. Droga, ele era bonito e tínhamos quase a mesma idade. Eu seria louca se eu perdesse aquela oportunidade.

– Desculpe, - Jhony interrompeu. - mas você se ofereceu para mostrar tudo a ele? Você pode, por favor, reformular essa frase?

– Quando eu me dei conta já eramos melhores amigos. Fomos crescendo juntos e inseparáveis. Ele montou uma banda e eu na brincadeira me escrevi para o teste de vocalista sem ele saber, mas quando ele me ouviu cantando ele ficou incrédulo e me colocou na banda na mesma hora.

– Mamãe nem se preocupava com a banda, o que era ótimo e ao mesmo tempo horrível. Quer dizer, você não iria se sentir carente e abandonado se seus pais nem se preocupavam que você estava fora? As vezes eu chegava em casa as duas horas e papai apenas me lançava um olhar de desaprovação e porra, eu tinha treze anos!

– Nick e eu começamos a namorar pouco tempo depois, mas ele começou a ficar ciumento e possessivo. Eu nem me importava, na verdade eu achava bem romântico e significava que ele gostava de mim de verdade.

– O tempo foi passando com a banda, com brigas, namoros e todas essas coisas. Nick estava bem para baixo porque queria desesperadamente apresentar a banda de verdade, então sobrava tudo para mim. Algumas semanas depois a banda finalmente foi convidada para tocar em um barzinho perto de casa, eu pensei que Nick ficaria animado, mas não, ele estava mais estressado do que nunca. Por isso tivemos outra discussão antes de apresentar.

Solucei novamente, incapaz de continuar. Eu já podia ganhar uma medalha só por ter confessado tudo aquilo para o Jhony. Agora vinha a parte mais complicada, a parte que eu nunca tinha dito em voz alta.

– Annie, se você não quiser me contar não tem problema. - Jhony se sentou ao meu lado na cama, levantando meu queixo para eu poder olhar para ele.

– Nick... Nick estava arrumando a porcaria do som e levou um choque, Jhony! Nick morreu eletrocutado. Pronto! - Gritei, incapaz de conter o choro. Jhony apenas ficou ali, olhando para mim confuso.

– Esse Nick, ele... ele morreu? - Ele perguntou desnorteado. Eu apenas assenti, chorando.

– Jesus, Annie. Me perdoa. - Ele me puxou para ele um pouco agressivamente. - Me perdoa.

– Não é sua culpa, a culpa é toda minha! Eu era a que sempre arrumava os cabos, eu briguei com ele! Se nós não tivéssemos aquela discussão eu iria ser eletrocutada. Era para eu morrer! Por que não fui eu em seu lugar? - Jhony me soltou de repente e eu fiquei confusa por um momento.

– Você nunca mais vai repetir isso, Melannie. Nunca! - Ele disse surpreendentemente sério.

Encostei minha cabeça em seu peito e fiquei ali, sentindo o perfume de Jhony me sentindo completamente aliviada. Aliviada por ter contado todo meu passado a ele e por ter recuperado meu amigo de volta.

– Obrigada. - Murmurei sobre sua blusa, que já estava encharcada.

– Obrigada pelo que? - Sua boca estava em meus cabelos e eu pude sentir ela se curvando em um sorriso.

– Não sei. Apesar de você ser um tremendo mala, eu me sinto bem quando estou com você. - Senti seu corpo vibrar. Ele estava rindo.

– Annie, hoje você definitivamente não está nada bem.

– Pois é. Você sabe que nunca mais vai me ouvir dizer isso e que amanhã eu vou ser a Annie chata novamente.

– Então eu preciso aproveitar esse momento. Será que eu posso tocar em seus seios agora? Sabe, já que amanhã não vai dar...

– Pervertido.


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Notas finais do capítulo

Então? Ein? Ein? Ficaram chocadas, entediadas, emocionas? Me digam.
Leitores fantasmas já chega de se esconder, né? ^-^
Aproveitem que ainda estão no clima e leiam minha nova fic! *-*
http://fanfiction.com.br/historia/493904/Caso_de_Fanfiction/
Kisses. ♥



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