Feliz aniversário, Saumensch escrita por Wi Fi


Capítulo 1
Feliz aniversário, Saumensch


Notas iniciais do capítulo

beeeem eu demorei pra parar de chorar após o final deste livro maravilhoso, e resolvi escrever essa one-shot....espero que gostem.



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Max Vandenburg olha a carta em suas mãos. Mesmo sua saúde não estando tão bem quanto anos antes, ainda sim ele deveria comemorar. Ele sorriu ao notar que aquilo já tinha acontecido antes: ele dando um presente para ela em seu aniversário, feito à mão.

Assim que Liesel entrou em sua sala de estar, onde seus netos, filhos, os filhos de Max e seus colegas estavam esperando, ela sorriu e foi correndo de encontro a eles, para agradecer. Mas assim que encontrou Max,lhe deu um abraço apertado que fez os olhos do judeu se encherem de lágrimas.

- Oh, Max – ela suspirou – Eu não esperava viver tanto assim...

- Muito menos eu – ele riu – Meu cabelo ainda parece com plumas? Ou está mais para gravetos?

Liesel sorriu, dando um beijo no rosto dele.

- Plumas, meu querido passarinho.

- Espero que goste do livro – Max disse, entregando o embrulho prateado à ela – Embora a carta seja o que mais gostei.

- Só por ser um livro já adorei. Assim não preciso roubá-lo... – ambos riram, enquanto os outros convidados apenas assistiam encantados a amizade dos dois.

- Rosa e Hans, não importa em que lugar eles estejam, estão muito orgulhosos de você, ladrazinha. Eu sei que eu estou.

- Não tem um dia em que não penso neles, ou em Ilsa, ou no Sr. Steiner, ou R-rudy – Liesel respondeu. Sua voz falhou ao dizer o último nome.

- Eu também – admitiu Max – Agora chega de pensamentos tristes.

Liesel Meminger assentiu e abriu delicadamente o embrulho. Seus dedos correram pela capa do livro, admirando seus detalhes. Então o abriu e tirou a carta que estava fixada na contracapa.

“Minha pequena Liesel.

Me dói na alma perceber que você não é mais tão pequena assim. Seu septuagésimo aniversário. Como assim? Ontem mesmo você estava fazendo doze, certo? Não? Espera, passou tanto tempo assim?

Não sei como expressar em palavras, mas creio que não haja um nome para o que sinto por você. Você é minha heroína, Liesel Meminger. Você e seus pais se importaram comigo quando ninguém mais se importava, cuidaram de mim quando ninguém cuidou, se arriscaram muito, passaram fome por dois anos por mim. Mas nunca se zangaram, nunca reclamaram.

Liesel, sobrevivemos à uma guerra, dois bombardeios, fome, frio e doença. Se a morte estava tentando separar nos dois, ela fez um trabalho mal feito. Porque isso nunca vai acontecer, nem a morte separará nós dois.

Existem muitas pessoas más por aí. Elas tentam fazer o mundo um lugar pior. E as vezes realmente conseguem, mas isso não me abala, porque eu sei que tenho um porto seguro, a garotinha da árvore mais alta do bosque, e que nossa árvore nunca conseguirá ser derrubada.

Sei que estamos velhos demais para isso, mas caso algum dia precise de um ombro amigo para chorar, não conte comigo. Porque eu te oferecerei o ombro, o braço, o peito, a barriga, eu inteiro. Passamos por coisas difíceis, cenas horríveis, e essas cenas continuam me visitando de noite, mas eu estou preparado para enfrentá-las, porque sei que você também está.

Provavelmente isso não está fazendo sentido, mas o que estou querendo dizer é que não importa o que acontecer, quantas guerras acontecerem, quantos Hitlers aparecerem, quantas pessoas ao nosso redor morrerem, nosso sentimento é mais forte.

Feliz aniversário, minha Saumensch”

As lágrimas começaram a cair dos olhos de Liesel Meminger antes que ela tivesse tempo tentasse segurá-las. Ela puxou Max e o abraçou, num abraço tão apertado quanto o possível, com seus bracinhos fracos.

- Oh, Max – foi apenas o que ela conseguiu falar.

- Tem algum problema se eu chorar também? – perguntou ele.

- Não.

Os outros convidados soltaram um suspiro coletivo ao ver a cena. Os dois alemães – ou melhor, a alemã e o judeu, como Max estava acostumado a pensar – ficaram abraçados por longos minutos, ambos com lágrimas nos olhos.

Naquele momento, não importa quantos anos tivessem se passado. Max e Liesel sentiam como se fosse a primeira vez que se abraçassem, muitos anos antes.


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Notas finais do capítulo

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