Baby May Cry escrita por CupcakeChoco


Capítulo 8
Contact Problems




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A tensão dentro do local era palpável. Estávamos num verdadeiro impasse e parecia que cada movimento fosse o derradeiro, aquele que poderia dar um fim definitivo caso um de nós falhasse. Ninguém realmente quer perder principalmente considerando os benefícios em jogo. As estratégias estavam mais elaboradas e o ar ao nosso redor tornara-se rarefeito. Nos encarávamos como inimigos num campo de batalha, um conflito devastador pior de tudo que já havíamos experimentado antes. Eu tinha plena consciência do que poderia acontecer e ter uma batalha tão acirrada com inimigos formidáveis – sendo um deles meu namorado – era um desafio e tanto. Um filete de suor escorreu pela minha testa, rapidamente o limpei.

— UNO! – gritei, satisfeita. 

— Eu passo – Nero disse meio impaciente.

— Desculpe, mas é necessário! – Lyana grunhiu emotiva, olhando para mim. – +4

— Lyana... Como pôde? Pensei que éramos amigas! Você não me ama mais é isso? Encontrou outra amiga? Você partiu meu coração sua cretina! – dramatizei, incrédula. Era como dizem, é no UNO que muitas amizades terminam.

— Não fale besteira, eu nunca deixei de te amar. Mas Divinha no amor e na guerra vale tudo. – Lyana deu uma risada sinistra.

— Estão esquecendo de mim – Dante pronunciou – Ainda estou aqui e aposto uma fatia de pizza – ele depositou na mesa na nossa frente – e um bebê que ganho essa – olhei perplexa quando Dante colocou Beatrice na mesa junto com a fatia usando o neném como objeto de barganha.

— E quem disse que estamos apostando um bebê? – tentei pegar em Bia, mas Dante a tirou do meu alcance antes que pudesse sequer me aproximar. 

— Se quiser ela vai ter que ganhar.

— Seu maldito! Isso é apelação!

— Tá surtando mulher? – Lyana pegou-me pelos ombros e chacoalhou – Vai para luz amiga que hoje não estou podendo. É só um jogo.

— Eu estou melhor. E não é só um jogo quando colocam meu bebê como prêmio.

— Seu bebê? – Dante arqueou a sobrancelha intrigado com minha afirmação. – E esse jogo foi ideia sua.

— Eu sei... – suspirei e mais uma vez estico-me para alcançar Beatrice, mas não obtenho sucesso. – Droga!

— Está tudo bem mesmo, Diva?

Assenti. 

— Ainda bem, pensei que teria que te dar uns tapas.

— Não acho que é para... – Lyana me interrompeu dando um tapa estralado em meu rosto. – Sua demônia! Por que fez isso?

— Só para garantir que estava bem. 

— Não é você que dizia que era contra a violência?

— Eu sou, mas isso não me impede de te bater quando você fica surtada. Além disso, acho que vou escrever um livro sobre isso: A maneira Lyana de solucionar problemas. Mil e uma dicas de como se salvar em situações complicadas. Se o namorado da sua melhor amiga tentar apostar um bebê meta porrada nele; Se sua amiga surtar dê uns tapas nela. 

— Lyana, estou seriamente duvidando da sua sanidade.

Bia começou a chorar e fui ao seu encontro tentando tirá-la de Dante que estava irredutível em entregá-la.

— Dante me dê o bebê.

— O que foi bebê? – Dante a ergueu, fazendo com que parasse de chorar. Ela o encarou e abriu um sorriso cansado – Não é tão ruim?

— Beatrice deve estar cansada, eu vou por ela no berço.

— Só se ganhar – gracejou.

— Como é? – respirei fundo – Dante se não me dar a criança eu vou te castrar!

— A maior prejudicada é você.

— Então é assim? Eu juro por tudo que é mais sagrado que eu vou matar você!

— TPM – Dante e Lyana intercalaram olhares e disseram em uníssono. 

— Calem a boca... É hora do duelo! – afirmei fervorosa. 

•••

Eu estava acostumada a passar a maior parte do tempo com Beatrice. Ousava até dizer que a via como filha, sentindo uma forte afeição por ela. Claro que cuidar das necessidades de um bebê redobrava minhas atividades e minha preocupação, mas não era ruim como fora quando tudo começou. Dante também parecia bem conformado com a presença dela. Ajeitei Beatrice no carrinho e olhei para as vitrines com brinquedos, alguns acessórios próprios de crianças.

— Você ainda é muito pequena para brincar com essas coisas. – sussurrei para ela, sorrindo amorosamente. – É melhor voltarmos para casa.

Beatrice balbuciou, mordendo a mão do bichinho de pelúcia.

— Acho que isso foi um sim

— Espere! – ouvi uma voz feminina pedir e parei. – Você trabalha no Devil May Cry, não é?

— Ah... Mais ou menos – forcei uma risada.

— Pediram para entregar isso ao dono da agência – a jovem mulher estendeu as mãos, segurando uma caixa.

— Tudo bem – pego a caixa curiosa sobre o conteúdo dela.

— Entregue a ele e saberá o que fazer.

Intrigada – e com uma pontada de ciúme –, assenti.

Fiz meu caminho de volta depois de me despedir da estranha mulher. Assim que chegamos, encontrei Nero jogando com Maya e Lyana lendo uma revista. Coloquei a caixa na mesa de Dante e levei Beatrice para comer, já que ela estava bastante agitada. Tinha virado uma rotina todo esse processo de passeios, cuidados e carinhos.

Fiquei observando a caixa lutando contra minha curiosidade, a cada momento que passava próxima a mesa. Como Dante tinha saído e não quis invadir a privacidade dele, resolvi esquecer aquilo e junto com Beatrice irmos descansar.

Geralmente acordava com o calor de Dante me envolvendo em um abraço caloroso. No entanto, a familiar sensação de tê-lo perto foi substituído por um corpo pequeno. Meio sonolenta, pensei em inúmeras teorias para explicar aquilo, tudo que pude pensar era se Beatrice teria, drasticamente, um surto de crescimento. Então abri os olhos, piscando incontáveis vezes para limpar meu campo de visão e tudo que vi foi uma figura idêntica a Dante, porém encolhida.

— Que sonho estranho... – murmurei grogue.

— Mamãe... – a versão criança de Dante chamou.

Toquei nele como uma forma de confirmação de que não era um sonho e o susto me derrubou da cama.

Dante tinha virado criança? Como?


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Notas finais do capítulo

Antes que essa estória se perca novamente, e depois de séculos sem atualização, enfim...
Não existe felicidade maior que encontrar um capítulo perdido entre milhares. Melhor coisa q
Até a próxima!



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