Uma Escolha escrita por Cecília Calix Screave


Capítulo 5
Apelidos carinhosos




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Capítulo 7

O rei saia do quarto enquanto fitava Maxon, que lhe retribuía o olhar com um desconfiado e quando o rei fechou a porta ao sair, Maxon se virou para mim.

–O que... aconteceu aqui exatamente? –perguntou ele finalmente, quebrando o silêncio.

–Bem... Acontecer de acontecer não aconteceu nada... –respondi. -Ainda. –completei.

–Como assim “ainda”?

–Bem... Bem... –gaguejei tentando descobrir como começar a contar tudo. –Se lembra da Nicolleta?

–A princesa da Itália? –e como resposta, acenei a cabeça positivamente. –Sim, eu já a vi muitas vezes. Quer dizer... Na última vez em que ela esteve aqui, foram você e a Kriss que a recebeu, portanto eu não pude falar com ela.

–Pois é, só que quando ela veio pra cá... Eu fiquei amiga dela e agora pouco ela ligou aqui querendo saber de mim, mas o seu pai atendeu...

–Não, espere, como assim o meu pai atendeu?! –interrompeu Maxon. –Ele sabe da sua amizade com a Nicolleta?

–Bem... Se não sabia, agora já deve saber. –nisso, Maxon ficou pensativo por um tempo.

–E qual foi a reação dele? –perguntou ele.

–A reação dele não é o preocupante, isso eu posso garantir! Tem coisa muito pior!

–E existe coisa pior? –perguntou Maxon dando uma leve risada.

–Na verdade tem... Mas antes de te contar, é melhor eu avisar antes que eu não pedi nada disso pra Nicolleta! –avisei previamente já imaginando a raiva de Maxon ao se imaginar sendo obrigado a se casar comigo.

–Como assim? O que ela fez?

–Nicolleta planeja negociar um acordo entre Illéa e a Itália em troca de eu ser sua esposa.

Um silêncio se fez entre nós, mas a expressão de Maxon não chegava nenhum pouco perto do que eu esperava. Imaginei a possibilidade de ele ficar bravo, irritado ou até assustado, mas eu pude ver seu rosto... Se iluminar.

E um leve e ansioso sorriso se fez em seu rosto.

E nisso, a surpresa: ele me beijou. Foi um longo e ardente beijo que ia além de seus padrões, como se Maxon fosse um prisioneiro há mais de mil anos e que agora havia acabado de escutar que estava finalmente livre.

–Maxon, espere... –falei terminando o beijo. –Você... Está feliz com isso?

–E não deveríamos ficar? –perguntou ele. –Com isso, o meu pai vai aceitar o nosso casamento sem pensar duas vezes!

–Mas... –ele me interrompeu com um selinho.

–America, por favor... já passamos por tanta coisa... Não acha que devemos ficar juntos? Ou você... Você ainda sente algo pelo soldado Leger?

–O que?! Não!

–Então qual o problema, querida?

–É que as exigências da Nicolleta não terminam nisso.

–Como assim?

–Ela quer que eu seja a sua princesa... Para que eu possa eliminar as castas.

Nisso, o queixo de Maxon caiu. Ele ficou pensativo por um longo tempo. Eu não soube o que dizer. Queria poder dizer alguma coisa. Aquele silêncio dele estava me assustando.

–Por mim, as castas jamais teriam existido... mas não me deixo de perguntar porque a Nicolleta se preocupa com elas?

–Ela entendeu que a ruína em que Illéa vive é por causa das castas e ter um país em ruínas como aliado não é vantajoso na mente dela...

–Ruínas?! Illéa em ruínas? –interrompeu ele surpreso e nisso, eu lhe retribuí com um olhar confuso. –America... o que tinha no diário que eu tinha te emprestado?

–Maxon, o que você está planejando?

–Desde o terceiro dia da Seleção, eu venho trabalhando em um projeto para melhorar a vida de todos os necessitados de Illéa... mas ele já devia ter funcionado a essa altura, se não, não existiria mais como Nicolleta argumentar que Illéa ainda vive em ruínas. O mais estranho é que parece que tudo o que eu faço, todas as papeladas, metade é desfeito magicamente. Por isso eu preciso saber o que tinha naquele diário.

–Por que você ainda não leu aquilo?

–Não tenho mais acesso àquela sala de livros dês da última vez em que entramos no ar no jornal. Meu pai colocou os guardas em alerta para o caso de eu aparecer pelo corredor daquela sala novamente. –nisso, uma ideia veio na minha cabeça, mas não tinha certeza se Maxon iria gostar, mas não custava tentar.

–E se eu conhecesse um guarda que seria de sua inteira confiança vigiando aquele corredor?

–Estou aberto às sugestões. –respondeu ele voltando o seu olhar para mim e quando entendeu a minha resposta, seu rosto ficou sério. –Por que ele deveria ser da minha confiança?

–Você tem uma ideia melhor?

–America, ele te abandonou por orgulho e ainda por cima te beijou a força. Você tem certeza de que quer mesmo que eu confie nele?

–Maxon, o soldado Leger odeia as castas tanto quanto você e eu e também eu sou a única aqui que pode convencê-lo. Que escolha nós temos? –perguntei e nisso, Maxon ficou pensativo por um tempo e depois voltou um olhar melancólico para mim, como se a ideia fosse fazê-lo me perder para o Aspen e que este fosse o seu último momento comigo. –Ei... –falei começando a acariciar o seu rosto. -É você quem eu amo. –em seguida, eu lhe dei um longo selinho e nisso, Maxon prolongou dando um verdadeiro beijo tímido.

–Está bem. Eu vou tentar confiar nele. Mas eu quero que nós dois falemos com ele. Não vou permitir que ele tenha outra chance de ficar sozinho com você.

–Hum... Está com ciúmes, alteza? –brinquei e nisso ele deu uma leve risada.

–Sempre terei ciúmes de você, America. –respondeu ele em um tom carinhoso enquanto acariciava uma das maças do meu rosto. Senti-me tão bem com aquele toque... Eu me sentia confortável, segura... Era como se eu fosse bem intima com a pele de Maxon se encostando a minha. Foi quando eu me lembrei que faltava uma outra pequena intimidade que eu poderia dar liberdade a Maxon. Uma intimidade que não fosse comprometedora aos olhos dos outros, somente aos nossos. Uma intimidade que Aspen tinha comigo.

–Pode me chamar de Meri. –falei e ele aprovou com um leve e terno sorriso. –O meu apelido costumava a ser esse.

–Eu... Nunca tive um apelido para que você pudesse me chamar.

–Que tal Max? –sugeri e nisso, ele voltou a abrir um sorriso de aprovação.

–Gostei da ideia... Meri. –respondeu ele.


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