Tudo Aconteceu em Um Inverno - Dramione escrita por Grind


Capítulo 7
Capítulo 6 - Verdades e Mentiras




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Tudo Aconteceu em um Inverno – Dramione / Capítulo 6 – Verdades e Mentiras

“- Disse muita porcaria ontem?

– Além de que você me odeia tanto que não quer me ver nem pintada de ouro, deixa eu pensar...

“Não sei por que eu fico pensando que perguntar algo pro Hugo ou pra você vai ser diferente, vocês dois são igualmente irritantes” Pensei comigo mesmo.

– Mais alguma coisa?

– Ah é, lembrei, você também declarou seu amor eterno por mim.”

...

POV Draco Malfoy

– E o que tem demais nisso?

Ela abriu a porta com brusquidão e eu quase cai, não que ela tenha se importado – pois se ela se importou conseguiu disfarçar completamente.

– E o que tem demais nisso? Simples, há nove anos, não. Pra ser mais exata eu sou obrigada a aguentar você há quase 20 anos, quase a minha vida inteira, você é um pé no saco, uma pedra no meu sapato, algo que parece estar preso na minha alma que eu não consigo tirar apesar de tentar com todas as minhas forças. Eu odiei você durante sete anos, para depois a gente acabar casando, você me deu cinco filhos, cinco! Para no final acabar com a minha confiança em você! Me fazer voltar a te odiar, então eu te odiei mais nove anos pra você voltar e dizer que me ama, eu não posso com essas coisas Malfoy, eu quero ter uma vida, eu quero ser feliz, não posso deixar você voltar toda vez que pedir desculpas, não dá! Não é assim que as coisas funcionam, não para mim!

– Perdão, não queria deixar você chateada, a culpa foi minha.

– Agora não adianta mais! – Ela se calou como se procurasse mais alguma coisa pra falar e por fim disse baixo o suficiente para que apenas eu escutasse – Por que mentiu para mim naquela noite?

Fechei os olhos e contei até dez mentalmente.

– Quantas vezes, eu vou ter que te dizer, que eu não-menti-pra-você.

Ela revirou os olhos bufando como se já esperasse essa resposta.

– Você disse pra mim que ia buscar ponche, você não foi, uma noite antes discutimos por que você disse que chegava atrasado por causa do trabalho, e quando eu liguei perguntando sobre você na empresa sua secretária deixou bem claro que você sempre saia cedo.

Ai meu Deus.

– É, quanto a isso eu menti sim.

– Por que? Por que mentiu se sabe que a coisa que eu mais odeio no mundo, no universo são mentiras? Por que cometeu o pior crime se eu deixei isso bem claro pra você?

– Porque...

– Onde você estava? Estava com aquela moça que encontrei com você no quarto não era? Eu sabia, eu tinha certeza, ficava o resto da tarde com ela pra depois vir atrás de mim não é? - Seus olhos ficaram marejados e eu fechei o punho com força.

– Herms me escuta...

– Eu não quero te ouvir! – Esbravejou – Não quero!

Fechei os olhos contando até cinco e quando ela se virou para voltar a se trancar no quarto segurei em seu braço com força.

– E você hã? O que estava fazendo com o maldito Thomas? Sabia que eu não gostava dele, sabia muito bem, principalmente depois de tê-lo visto mais de uma vez em nossa casa quando cheguei do trabalho, e insistiu em ficar aos risos com ele na festa de Gina.

– Me solta – Disse com raiva, mas eu apertei mais forte.

– Me responde Granger, por eu sou capaz de matar alguém e você sabe disso melhor que qualquer um – Disse rangendo os dentes e seu olhar mudou.

Se havia começado com raiva, para tristeza, e depois raiva de novo agora ela estava assustada, ela tentou puxar seu braço outra vez, mas eu não soltei, como se percebesse que eu havia visto ela se abalando ela recompôs a postura, endireitou o corpo e aproximou seu rosto do meu, praticamente colados.

– Eu estava tendo um caso com ele – Sussurrou.

Meus olhos se arregalaram e eu a empurrei para dentro do quarto com força batendo a porta atrás de mim.

– Como ousa...

– Foi isso mesmo que você ouviu – Disse com um sorriso desdenhoso – Eu me deitava com ele antes de você chegar, porque eu não conseguia resistir ao charme e você sempre teve um ego grande demais para achar que estava sendo traído.

Eu a empurrei na cama com força, tentando me controlar, já que minha vontade era de acabar com ela ali, bater nela até não conseguir mais, escutar ela gritar pedindo que eu parasse, mesmo que eu não o fizesse.

– Já que perguntou o que eu fazia com a garota no quarto eu acho que não preciso explicar em detalhes.

Ela me estapeou no rosto.

Foi só então que percebi que meus olhos também estavam marejados, que eu não iria conseguir me manter em pé por muito mais tempo, e ela deve ter percebido, pois recuou um passo arrependida e voltou.

– Draco por favor eu não...

– Não – A interrompi antes que começasse a se explicar, e olhei em sua direção conseguindo me conter por mais alguns segundos e até mesmo ela se assustou – Não preciso me dizer mais nada, você já esclareceu todas as minhas dúvidas, ou melhor, aquilo que eu rezei internamente para estar errado.

Ela também ia começar a chorar, chamou meu nome cerca de outras duas ou três vezes mas eu não me dei ao trabalho de voltar e ouvi-la, eu só, voltei ao andar de baixo, ignorei os chamados de Scorpius ou Rose, peguei meu casaco e sai.

POV Hugo Malfoy

– O que aconteceu mãe?

Ela estava aos prantos, e eu simplesmente sentei ao seu lado e a abracei, ela choramingou por alguns minutos até começar a fungar e se explicar.

– Eu passei dos limites Hugo, disse o que não devia, sabe que seu pai sempre suspeitou que eu tivesse um caso com Thomas.

– Sim

– E eu simplesmente confirmei, disse o que ele queria ouvir, mesmo que fosse mentira.

– Por que você fez isso?

– Porque eu estava com ódio, com raiva por ele estar sempre mentindo, eu sei perfeitamente que ele sempre teve um caso com aquela mulher ele sempre mentiu pra mim, sempre! – Ela se colocou de pé – Até hoje.

Franzi o cenho e me coloquei de pé.

– O quê? O que ele disse?

– Ele confirmou

Senti meu sangue ferver, e antes que eu pudesse me dar conta e já sairá soltando fogo pelas narinas e escutara a voz de minha mãe se distanciar.

(...)

Foi fácil encontra-lo, ele estava sentado no balcão de um bar olhando para um copo cheio intocado, como se estivesse em uma batalha interna de beber ou não. Até eu socar suas costas, ele recuou e se virou com rapidez.

– Como você pode? Como pode? – Esbravejei.

Ele franziu o cenho me segurando.

– O que ela falou pra você?

Eu não o escutava só reagia.

– O que ela falou? O que ela disse?

Eu já estava chorando, chateado demais com tudo, chateado com ele, chateado por ela e pelo o que ela sentia, chateado por ter aceitado aquela proposta boba de Scorpius e Rose de junta-los, chateado por recusar a proposta de Lilian para passar as férias na casa dela.

– Disse o que você fez, disse que você...

Ele me abraçou, alo que na era muito comum entre nós dois, algo com que eu realmente não estava acostumado e não esperava, mas que naquela hora era tudo o que eu precisava.

– Eu nunca seria capaz de fazer uma coisa dessas com sua mãe Hugo, eu a amava, sempre amei, eu a amo, mas ela é cabeça dura demais, ela simplesmente não me escuta, ela precisa sempre estar com a razão e quando confirmou minhas suspeitas eu... Eu não consegui me conter, queria que ela estivesse no meu lugar que sentisse o que eu sentia, sentisse a minha dor, que visse que eu nunca seria tão baixo...

Continua


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Notas finais do capítulo

Enjoy! :3