Tudo Aconteceu em Um Inverno - Dramione escrita por Grind


Capítulo 5
Capítulo 4 - Bebendo, jogando verdades na cara




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Tudo Aconteceu em um Inverno Dramione / Capítulo 4 - Bebendo, jogando verdades na cara

POV Draco Malfoy

– Cadê a mãe de vocês? - Ergui uma sobrancelha enquanto pegava uma maçã na fruteira em cima da mesa da cozinha. Rose que estava fazendo sabe se lá o que no fogão e Scorpius sentado lendo um livro se entreolharam.

– Ela está no quarto - Hugo entrou na cozinha fazendo o mesmo que eu com naturalidade e saindo logo em seguida.

Franzi o cenho completamente confuso.

– Mas já passa da hora do almoço, ela não acordou ainda?

Rose deixou os ombros caírem antes de falar.

– Hoje é vinte e três de junho.

Vasculhei na mente o que tinha de tão importante e deixei os ombros caírem.

– Vocês não podem estar falando sério.

Scorpius encolheu os ombros.

– Todo ano é a mesma coisa, ela vai ficar trancada no quarto uns três dias, antes de sair como se nada tivesse acontecido, mesmo que a gente tente tirar ela de lá ela faz um completo escândalo.

Fechei os olhos suspirando alto. Ai meu Merlin

– Eu vou lá.

– Acho melhor não pai - Rose me advertiu logo que me virei - Sabe como é a mãe.

Virei o rosto em sua direção sério.

– Acredite, eu a conheço melhor que todos vocês juntos, Hermione Granger é uma mulher decifrável pra poucos, e eu sou o primeiro da lista.

(...)

– Granger - Bati na porta sem receber resposta. Suspirei - Granger?

– Eu estou me sentindo indisposta hoje, vá embora.

– Posso entrar?

– Não.

Fechei os olhos contando até dez mentalmente, tinha horas que eu simplesmente não tinha paciência para absolutamente nada. Eu abri a porta com calma.

– Não me diga que está aqui pelos motivos que eu acho que está.

Ela permanecia na cama, coberta, agarrada ao travesseiro.

– Eu pedi para que não entrasse.

Tranquei a porta discretamente atrás de mim.

– Na verdade você me proibiu - Eu me aproximei - Mas agora que não estamos mais casados, eu posso fazer o que bem entender. - Ajoelhei-me a sua frente. - Por Merlin Granger, diga-me que é só uma doença, sem mentir.

Ela permaneceu muda e eu suspirei fechando os olhos.

– Quantas vezes eu vou precisar lhe dizer que a culpa não é sua?

Seus ficaram rasos de água.

– Você não está no meu lugar Malfoy - Sussurrou - Nunca esteve no meu lugar, passar pelo que eu passei, sua família sempre esteve lá.

Uma onda de ódio me assumiu.

– Que família Granger - Perguntei grosso mesmo aos sussurros - Eu só fui ter uma família de verdade depois que você chegou!

– Não importa, sua mãe estava sempre ao seu lado. E foi nesse dia, nesse mesmo dia que eu perdi meus pais, que eu fui obrigada a apagar a memórias deles, ficar sem ninguém no mundo. Eles não me viram crescer direito, não estiveram na minha formatura, nunca pude levar meu primeiro namorado para apresenta-los, ou se quer chama-los para ajudar planejar meu casamento, eu estive sempre sozinha - Uma lagrima involuntária escapou de seus olhos.

– Sabe que eu sempre estive aqui pra você. - Franzi o cenho confuso - Mesmo que fosse a distância, mesmo que tenhamos nos separado.

Ela me olhou atenta como se procurasse ver se eu estava mentindo.

– Não pode ficar assim pra sempre Herms - Ela estremeceu - Mesmo que seus pais não se lembrem de você, eles iriam querer que você fosse feliz. E não que reservasse um dia do ano pra ficar em pleno sofrimento.

– Eu devo a eles-

– Não! - Esbravejei ficando mais perto - Não deve, fez o que achava certo, o que era certo. Você deve apenas a sua felicidade.

Ela permaneceu em silêncio.

– As coisas eram tão mais fáceis antes - Disse em um sussurro quase inaudível.

Franzi o cenho.

– O quê?

– Quando éramos casados - Ela acomodou melhor o travesseiro a que se agarrava embaixo da cabeça - Sabe, acho que nós dois éramos mais fortes, suportávamos mais coisas, talvez por que sabíamos que se não conseguíssemos tínhamos um ao outro.

Eu permaneci com as expressões sérias.

– Por que está dizendo isso? - Cerrei a mandíbula tentando me controlar.

Ela fungou enquanto passava uma das mãos no rosto, o limpando.

– Como estamos aqui agora.

Suspirei me colocando de pé.

– Agora que já está melhor, eu estou saindo, não me faça ter que voltar pra te tirar da cama.

Ela sorriu e eu sai do quarto.

(...)

Scorpius e Rose me esperavam no pé da escada ansiosos por algo novo.

– Daqui a pouco ela desce. - Disse sério

O queixo de Rose caiu e eu peguei meu casaco.

– Onde você vai? - Scorpius cruzou os braços sem entender.

– Beber. - Bati a porta atrás de mim.

(...)

POV Hermione Granger

– Cadê o pai de vocês? - Ergui uma sobrancelha ao encontrar Hugo e Scorpius na sala assistindo TV.

– Ele saiu, e não parecia estar de bom humor - Rose gritou da cozinha.

Suspirei me sentando.

– Quer que eu vá atrás dele mãe? - Scorpius se colocou de pé, mas acenei para que sentasse.

– Não precisa, ele deve ter achado um lugar bem escondido nesse fim de mundo justamente para que nós não o encontremos, e quando ele chegar aqui tarde da noite é por que bebeu que nem uma vaca.

(...)

– Onde você estava? - Perguntei entre dentes.

E eu tinha todo o direito de estar nervosa. Não estávamos mais em casa, estávamos em outro país, um lugar que nevava vinte e quatro horas por dia e que poderia ter uma nevasca a qualquer momento, e essa com certeza não era hora para Draco Black Malfoy sair de casa encher a cara e voltar duas e meia da manhã.

–Eu fui me divertir, essa palavra não deve soar muito familiar pra você já que você vive pra resmungar da vida dos outros - Ele se apoiou na parede para se manter em pé, tirando as botas de neve, ficando apenas de meia.

Fiquei de pé cruzando os braços.

– Tem noção das horas Malfoy?

– Não - Piscou lentamente e respirou fundo - E não me importo, graças a você eu não devo satisfação da minha vida a ninguém.

– O que quer dizer?

– Eu não posso ter meu momento sozinho Granger? - Esbravejou enquanto cambaleava na minha frente - Ou você acha que só você tem seus problemas? Só você pode ficar no quarto resmungando da vida? Eu fui beber pra aliviar a cabeça!

– Não precisa gritar

– Eu faço o que eu quiser! Você não precisaria sofrer todos os anos por causa dos seus pais se eu estivesse do seu lado!

– O que quer dizer? - Franzi o cenho nervosa.

– Que tudo isso é culpa sua! - Gritou e a luz no corredor de cima acendeu iluminando levemente a escada, tentei voltar minha atenção a figura bêbada a minha frente - Como espera que eu reaja a tudo isso em? Eu estava de boa no meu escritório naquele dia, pensando em uma maneira de fazer você voltar a dormir no nosso quarto quando a carta do pedido divórcio chegou!

– O que esperava que eu fizesse? Que eu sentasse e ficasse eternamente te esperando? Eu também mereço ter uma vida Malfoy!

– Não me interessa o que você ia fazer - Jogando a mão para o alto em descaso, apoiando-se outra vez na parede - Podia ter vindo falar comigo antes de tomar qualquer iniciativa sem me consultar

– Você não precisou me consultar duas noites antes não é verdade?!

Ele fechou os olhos respirando fundo e colocou a garrafa de vodka que até então eu não tinha notado em cima da mesinha de centro da sala e deu mais um passo frente de forma que ficamos cara a cara.

– Quantas vezes eu vou ter que lhe dizer - Ergueu o dedo indicador na minha direção - Que não aconteceu nada!

– E como esperava que eu acreditasse em você? - Eu o empurrei com força, fazendo-o perder o equilíbrio e cambalear pra trás - Já tinha mentido pra mim sobre onde ia, imagina sobre o que estava acontecendo!

Ela vacilou pro lado confuso.

– O que? - Recuou um passo - Do que você está falando?

– Agora vai se fazer de desentendido? Era só o que me faltava não é Malfoy!

– Eu estou me fazendo de desentendido? Era você quem estava se arrastando aos pés do seu tão querido Thomas naquele noite

– O que? - Perguntei sem entender - Do que você está falando agora?

– Você pode não se lembrar, mas eu lembro perfeitamente, como se fosse ontem - Estreitou os olhos na minha direção cínico.

Eu estava com os nervos a flor da pele.

– Você não faz ideia do que eu e Thomas estávamos conversando não é? - Coloquei as mãos na cintura e ele voltou a pegar sua garrafa enquanto tampava os ouvidos - Não quero saber, o que acontece entre você e seu namoradinho não é mais da minha conta.

Eu me sentei no sofá com brutalidade.

– Você é nojento, não sei por que me casei com você.

Ele riu, deu a volta no sofá e aproximou o rosto na minha nuca, era quase impossível não sentir o cheiro do álcool.

– Porque você me amava.

– Não muito diferente de você certamente. - Virei o rosto para encara-lo e me arrependi ao me dar conta da nossa proximidade - Afinal, os opostos se atraem.

Seu sorriso sumiu e ele me encarou por longos segundos.

– Eu odeio você Granger - Começou a sussurrar - Odeio com todas as minhas forças, mas odeio tanto, tanto, que eu não vejo a hora de me livrar de você.

– Que bom saber disso - Cerrei os dentes - Por que pode ter certeza que eu odeio você mais ainda, e é um ódio tão grande, que se você morrer de hoje pra amanhã, eu vou rir no seu enterro.

Ele sorriu sarcástico.

– Não pode odiar mais do que eu odeio você, você é a pessoa mais certinha desse mundo, e não faz ideia do quanto isso é irritante. Isso Granger, você é uma mulher extremamente irritante.

– Você é desprezível.

– Não tanto quanto você querida. - Ele ergueu o corpo e caminhou com dificuldade até o pé da escada - Se eu pegar qualquer xereta nesse corredor vai ter a cara arrebentada, e vai dormir com dor! - Gritou com raiva.

A luz se apagou e pode-se ouvir passos rápidos. Ele sorriu cínico e voltou à sala.

– Sem espectadores agora.

– E do que isso importa? - Cruzei os braços.

Ele cambaleou e finalmente conseguiu sentar no sofá ao meu lado.

– Você não me odeia tanto assim né?! - Perguntou receoso - Veja bem, eu estou bêbado.

– Malfoy - Suspirei - Se tem uma coisa que eu aprendi com você, depois de anos de casada, é que você não costuma mentir quando está bêbado.

– Não, você não entende - Pegou uma das minhas mãos contra a minha vontade - Sabe que eu amo você tanto quando a odeio, afinal ódio e amor são sentimentos que andam de mãos dadas né?

– Você já não está mais falando coisa com coisa.

– Não, não, não - Ele levou minha mão aos lábios - Tente entender eu não vou me lembrar de nada disso de manhã, mas quero que saiba que nunca foi intenção minha se separar, muito menos magoa-la. Não sei do que você está falando quando diz que eu menti pra você - Ele beijou minha mão outra vez - Mas eu faço o que for preciso pra ter você de volta pra mim.


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