-Bom Dia, mamãe! - Paulina beijou a bochecha de sua mãe e sentou-se a mesa junto a ela.

-Bom Dia, filha! - Respondeu com a voz falha.

-Como passou a noite? - Perguntou a olhando preocupada.

-Bem! - Mentiu forçando um sorriso.

-Espero que não esteja mentindo! - Disse conhecendo bem sua mãe. -Ah! Depois do café iremos ao médico para sabermos o resultado dos exames, peçamos a Deus que não esteja com câncer! - Paulina respirou fundo, tentando passar serenidade a mãe

-Está bem, não se preocupe! Eu tenho certeza que minha doença é algo insignificante!

- Rezo a Deus todos os dias para que assim seja, mamãe! - Sorriu angustiada colocando suas mãos sobre as de Paula

-Vai ser, você vai ver! - argumentou- Agora vamos tomar café.

- Sim, não podemos nos atrasar!

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- Mamãe, tem certeza que não quer que eu acompanhe a senhora? - perguntou Paulina apreensiva, ao ouvir o médico chamar o nome de Paula

- Claro filha, fique aqui sentada e me aguarde. Tenho certeza que lhe trarei boas notícias. - Mesmo com aparência cansada, Paula sorriu para a filha

- Está bem então. - sorriu Paulina em concordância

Mesmo com a afirmativa da mãe, Paulina não conseguia ficar tranquila sentada naquela sala de espera. Algo lhe dizia que ela precisava estar presente.

Após longos minutos de espera, Paulina não pôde controlar sua ansiedade e cautelosamente, sem ser vista, foi até o consultório do médico. Porém, antes que pudesse bater na porta, ouviu um diálogo que fez seu chão sumir.

- Paula, quando pretende contar a Paulina sobre seu diagnóstico? Não sei por quanto tempo mais poderei mentir, não me sinto bem fazendo isso cada vez que ela me pergunta. - afirmou o médico

- Eu sei doutor, mas procure entender que para ela será um golpe muito duro saber que eu... - sua voz falhou - que eu tenho câncer em estado terminal e não me resta muito tempo de vida. - completou a frase com a voz embargada, tentando conter as lágrimas

- Mamãe...não... Não pode ser é...é um engano, não pode...! - Murmurava Paulina, as lágrimas invadiam seu rosto e em sua garganta formavam-se nós.

O Diálogo continuou.

- Sim Paula, entendo que não quer fazê-la sofrer, mas mais cedo ou mais tarde ela irá descobrir! - O médico disse olhando-a.

- Ela irá sim descobrir, mas que seja mais tarde, quero poupá-la o máximo possível. Paulina é filha única, não tem ninguém... - Disse cheia de angústia, seu coração doía de pensar no sofrimento da filha.

- Paulina é muito boa, inteligente, bonita, tenho certeza que tem muitos amigos que poderão ajuda-la neste momento difícil! - Afirmou.

- É... alguns. Mas não contarei nada agora! - reafirmou

-Se quer assim! - disse pesaroso

- Exato, é assim que quero. Agora tenho que ir, Paulina está a minha espera! - Limpou as lágrimas.

-Está bem! Tchau, Paula. - Despediu-se com um aperto de mão. -Se cuide.

- Tchau, Doutor. - Forçou um pequeno sorriso.

Paulina ao ouvi-los se despedir limpou as lágrimas e se afastou da porta. O som da maçaneta girando ecoou e Paula saiu.

- E então, mamãe, o que o médico disse? - Paulina perguntou, dando o máximo de si, para não desabar em lágrimas.

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Mansão Bracho:

-Filho? - Chamou Cristina entrando no quarto de Carlos Daniel.

-Oi, mamãe. - Sorriu para a mãe.

-Eu vim saber por que você não desceu para tomar café... - caminhou até ele

- Não estou com fome. - afirmou enquanto terminava de calçar os sapatos

-Está nervoso? - Sentou-se na beirada da cama e perguntou após um breve momento em silêncio.

- Confesso que sim. - disse enquanto sentava-se ao lado da mãe - Finalmente chegou o dia... Hoje irei concretizar minha vocação... hoje.... - Suspirou pensativo