Something Blue escrita por Contre Nature


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem? Gostaria de agradecer os comentários de todos! Sério, foram muitos fofos feat, lindos.



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#Flash Back ~ 15 anos atrás

Lá estava ela, parada em frente aquela porta que ela conhecia tão bem, porta essa, que ela sempre abrira sem medo. Então por que agora ela parecia um grande obstáculo? Talvez devidos aos últimos acontecimentos. Por ela não saber como será recepcionada pela menina que se encontrava do outro lado da porta.

Já havia se passado uma semana desde que Emma deixara Regina aos prantos no parque. E desde então elas nunca mais se viram. Não por faltas de tentativas da parte de Regina ou oportunidades geradas pelo destino, mas porque assim Emma quis, ou achava que queria.

Ela finalmente tomou coragem e abriu a porta, a imagem que viu lhe causou extrema angústia e tristeza. Regina estava deitada na cama, encolhida e perdida em meio a lágrimas e soluços.

– Oi! - Emma disse baixo, meio sem jeito, mas ainda assim causando um susto em Regina.

–O que faz aqui? - Pulou da cama e começou a enxugar as lágrimas, ela não queria que Emma a visse chorando, ainda mais depois dos últimos dias, de todas as tentativas falhas dela em reatar a amizade com a loira. - Pensei que não quisesse mais me ver.

– Eu sinto muito! - Falou sinceramente. - Por tudo que eu disse e pelo modo que agi... - Foi se aproximando da morena. - Eu realmente sinto muito!

– Assim é fácil! - Ela fazia esforço para não chorar novamente. - Você pensa que vai ser a única a sair machucada nessa história toda, não é? - O esforço não valera a pena, lágrimas já corriam pelo rosto de Regina Mills. - Mas deixa eu te lembrar de uma coisa, Emma! São os meus pais que estão se divorciando, sou eu quem vou ter que sair dessa cidade e começar uma nova vida em um lugar que nem conheço... E o pior... Eu vou passar por tudo isso sem ter a pessoa que mais confio ao meu lado. Sem ter você.

Aquela cena cortou o coração de Emma. Ela nunca havia visto Regina naquele estado. A morena sempre transparecera ser uma pessoa destemida, forte, mas agora estava completamente sem armaduras, vulnerável. Emma se sentira culpada em parte, se ela não tivesse a abandonado no momento em que a amiga mais precisava... Ela chamara Regina de egoísta, mas agora percebera que a única que agira com egoísmo tinha sido ela mesma.

– Vai ficar tudo bem. - A loira disse e puxou a morena para um abraço confortante. - Nada nem ninguém pode nos separar.
Regina teve misto sensações incógnitas, nunca sentidas, ao ter o corpo de Emma em contato com o seu. Pernas bambas, rubor no rosto, o frio na barriga, mãos trêmulas. Seus músculos ficaram densos, ela mal conseguia ficar de pé e seu coração parecia que iria pular para fora do peito a qualquer momento. Mas o que ela não sabia era que a loira estava sentido o mesmo. Também pudera... Esse abraço não era como os demais. Era uma mistura homogênea de sentimentos. Insegurança, medo, carinho, amizade... amor.

– Você promete? - Buscou o olhar da loira.

– Eu prometo! - Respondeu em meio a um sorriso.

– Com dedinho e tudo? - Brincou.

– Com dedinho e tudo mais! - Respondeu levantando uma das mãos e entrelaçado o dedo anelar ao da amiga.
Só isso fora o suficiente para um sorriso nascer no rosto de Regina. Embora o mesmo tivesse traços de tristeza, Emma se sentiu melhor ao vê-lo estampando aquele rosto tão amado e querido.

De forma suave a loira levou uma das mãos ao rosto da garota a sua frente e o acariciou gentilmente. Um contato visual fora novamente estabelecido e nele elas se perderam por um longo tempo, até que Emma tomou a iniciativa e colou os seus lábios sobre os de Regina.

Fora um simples roçar de lábios que dera início a um beijo doce e verdadeiro. Olhos fechados. Rostos corados. Dedos entrelaçados. Corações acelerados.

Agora elas tinham os lábios separados, mas testas coladas, mãos dadas e a respiração pesada.

– Emm... - Interrompera o silêncio - Por que você fez isso?

– Eu não sei. -Respondeu insegura - Você não gostou?

– Eu não sei. - Disse confusa - Eu nunca tinha beijado antes. Você gostou?

– Eu também nunca tinha beijado, mas eu gostei e ... Fico feliz que tenha sido com você. - Confessou e recebeu um genuíno sorriso como resposta - Quando você vai?

– Amanhã, antes da hora do almoço. - Respondeu revirando os olhos.

– Então esse... - Iniciou com amargura.

– É o último dia que passamos juntas... - Continuou com tristeza.

– O que você quer fazer?

– Nada. E você? - Um sorriso tímido se fez em seu rosto.

– Quero fazer 'nada' com você. - Disse com graça.

– Vem cá!

Regina puxou Emma pela mão em direção a sua cama. Ao chegarem na mesma, as duas garotas deitaram, uma de frente para a outra. Elas se olhavam em silêncio. Palavras não eram necessárias para preencher aquele momento. A única preocupação que elas tinham em mente era poder guardar na memória, desde os traços do rosto até os gestos feito de maneira sutil, uma da outra. Queriam poder ter a lembrança eterna de todos os detalhes imperceptíveis, dos cheiros e dos olhares.

– É errado eu dizer que já sinto a sua falta? - Emma perguntou com um sorriso abatido e sem desviar o olhar de Regina.

– Me dá a sua mão. - Pediu a morena logo após tirar a fita azul que tinha presa ao cabelo. Emma atendera ao pedido e quando deu por si, já tinha a fita presa no pulso. - Ela combina com os seus olhos. - Comentou enquanto acariciava o rosto da loira.

– Eu não posso... É a sua fita favorita. - Emma falou ao passo que tentava tirar a fita.

– Você é a minha favorita! - Disse interrompendo o ato da amiga. - Considere um empréstimo, ok? - Teve um aceno como afirmativa - Toda vez que você sentir minha falta basta olhar para essa fita e saberá que estarei pensando em você.

– Eu vou devolver pra você, Gina. - Prometeu a loira que agora tinha lágrimas nos olhos.

– Eu sei que vai. - Regina afastava as lagrimas que escorriam do rosto da loira. E para cada lágrima que ela secava, uma surgia em seu olhar.

– Eu vou te encontrar. Não importa onde você esteja... - Emma pegou a mão que a amiga usava para enxugar o seu rosto e a beijou, logo depois descansou a palma contra a palma - Eu sempre vou te encontrar!

– Eu te amo! - Regina confessou entre soluços.

– Eu também te amo! - Afirmou Emma em meio ao choro.

#Dias atuais

– Ainda dá tempo de desistir. - David brincou com a filha fazendo um sorriso de canto surgir no rosto da mesma.

– David! - Repreendeu Mary.

– Só estou brincando. - Disse entrelaçando o braço ao da noiva.

– Engraçadinho... Eu vou para o altar. - Disse logo depois de dá um selinho no marido.

– Filha...? - Chamou o homem - Você está sentindo alguma coisa?

– Não, pai, eu só... - A marcha nupcial começara a tocar. - Vai ficar tudo bem.

– Acho que ainda não tive a oportunidade de dizer... - Disse baixo enquanto adentrava a igreja segurando o braço da filha - Você está linda, minha menina. Eu te amo!

– Obrigada, pai!

Emma estava tentando se fazer presente. Queria se concentrar na cerimônia, afinal aquele era para ser o dia mais importante e feliz da vida dela. Mas ela não conseguia. A cada passo que dava em direção ao altar uma lembrança ressurgia em sua mente.

Se ela fechasse os olhos ainda podiam sentir o cheiro de maçã que aqueles cachos negros exalavam. Podia ver o brilho inefável que aqueles olhos de jabuticaba tinham. O sorriso branco e fascinante que ela possuía... Até aquela cicatriz. Tudo nela era perfeito.

– Aqui está! - Disse David chamando a atenção da filha, que só então percebeu que já se encontrava no altar e ao lado do seu noivo.

– Obrigado, David! Eu prometo fazê-la feliz. - Disse o rapaz cumprimentando o sogro.

– É o que eu espero, Killian. - Disse e logo foi ocupar o seu lugar no altar.

– Você está maravilhosa, amor. - Se dirigiu a noiva.

– Obrigada! - Respondeu num tom distante enquanto era guiada pelo noivo para os seus devidos lugares no altar em frente ao padre.

A cerimônia iniciou-se e a inquietação de Emma só aumentava. Os seus pais e seus sogros estavam lá no altar, todos os seus amigos se fizeram presente, ela tinha um homem que a amava ao seu lado. Sim, ela deveria estar feliz, estar se sentindo plena, todavia quem dera o seu interior pensasse assim.

"Regina" Era esse o nome que vinha a sua cabeça a cada batida do seu coração. Emma desviou o seu olhar para o pulso e admirou o símbolo da sua promessa. Tentava entender em qual momento da sua vida ela se permitiu esquecer a morena e tudo que ela lhe devotava. E só então percebeu que nunca a havia esquecido. Todos aqueles sentimentos ainda estavam dentro dela, adormecidos, mas intactos. Só precisavam ser despertados e foi exatamente isso que aconteceu.

– Emma Swan... - O padre a chamou de volta a realidade - ... você aceita Killian Jones como seu legítimo esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

– Não! - Disse num tom confiante causando todo um alvoroço na igreja.

– Silêncio! - Pediu o padre que também estava em choque com o que acabara de escutar - Eu vou repetir a pergunta... Miss Swan, você aceita Killian Jones como...

– NÃO! - A noiva gritou dessa vez.

– Emma... O que..? - As palavras lhe faltaram, o noivo ainda não acreditava no que estava acontecendo.

– Eu sinto muito, mas não posso fazer isso. - Emma disse que forma sincera - Não seria justo nem com você nem comigo. Me perdoa!

– Emma, filha! O que está acontecendo? - Mary Margaret se dirigia a filha, o abalo no seu tom de voz era evidente.

– Por que está fazendo isso? - Killian perguntou confuso.

– Porque não é o certo! - Disse convicta. - Eu realmente sinto muito! - A noiva se pôs a correr pela igreja, o vestido atrapalhava a ação, mas não importava ela queria sair dali o quanto antes.

– Emma? - Tentou Killian pela última vez.

Já fora da igreja, Emma olhava em todas as direções, confusa, sem saber para onde ir. Seus pais vinham atrás dela, queriam saber o que estava acontecendo, o porquê da filha ter desistido do casamento. Mas Emma não estava disposta a dar nenhuma explicação, pelo menos não agora.

– Emma, amiga... - Ruby apareceu ofegante ao lado da noiva.

– Ruby, me dá uma carona! - Disse puxando a amiga pelo braço enquanto descia as escadas.

– Eu tô sem carro, esqueceu? - Falou ao passo que ia tentando se equilibrar nos saltos. - Calma!

– Só me tira daqui, Ruby!

– Pega o meu. - Um voz masculina chamou a atenção das duas, que se viraram em direção.

– Valeu, Jefferson! - Agradeceu a morena logo depois de agarrar a chave que fora arremessada pelo amigo.

– Pra onde você vai? - Gritou David para Emma.

– Eu vou atrás da minha felicidade. - Respondeu adentrando no carro no lugar do carona.

– Emma, volte aqui! - Ordenou Mary Margaret em vão.

– Nossa... Isso tudo... Foi uma loucura! - Disse em meio a risos ligando o carro - Próxima parada?

– Nova York! - Respondeu a loira - Eu tenho que devolver algo que há muito tempo alguém me emprestou. - Disse por fim acariciando a fita azul em seu pulso.


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Notas finais do capítulo

É isso! Espero que você tenha gostado. oaskoaskaos Deixa um comentário, por favor! Pode soltar o verbo! kkk Quero críticas! Beijos, amore! Mais uma vez Obrigada por ler!