Immensity escrita por miojo


Capítulo 4
Incerteza




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POV - Lisa

 

“Solta ela.” O Seth me puxou pelo outro braço, forçando o Steven a me soltar.

 

Me afundei no peito do Seth, chorando. Eu ainda o amava. Não tinha como descartar um sentimento desses assim tão rapidamente. Essa ferida nunca ia cicatrizar.

 

“Me leva para casa.” Eu implorei ao Seth, sabia que estava o explorando, mas eu não conseguia me lembrar do caminho de volta.

 

Fomos em silencio dentro do carro, eu segurava o meu choro. Não queria força o Seth a assistir uma cena dessas. Ele já esta sendo um amigo como eu nunca tive.

 

Assim que o carro parou agradeci ao Seth e me lancei para dentro da minha casa, arranquei minhas roupas pelo caminho. Me jogando na cama só de camisa e calcinha. E comecei um choro insano. Que se repetiria todas as noites durante dois meses.

 

Já havia se passado dois meses que eu estava em la Push. Já saia, já sorria espontaneamente, já me sentia viva outra vez, mas meu coração ainda reclamava quando eu cruzava com o Steven. Mas so faltava um mês ate eu ir embora desse lugar.

Vou sentir falta de todos, principalmente da Leah e do Seth. Ela tem sido a melhor amiga que qualquer garota pode sonhar. E o Seth, ele é simplesmente o Seth. Não tenho como explicar.

 

Estava me arrumando para o aniversario de Seth. Não sabia o que vestir. Estava em duvida qual roupa usar. Queria estar bonita, queria chamar a atenção do Seth. Não entendo porque quando o Seth me olha, eu me sinto bem.

 

Optei por uma saia azul turquesa e uma bata branca. O cabelo deixei solto, os cachos caindo sobre minha cintura. já estava pronta quando a campainha tocou. Apanhei meu casaco e fui atender.

 

“Ta Gostosa em Lisa!” Embry me girou.

 

O soquei de leve, ele fingiu dor. Embry também se tornou um grande amigo. Mesmo com esse jeito safado dele. Ele ama a Leah, so ela que não percebe isso. Ela tem medo, medo que aconteça outra vez.  Eu também tenho. Não quero me envolver com ninguém, nunca mais.

 

Assim que entramos no carro, Embry ligou o radio. Ele é animado, me faz rir.

 

“E a Leah?” perguntei mudando de estação.

 

“Ta acabando de fazer as comidas la com a Sue.” Ele colocou na antiga estação.

 

“Ei!” eu reclamei, dando um tapa em seu braço.

 

“O carro é meu, o radio é meu.” Ele fez biquinho e gargalhou depois.

 

“O Seth ta desconfiando de alguma coisa?”

 

“Não, o Jared ta encenando bem a briga com a Kin, o Seth ta desesperado.” O Embry gargalhava.

 

Eu senti uma pontada de pena do Seth, em pleno aniversario o amigo passando por isso. E ele não reclamou. Nos tínhamos marcado de sair para comemorar, ele estava animado. Mas a festa surpresa pareceu ainda mais empolgante.

 

Meu celular tocou.

 

“Oi.”

 

“Lisa, é o Seth.” O Seth parecia arrasado.

 

“Tudo bem?” eu segurava o riso.

 

“Tudo, mas eu acho que não vai dar para nós sairmos hoje.” A voz dele triste, quase me fez contar a verdade.

 

“Mas é seu aniversario.”

 

“O Jared ta com problemas, mais tarde eu te ligo.” Ele se despediu e desligou.

 

Olhei para o Embry que soltou uma gargalhada.

 

“ele vai ficar doido!” eu tentei sorrir, mas me senti culpada por enganar o Seth.

 

Assim que chegamos na casa da Leah, todos já estavam la.  Todos os lobos de La push e mais alguns amigos. Quase não dava para se mexer, a casa não era tão grande.

Apagamos as luzes e ficamos em silencio, esperando que o Jared trouxesse o Seth. Não demorou muito e escutamos a motor.

 

Quando Seth abriu a porta, foi aquela gritaria todos cantando, assobiando. Eu me senti perdida no meio de tantas pessoas. Seth abraçou cada um, me deixando por ultimo. Não fiz questão de ser uma das primeiras.

 

Quando ele, me abraçou, me erguendo do chão, meu coração acelerou sem motivo. Me senti envergonhada com essa reação, mais preferi não comentar nada. Já era estranho o bastante para mim mesmo essa situação.

 

“Feliz aniversario.” Ele me abraçou outra vez.

 

“Não tem presente?” ele brincou.

 

“Não consegui trazer, depois eu te mostro.” Eu sorri.

 

“Assim eu morro.”

 

A festa estava ótima, ate que o Steven chegou. Não me desesperei e nem chorei, eu simplesmente me senti triste e sozinha. Seth pareceu ter percebido, e me chamou para ver a moto que a Bella tinha mandado para ele.

 

Saímos para o lado de fora da casa, a moto era grande e amarela. Muito bonita e moderna. Ele se encostou nela e me encarou. Tremi com o vento que me apunhalou, tinha esquecido o casaco dentro de casa.

 

“Frio?” ele perguntou.

 

“É.” Eu cruzei os braços em volta do corpo, tentando me esquentar.

 

“Vem aqui.” Ele me puxou, me encaixando em seu peito.

 

O calor vindo de seu peito logo me aqueceu. Mas não era simplesmente fisicamente, aqueceu meu coração. É algo estranho o que sinto, como se eu estivesse pressa a ele.

 

“Melhorou?” ele esfregou meus braços com as mãos.

 

 

“Muito.”

 

Ficamos li fora por alguns minutos, olhando o céu nublado. Céu esse que é foi cenário de muitas noites que passei em claro, chorando pelo Steven. A dor tomando conta de mim, me fazendo desejar a morte. Mas nisso tudo algo me parecia ainda mais errado, a necessidade que eu tinha de falar com o Seth todas as manhãs.

 

Assim que entramos avistei o Steven e a Kita. Meu coração deu um nó, mas eu continuei sorrindo. Ainda estava abraçada com o Seth quando Steven veio nos cumprimentar.

 

“Parabéns moleque.” Ele apertou a mão do Seth.

 

“Obrigado.”

 

“Como vai Lisa?” virei meu rosto, eu não queria encará-lo.

 

“Bem, obrigada.” Fui seca e ríspida na resposta. O coração ainda doendo.

 

Steven ficou algum tempo parado, para depois se afastar. Eu estava sentindo aquele nó aumentar a cada instante, logo eu começaria a chorar.  E não queria isso. Caminhei ate a cozinha, Leah veio atrás de mim.

 

“O que foi?” Ela parou na minha frente, com um copo de alguma bebida na mão.

 

“Vim buscar alguma coisa para beber.” Eu sorri e peguei um copo.

 

“Ei, ei! Você não esta acostumada a beber!” Leah me encarou seria.

 

“Vou me acostumar então.” Virei todo o conteúdo do copo de uma vez.

 

O liquido desceu queimando minha garganta. Um ataque de tosse me pegou. Leah ria de mim. Assim que a tosse secou, eu enchi outro copo e fui para a sala. A bebida era a solução para tantas pessoas, podia ser a minha também. Esquecer que fui enganada, abandonada. Tentar sorrir  e dançar. Era um festa.

 

A Leah me deu o braço e fomos juntas para a sala. O Embry logo a roubou de mim, então eu virei mais um copo. Esse pareceu queimar menos do que o outro. Me sentei ao Lado do Quil. Ele cheirou meu copo, e fez um careta.

 

“Bebendo Vodka, francesa?”

 

“Esquecendo os problemas.” Eu sorri.

 

“Quantos copos?” Ele pegou meu copo e amassou.

 

“Dois.” Eu fiz biquinho, queria meu copo de volta.

 

“Quer dançar?” Eu me levantei o puxando pela mão.

 

“Não tem ninguém dançando.” Ele se levantou rindo.

 

“Seremos os primeiros.” Eu estava mais alegre, minha cabeça estava leve.

 

Enquanto caminhava ate o centro da sala, meu corpo cambaleou um pouco. O álcool já estava fazendo efeito, e eu estava feliz pelo nó já não estava mais presente, pelo menos enquanto eu estivesse ingerindo vodka.

 

Eu e Quil começamos a dançar, conseqüentemente, outras pessoas também começaram. Eu jogava meu cabelo para um lado e para o outro. Estava me divertindo. Por algum tempo esqueci que o Steven estava sob o mesmo teto que eu.

 

Alguém me puxou, eu fui sem nem ao menos reclamar.

 

“Embry, a Francesa ta comigo.” O Quil brincou e puxou a Leah para dançar.

 

“Inglesa!” eu corrigi, mesmo sabendo que ele só fazia isso para me irritar.

 

“Embry!” eu sorri, e peguei uma garrafa que estava em sua mão.

 

“Amanha uma dor de cabeça te espera.” Ele me virou, me jogando para um lado e para o outro.

 

Bebi mais. Essa bebida era doce, mas ainda queimava minha garganta. Um leve gosto de cereja. Bebi mais. Estava me empolgando cada vez mais. Estava vivendo.

 

Senti uma mão dar a  volta na minha cintura e me puxar para junto dele.

 

“Seth, ela já esta bem alegrinha.” O Embry disse rindo.

 

“Estou percebendo.” Seth gargalhou.

 

Nós começamos a dançar, meu corpo já estava doendo de tanto me balançar. Parei e puxei o Seth para fora da casa. Ele veio sem reclamar.

 

“Tem como você fugir um pouquinho?” eu estava me enrolando com as palavras.

 

“Acho que sim.” ele riu tomando a garrafa da minha mão e bebendo também.

 

“Tenho que te dar seu presente.” Logo me arrependi do que tinha falado, o presente dele estava longe, íamos demorar muito tempo ate chegar la.

 

“Esquece, não podemos dirigir, e ir andando vai demorar.” Eu peguei a garrafa.

 

“Vamos correndo.” Ele sorriu.

 

“Não! Eu não quero ver aquele bicho.” Eu neguei com a mão varias vezes.

 

Eu sabia que ele se transformava, mais não queria ver isso. Esses monstros apareciam em meus pesadelos todas as noites. Os dentes sendo cravados me minha pele, o som dos uivos. Eu temia os lobos.

 

“Não preciso me transformar para te carregar.” Ele sorriu.

 

“Nem pense nisso.” Eu me distanciei, cambaleando.

 

 

“Esta na sua casa?” ele tirou o casaco.

 

“Próximo.” Eu me distanciei ainda mais.

 

Senti os braços do Seth darem a volta em meu corpo, me erguendo do chão. Fechei os olhos com medo. Eu não queria ver isso. Seth me deitou em seu colo, como se segura um bebê, e começou a correr. O vento tocando meu rosto, mas eu não senti frio, o corpo do Seth não permitia. Apertava meus olhos com força. Senti o coração do Seth acelerado.

 

Essa posição estava me deixando com mais medo ainda, então lancei meus braços no pescoço do Seth, me sentindo mais segura assim. Porem ele parou.

 

“Assim não consigo me mexer.” Ele gargalhou.

 

Ele soltou minhas pernas, mais eu não dava altura no chão. Me senti envergonhada, dos 1.68 m. ele me girou, me lançando para suas costas, o que me deu ainda mais medo. Eu não gostava disso.

 

“Não!” eu gritei e escorreguei para seu peito. Lançando minhas pernas em sua cintura, já que ele iria me carregar, tinha que ser de um jeito que eu me sentisse segura.

 

“Assim?” ele me perguntou segurando minhas pernas, me dando apoio para não escorregar.

 

“Aham.” Eu dei mais um gole na garrafa, e depositei minha cabeça sobre seu ombro.

 

Ele voltou a correr, o vento batia em minhas costas com força. Mas não estava me incomodando. Eu estava segura, nos braços do Seth. Não demorou e ele parou outra vez. soltando minhas pernas, o que me fez deslizar pelo seu peito ate tocar o chão.

 

 

“Onde esta?” ele sorria.

 

“Vem comigo.” Eu o puxei por duas casas, ate parar em frente a uma casa. Ela não era muito grande, mas tinha uma boa garagem.

 

“Feliz aniversario.” Eu o abracei.

 

“Cadê o presente?” ele me tomou a garrafa da minha mão.

 

“Esta olhando para ele.” Eu tentei pegar a garrafa, em vão ele a lançou no lixo.

 

“Não estou vendo nada, acho que já bebeu de mais.” Ele gargalhou.

 

“Olha!” eu apontei para a casa.

 

“A casa?” ele arregalou os olhos.

 

‘Não gostou?” eu me entristeci.

 

“É uma casa!” ele me abraçou.

 

“Só achei que não vai demorar ate o Embry te expulsar da sua.” Eu o abracei, estava com frio.

 

“Uma casa é a cara.” Ele me afastou, me olhando seriamente.

 

“Não é problema, e também vocês cozinham para mim.” Eu tentei abraça-lo outra vez.

 

“Mas eu não posso aceitar.”

 

“ Você aceitou a moto!” eu bati os pés no chão, dinheiro não era problema para mim.

 

“A Bella é minha amiga.” Ele me olhava indeciso.

 

“ E eu o que sou?”

 


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Notas finais do capítulo

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