Paixão Além da Coroa 3 - O Amor Atravessa Gerações escrita por God Save The Queen


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee linda, o que estão achando até agora? Eu estou amando mais cada minuto! rs
Not a Bad Thing - Justin Timberlake, é a música que eu ouvi escrevendo esse capítulo, espero que você leiam escutando essa música pra dar a emoção! rs



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>>o Ponto de vista: Clary

Acordei com a cabeça cheia, por um momento tinha esquecido onde eu estava, mas logo depois tudo voltou a entrar em foco. Dei uma olhada na roupa que estava jogada em cima do sofá e lembrei da noite anterior, não pude evitar os pensamentos que cortaram a minha mente.

– Senhorita Clarisse? – perguntou alguém na porta.

– Pode entrar! – falei sem nem me mexer na cama.

– Bom dia, senhorita Clarisse. – era uma mulher que parecia ter uns cinquenta anos, ela sorria de forma simpática.

– Bom dia! – falei me enrolando ainda mais no edredom.

– Olá, eu sou a Amélia. E serei sua empregada exclusiva, acho que é assim que falam no Brasil. – eu ri e sentei na cama.

– Olá Amélia, pode falar do jeito que quiser, mas, por favor, não me chame de senhorita.

– Como quiser, Clarisse. Todos já acordaram, e esperam pela senhorita na mesa do café da manhã.

– Tudo bem, eu já estou indo. Você pode me esperar? Porque eu não sei onde fica a mesa do café.

– Claro, eu vou arrumar a sua cama.

– Obrigada, e Amélia, sabe se está frio lá fora?

– Com certeza, é inverno em Londres.

– Tudo bem, obrigada!

Eu fui em busca de algo no meu armário que eu pudesse sair, afinal eu não pretendia passar a manhã presa no palácio. Eu queria conhecer Londres, com tudo que eu tenho direito.

No final, optei por uma calça rosa, blusa de manga comprida cinza lisa, jaqueta de couro preta, ankle boot de oncinha e uma bolsa preta.

– Que tal? – perguntei para Amélia. Ela colocava a última almofada na cama quando olhou pra mim.

– Está magnífica! – respondeu e eu sorri me encarando no espelho.

– Obrigada! Eu prometo que não vou demorar muito! – falei indo ao banheiro.

Penteei os cabelos e pensei no que poderia fazer em Londres, talvez se Harry estivesse livre poderia ir comigo. E pensar que eu tinha feito tanto escândalo pra vir pra cá.

Flashback On

– Não tem discussão, Clarisse! – falou minha mãe pela milionésima vez.

– Mas eu não quero ir pra Londres. Eu já tinha combinado tudo com Julia, nós íamos para Nova York nessas férias, tente entender mãe. Eu estou te suplicando! – falei implorando mesmo, dando adeus a minha dignidade.

– Clarisse, eu sei que você queria muito mesmo ir viajar com sua amiga, mas já faz muitos anos que eu não vejo a minha melhor amiga também, tente entender.

– Mãe, vocês podem viajar sem mim. Qual é o problema?

– O problema que essa é uma viagem da família, e por mais que ás vezes você esqueça, você faz parte dessa família. E nós todos vamos a Londres. Poxa, Clarisse, Londres também é incrível! Não era seu sonho ir pra lá, também?

– E ainda é, mas os meus pais não faziam parte desse sonho! – falei sentando no sofá de braços cruzados como uma perfeita garota mimada.

– Mas você pode curtir sem a nossa presença. A Angie e o Ed têm um filho de dezenove anos, o Harry, você vai poder ficar com ele.

– Mãe, ele é um príncipe. Não vai ter tempo pra ficar me dando atenção e eu só vou atrapalhar.

– Não diga isso, ele é um garoto incrível.

– Como você sabe? Você o conhece? Mãe, você só sabe o que vê na televisão. E pelo jeito, ele deve ser muito egocêntrico.

– Sério? Pode falar o que quiser, mas você vai pra Londres.

– Vai sonhando! – murmurei baixo o suficiente para que ela não escutasse.

Flashback Off

E aqui estou eu, em Londres, e até que Harry é um garoto legal, embora tenha tentado me beijar e ter me encarado com um olhar meio estranho assim que cheguei. Acho que ele só estava fazendo o que faz sempre, e eu não posso mentir dizendo que eu não queria beijá-lo, mas as coisas não são fáceis assim. Pelo menos não pra mim.

– Amélia, vamos? – perguntei e ela assentiu abrindo a porta pra mim.

– Obrigada! – falei saindo do quarto.

>>o

– Clarisse, estávamos a sua espera! – falou Angelina

– Obrigada! – falei indo sentar ao lado de Harry, que olhava pra mim de um jeito engraçado.

– Você está linda! – falou ele no meu ouvido, e eu fiquei desconcertada por um momento.

– Obrigada! – falei no seu ouvido também, e ele sorriu. Quando olhamos pra frente, todos nos encaravam.

– Posso servir o café da manhã? – perguntou Edward encarando Harry.

– Claro, pai. – falou Tiago impaciente.

O rei deu o sinal e o café da manhã foi servido, tinha tudo o que você podia imaginar. Todos os tipos de coisas britânicas e brasileiras dignas de um café da manhã de princesa (desculpe o trocadilho ruim).

– Então, como foi a noite de vocês? – perguntou Angelina, e eu olhei pra Harry que sorria.

– Foi maravilhosa! Não foi, Clary? – ele me encarou e eu não sabia o que falar direito.

– Sim, foi mesmo. – falei sem graça.

– E o que vocês fizeram? – perguntou minha mãe.

– Fomos à balada, depois no Starbucks. – falei encarando o meu prato.

– Entendi, e você vai sair agora de manhã? – perguntou meu pai, eu já estava ficando irritada com tantas perguntas, mas como foi o meu pai que fez a pergunta, respondi.

– Vou sim, andar por Londres.

– E você vai com o Harry? – perguntou Tiago.

– Você quer ir? – perguntei olhando pra ele. Harry parecia estar se divertindo com toda essa situação.

– Posso? – Harry começou a rir, e eu também. Obviamente, ninguém entendeu o motivo de tanta gargalhada, mas o nosso jogo estava de pé, e eu não ia perder.

– Quer que eu repita a pergunta? – falei, Harry entendeu que eu estava dando início a nossa disputa, mas a nossa família encarava-nos com certa curiosidade.

– Acha que eu sou lerdo?

– É pra responder? – Harry levantou uma sobrancelha e deu um sorriso de canto de boca (eu lutei para controlar a minha respiração nessa hora). Ele era realmente lindo!

– O que você quer dizer com isso?

– Você tem certeza que quer que eu responda?

– Quer que eu repita a pergunta? – eu comecei a rir e Harry também.

– Tudo bem, você ganhou! – falei e ele voltou a sua atenção para a comida.

– Muito bem! 1x1, finalmente!

– Aproveite este momento, porque ele não vai durar muito.

– Veremos! – falou sorrindo, olhando pra mim. Eu ia responder, quando Tiago me interrompeu fazendo com que eu lembrasse que eles estavam presentes.

– O que foi isso?

– Nada! – eu e Harry falamos ao mesmo tempo, me deixando sem graça.

– Tudo bem! Então acho, que está na minha hora! – Edward levantou da mesa nos encarando.

– Eu também tenho que ir! – falou Angelina rindo, mas antes de sair piscou pra mim. Eu entendi na hora o que ela quis dizer, mas fingi não entender.

– Já terminou? Podemos ir? – perguntou Harry.

– Claro! – levantei da mesa seguida por ele.

– Divirta-se! – falou minha mãe antes que eu pudesse sair, e Tiago ficou rindo. Eu não entendi, mas Harry sim, pois estava rindo também.

>>o

– Não quero ir de carro, quero caminhar para aproveitar melhor a paisagem. – falei.

– Como quiser!

Estava realmente frio do lado de fora, mas tinha sol e para mim, o tempo estava perfeito.

– O que quer fazer? - perguntou Harry

– Ainda não sei, alguma ideia?

– Bom, ontem eu queria caminhar com você pelas margens do rio Tâmisa. Que tal?

– Pode ser. - falei, e foi o que fizemos.

Harry só falava quando eu perguntava algo, fora isso ele se manteve calado. Acho que estava me dando espaço pra pensar, e eu gostava do silêncio, mas queria conversar com ele também.

– Hoje nossos pais ficaram nos encarando na hora do café da manhã. - falei e Harry riu.

– Acho que eles estranharam a intimidade que parecemos ter, já que nos conhecemos ontem.

– Provavelmente seja isso. Mas tem algo a mais, eu pude sentir a minha mãe tensa com nossa proximidade. - confessei.

– Talvez ela só não quer que você vire a próxima rainha. - falou ele naturalmente, mas eu parei e o encarei.

– Como assim? - Harry parou e me encarou de volta.

– Sei que somos apenas novos amigos, mas sua mãe está com medo que vire algo mais. Porque ela não quer essa responsabilidade nas suas mãos.

– Será? - perguntei confusa. Minha mãe acharia isso mesmo?

– Ah não sei, mas provavelmente ela prefere que você seja médica do que rainha.

– Eu não pretendo ser nenhum dos dois. - falei e ele engoliu em seco. Mas de alguma forma acho que não foi porque eu o recusei, indiretamente. - Harry, aconteceu alguma coisa?

– Meu pai quer falar comigo depois do almoço, eu não sei se quero ir.

– Por que?

– Porque eu não quero escutar de novo todo aquele monólogo sobre o quanto eu não estou preparado para assumir o trono.

– Harry, é realmente isso que você quer? - perguntei e ele encostou na grade que cercava as margens do rio Tâmisa. Por um tempo ele não respondeu, e depois suspirou pronfudamente.

– Ultimamente eu tenho pensado sobre isso. Eu fui na biblioteca procurar alguns livros sobre a Constituição Britânica, pra ver se tinha alguma brecha para que eu pudesse recusar.

– E você encontrou algo? - encostei ao lado dele. Ele ainda encarava o nada.

– Se eu recusar meu irmão mais novo deverá assumir o trono. - falei e eu encarei ele surpresa. Tiago assumindo o trono? Eu não conseguia imaginar.

– Mas Tiago é muito novo. Mesmo daqui a três anos, ele vai ter apenas doze anos. Não pode ter uma responsabilidade desse tamanho.

– Eu sei, Clarisse. Por isso que eu não tenho escolha. Eu não ficaria bem sabendo que eu joguei todo o peso que eu deveria carregar em cima do meu irmão de doze anos.

– Então você vai assumir mesmo não querendo.

– Sim, mesmo que eu não queira. Eu vou assumir pelo Tiago.

– Nossa! - falei apenas e Harry riu relaxando os ombros.

– Vamos falar sobre outra coisa?

– Tudo bem. Sobre o que quer falar? - perguntei e ele voltou a caminhar.

– Fala sobre você, quais são os seus planos para o futuro?

– Ainda não sei, eu não tenho planos formados. - falei e ele sorriu.

– Você não tem nenhum sonho? Nenhum? - perguntou e eu parei pra pensar.

– Sonhos eu tenho, mas nada relacionado ao profissional. Eu não gosto de pensar nisso.

– Então quais são os seus sonhos? - perguntou e eu sorri.

– Tem coisa que a gente não conta.

– Ah vai, eu já sei um. - falou e eu o encarei séria.

– O que você sabe?

– Que você sonha com o príncipe encantado que venha te buscar em um cavalo branco e te levar para um castelo dourado.

– Não, eu nunca falei nada em cavalo. - falei e ele riu. E eu tive que rir também. Estar com o Harry ali, fazia eu me senti confortável, segura e tranquila.

– Ata, mas castelo dourado tá valendo?

– Isso é complicado, Harry. Eu acho que puxei a minha mãe nessa parte! Eu penso em sonhos fofos com alguém que eu goste e que goste de mim.

– Mas acho que todas as garotas são assim. - falou Harry parando.

– Não, nem todas sonham tão específico quanto eu.

– O que quer dizer com isso? - perguntou curioso.

– Já não está na hora do almoço?

– Está fugindo do assunto? - eu sorri, e comecei a voltar para o palácio.

– Você que disse que tinha que falar com seu pai depois do almoço. Eu só não quero ser deportada por não levar o príncipe de volta.

– Não exagera! - falou sorrindo.

>>o

– O que conheceu de Londres? - perguntou minha mãe na mesa do almoço.

– Eu e Harry caminhamos pela margem do rio Tâmisa. - falei desconfortável.

– Ah sim, e o que achou? - perguntou Angelina.

– Londres é incrível. - eu encarava o prato envergonhada.

– É mesmo! - respondeu ela.

O almoço seguiu em silêncio, Harry ás vezes olhava pro pai com dúvida. Ele estava com medo do que o pai pudesse dizer, mas tentava disfarçar.

– Harry, vamos? - chamou Edward depois de um tempo.

– Sim, senhor. - falou Harry levantando.

– Te vejo mais tarde? - perguntei e ele assentiu sorrindo.

>>o Ponto de vista: Harry

– Então, pai o que foi? - perguntei logo de cara. Estávamos no escritório do meu pai. Ele estava sentado na sua cadeira, e eu sentei na sua frente meio receoso.

– Gostaria de falar com você sobre algumas coisas.

– Estou ouvindo. - falei e ele enrijeceu na cadeira.

– Harry, você já vai fazer vinte anos. Daqui a pouco terá que assumir o trono, mas você age como se fosse um adolescente normal. Eu sempre esperei mais de você, porque você vai entrar no meu lugar. Governar um país não é brincadeira, e eu exijo que leve a sério.

– Pai, eu sei o que quer dizer. Mas tente entender, eu não sei se nasci pra isso. Eu gosto de sair, gosto de ter liberdade, privacidade. Eu gostaria de viver tantas coisas antes de assumir o trono.

– Harry, você não tem escolha. O que planeja? Abdicar o trono que é seu por direito? - eu não respondi de imediato. Eu levantei e andei pela sala, encarando o nada.

– Eu não sei. Pai, compreenda o quanto isso é difícil pra mim. Eu não tenho nem namorada e tenho que me casar pra assumir o trono. Estou meio perdido em relação a tudo isso.

– Compreenda você. Todos fazemos sacríficios, Harry. Você acha que foi fácil pra mim assumir o trono? Eu na sua idade tinha certeza do que fazer, mas quando foi chegando mais perto, as coisas se complicaram e eu tive que tomar uma decisão. Escolhi fazer o que era certo, e cuidar do meu país. - eu já estava com raiva, eu odiava discutir com meu pai, mas isso parecia acontecer cada vez mais frequente.

– Você faz parecer tão fácil, tão simples. Pai, você não sabe o quanto eu tenho que abrir mão pra fazer o que é certo. Eu não sou como você, não sou controlado, sou egoísta. Eu penso em mim também, e eu gostaria muito de não ter responsabilidades tão pesadas. Eu queria ter nascido em outra família. - saí batendo a porta. Eu precisava pensar, esfriar a cabeça. Nem olhei pra trás quando minha mãe gritou meu nome, e entrei no meu quarto. Deitei na minha cama e enfiei a cabeça no travesseiro.


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Notas finais do capítulo

E aí pessoas? O que acham?
Reviews? ;)



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