O diário de Mari escrita por Filha da Sabedoria


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

MIL PERDÕES PELA DEMORA! Estou com muitos trabalhos, provas e atividades extracurriculares que acabo esquecendo de escrever.
Bem, aí vai o próximo capítulo, cheio de Treta!



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Tentei dormir um pouco. Nada. Tentei ler um pouco. Nada também. E cada vez que eu olhava para trás, George me olhava com mais repulsa. E Tel, bem, ele estava se divertindo com a situação. Minha vontade era de levantar e de dar um soco na cara daquele esdrúxulo. E, na verdade, foi o que eu fiz. Eu me levantei com o intuito de ir falar com Lisa, mas, por impulso, fui até a poltrona de Tel, encarei-o e, sem pensar e soquei o rosto dele com tanta força que os nós dos meus dedos ficaram roxos instantaneamente. Seu nariz agora sangrava e ele estava me olhando com tanta... raiva não... não passava nem perto disso... era muito ódio. Ele segurou meu pulso com força e torceu meu braço, fazendo com que eu me virasse, deixando minhas costas viradas pra ele, onde ele me socou com tanta força que senti meus ossos estralando. Virei-me, as lágrimas escorrendo pelo rosto com um grande ardor, e vi o grande sorriso de vingança que ele tinha estampado no rosto.

“SEU BABACA!”, gritei, massageando meu pulso roxo.

“VADIAZINHA! OLHA O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA CARA!”, ele gritou.

“VOCÊ SÓ SE IMPORTA COM A SUA APARÊNCIA? JÁ PAROU PRA PENSAR QUE ESSA MERDA DE CARA QUE VOCÊ TEM VAI FICAR FEIA UM DIA? JÁ PAROU PRA PENSAR QUE VOCÊ ACABOU DE ESTRAGAR A MINHA VIDA E DE FODER COM AS MINHAS COSTAS? PUTA QUE O PARIU! JÁ PAROU PRA PENSAR QUE VOCÊ É UM BABACA?”, falei, agora sem conter o ódio em minhas palavras.

Ele se calou. Todos assistiam à cena, pasmos. Ele ia começar a falar mas eu o interrompi. Eu havia começado tudo, então eu acabaria.

“NÃO ME INTERROMPE, INÚTIL! VOCÊ ACHA QUE VAI CONSEGUIR SER O FODA FICANDO COM TODAS AS GURIAS POR AÍ? ACHA QUE VAI SER O FODA USANDO OS OUTROS PRA CONSEGUIR O QUE BEM QUER? POIS BEM, VOCÊ NÃO É O FODA.”, acalmei minha respiração e continuei, “Obrigada por foder com a minha vida, Tel. Muitíssimo obrigada, seu babaca.”

Saí andando e sentei-me em minha poltrona. Limpei meu rosto e olhei meu braço, para, então, começar a pensar nas minhas costas. FILHO DA PUTA! Minhas costas estavam muito fodidas e eu teria que carregar uma mochila cheia a tarde inteira. Tentei me acalmar, tomando uma água, mas tudo o que eu consegui foi ficar com mais sede... sede de vingança. Me levantei para ir ao banheiro e dei de cara com George, que estava parado atrás do meu assento.

Olhei pra ele e ele me encarou. Não consegui sustentar seus olhos, então abaixei a cabeça e comecei a andar, até ele me parar, puxando meu braço que estava totalmente roxo. E, sério, aquilo doeu pra caralho.

“Você fez merda, Mari. Vem, eu vou te ajudar.”, ele disse, me segurando, desta vez, pelo braço bom.

E apenas o segui, me sentindo um tanto quanto submissa. Eu estava obedecendo à ele, sendo que ele não mandava em mim, mas não consegui pensar muito, já que o torpor que minhas costas estavam me causando estava me deixando tonta.

Ele indicou o lugar para eu me sentar e sentou-se ao meu lado. Então ele pegou um kit de primeiros socorros da minha mochila (nunca se sabe) e começou a passar Gelol no meu braço e nas minhas costas. Aí ele pegou umas ataduras e fez um curativo no meu pulso, que estava roxo.

“Levanta a blusa.”, ele ordenou.

Eu apenas neguei com a cabeça. Nós estávamos no canto mais reservado do ônibus, mas eu não queria levantar a minha blusa. Não me sentia mais à vontade com ele.

“Levanta. A. Porra. Da. Blusa. Mari. Que. Eu. Quero. Fazer. A. Porra. Do. Curativo.”, ele falou cada palavra pausadamente. Ergui, então, um pouco a minha blusa, para que ele enfaixasse o meu tronco com força, reprimindo a dor.

Quando ele acabou, levantou-se e saiu, como se nada tivesse acontecido.

“Obrigada.”, murmurei ao passar por ele.

Ele apenas me olhou e assentiu com a cabeça.

Sentei-me novamente e peguei meu espelho. Minha cara estava toda machada rímel e suja. Peguei meus lencinhos demaquilantes e limpei meu rosto, então peguei minha nécessaire e passei um pouco de base, blush, rímel e um gloss, deixando meu rosto num estado melhor. Então foi a hora de arrumar o cabelo. Meus cachos loiros caiam bagunçados sobre meus ombros. Peguei uma escova e um prendedor, arrumando meu cabelo em um belo rabo-de-cavalo. Fui até o banheiro, bochechei com Listerine, passei desodorante e um perfume e aproveitei para trocar minhas calças por uma leggin, porque estava muito calor. Depois de pronta, voltei ao meu lugar e peguei meu celular e meus fones. Coloquei as minhas playlists no modo aleatório, mas caiu em uma das minhas músicas favoritas da banda Red Hot Chili Peppers, Californication. A melodia começou a tocar e eu me acalmei rapidamente. Peguei meu livro e comecei a ler de onde parei. Já passava da metade. Na verdade, eu já estava quase acabando o livro quando (FINALMENTE) o ônibus parou.

Descemos as escadas e nos deparamos com um parque de aves. O lugar era lindo, refrescante e cheio de pássaros de diferentes espécies, todos soltos e livres. Peguei minha câmera e tirei muitas fotos. Eu e Lisa registramos todos os momentos e quando uma coruja pousou um meu ombro e eu a acariciei, Lisa tirou uma foto. Foi a melhor foto do passeio! Eu e ela ficamos tirando fotos juntas e com aves diversas, foi muito legal. Eu até havia me esquecido da dor nas minhas costas. Ficamos umas hora no parque e fomos para uma lanchonete e lanchamos alguma coisa antes de prosseguir com a viajem, que nós iríamos para aquelas ruínas. Entramos no ônibus, porque teríamos mais uma hora de viajem. Peguei meu celular e comecei a jogar um joguinho antes de voltar a ler. Um tempo depois levantei e fui falar com Lisa. Ela estava conversando com Anne, que olhou pra mim e fez menção para que eu me sentasse. Sentei-me e elas me olharam, esperando que eu começasse a falar.

Eu contei tudo à elas, desde bem antes da viajem, até aquele momento. Elas escutaram tudo com atenção, assentindo às vezes. Quando eu acabei de falar, elas me abraçaram e disseram que ficaria tudo bem. Ingênuas, mal sabiam que tudo iria piorar. Quando eu voltei ao meu lugar, vi que elas foram falar com George. Vi o ódio, a raiva e a amargura, todos misturados, em seus olhos, mas eles estavam apenas se dissipando. Ele me olhou com uma certa compreensão, mas logo fez a sua carranca voltar.

“Nós tentamos...”, Anne disse, meio cabisbaixa.

“Tudo bem, ele não vai voltar a falar comigo tão cedo...”, disse meio triste.

Elas assentiram e voltaram aos seus lugares, encarando Tel quando passaram por ele. Ele me olhou. Se nariz já estava limpo e com uma gaze, mas eu não me importei. O que ele tinha feito comigo não tinha preço.

Quando chegamos às ruínas, fomos primeiramente até um pequeno museu, para então vermos todo o local. Eu e Lisa andamos por quase tudo, até em lugares onde não era permitido, para tirarmos fotos. Foi muito divertido. Fomos quase pegas por um guarda quando estávamos em um lugar proibido. Ficamos lá por duas horas e depois fomos almoçar. Almoçamos e voltamos ao ônibus. Teríamos mais uma parada antes de voltar. Eu fui falar com Anne e, quando voltei para pegar minha bolsa, que tinha esquecido na lanchonete, eu vi tudo, e meu mundo desabou.


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Notas finais do capítulo

E aí, mereço reviews?



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