Laços Temporais escrita por Kunimitsu


Capítulo 4
Dialoghi Amichevoli II


Notas iniciais do capítulo

Leiam antes de me matar, pleaseee...



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Diálogos Amistosos II

O primeiro a ser abatido, era um homem no auge de seus trinta anos, que desavisado, andava mata adentro; observando algum sinal de perigo. Sendo rápido e certeiro, sem fazer nenhum barulho desnecessário, a lâmina afiada transpassou pelo pescoço grosso do homem e o mesmo não caiu fazendo um barulho alto, pois fora segurado por seu atacante; que agilmente deitou o morto no chão silenciosamente, fazendo um sinal com as mãos para os demais seguirem em frente.

Os outros logo começaram a se mover, passando pelo atacante e o morto - que foi ignorado - e seguiram adiante. Ao chegar a beirada da floresta, pararam e observaram por um instante, antes de silenciosamente, um dos mascarados tirar de um de seus bolsos, uma pequena maquininha de metal. De formato hexagonal, tinha no máximo uns dez centímetros de largura e cinco de comprimento, com suas pontas arredondadas; no meio se encontrava acoplado uma estrutura arredondada, com uma lente.

O mascarado, então, virou o equipamento, apertando um botão escondido, vendo a lente piscar em vermelho. Rapidamente, o aparelho fora arremessado contra a parede de concreto da mansão, ficando fixada na mesma. Mas dois do aparelhinho se juntaram ao primeiro, ao seu redor, as luzes vermelhas brilhando freneticamente, até que um som agudo se prolongar em segundos, então uma explosão ser ouvida. A parede estava agora com um enorme buraco.

Os intrusos, escondidos entre as árvores, se infiltravam dentro da mansão pelo buraco, movimentando-se o mais rapidamente possível; escutando ao longe, um sinal de alerta da própria mansão e as vozes de homens se aproximando. Ao já estarem dentro, depararam-se com uma sala outrora sofisticada, agora coberta por uma densa camada de poeira. Um dos mascarados, com os cabelos longos e prateados, deu um sinal a um moreno, que assentiu, partindo com um grupo indo para o lado de fora. Local onde já se encontrava um bom número de homens armados, que não demoraram a atacar o inimigo.

Com a divisão do grupo, o prateado seguiu em frente, já sendo atacado por mais homens armados, mas que foram facilmente abatidos, deixando um rastro de morte pelo caminho que seguiam. Decepcionante, pensava o líder do grupo, pegando uma de suas espadas e cortando o inimigo, o sangue espirrando em suas vestes negras. Chegaram rapidamente ao hall de entrada, onde puderam ver uma escada que seguia para os demais andares. Ele está lá, o prateado ia seguindo para a escadaria, dando instruções para seus homens, mas antes mesmo de dar algum passo, teve por desviar de um tiro, que por pouco não acertou sua nuca.

Seus olhos faiscaram na direção dos homens de terno negro, com uma variedade de armas em punho. Mas com dois homens se destacando nas fileiras de mafiosos. Um, o que parecia o mais jovem, tinha os cabelos curtos e repicados, e com um sorriso preguiçoso em seu rosto. O outro ao seu lado, mais robusto, tinha a pele negra e cabelos divididos em dreads, com uma expressão séria e aterrorizante.

Por um momento, apenas houve uma análise do inimigo de ambas as parte, cada um avaliando o seu oponente, com os olhos comprimidos.

Hun, hun, parece que temos alguns problemas por aqui. - disse o mais jovem italiano, movendo-se discretamente para a direita.

– E acho que vocês não deixariam nós resolvermos, não é? - perguntou com desdém o prateado, balançando perigosamente a espada afiada em uma de suas mãos. Sua outra mão aveludada, deslocou-se para trás, fazendo um sinal ao seu grupo, que fora rapidamente compreendido.

Hun, parece que não.

Com uma rapidez quase inumana, o prateado moveu-se para a esquerda, ao mesmo tempo, em que atrás de si, os mascarados jogavam bombas de fumaça. Logo, todo o local estava preenchido pela fumaça escura e densa. Os intrusos, com uma proteção nos olhos, atacaram com destreza. Rapidamente, o cômodo fora preenchido com os gritos, tiros e mais armas se chocando em uma luta intensa.

Fácil demais, pensou o líder, enquanto aproveitava a distração e subia os inúmeros degraus. Sempre em alerta. Porque estava fácil demais para seu gosto. Era um homem que se deliciava com desafios, e estava começando a se perguntar o que estava acontecendo. A Vongola era tão fraca assim? Não, não, podia ser... Tem algo errado aqui...

Suas linhas de pensamentos foram cortadas ao chegar ao primeiro patamar, olhando para os corredores em seus lados; ambos vazios e sem nenhum som. Seus olhos se estreitaram em desconfiança, apertando com força a espada, andou quase colado a parede, de forma sorrateira. Avaliando os corredores, decidiu por ir a direita. O suor escorrendo na lateral de sua testa, terminando em sua máscara. Estava tenso.

Um barulho de algo de vidro se espatifando escutara, fazendo-o parar no meio do caminho. Engolindo em seco, observou o seu entorno com cuidado, por fim, não encontrando nada que chamasse sua atenção. Resolveu seguir em frente. Indo até o fim do corredor, deparou-se com uma vidraça, por onde espiou as pequenas lutas ocorrendo lá fora. Concluiu que estavam perdendo, ele tinha que se apressar. A sua esquerda havia mais um corredor, por onde seguiu.

Havia algumas outras vidraças, estas tampadas por um cortinado branco. Poucos quadros pendurados nas paredes, mas com quatro portas. Encostava-se em cada porta, tentando ouvir algum som, e sem resposta, abria as portas, encontrando nada além do vazio. Já na última porta, havia uma pilastra e em sua frente, um vaso estilhaçado e flores ao chão.

Parou ali, por um momento observando a porta e o vaso quebrado. Não se passara nem cinco minutos, até que suas mãos se moverem para a maçaneta roliça. Parando por um segundo, então, começando a girar em uma lentidão absurda, escutando o clique suave quando fora aberta. Respirando fundo, engolindo em seco, o suor escorrendo, entrou de manso.

O quarto era pouco iluminado, apenas um candelabro em um das mesas ao canto. As janelas abertas, faziam o vento da noite adentrar e esvoaçar as cortinas finas. Havia uma estante na parede a esquerda, e outra a direita, uma cama localizada a frente da porta. E sentado na mesma, era um homem com feições envelhecidas e cansadas, com brincos e um moicano em sua cabeça.

Alvo encontrado. O líder entrou, ainda cauteloso, principalmente por não encontrar indícios de outros no lugar e o mais velho não ter se mexido nem um pouco; mesmo sabendo de sua chegada.

– Parece que me encontraram. - o velho falou, a voz era baixa e rouca, mas com um leve tom animado. Sua cabeça moveu-se em sua direção, mostrando os olhos vendados. Um sorriso divertido enfeitava o rosto enrugado. - Em que posso ajudar, jovem visitante?

– Acho que já sabe, meu caro. - respondeu o líder, a voz era controlada e calma. Seus olhos estreitaram quando ouvira o risinho do velho. - Do que ri? Não achas que está em posição para tal coisa?

Hun, a juventude... É tão tola nos dias de hoje e de décadas atrás... Tão parecidas. - dizia em uma voz baixa e séria, e mesmo que seus olhos não pudessem ser visíveis, o outro sentia a intensidade de seu olhar. - Não acha que veio de muito longe? Para no final, ter nada?

– Isso, é eu que decido. - se aproximou o suficiente para ter a lâmina de sua espada a centímetros do pescoço grosso do ferreiro. - Agora, mexa-se!

A ingenuidade humana ainda me surpreende...– o murmuro fora sombrio e que se propagou pelo ar, como um eco.

Imediatamente, o mais jovem estava com seus sentidos aguçados ao máximo que podia, afastando-se do velho e colocando-se em posição de combate. Os olhos não parando em nenhum lugar do quarto. Olhou novamente ao ferreiro e se surpreendeu ao ver um nevoeiro o cobrir. Em segundos seu corpo moveu-se em uma ataque, surpreendendo-se novamente ao ver sua espada através do corpo velho, como se estivesse simplesmente cortando o ar.

Ligeiro, afastou-se com um salto para trás, parando perto da porta. O velho soltara uma risada fosca, para então desaparecer no nevoeiro. Sentindo-se muito frustrado ao sentir a presença do outro desaparecer, o prateado estava pronto para sair dali. Virando-se de lado, andava em direção a porta, ainda em alerta para o sinal de perigo. Assim que se viu fora do quarto, suas pernas longas logo se puseram a correr o máximo que se permitiam. Nunca olhando para trás.

Quando chegara ao corredor anterior, teve por fazer uma parada brusca, ao notas homens no lugar. Sua respiração já mostrando sinais de se tornarem pesadas e ofegantes, o coração batendo com a adrenalina. Acalme-se, acalme-se..., repetia em sua mente como um mantra, respirando fundo, abrindo os olhos frios.

Cautelosamente, se moveu mais perto da janela, apurando seus ouvidos ao ouvir o som de passos se aproximarem cada vez mais. Usando a lâmina da espada, viu um grupo vir na direção a qual estava escondido. Mordeu os lábios, concentrando-se na busca por uma saída. Mas a única que via, era enfrentar o inimigo ou...

Olhou novamente a janela, que refletia o belo luar daquela noite. Respirou fundo, guardando a espada em sua cintura com firmeza. Agachando-se seu corpo um pouco, usando o pé esquerdo como impulsionador, correu em direção a vidraça. Pulara. Ouviu gritos, o barulho do vidro quebrando-se, e os mesmo rasgando sua farda. Os braços na frente da cabeça tapando momentaneamente sua visão.

Sentia o som do vento passando por si. Era uma altura considerável. E que não durou muito até sentir seus pés tocarem o solo verde, assim como a dor intensa em seu tornozelo esquerdo. Seu corpo caíra para frente, fazendo-o se apoiar em suas mãos e joelhos. A visão embaçara, mas se recusava a desmaiar em uma hora como aquela. Obrigando seu corpo a ficar em uma forma agachada, tentando levantar-se para ter sua cabeça rodando. Sua visão piscando pontinhos negros até tudo se tornar escuro.

~*O*~

O cômodo era amplo, tendo vidraças, com cortinados vermelhos, deixava a luz do meio da tarde iluminar o lugar decorado de forma rústica. Na longa mesa de madeira escura e esculpida, ficava ao centro, tendo cadeiras altas a rodeando, ricas em detalhes belos; mas em uma cadeira particular, que se localizava na ponta, estava um jovem homem sentado.

Com seus cotovelos apoiados na mesa, as mãos posavam no rosto do loiro, o cobrindo. A franja tampando mais ainda a face lhe dava um ar sombrio. Sua postura curvada mostrava a tensão que sentia. Seu manto outrora em seus ombros, agora repousava no encosto da cadeira, junto ao seu terno. As mangas da blusa branca estavam dobradas até o cotovelo e a gravata preta estava pousando frouxa em torno do pescoço. Vongola Primo estava claramente cansado, soltando alguns suspiros de vez em quando.

E fora assim que um certo ruivo encontrara seu chefe e acima de tudo, seu melhor amigo. G franziu o cenho, preocupação brilhando em seus olhos avermelhados. Fechou com cautela as portas duplas da sala de reuniões, andando o mais silenciosamente que pode em direção ao mais novo. Parando ao lado do jovem Vongola, hesitou antes de colocar uma mão bronzeada em cima do ombro do amigo. O mesmo rapidamente deu um salto em sua cadeira. A cabeça erguendo-se, com olhos frenéticos procurando um possível inimigo. Mas ao notar a pessoa que estava ao seu lado, soltou um suspiro aliviado, sentando-se novamente.

G!– exclamou Giotto, parecendo um pouco irritado, mas também transparecendo o cansaço em sua voz.

– Desculpe. - o Guardião da Tempestade sentou-se na cadeira direita a Giotto. - Você está terrível! Está bem?

– Oh, muito obrigada, G. Isso realmente me anima. - ironizou o chefe, enquanto passava as mãos em seus cabelos, em uma tentativa de ameniza-los.

– Pelo menos, estou tentando. - suspirou G, tocando o ombro de Giotto como reconforto. - Mas sério, Giotto, o que está havendo? Você está assim a dias, desde que Alaude saiu.

Giotto franziu o cenho, por um momento se fazendo silêncio entre os dois. G esperava com paciência, pois já conhecia as atitudes do outro, algumas que o deixavam louco, por sinal. Observou atentamente a expressão de Primo, os olhos alaranjados mostrando tantas emoções que deixava o ruivo um pouco impactado. Era estranho ver Giotto agir de tal modo. Só comprovava as especulações que G tinha. Qualquer que fosse o problema, era sério.

E o tal chefe, alheio as observações do amigo, se deixava derivar entre seus pensamentos. Tentando organiza-los de uma forma que ele mesmo pudesse entender, o que se mostrava uma tarefa difícil. Eram tantos os pensamentos que povoavam sua mente, que acabava por embaralha-los como em um emaranhado de lã, desorganizada.

Sendo sincero, não sabia o que esperar quando mandara Alaude em busca de informações sobre os desaparecimentos. E com sua volta, já avisando de antemão que o que trouxera não era nada bom; tudo complicava. E sem contar que agora, mesmo com a ajuda de seu amigo, tinha a horrível sensação de estar perto de descobrir algo que podia não estar preparado. As coisas só pareciam complicar com o tempo passando.

–-iotto! Giotto! GIOTTO!! - o grito do ruivo o despertara de seus profundos pensamentos. E pela cara do amigo, o havia preocupado. Suspirou.

– Antes que pergunte, G, estou bem.

Assegurou o loiro, os olhos alaranjados percorrendo a sala utilizada para reuniões. Até que reparou no relógio pendurado na parede. Seus olhos se arregalaram. Não percebeu os olhos vermelhos de G estreitarem, não acreditava na palavra do mais novo. E abriu a boca para falar o que achava, mas nada pronunciara, já que Giotto tomou a frente levantando-se apressado.

– A reunião é daqui a pouco. - informou Primo, um pouco alvoraçado, enquanto arrumava suas vestes e colocando o seu manto negro.

– A-ah! Droga! - G rapidamente entendera, olhando um pouco irritado ao se chefe. - Você esqueceu, não foi?

– Be-bem, um pouco distraído, sim. - respondera, indo até uma mesinha ao canto. Da única gaveta de lá, tirou uma pasta cor pastel, fechado por um cordão.

G bufou, acomodando-se melhor na cadeira, afrouxando sua gravata verde escuro, com as pernas cruzadas, suas mãos procuravam algo nos seus bolsos. Cigarros. Rapidamente acendeu um, fazendo Giotto franzir o cenho, realmente não gostava que o seu guardião fumasse, mas descobriu a muito tempo, que já era algo humanamente impossível. Pelo menos, ele diminuiu a quantidade, pensava o loiro, enquanto abria uma das janelas, a mais perto do ruivo.

Voltou a se sentar em sua cadeira, na ponta da mesa, analisando os papéis da pasta, quando ouvira passos e vozes vindo da porta dupla. A mesma fora, em poucos segundos, aberta e de lá passara mais três de seus guardiões e amigos queridos. O mais novo, que ostentava uma expressão preguiçosa, tinha as roupas e os cabelos verde e encaracolados desengonçados. Lampo se sentou ao lado de G, e o mais velho fingiu que não o notara. Já os outros dois homens, um deles se sentara a sua direita, mantendo um sorriso tranquilo, enquanto cumprimentava o loiro e G. Ao lado do japonês, era o homem de bata negra com detalhes em ouro, um padre.

Não demoraram muito nos cumprimentos, pois logo chegara mais um, este, com um sorriso zombeiro na face pálida, vestindo com um uniforme militar italiano, sentara ao lado de Lampo. Não se dera o trabalho de cumprimentar os demais, além de Giotto, escutando a sua risada um tanto nefasta. Passara alguns minutos, antes do último deles aparecer. O loiro platinado, sendo o último a chegar - como sempre -, fechara a porta, e se estabelecendo no seu lugar habitual; ao lado de Knuckle.

Assim que todos já estavam acomodados em seus devidos lugares, Primo respirou fundo, antes de pigarrar, chamando a atenção de todos. Era um pouco óbvio que havia um ar ansioso e nervoso agitando o ar em torno deles. Estavam deveras aguardando as notícias novas trazidas. E sendo assim, sem mais prolongar o silêncio entre eles, Giotto disse:

– Bem, como todos já sabem, a reunião fora convocada devido as informações que Alaude trouxera de sua última missão. - começara a dizer, tirando da pasta, folhas que foram distribuídas entre eles. - Isto é o relatório de Alaude. Como podem ver, a coisa realmente é séria.

– Pelo que vejo aqui, - Asari folheava os papéis, seu costumeiro sorriso desaparecido, sendo substituído por um franzir de sobrancelhas. - os desaparecimento ao redor da cidade são periódicos. A cada três ou quatro dias ele ataca, mas não sabemos se ele tem uma sequência para esperar três dias ou quatro. As vezes são uma sequência de três dias, e de repente aparece quatro. Assim fica indefinido quando ele ataca novamente.

– Sim. Isso é uma das coisas que a polícia mais tem dificuldades. O único jeito séria arriscar ou encontrar um outro indício. - concordou Giotto, também olhando seus próprios papéis. Sentia que algo estava deixando de fora, algo importante.

Nufufufu...– a risada de Daemon Spade fez que a atenção seja voltada para o mesmo, que analisava uma folha em particular; Os olhos azuis estreitos perigosamente.

– Daemon? Achou algo? - Knuckle perguntou por fim, vendo que ninguém parecia disposto a tal ato.

– Bem, talvez eu tenha, ou talvez não. - respondeu, como sempre, sendo enigmático, rindo mais uma vez.

Tch. Será que dá pra falar de uma vez?! - exclamou, um já sem muito paciência, G.

Nufufufu... Quanta pressa, G. Cuidado, não dizem que a pressa é a inimiga da perfeição? - provocou o guardião da névoa, satisfazendo-se ao ver uma possível veia preste a aparecer na testa do ruivo.

– Maldito...

– G! Daemon! Chega! - pediu Giotto, mesmo soando mais que uma ordem do que um pedido de fato.

Maa, maa, Giotto tem razão. Vamos ficar todos calmos, sim? - Asari também interveio, sorrindo de forma apaziguadora.

Tch.

Nufufufu...

– Agora, agora, Daemon, poderia nos dizer o que, possivelmente, descobriu? - perguntou Asari, olhando o Spade.

– Certamente. - resolveu, por fim, dizer. - Aqui, no relatório da nossa querida cotovia,– novamente provocou, recebendo um olhar mortal do citado, mas não fez nada. Por enquanto. - obviamente, quem quer que seja, é alguém de extrema cautela, e que há uma grande chance de que também tenha contatos importantes no meio social. Principalmente visto que ele não deixa rastro por onde passa.

– Sim, e por que isso é importante? - murmurou Lampo, que estava com os braços cruzados sob a mesa, a cabeça apoiada neles. Parecia pronto para ter algum cochilo.

– Se você me deixar terminar, talvez seu cérebro pequeno entenda. - respondeu entre dentes o de cabelos azuis cobaltos, fazendo o mais novo sentir calafrios de medo e engolir em seco; assentindo rapidamente. - Bom. Como estava dizendo, se ele tem contatos importantes, é claro que também é de mesmo nível, ou até mesmo maior.

– Então, você quer dizer que é alguém da alta sociedade? - indagou Giotto, surpreso, como alguns ali também estavam.

– Sim. Com certeza ele é.– confirmou, abrindo um sorriso mais largo, como se algo o divertisse. - Nufufufufu...

– Por que você pode afirmar isso com tanta convicção, Daemon? - perguntou Knuckle, arqueando uma das sobrancelhas escuras.

Nufufufu... Giotto, você se lembra, que mês passado sai em missão ao Palermo? - o loiro se limitou a assentir. - Pois bem, na missão eu tinha que me infiltrar em uma famiglia que estava causando distúrbio traficando coisas ilícitas para nossa região. É claro, fora um sucesso, e essa famiglia está atualmente, passando um bom tempo na cadeia.

– E? - incentivou G, quando a névoa parou por um instante de falar.

– E, caro G, uma das conversas nas quais eu escutei, o chefe desta famiglia tinha planos de se aliar a alguém que estava planejando algo grande. Naquele momento não me dei o trabalho de se importar com isso, já estava com a missão quase concluída. - deu de ombros, como se fosse algo banal. - Mas agora as coisas mudaram.

– Você não acha que...? - Lampo sussurrou, atônico.

Sì.– a voz de Daemon chegara ao timbre mais grave, mostrando o quanto ele estava sério com a situação. - Era desses coisas que eles estavam se referindo. Uma pena que não consegui descobrir mais. Mas ficou óbvio que quem está fazendo isso.

– Não me diga que você está se referindo a u- a frase de Giotto fora bruscamente interrompida quando alguém batera na porta. Por um momento ninguém se mexera, ainda tensos por causa de instantes atrás.

– Mes-mestres. - uma voz tímida e feminina se ouvira do outro lado da porta. Possivelmente uma empregada.

– Entre. - Primo disse, depois que encontrara a sua voz, agradecendo por ela sair controlada. A porta se abrira, entrando uma jovem mulher, de traços delicados. A cabeça cheia de cabelos vermelhos, os óculos grandes escondendo seus olhos claros.

– Che-chegou uma mensa-sagem aos senhores. - gaguejara, estende um envelope a Primo. - É-é de urgência, senhor.

– Obrigada. - agradeceu o chefe, enquanto via a crista que decorava a carta. - Pode se retirar agora. A empregada logo se retirou, depois de prestar uma curvatura aos senhores dali.

– O que é, Giotto? - perguntou G ao ver o amigo arregalar os olhos ao ler o conteúdo da carta.

Fabian Cavallone está nos chamando com urgência... Ouve mais um ataque!

~*O*~

1 hora antes, Sicília, Itália.

O sol forte daquela tarde fazia as pessoas recorrerem aos leques e copos de água, em uma tentativa quase que inútil para amenizar o clima denso. Mas mesmo o calor escaldante não impedia as pessoas de cochichar o fascinante acontecimento que estavam presenciando. A polícia cercava a área, impedindo a população de se aproximar. Mas não conseguiam impedir que os mais diversos boatos e fofocas se espelhassem com rapidez pela cidade. Logo, se previa que todos já soubessem o que acontecera.

O assassinato de mais uma pessoa. Desta vez, de uma mulher, com indícios de ser uma prostituta. Ou como muitos preferiam chamar, uma concubina.

E no meio daquelas pessoas agitadas, estava um belo homem jovem, que dividia a atenção das mulheres; uma hora olhavam o homem, outra era a ruiva morta. Mas o dono de olhos dourados, ou era inconsciente a atenção que recebia, ou ignorava; pois não era algo que lhe focava a mente. Mas sim, tinha os olhos focalizados apenas na assassinada, vendo a mesma sendo examinada por um médico que acabara de chegar ao local.

As coisas estão complicando, pensara, afastando-se um pouco da multidão. Se estabeleceu encostado a parede de uma loja, os braços cruzados no peito.

Boss?– a pergunta viera de seu lado direito, onde estava um homem mais velho, com termo bem alinhado e cabelos negros.

– Pablo, - começou a dizer o mais jovem, ainda observando atentamente as ações dos policiais. - peça que um dos homens mande uma mensagem contando a situação atual.

Pra quem, senhor? - Pablo indagou, mesmo tendo a sensação de já saber para quem seria. Viu seu chefe suspirar, antes de se virar para ele.

Para Vongala Primo. Diga que é urgente.

– Entendido. - assim dizendo, Pablo, depois de analisar bem o homem a sua frente, logo saíra para cumprir sua tarefa

Primo Cavallone via o seu braço direito partir, sua atenção novamente estava direcionada a cena do crime. Isso não podia ter acontecido, não agora, pensava com frustação.

Alheio, não notara o homem ruivo a poucos passos de si, escondido no mar do fluxo de pessoas, que ia se dispersando aos poucos. Os lábios se curvaram em um sorriso malicioso, escutara perfeitamente o que o Cavallone dissera, o que só contribuiu para atiçar sua curiosidade. Interessante, muito interessante... Decidido a sair dali antes que seja-a descoberto, caminhou na direção oposta ao jovem chefe, em suas mãos aveludadas brincava com um baralho. Os misturando com maestria, até escolher uma das cartas.

O Joker.

Seus olhos observaram por um momento a carta, até seus lábios se alargarem, em um sorriso arrepiante. A brisa fazia seus cabelos até os ombros, balançarem conforme sua sintonia. Deixara a carta voar com o vento, e a seguindo com o olhar. A casta passara bem por cima de um distraído garotinho moreno e sua acompanhante.

Interessante, muito interessante...


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Notas finais do capítulo

Bem, então, aí está!
Então, antes de qualquer coisa, peço desculpa pelo atraso imenso! Sério, eu fiquei sem inspiração, não vinha nadinha... E depois teve alguns outros problemas, e então comecei umas novas estórias e me ocupei com elas.
Mas não se preocupem, eu demoro, mas não abandono as minhas estórias, então, paciência é só o que peço;
Agora, então, como ficou esse capítulo? Algumas coisas foram reveladas, é só prestarem a atenção, eu acho... shisshishsihsi
Enfim, não tenho prévia de quando aparecerei novamente, mas obrigada aos comentários anteriores, irei responder daqui a pouco. E também obrigada por quem leu, e pra quem ainda está acompanhando está estória. Espero que tenham gostado.

Até logoooo,
Kunimitsu.



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