Lá estava eu, esperando o ônibus para mais um dia dia chato e cansativo de aula, com o meu Monster Beats,ouvindo alguma musica indie ou alternativa como,Paramore,The Killers,Imagine Dragons,Fall out Boy e etc...Bob estava atrasado, estranho, pois ele era um daqueles caras politicamente corretos, sempre seguindo a risca os horários da escola, dizia que ser Motorista não era uma profissão, e sim uma vocação. Não me lembro dele ter se atrasado sequer uma unica vez.

Depois de mais de meia-hora de atraso o ônibus chega. Seria melhor se eu tivesse ido a pé, pensei.

–Poxa Bob, está atrasado mais de meia-hora, tá ficando louco?

–Hey garoto, olha a boca! -Disse um homem carrancudo, de meia idade e mau cheiroso.

–A..aah, me desculpe senhor - disse com um pouco de vergonha daquela situação - Onde está o Bob?

–Sei la, pegou uma gripe ou algo do tipo. Agorá vá se sentar, ou pretende ficar ai estacionado no degrau!? -Disse o homem de uma forma grosseira.

Nem me preocupei em perguntar seu nome, velho ignorante. Entrei no ônibus e lá do fundo Josh acenava pra mim. Josh, ou Joshua Marshell, era meu melhor amigo, um cara robusto que adorava tudo sobre tecnologia, um perfeito Geek. No banco ao lado estava Nichole Walker, uma garota linda e muito tímida, que namorava o cara mais imbecil da escola, Douglas Shepard, capitão e Quarterback do time de futebol americano, eu me perguntava todos os dias como aquilo era possível, uma garota tão inteligente como ela namorar um tremendo babaca como ele.

Fui até o fundo do ônibus e me sentei ao lado de Josh.

–Eaê!

Ele levantou a mão fazendo hi-five e logo depois fez um sinal de ''cala a boca'' com o dedo. Ele estava totalmente imerso em seu Nintendo 3DS, resolvi deixar pra lá, não era bom incomoda-lo quando ele estava jogando.

Cansado de ver Josh jogar Pokémon X/Y resolvi me virar e tentar algum dialogo com a Nichole, ela estava assistindo a um Clipe do Icona Pop, provavelmente I love'it

–Éh, complicado quando seu melhor amigo prefere jogar Video-Game ao te dar atenção -eu disse pra ela

–éh... -ela diz dando um sorriso tímido, e olhando para o Tablet

–I love'it?

–O..Oqu.. que!? -Ela respondeu, ficando bem vermelha.

–A Musica, é I Love'it do Icona Pop, não é? -disse um pouco assustado com a reação dela.

–Aaaah, a musica, sim sim, nossa que vergonha, como sou burra! -disse com vergonha

–Pensou oque?

–Nada -disse, soltando uma risada sem graça.

–Eae!? Fez o trabalho de Física? ' -eu disse mudando de assunto.

–Sim e você?

–Ahh, sabe como é, meu cachorro fez o favor de comer. -Eu disse tentando descontrair.

–Éé... De vez em quando a minha também come -ela disse rindo.

–Como ela se chama?

–Ela quem? -perguntou confusa

–A cachorra ué...

–Aaa, nossa hoje estou um pouco aérea. Ela se chama Athena, uma Akita... E o seu?

–Michael, um Pastor Alemão com Labrador...

–Por que Michael? esse nome... -disse ela meio em duvida

–Tributo ao Rei, ele nasceu no mesmo més que o Michael Jackson morreu.

–Entendi, legal isso! - ela disse sorrindo, e como era lindo aquele sorriso...

Eu ia continuar a conversa mais ela me interrompeu dizendo.

–Nossa,chegamos! bem atrasados por sinal. - Ela disse se levantando.

–Caramba, tenho que trazer o Josh de volta pra esse mundo.

Ela deu uma risada contida, e foi saindo do ônibus.

–Josh! Josh! JOSH! -Chamei a terceira vez dando um tapa em sua nuca.

–Aiii aiii, que isso?, isso dói! - Disse ele, assustado e com a mão na nuca.

–Aaah para de drama, agora salva isso ai e vamos, quase todo mundo já desceu do ônibus.

–Ta taa! Nossa, pra que isso? Desnecessário...

Descendo do ônibus eu disse.

–Estranho o Bob faltar por causa de um resfriado

–Não foi um resfriado, foi gripe... são coisas diferentes, pode ser muito perigoso - Disse Josh se achando o Drauzio.

–Aaaaah cara, da um tempo, nem H1N1 derrubou aquele cara...

–Nunca se sabe... Nossa, esse tal de Trevor éh um pouco ranzinza. -Disse Josh, olhando para o motorista, de longe.

–Então esse é o nome dele? cara chato, nem perguntei o nome dele... Ignorante pra Kawaka.

–Hey, cadê a Heather? Até agora éla não apareceu grudada no seu pescoço -Disse Josh sendo sarcástico

Heather Morisson era minha namorada, uma garota bem bonita por sinal, que um dia se confessou pra mim no portão da escola. Apesar de ser um pouco grudenta, não éra má pessoa, nós estavamos juntos a alguns meses, acho que 5 pra ser mais exato. Ela me assustava as vezes, com as suas crises de bipolaridade e as vezes ficava repetindo que me amava incansavelmente, para ver se arrancava algo de mim, mas como eu posso dizer? Eu provavelmente não me sentia da mesma forma que ela, no fundo eu sabia que tinha que por um fim nisso, mas eu sabia o quanto isso faria ela sofrer, então eu sempre deixei rolar, como se estivesse tudo ok.

–Parece que os pais dela ficaram doentes e ela teve que ficar em casa pra cuidar deles. Vou dar uma passada lá depois da aula, ver como eles estão.

–Óóh, já está está assim com a Sogrinha e o Sogrão? - Disse Josh rindo.

–Aaah, cala a boca, eles são pessoas boas, e outra, vou mais para ver ela, porque se não ela surta. - Eu disse um pouco irritado

–Calma, quem mandou ter uma namorada louca. Mais enfim, doentes também? Coincidência né, parece que de repente todo mundo resolveu pegar gripe.

–Bota coincidência nisso, percebeu que a escola parece meio ''vazia'' hoje? -Eu disse um encomodado com alguma coisa

–É, estamos atrasados idiota! -ele disse convencido de que estáva certo

–Não cara, sério, até no Ônibus tinha menos gente, sei lá.

–É, de fato, mais acho que é por que ele atrasou, ou melhor, certeza que é isso. -disse Josh convicto

–É, talvez...

–Agora vamos, estamos atrasados pra primeira aula, e o professor de Química é pior que a sua mãe chupando manga, ops, quis dizer o cão, o cão... -Disse Josh tirando onda

–Cara, você as vezes se supera na infantilidade.

Estranhamente o professor da segunda e da terceira aula faltaram, e todos os alunos foram dispensados, disseram que os professores teriam pegado uma suposta ''gripe'' e que isso poderia ser o inicio de um surto, pois vários alunos também haviam faltado. De longe reparei Nichole com um rosto um pouco preocupado, me aproximei e perguntei.

–Tudo bem?

–Tudo, quer dizer, minha avó também está gripada, estou com medo que algo ruim aconteça, isso tudo está um pouco estranho.

–Também estou achando estranho, mais calma, não vamos nos preocupar antes da hora. - Disse tentando acalma-la

–É verdade, obridaga Henry. -Disse ela um pouco aliviada

–Cadê o Doug? -perguntei pensando, como um cara imbecil poderia sair do lado da sua namorada numa hora dessas?

–Ele me disse que ia com o time numa lanchonete aqui perto, aproveitar cada minuto sem aula -disse ela com um sorriso sem graça.

–Hum, só acho que ele deveria estar aqui com você.

ela não respondeu, mais pelo olhar dava pra perceber que ela achava a mesma coisa.

–Vamos, eu te acompanho até metade do caminho, tenho que ir pra casa da Heather, os pais dela também estão doentes.

–Nossa, também? isso está piorando a cada minuto. Vou ter que passar Henry, meus pais disseram que estão perto e vão passar aqui pra me buscar -Ela disse com um ar de lamento.

–ok, se cuida,relaxa, sua avó vai ficar bem. Atééé, segunda? né?

–Obrigada, É, eles disseram que sim, isso se a situação melhorar.

–Vamos torcer pra que melhore. -Eu disse tentando conforta-la

Ela sorriu e eu me retirei. Josh estava me esperando no portão da escola, jogando pra variar...

Yeeeeeeeeah! 3 dias sem aula, acho que nesse meio tempo consigo algum Pokémon lendário -Disse Josh super animado

–Cara, ta acontecendo algo estranho, e você fica ae nesse Video-Game, admito, eu também gosto, mais tudo tem seu limite. -Eu disse um pouco irritado

–Ahh Henry, não torra! prefiro jogar do que ficar obcecado com uma coisa que provavelmente vai acabar daqui 2 dias.

–E se não acabar?

–Eu vou continuar jogando! agora para de me encher e vamos embora... -disse ele irritado

–Não, vou na casa da Heather esqueceu? estou achando estranho, ela não me ligou nenhuma vez ainda.

–Aé, tinha esquecido, vai la então, vou sozinho... -disse com cara de piedade

–Aaah sem drama vai!

–To zoando, vai la, falou, até mais... -disse Josh rindo

–Falou, e nois!

Nos cumprimentamos e eu fui em direção a casa da Heather, não era tão longe da escola, sorte dela, que podia vir a pé, era mais ou menos 11 quarteirões se não me engano. No caminho tentei ligar 2 vezes, ela não atendeu, estranho pois ela nunca esperava mais de 2 chamadas pra atender, tentei ligar no telefone de casa também, mais foi em vão.

Chegando próximo da casa reparei que a janela estava aberta, então supostamente tinha alguém la, descartando a possibilidade de terem saído...

Toquei a campainha 3 vezes e esperei. Dez segundos se passaram e nenhuma resposta vinha do lado de dentro. toquei de novo ,dessa vez chamando...

–Heather!? Srta Morisson!? -Nada, ninguém respondia.

Após, 30 segundos de espera eu resolvi entrar, virei a maçaneta e a porta se abriu. Aquela casa era imensa, uma construção antiga, com um piso de madeira que rangia a cada passo que você dava, moveis antigos, daqueles que você só vê em filmes de época, tinha um corredor que mais parecia uma ilusão de ótica, gigantesco, com um papel de parede xadrez, olhar aquilo á noite devia ser um pouco sinistro.

Um silencio irritante tomava conta da casa, quase dava pra ouvir o som da minha respiração. Caminhei pra perto da escada e chamei.

–Heather, tá ai? Tem alguém em casa? Sr Morisson? -Eu disse em um tom normal e ao mesmo tempo sussurrante.

Ainda sem respostas resolvi dar uma olhada na cozinha que ficava no fim do corredor. Parecia que alguém estava fazendo um Sanduíche de atum, e não fazia muito tempo, provavelmente a Heather. Ainda chamando com pausas de uns 4 segundos, ouço um barulho estranho vindo de cima, com se algo tivesse caído, algo não tão grande, mais com um somconsiderável pelo som da queda.

Assustado, voltei para a sala e subi as escadas, com passos acelerados.

–Heather, é você!? Droga, que merda ta acontecendo aqui? -Pensei alto

Não tinha certeza de que comodo o barulho tinha vindo, tinha uns 4 só la em cima. Percebi que a porta do quarto da Heather estava fechada e da do quarto dos pais dela estava entreaberta. Tentando não fazer barulho resolvi dar uma olhada no quarto do casal, estava com uma sensação estranha, como se não fosse para eu estar ali, um mal pressentimento terrível, eu nunca tinha sentido isso antes, minha mãe estava fria, nada me tirava da cabeça que alguma coisa seria e ruim estava acontecendo ali.

Cheguei perto da porta e coloquei levemente minha mão sobre a maçaneta, sons estranhos vinham de dentro do quarto, parecia um açougueiro dilacerando um porco e quebrando seus ossos, era horrível. Fui abrindo calmamente a porta, até que me deparei com uma cena que eu jamais esqueceria, algo tão horrível e mórbido, que me fizeram querer vomitar, algo que definitivamente mudou minha vida de uma forma drástica.