MORTE: Oneshot escrita por Vinefrost


Capítulo 1
Die alone


Notas iniciais do capítulo

Bom, estou respostando essa fic one shot e adicionei algumas coisas também. Boa leitura!



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"Samanta, hoje eu vou sair com o Phil, só chegarei amanhã. Tem lasanha no congelador, se estiver com fome esquente no micro-ondas. 

Se cuide. 

Mãe.” 

E lá vamos nós, ou melhor, eu. Meu pai morreu a cinco anos, quando eu tinha apenas dez anos e a um ano e meio sou obrigada a passar algumas noites sozinhas para minha mãe ter algumas horas a sós com seu namorado, Phil. 

Me chamo Samanta Willians, tenho 17 anos, cabelos castanhos e olhos azuis claros e apenas (sinta a ironia) um e sessenta e cinco de altura. 

Nunca fui a popular, nunca tive um namorado, mas sempre tive minhas melhores amigas Jenna e Louis. 

Olho o horário no meu celular e já são sete horas, céus, precisava me arrumar para ir com a Jenna e a Louis buscar doces. Logo, logo Jenna vai passar aqui. 

Mas, antes que você pense que coisa infantil nós apenas estaremos acompanhando Louis e sua irmã mais nova, Lucy, e depois, precisamente às onze, estaremos em uma festa de Halloween. 

Subo às escadas em direção ao meu quarto separo minha fantasia em cima da cama e me dirijo ao banheiro tomar um banho. Depois de pronta, maquiagem, roupa, cabelo (dou graças até hoje por meu cabelo ser perfeito feat. liso) e já são oito horas. 

Mais dez minutos se passam e a criatura, Jenna, não chegou ainda. Meia hora… Jenna, você é lesada? Era para você estar aqui à meia hora. 

Paro de me lamentar por uns minutos e vou assistir alguma coisa para me distrair ao até a criatura chegar. Passo pelos canais e os únicos filmes realmente interessantes que encontro são de terror. Mas o que você queria Samanta? Em plena noite de Halloween estivesse passando a Saga Crepúsculo? Se liga. 

Tenho duas opções, primeira: ou eu deixo em qualquer filme de terror e depois morro de medo sozinha a noite até Jenna chegar, enfatizando a sozinha. Segundo: vou para o meu quarto mexer no computador e ler qualquer coisa. 

Desisto da TV e subo no meu quarto e aproveito para ler um conto de terror, detalhe, eu amo contos de terror: 

"Você não sabe, mas eu lhe observo. Toda noite, quando está se preparando para dormir, apaga a luz, fecha os olhos. Eu estou lá, naquele canto escuro, sempre a sua espreita. Eu lhe vejo dormir, acordar, almoçar, estudar, voltar pra casa, eu sempre estou colado em você. 

Humanos, criaturas imbecis, egoístas, sociopatas, desumanas, e é por isso que gostamos de lhes observar, seguir, influenciar. Eu estou tão próximo de você agora, e você não faz a mínima ideia. Atiçamos seu medo, seus pesadelos, sua raiva e os desejos interiores mais obscuros e maus, mas você não sabe disso, é claro. 

Temos vários nomes, porém o mais conhecido e ao mesmo tempo desconhecido de todos é Sombra.” 

Ai, caralho. Olho para trás, para a minha sombra. Porque mesmo eu fui ler contos de terror? Não me distraiu em nada, a ideia de ver um filme de terror me parece bem mais tentadora agora. 

Chega de internet por hoje, acho que vou ficar com um bom e velho livro que tenho guardado. Mas primeiro, desço no andar de baixo e olho na janela de fora procurado algum sinal da criatura. Aproveito e pego minhas batatas Pringles no armário. Tem algo estranho, sinto que não estou sozinha, algo me observa. Vejo lampejos de algo se movimentando no quintal de casa pela janela da cozinha. Droga. Pego minha Pringles, eu poderia passar medo, mas não fome. Subo as escadas correndo e ao entrar em meu quarto tranco a porta. Ouço a porta da frente sendo aberta. Só digo uma palavra: fodeu. 

Mas, essa porta era para estar trancada. Fodeu. 

Logo em seguida ouço passos, primeiro percorrem a cozinha, depois a sala, escadas, corredor, e param em frente ao meu quarto. Como sei? Eu vejo, embaixo da porta, uma sombra, como se alguém estivesse parado em frente a mesma. 

Alguém bate na porta, é claro que não vou abrir. Se fosse a minha mãe certamente teria dito algo. Preciso mencionar que enquanto tudo isso acontecia eu comia Pringles? Bom, é isso. Se a situação fosse outra eu possivelmente estaria rindo de mim mesma neste momento. 

Lembro que tenho um pé de cabra embaixo da cama e o pego. Tá, você deve estar se perguntando, quem tem um pé de cabra embaixo da cama? Eu. Só digo uma coisa, mamãe. Tenho que me lembrar de agradecer a ela amanhã, se eu sobreviver a esta noite. Que negatividade. Pego a minha arma improvisada e decido abrir a porta e correr para qualquer lugar longe o bastante desta casa. Abro a porta e olho para os lados, desço a escada correndo quase caindo no meio do caminho, estou perto da porta da sala. 

— Feliz Halloween, Sam! - grita Jenna pulando em minha frente. 

— Filha da puta, era você que entrou em casa e bateu na porta do meu quarto! - esbravejo. 

— Calma, Sam. Você esqueceu a sua chave extra em casa ontem - aí está você, revirei meu quarto inteiro a sua procura ontem - aproveitei que vinha buscar você e a trouxe. 

— Bom, obrigada. Meu Deus, que susto do caralho você me deu - eu não sou de falar palavrão, mas eu realmente me assustei - Porque não falou nada, não me chamou? 

— Sei lá, acho que queria te assustar mesmo. 

— Pois é, você conseguiu. Inclusive, você está - olho no relógio - quase uma hora atrasada, Louis vai te matar. HAHA. 

— Realmente, mas não se esqueça que você está comigo, ambas atrasadas. 

— Vamos logo então. 

xXx 

Finalmente chegamos na casa da Louis e tocamos a campainha, que logo é atendida por uma Louis diva fantasiada de anjo e brava: 

— Vocês estão muito atrasadas, já estava saindo sozinha com a Lucy! 

— Tivemos um breve imprevisto, agora cala a boca e vamos - digo amigavelmente. 

— Então - começa Louis - vou retocar o batom e já volto, entrem e esperem na sala com Lucy. 

— E aí Lucy, animada para pedir doces? - pergunta Jenna. 

— Um pouco, minha amiga Emilly não vai poder ir junto - responde Lucy tristonha. 

Já senti uns arrepios no braço, Emilly era a amiga imaginária da Lucy, de vez em quando, quando venho dormir na casa de Louis, ouço a Lucy conversando com ela no quarto, é sinistro. Fora o barulho de respiração que parece vir do armário da Lucy de noite. Dizem ser os canos, sei… 

— Sam? - chama Lucy. 

— Serve eu, baixinha? 

— A Emilly perguntou se você sabe quando vai morrer? 

Como assim?! 

— Claro que não, acho que ninguém sabe quando vai morrer - respondo. 

— Ela disse que você vai morrer hoje à noite. - diz Lucy. 

— Lucy, você não deveria contar mentiras - Louis repreende a irmã, já voltando - vamos pedir doces! 

xXx 

Confesso que até foi divertido pedir doces, fora os boys magia que estavam acompanhado suas irmãs mais novas, céus. Se eu estava preocupada com o que a Lucy me disse em plena noite de Halloween, imagina. Mas conforme a hora da festa ia chegando mais eu me esquecia do que haviam me dito e ficava mais animada. 

— Prontas pra pegar os gatinhos? - pergunta Louis, a mais rodada que pratinho de micro-ondas. 

— Mas é claro - respondo junto de Jenna. 

Logo que entramos na casa de Matt, que ficava exatamente a uma esquina da minha, nos separamos cada uma para um lado. 

Louis já estava dançando com um garoto e Jenna conversando com outro num canto. 

Fico uns minutos quieta num canto e percebo que alguém me chama: 

— Sam? 

— Eu mesma - respondo. 

Quando me viro pro lado me deparo com um garoto de olhos verdes e cabelos negros que caiam desarrumados em sua testa fantasiado de sei lá o quê. Estava ocupada admirando seus olhos, corpo, hum, falo mesmo. Quem és tu criatura divina que nunca vi por aí e me conhece? 

— Não se lembra de mim? - pergunta ele tristonho - Sou eu, Jared, Jared Cooper? 

— Jared? Jared! - JARED! Antes que surtem achando que estou louca Jared era meu vizinho há sete anos atrás quando se mudou para Nova Iorque com a família. Hum, mudou bastante, não é mais aquele magrelo desajeitado. Éramos inseparáveis, mas, depois da mudança nunca mais nos falamos. 

— Quanto tempo, você mudou muito, Sam. - diz me dando uma boa olhada de cima à baixo. 

— Você também - digo sem graça - Mas o que faz aqui? 

Papo vai papo vem e Jared me conta que veio visitar um primo de muito e muitos graus e veio junto com ele na festa. Digamos que ficamos nessas de conversar e relembrar o passado pelo menos uma hora e fomos dançar. 

E o tempo passa rápido quando estamos nos divertindo, como tudo que é bom dura pouco já eram quase quatro horas da manhã e eu precisava voltar para casa. Jared lindo, maravilhoso e, fofo que era disse que me acompanharia até lá. 

— Até quando você vai ficar aqui? - pergunto toda boba. 

— Depois de amanhã já vou embora. - Droga. 

— Bom, obrigada por me trazer. Tchau. 

— Um minuto… 

E ele me agarra (isso aí galera, estava na hora já) e me beija. O que começou com um simples selinho logo se transformou em uma batalha travada por nossas línguas. Nos separamos, ofegantes: 

— Acho que vou entrar agora, nos falamos amanhã. Bom, você sabe onde eu moro - digo desconcertada. 

— Eu senti sua falta. Mal posso esperar para te ver de novo - ele sorri - Boa noite. 

Jesus me segura, acho que vou entrar e tomar um banho gelado depois dessa. 

Depois do susto que a lesada da Jenna me deu, ao passar pela porta de entrada me certifico de que a mesma esteja bem trancada. Assim como as demais e janelas. Confesso que ela me deixou com medo mesmo. 

Me dirijo ao meu quarto e vou tomar um banho para tirar toda essa maquiagem no rosto e apagar o fogo que Jared havia acendido, brincadeira. Do chuveiro escuto a porta da frente ser aberta, deve ser mamãe, voltou cedo hoje, normalmente só volta no almoço e olha lá. Ao sair do banheiro enrolada na toalha pego qualquer pijama e qualquer livro em minha estante e começo a ler deitada em minha cama. 

Já que mamãe está aqui vou descer lá em baixo e esquentar aquela lasanha porque onde era para ser meu estômago há um buraco negro. 

Porém ao chegar na cozinha não a encontro, o mesmo no resto da casa, mas eu ouvi a porto sendo aberta, certo? Vou em sua direção e vejo se está devidamente trancada e me desespero ao descobrir que não. 

— Porra, Jenna. Não tem mais graça! - grito - Vamos, pare, saia de onde está escondida. 

Qual o problema dessa criatura? 

— Mas e se eu não for a Jenna? - sussurra uma voz masculina no canto escuro da sala. 

Puta que pariu! Pego meu celular que estava numa bancada ali perto e corro em direção ao meu quarto. 

— Você pode correr, mas não se esconder - Sussurra a voz masculina atrás de mim. 

Aí sim corro o mais rápido possível me trancando em meu quarto. Vou ligar pra polícia, mas assim que tento discar o número meu celular não liga. Aperto o botão para ligar e nada. Abro ele e vejo que a bateria sumiu. Droga, droga e droga. Eu vou morrer! Não, não vou. Lembro do computador, eu poderia sei lá… falar com alguém pela internet? Essa era a minha única opção, a não ser pular de uma janela no segundo andar. Eu não pretendia quebrar algum osso por isso escolho o computador. Porém, as luzes se apagam. Aquele filho da puta cortou a luz. Não me restam mais alternativas a não ser sair do quarto com meu pé de cabra. Se fosse para eu morrer que seja lutando. 

xXx 

"Jovem é encontrada morta em sua casa na noite de halloween. Samanta Willians de apenas dezessete anos foi vítima de um assassinato a sangue frio onde, possivelmente, antes de ser morta a facadas foi cruelmente torturada. A frase Die Alone foi encontrada talhada em suas costas e também há indícios de que tenha lutado antes de ser imobilizada. A polícia local teme que a jovem não seja a primeira nem última do assassino que se alto denomina Death, pela cena do crime. A mãe, Elena Willians permanece inconsolável e afirma que não descansará enquanto o assassino de sua filha não for posto atrás das grades." 

É tão gratificante quando a primeira coisa que você ouve ao ligar a TV é uma obra sua sendo narrada publicamente. Samanta Willians, eu não vou me esquecer de você tão facilmente, lutou até a morte, até o momento em que seus olhos fecharam e sua respiração cessou em meus braços. 

E ela é apenas o começo. 

— Jared você viu o que aconteceu com aquela jovem, Samanta. Horrível, não? Não é aquela sua amiga de infância? - pergunta minha mãe da sala. 

— Realmente, trágico. 


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