- Recomeçando escrita por HungerGames


Capítulo 24
Capítulo 24




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Os dias continuaram seguindo normalmente, depois que eu fui contei a história a Katniss foi como se eu tivesse tirado um peso dos meus ombros, por mais que esse peso na verdade tenha durado apenas algumas poucas horas, o que importa é que eu fiz a coisa certa, não tenho nada para esconder dela e me sinto aliviado por isso, no decorrer daquela semana a minha única preocupação era em como seria a reação do Gale, embora não exista nada a mais do que o que realmente aconteceu a anos atrás, ainda assim acho que não é uma notícia que se espere receber, que sua noiva andou beijando um cara que hoje por acaso é o marido da garota que você já foi apaixonado, com certeza eu não receberia essa noticia com um sorriso no rosto, por isso quando ele aparece na padaria alguns dias depois do noivado eu confesso que esperava algum tipo de enfrentamento, ameaça ou algo do tipo, mas para minha surpresa ele apenas disse que iria esperar Rory sair para eles resolverem alguma coisa, enquanto ele esperava eu cheguei a conclusão que Liesel não havia lhe contado nada, mas minha teoria foi por água a baixo quando já estava trancando a padaria, os garotos conversavam sobre algo parados na calçada quando ele se aproximou de mim se encostando na porta.
– Acho que agora estamos... quites! – ele falou parado me olhando, eu levei alguns segundos pra confirmar sobre o que ele falava e então seu olhar se fixou em algo atrás de mim, eu virei o rosto e olhei na mesma direção que ele, encontrei Katniss vindo na nossa direção, eu voltei a olhá-lo – Você já beijou minha noiva! Eu já beijei sua esposa! – ele esclareceu com a voz baixa mas me olhando nos olhos, uma espécie de irritação me subiu, por mais que fosse verdade eu não gostava de ouvir ele dizer isso, já ia revidar e provavelmente iniciar uma discussão quando ele foi mais rápido que eu e completou – Acho melhor que isso tenha parado por aqui – ele fala sério mas sem estar de fato irritado – Estamos nos lugares certos agora, não acha? – ele perguntou, lançou um olhar para Katniss de novo e ergueu a sobrancelha esperando minha resposta, eu senti os passos de Katniss se aproximando e quando a olhei a resposta escorregou da minha boca.
– Eu tenho certeza – eu afirmei com toda convicção e voltei a olha-lo, estiquei minha mão em sinal de paz e ele rapidamente a apertou.
Assim encerramos esse assunto, não havia mais nada a ser dito, as coisas realmente estava em seus lugares exatos. Cada dia que passava eu tinha ainda mais certeza disso, por que mesmo com dificuldades no fim tudo parecia encaixado, eu sentia que cada dia era mais fácil afirmar mesmo com dias sombrios eu podia ser feliz, ainda assim alguma coisa parecia faltar para me dar essa completa certeza, ainda não sabia exatamente o que era mas iria descobrir. Eu tinha Katniss, nossa casa, nossa vida, a padaria, amigos e até mesmo Haymitch que mesmo nunca abandonando a garrafa sempre se fazia presente, por que mesmo com seu humor azedo e sua personalidade difícil eu aprendi a gostar dele, respeitá-lo e de alguma maneira ele parecia com alguém da família, com o passar dos anos eu tive essa certeza, ele ainda á tão inadequado quanto antes mas com o tempo eu conheci um lado dele que ele insiste em esconder a sete chaves mas depois que se convive por tantos anos é impossível não notar, ele é apenas um velho bêbado arrogante e carente, que precisa chamar a atenção a todo instante como uma criança pequena, que teima e bate o pé quando não é percebida, por isso por mais que ele reclame, nos xingue e ameace trancar as portas pra que eu nem Katniss entremos na casa dele na manhã seguinte a porta estará destrancada e ele estará a nossa espera, é assim, sempre foi e vai continuar sendo, por que é isso que ele precisa pra continuar seguindo em frente, por mais que ele nunca diga, ele precisa de nós do mesmo jeito que nós já precisamos dele e talvez ainda venhamos precisar, no fim das contas acho que é isso que nós três viramos, a nossa própria família, errados e problemáticos mas disponíveis um para o outro.
Hoje nós marcamos novamente uma tal ‘’noite de homens’’ como ele gosta de se referir mas dessa vez ao invés de ser apenas eu e ele como tem sido nesses anos que passaram, hoje Philip e Benny também vieram e não foi uma noite ruim, é bom estar entre amigos mesmo que um deles seja o velho Haymitch bêbado e falando besteiras, ainda assim foi... divertido, terminamos a noite e fomos lá pra casa, com exceção do Haymitch que já estava caído no sofá começando seu ronco, os garotos entraram animados e rindo, a risada deles se misturou as das garotas lá dentro, depois que eles anunciaram que iriamos ter uma noite de homens, Delly e Grace se apressaram em fazer uma noite de mulheres, o olhar de Katniss pareceu simplesmente desesperado apenas com a menção da palavra, eu tentei quebrar a ideia e cancelar ao menos a minha presença na noite de homens e automaticamente livrar ela disso mas foi impossível, já estava decidido, não que eu ache isso uma má ideia mas eu sei o quanto Katniss detesta essas coisas e não poderia ao menos não tentar, embora tenha sido impossível fazê-las mudar de ideia, elas se empolgaram rapidamente e decidiram fazer aqui em casa, acho que para ter certeza que Katniss não fugiria, embora conhecendo ela do jeito que conheço ela até poderia fazer isso mesmo que significasse passar a noite na floresta, mas ela não fez, mesmo sem estar animada lá estava ela, sentada no sofá com um sorriso um tanto quanto forçado.
– Acho que podemos continuar nossa parte pelo visto elas ainda estão animadas – Benny falou também animado demais possivelmente essa animação tenha a ver com os vários copos que ele e Haymitch viraram.
– Mas já está tarde – Katniss falou rapidamente quase desesperada com a possibilidade da noite se estender.
– Calma, não precisa nos expulsar! – Grace falou rindo enquanto se levantava do chão se apoiando no sofá.
– Eu ... eu... não... não é isso – Katniss gaguejou tentando encontrar algum jeito de desfazer essa situação.
– É que amanha ela tem uma reunião de manhã – eu menti tentando ajudá-la.
– Um reunião? Num domingo? – ela não acreditou e riu – Você já foi melhor nas desculpas padeiro! – Grace afirmou enquanto alcançava o braço do Benny e praticamente se pendurava nele.
– Eu não estou dando desculpas! – eu afirmo e ela sorri sem acreditar.
– Foi muito boa essa noite, nós deveríamos repetir! Muito obrigada por nos receber Katniss – Delly falou simpática enquanto abraçava Katniss se despedindo, ela sorriu de forma sincera mas não acho que irá concordar em ter outra ‘’noite de mulheres’’, Delly também foi até Philip e eles juntaram seus braços, nos despedimos e então eles se foram, pude ouvir o suspiro de alivio da Katniss bem atrás de mim quando eu fechei a porta.
– Foi tão ruim assim? – eu perguntei enquanto a observava.
– Eu acho que não nasci pra isso! – ela afirma parecendo cansada – Pra nada disso! – ela afirma - Elas são legais ... Acho que o problema sou eu! – ela conclui me olhando e não é apenas cansaço que eu vejo em seus olhos tem algo a mais, quase como decepção, ela tentou mas parece que realmente esse não é o forte dela.
– Pra mim, você não tem problema nenhum – eu afirmo deixando minha mão passar pelo seu pescoço, escorregar pro seu ombro e então eu a trago pra perto de mim e a envolvo com meus braços, ela apoia sua cabeça no meu peito e me abraça também, minhas mãos passam suavemente pelas suas costas e eu afundo meu rosto em seus cabelos, seu cheiro ainda é o meu perfume preferido, eu beijo sua testa suavemente.
– A noite foi longa e você merece descansar! – eu falo e ela continua abraçada a mim, eu aperto meus braços em volta dela, por que não existe lugar melhor de se estar e não existe outro lugar que eu queira que ela esteja, depois de alguns minutos ela relaxa o aperto em mim e paro o rosto de frente pro meu.
– Você bebeu? – ela pergunta me olhando curiosa, eu ri.
– Um pouco! – eu admiti e ela me olhou de forma engraçada – O que foi? Era uma ‘’noite de homens’’ – eu declaro sorrindo mas confuso com a pergunta dela.
– É estranho! – ela fala dando de ombros.
– O quê é estranho?
– Você, bebendo... sei lá, acho que nunca vou achar isso normal – ela confessa de forma de forma engraçada, não segurei e ri.
– Vamos! Você tem que dormir – eu falo puxando ela pra mim mas dessa vez indo para a escadas, nós subimos, entramos no quarto, tomamos um banho rápido, separados, e então nos deitamos ela encaixa sua cabeça sobre meu peito e meu braço repousa sobre suas costas, nossas respirações parecem sincronizadas e aos poucos nossos corpos relaxam, ultima coisa que me lembro é do calor do seu corpo se misturando ao meu e então o sono me alcançou.
Um novo dia começou e como era um domingo eu me dei ao luxo de chegar um pouco mais tarde a padaria, estendi meu tempo deitado na cama e Katniss nem ao menos acordou durante essas horas a mais, o sol começou a invadir o quarto e só então quando ele atingiu seu rosto que ela abriu os olhos, se espreguiçou esfregando os olhos e me olhou ainda sonolenta.
– O que você ainda tá fazendo aqui? – ela parecia confusa e esticou o pescoço para olhar o relógio.
– Bom dia pra você também – eu falei tentando parecer magoado mas um sorriso me escapou, ela encostou a cabeça no travesseiro ao lado do meu e também sorriu.
– Bom dia... – ela se corrigiu e meu sorriso aumentou, aproximei meu rosto dela e a beija lentamente e então ela interrompeu o beijo – Mas é sério, o que você ainda tá fazendo aqui? – ela insistiu e eu não segurei o riso.
– Só deixei pra ir um pouco mais tarde – eu respondi e ela pareceu ainda reprovar – Eu sou o dono lembra? – eu falei rindo e então me levantei, por que mesmo eu sendo o dono realmente ainda preciso estar por perto – Você vem comigo? – eu perguntei parado na frente da cama.
– Pro banho? – ela perguntou me olhando desconfiada.
– Era pra padaria, mas eu achei essa proposta mas interessante – eu falo sorrindo e puxo o lençol dela, ela recusa o banho mas confirma que vai a padaria, eu entro nno banheiro e quando saio a cama está arrumada mas ela não está no quarto, termino de me vestir e desço pra encontrá-la, ela já está de arrumada, nós saímos levando o pão para o Haymitch que ainda estava roncando no sofá, entramos e saímos sem ele nos notar, chegamos a padaria e ela já está aberta e movimentada, entramos cumprimentando as pessoas pelo caminho, Katniss vai para o canto da cozinha e aproveita os pães que acabaram de sair do forno e toma seu café, eu coloco meu avental e assumo meu posto, inspecionando e também colocando literalmente a mão na massa, o telefone toca e eu tenho que sair do meu posto por alguns minutos, era um fornecedor avisando que a entrega que estava marcada pra amanhã na verdade chegará hoje a tarde, eu desligo e já procuro os papéis que serão precisos pra quando as coisas chegarem, a manhã passa rápida e um pouco depois do almoço a encomenda chega, repiro aliviado já que o estoque de farinha e açúcar já estava no fim, enquanto os outros continuam seu trabalho na cozinha eu me encarrego de uma tarefa antiga, carregar os sacos de farinha e guardá-los na dispensa, sinto um olhar em mim e paro antes pegar o próximo saco, Katniss está parada do lado me olhando parecendo perdida em pensamentos.
– Oi! – eu falo balançando a mão na frente de seu rosto mesmo estando a alguns passos de distancia dela, mas funciona e ela parece se despertar, ela me olha com um pequeno sorriso – Tudo bem? – eu pergunto curioso.
– Apenas relembrando! – ela fala misteriosa e antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela se aproxima beija meus lábios rapidamente e se afasta – Não era só você quem observava! – ela fala se afastando e entrando na padaria de novo, eu fico ainda alguns segundos parado tentando entender mas quando vejo o restante do trabalho que tenho pela frente eu volto a minha tarefa e depois de vários minutos tudo já está guardado, eu volto para dentro da padaria, Katniss não está na cozinha nem lá na frente com Benny, penso que ela foi embora mas a encontro entrando pela padaria com uma expressão diferente da que ela estava minutos atrás, ela parece surpresa mas tem algo a mais.
– Aconteceu alguma coisa? – eu pergunto indo ao encontro dela, ela desvia o olhar do meu e olha para dentro da padaria procurando alguma coisa.
– Philip! – ela sinaliza o chamando, ele faz um sinal indicando um minuto.
– O que houve? – eu insito curioso e confuso.
– Será que você pode liberar o Philip? – ela pede sem revelar nada.
– Pra?
– Delly precisa falar com ele! Ela está lá fora – ela explica mas não faz nenhum sentido.
– Por que ela não entra? – eu continuo tão confuso quanto antes ou ainda mais.
– Ela não quer ok? – ela fala meio rude – Ela quer falar com ele sozinha, eu acho – ela parece saber de algo mas não revela muita coisa, Philip se aproxima de nós.
– Pois não? – ele sempre educado.
– Delly está lá fora! Acho que é importante – ela fala muito mais gentil com ele do que foi comigo, isso me intriga ainda mais, Philip agradece, pede licença e sai.
– Eu posso saber por que você tá falando assim comigo? – eu pergunto com a voz baixa.
– Não é nada... Desculpa! – ela fala depois de respirar fundo. Desculpa? Isso é raro!
– Você tá bem? – eu pergunto realmente preocupado.
– Estou! – ela confirma e me beija rapidamente – Vai demorar muito pra fechar? – ela muda de assunto tentando parecer menos estranha.
– Essa é a ultima fornada – eu aviso e ela força um sorriso, voltamos pra cozinha, continuamos o trabalho e as tarefas normalmente e eu estranho a demora de Philip, mas não tenho tempo pra parar então continuamos, os pães acabam e já começamos nos preparar pra fechar, quando uma Delly extremamente sorridente e um Philip animado e ansioso entram na cozinha, eu estranho o comportamento deles mas sorrio ao vê-los parecendo tão felizes, Katniss no entanto me olha um pouco apreensiva.
– Achei que você não quisesse mais entrar aqui – eu falo brincando olhando pra Delly que só faz sorrir – Aconteceu alguma coisa? – eu pergunto sorrindo apenas por instinto de ver ela sorrindo também – Eu nunca te vi tão animada antes – eu comento e ela olha pra Philip, eles se dão as mãos e antes que ela falasse eu entendo o que está acontecendo.
– Eu to grávida Peeta! Grávida! Dá pra acreditar? Nós seremos pais – ela fala animada sorrindo e Philip apenas completa a felicidade que ela está, meu sorriso aumenta também.
– Meu parabéns! – eu a cumprimento com um abraço e também abraço Philip – Meus parabéns! Isso é... incrível! Vocês serão ótimos pais! Eu...Eu... Fico muito feliz, muito feliz mesmo por vocês – eu falei sinceramente e era verdade, eu estava feliz por eles, pelo sorriso estampado no rosto da minha amiga, pelo modo orgulhoso como Philip a olhava e recebia o abraço de todos, mas alguma coisa em mim se apertou naquele momento, por mais que eu odiasse a sensação e tentasse passar por cima dela, ainda assim ela insistia em aparecer e esfregar na minha cara que após 3 anos de casados Delly e Phillip vão ter aquilo que eu ainda não consigo em 8 anos, um filho, o maior de todos os presentes que alguém pode receber. Eu estava mesmo feliz por eles, mas por um instante eu quis estar naquele lugar, por um instante eu quis que fossemos eu e Katniss, que um filho nosso pudesse finalmente existir, mas não era e só me restava comemorar com eles e ignorar esse sentimento o máximo que eu pudesse, Grace chegou e se juntou as comemorações, Delly contou que já estava desconfiada a alguns dias mas queria ter certeza antes de contar pra alguém, por isso hoje saiu cedo e foi até o hospital, fez o exame e está confirmado, ela está grávida e em alguns meses teremos um bebê por perto, um bebê que não é meu e da Katniss.
Nós voltamos pra casa de mãos dadas.
– Eles parecem animados – eu falo tentando quebrar o silencio que estava crescendo, Katniss apenas concorda com a cabeça ainda olhando pra frente – Eu nunca vi Delly sorri tanto – eu continuo e ela solta o ar parecendo cansada.
– O aniversário do Haymitch tá chegando... Você vai fazer alguma coisa? – ela pergunta mudando de assunto radicalmente, mas finge estar normal, embora isso seja impossível, Katniss nunca se importou com esse tipo de coisa, principalmente se o aniversariante for Haymitch com quem ela passa quase todo o tempo discutindo, mesmo assim eu resolvo entrar no assunto.
– Ele não quer nada! Talvez a gente possa fazer um almoço ou jantar... – eu sugiro e mesmo sendo ela quem começou o assunto ela não parece interessada.
– Pode ser – ela fala dando de ombros – Você pode fazer aquela torta de chocolate – ela fala depois de alguns segundos.
– Pode ser! – eu falo e nós alcançamos a Aldeia, vamos direto pra casa, tomo um banho enquanto Katniss espera no quarto, enquanto a água cai na minha cabeça meus pensamentos parecem flutuar na minha cabeça, sentimentos se misturam e eu me sinto confuso, uma parte minha está feliz por eles, outra parte sente uma espécie de inveja, não uma coisa ruim apenas uma vontade de estar no lugar deles, de que esse bebê fosse meu e da Katniss, depois de oito anos de casados o assunto ‘’filhos’’ ainda é barrado a cada vez que eu tento inseri-lo, eu não posso obrigar Katniss a aceitar, até por que não adiantaria, ela precisa querer isso e ao que parece ela ainda não pensa nisso, a maneira apreensiva que ela estava mostrou isso, ela estava incomodada provavelmente sabia o que Delly iria contar e por isso ela estava tão inquieta, por que ela sabia que isso traria esse assunto a tona, eu já sentia que faltava algo, mas agora depois disso eu percebi o que falta pra que eu me sinta de fato completo, esse ainda é o espaço que falta em mim, um filho, é a única peça que falta nesse quebra cabeça, mas eu preciso ter calma, ainda mais calma na verdade, se eu colocar o assunto de forma errada pode piorar ainda mais, eu tenho que saber como falar com ela, eu sei que esse é um assunto delicado pra ela e é extremamente importante pra mim, por isso preciso encontrar um modo de conversar com ela sem que ela fuja do assunto desesperada como sempre, eu termino o banho e saio do banheiro apenas com a calça de moletom velha e encontro Katniss mexendo no armário, ela se vira pra mim e sinto seu olhar no meu corpo, eu sorrio, mesmo depois desses anos juntos sinto os olhos dela me examinando e seu rosto ainda cora levemente quando ela percebe que eu vi e eu sempre vou sorrir quando isso acontecer.
– A água ta muito boa! – eu falo sorrindo enquanto ela desvia o olhar para dentro do armário e encara o espaço como se na soubesse o que ia pegar, eu me aproximo dela e deixo meu corpo encostar no seu quando passo por ela, eu sinto ela reagir a isso mas tenta parecer indiferente, um sorriso aparece no meu rosto e eu volto a encostar meu corpo no dela dessa vez me inclinando pra pegar uma blusa, que na verdade eu não tenho nenhuma pretensão de usar.
– Eu sei o que você está tentando fazer – ela avisa e puxa uma roupa dela, eu sorrio.
– Eu só queria minha camisa – eu finjo inocência e ela se vira de frente pra mim, nossos corpos se encostando.
– Dá licença – ela pede me olhando nos olhos, eu afasto um pouco o corpo mas antes que ela passe eu a seguro e juntos nossas bocas, o beijo começa devagar e ela ainda parece decidir se o aceita, mas logo sua mão encontra minha nuca e meu braço aperta sua cintura, o beijo começa a avançar ainda mais e nossas respiração começam a ficar mais forte, então ela diminui o beijo até que ele pare.
– Eu vou tomar banho! - ela anuncia passando as mãos no cabelo.
– Isso foi um convite? – eu pergunto ainda segurando sua cintura.
– Não! Isso foi um aviso! – ela fala soltando meu braço dela e se afastando mas posso ver um sorriso no rosto dela.
– Eu vou fazer alguma coisa pra gente comer – eu aviso fechando a porta do guarda roupa que ela deixou aberta, ela assenti com a cabeça e entra no banheiro.
Eu visto uma camiseta e desço indo direto pra cozinha, verifico a dispensa e reúno o que vou precisar e começo a preparar tudo, deixo as coisas prontas e vou a caminho do escritório mas desvio do caminho parando na janela, a noite já está começando e uma brisa fresca entra por ela, as estrelas começam a pintar o céu acompanhada de uma lua fina mas ainda assim bonita, eu me distraio olhando o céu e só a percebo quando ela para ao eu lado.
– Você demorou! – eu falo ainda olhando lá fora.
– Espero que já esteja pronto então – ela fala com um pequeno sorriso.
– Está! Vamos... – eu me viro pra ela e nós nos afastamos da janela, indo para a cozinha, como nós já haviamos lanchado na padaria eu fiz algo mais leve, uma salada reforçada e alguns bifes que ainda tinham de ontem, nós nos servimos e já estávamos nos sentando a mesa quando a figura não mais surpreendente invadiu a casa.
– Eu não vejo vocês desde ontem – ele falou entrando na cozinha sem cerimônia alguma.
– É que tem gente que trabalha! Você sabe o que significa isso? Trabalho? – Katniss responde irônica enquanto ele pega um prato.
– Deve ser aquilo que eu fiz algumas vezes pra te manter viva – ele responde lançando um olhar superior pra ela, por um instante ela parece envergonhada talvez mas então ela o olha com a mesma superioridade que ele.
– Pra me manter viva ou pra manter o tordo vivo? – ela pergunta irritada e eu sei exatamente onde isso vai parar então tenho que intervir.
– Sabia que a Delly ta grávida! – eu falo tentando mudar o assunto antes que a situação piore e saia do controle.
– Já? – ele se surpreende – Quem em sã consciência quer uma coisa que chora e faz sujeira? – ele fala desprezando isso e senta.
– Péssima ideia falar disso – eu penso, se eu quero mesmo entrar nesse assunto com Katniss eu preciso de pontos positivos pra defender minha posição e com certeza Haymitch não está ajudando.
– Você vai fazer alguma coisa no seu aniversário? – eu mudo novamente o assunto.
– Não! E não se atrevam a fazer nada – ele exige me olhando seriamente.
– Eu só perguntei – eu falo me defendendo.
Depois disso um silencio começa a crescer, as tentativas de iniciar um assunto não tiveram muito sucesso.
– Amanhã tem reunião! – Katniss avisa quando ele já está saindo, ele bate a porta sem responder – Cada dia mais adorável – ela fala com ironia e tira os pratos da mesa colocando-os na pia, ela começa a lavá-los e eu fico ao seu lado enxugando e guardando.
– Você sabia que Gale conseguiu comprar a casa do centro! – eu comento e ela me olha curiosa.
– Ele já voltou? – ela pergunta me olhando agora um pouco confusa.
– Rory estava contando! – eu falo me lembrando da felicidade que ele estava, a compra da casa significa que Gale finalmente vai voltar pra cá, nesses anos ele e Liesel apenas passavam alguns dias ou poucas semanas por aqui e logo tinham que ir, agora parece que eles virão pra ficar.
– Legal! – ela volta a lavar os copos – Você acha que eles... vão ficar por aqui mesmo? - ela pergunta terminando sua parte.
– Acho que sim! Não faz sentido comprar uma casa pra passar alguns dias no ano – eu falo a verdade e pra minha surpresa esse já não é assunto que me incomode mais, eles morarem ou não aqui é algo que já não ocupa minha lista de preocupações.
– Rory deve está animado – ela comenta e eu também termino de guardar as coisas.
– Está – eu afirmo me lembrando do sorriso dele enquanto falava que o irmão voltaria pra ficar, ele tem muito orgulho do irmão e hoje eu posso realmente afirmar que compreendo, mesmo com nossos antigos desentendimentos eu sabia que ele era uma boa pessoa, apenas demos o azar de nos apaixonarmos pela mesma garota, mas eu não posso ser hipócrita a ponto de não reconhecer seu valor, ainda mais quando ele arriscou a própria vida pra me tirar da Capital, mesmo que ele tenha feito isso por Katniss e não por mim, ainda assim ele fez e isso não é algo que deva ser esquecido, talvez eu não estivesse aqui com Katniss e apenas o pensamento disso me desestabiliza.
Eu me aproximo dela e a seguro pela cintura ela me olha curiosa mas com um pequeno sorriso, eu aproximo nossos rostos até nossas respirações se misturarem meu olhar segue seus lábios e eu encosto o meu no dela, apenas o contato da sua boca na minha consegue despertar cada parte do meu corpo, minha língua invade sua boca e ela corresponde me dando mais espaço, minha mão se entrelaça no seu cabelo e eu aumento o beijo, seu corpo se encosta na mesa, seus dedos também se entrelaçam no meu cabelo e não existe uma única célula do meu corpo que não a deseje desesperadamente, meus lábios descem pelo seu pescoço e ela deixa escapar um som abafado, eu volto a beijá-la ainda mais intensamente e ela corresponde, já estamos sem ar quando o beijo é parado, meus olhos se abrem e encontram os seus com a mesma intensidade que os meus, não precisam de palavras quando sabemos exatamente o que queremos, minha mão encontra a sua e nós subimos as escadas, assim que entramos no quarto eu a puxo para meus braços novamente e volto a beijá-la com a mesma vontade, meu corpo precisa do dela assim como o dela espera pelo meu, quando alcançamos a cama nada mais importa e nós nos perdemos um no outro.
Ela adormece com a cabeça apoiada no meu peito, nossas pernas entrelaçadas e sua mão sobre meu peito também, eu afundo meu rosto em seus cabelos e inspiro seu perfume natural, minha mão escorrega pelas suas costas, meus dedos acariciando levemente sua pele, ela se mexe rapidamente e acaba com a cabeça apoiada no travesseiro ao lado do meu, ela está de barriga pra cima e o lençol escorregou do seu corpo deixando-o descoberto, eu puxo o lençol para cobri-la antes que essa cena me perturbe ainda mais, eu encosto miha cabeça no travesseiro e viro meu rosto pra ela observando como ela dorme tranquilamente e parece até serena, meus dedos afastam alguns fios de cabelo do seu rosto e é incrível a capacidade que eu tenho de amá-la mais a cada segundo que passa, não consigo sequer pensar em como seria um dia sem ela, sem ver seus olhos mesmo quando estão irritados e furiosos, sem ouvir sua voz mesmo que seja pra brigar por algo que eu fiz ou que ela acha que eu deveria ter feito, eu apenas preciso dela por que ela me faz sentir vivo, o amor que eu sinto por ela será para sempre, até o ultimo dia da minha vida, eu só queria que pudesse ir além disso, que nós pudéssemos selar esse amor da maneira mais profunda possível, assim como Delly e Philip estão fazendo, um filho, a maneira mais bonita e o laço mais forte que existe entre duas pessoas que se amam, ele seria literalmente a união de nós dois, meu sangue misturado com o dela em uma única pessoa que carrearia nossos nomes e que encheria nossas vidas de alegria , acho que isso que está faltando, apenas isso, uma criança correndo pela casa bagunçando tudo exatamente como Katniss já faz, uma menina com a mesma personalidade forte que ela ou um garoto tão imprevisível quanto ela, apenas o simples pensamento me faz sorrir e eu sinto meu coração acelerar com essa possibilidade.
– O que você tá fazendo? – a voz espantada me tira dos meus pensamentos, um minuto de confusão me atinge e eu tento entender o que está acontecendo mas só percebo quando ela empurra minha mão que estava sobre a sua barriga acariciando com os dedos, eu pisco algumas vezes sem entender como aconteceu, eu acho que meu subconsciente agiu por conta própria e meu desejo oculto, porém não tão oculto assim, falou mais alto – O que você tava fazendo? – ela repete lentamente me olhando de forma confusa.
– Eu...eu...é...não sei! Acho que me ...distrai! – eu gaguejo tentando explicar.
– Eu sabia que isso ia acontecer! – ela confessa se afastando de mim e puxando o lençol para si enquanto o aperta com firmeza. – Isso tem a ver com a Delly não é?... quer dizer...a gravidez! – ela fala sem me olhar nos olhos.
– Isso tem a ver comigo – eu afirmo e ela olha nos meus olhos e parecia não esperar essa resposta, ela passa a mão no cabelo, eu me endireito na cama e me sento – Eu nunca mudei minha vontade sobre isso – eu começo a falar observando sua reação, ela apenas continua me olhando – Você sabe disso! Sabe que eu sempre quis um filho – eu confesso e ela desvia o olhar do meu, olhando pra janela.
– E você sabe que eu nunca quis! – ela afirma com a voz baixa, ela apoia a cabeça nos joelhos e eu respiro fundo sabendo que será uma longa batalha.
– Katniss eu estive pensando sobre isso e... Eu realmente acho que nós podemos fazer isso! Eu entendo seu medo no começo mas agora...nós já temos nossa vida, estamos seguindo em frente...nada nos impede – eu tento colocar meus pontos favoráveis, ela mantém o olhar na janela.
– Eu não posso Peeta! – ela fala com a voz abafada e então me olha de um jeito angustiado – Será que você não entende? Eu...não...posso! – ela afirma pausadamente.
– Pode sim! Nós podemos – eu falo com firmeza e minha mão encontra a sua de forma protetora, sua outra mão pousa em cima da minha e quando eu estva achando que ela cederia, ela volta a me olha do mesmo jeito que antes e nega com a cabeça.
– Não dá! – ela confesso com certo receio e eu sinto minha esperança desabar e a dor que me atinge é muito maior do que eu pensei que seria, eu realmente quero esse filho muito mais do que eu imaginei, eu não posso aceitar um não como resposta, não importa quanto tempo eu terei que esperar.
– Só me prometa que você vai pensar! – eu peço como uma ultima tentativa, alguns segundos se passam em que apenas nos olhamos.
– Eu prometo – ela afirma e mesmo parecendo desanimada ela não parece mentir, eu lhe forço um sorriso e beijo sua mão que estava sobre a minha.
– Obrigado – eu agradeço com o rosto próximo ao dela.
– Eu apenas disse que vou pensar, mas eu não...
– Já é o suficiente – eu falo antes que ela continue, eu a beijo novamente e dessa vez quando eu deito minha cabeça no travesseiro de novo uma espécie de esperando foi renovada e talvez, apenas talvez, em um dia não muito distante eu tenha meu sonho realizado.
Um promessa. Pode parecer pouco mas é ela quem está me mantendo minha esperança, a promessa de que Katniss pensará a respeito do nosso filho. NOSSO filho. Apenas esse pensamento consegue trazer um sentimento novo e forte, como se desse ainda mais sentido a minha vida, eu a amo e ela é tudo pra mim, mas pensar que nós podemos ter um filho é ainda mais incrível do que qualquer outro pensamento e eu espero de todo coração que ela entenda isso também. Depois de nossa conversa e de sua promessa nós não tocamos mais no assunto, por mais que eu esteja ansioso eu não posso pressioná-la, as coisas acontecerão no tempo certo, mas tenho que confessar que cada vez que eu vejo Delly e Philip falando sobre a gravidez e os planos pro nascimento, minha ansiedade aumenta e eu peço em pensamentos que Katniss aceite logo.
Mas alem dessa questão e da minha espera, nossas vidas seguem seu curso normal. Casa. Padaria. Katniss continua indo a floresta mesmo nos dias corridos, afinal os projetos sociais estão cada vez mais agitados, mas ao menos com trabalho ela tem algo a mais a pensar e mesmo tendo noites que ela acorda assustada ou se debatendo e eu leve vários minutos para acalmá-la eu consigo, assim como tenho conseguido controlar minhas reações aos flashes, embora eles apareçam e eu tenha que repetir varias vezes o que é real e o que não é, eu consigo. Nós conseguimos.
Hoje eu acabei perdendo a hora, Katniss me acordou e eu já estava a quase uma hora atrasado, tive que correr pra me vestir e chegar a padaria, mas pra meu alivio quando cheguei lá as coisas estavam perfeitamente encaminhadas, ainda assim tive um certo trabalho com dois bolos que foram encomendados ontem, levei quase a manhã inteira neles e quando terminei Benny e Rory foram entregar depois estenderam para o almoço, quando voltamos a tarde o assunto era um: Benny!
O pessoal estava comentando o quanto ele estava estranho, ou melhor, o quanto ele não estava estranho, Benny sempre foi o mais extrovertido de todos, com suas risadas e piadas, sempre implicando com alguém, mas não hoje, hoje conhecemos um Benny calado e sério, e mesmo achando que nunca diria isso eu prefiro o Benny de antes, os outros estão certos, alguma coisa está errada com ele e eu não posso fingir que não percebi, por isso eu peço que Rory assuma o posto dele e o chamo pra uma conversa no escritório, ele entra e fecha a porta.
– Algum problema? – ele pergunta sério e eu fico ainda mais preocupado.
– Isso eu que queria te perguntar – eu falo e me sento indicando que ele sente também.
– Como assim? – ele parece desconfiado e confuso.
– Eu não te chamei aqui como seu patrão, te chamei como um amigo – eu começo a falar – Todo mundo percebeu que você está diferente! Calado, sem brincadeiras, você nem pegou no pé do Rory hoje... e aliás... você viu que horas eu cheguei? – eu falo com tom de brincadeira tentando amenizar esse clima, funcionou por que ele libera um pequeno sorriso, eu espero ele falar dessa vez e sua voz só aparece depois de alguns minutos.
– Ela vai embora! – ele anuncia enquanto seus dedos mexem em alguns papéis em cima da mesa e seus olhos se mantém no mesmo lugar.
– A Grace? – eu pergunto surpreso e ele concorda com a cabeça – Por quê?
– O pai dela quer voltar para o Seis, o irmão dela também irá pra lá – ele explica com a voz baixa e é fácil perceber sua tristeza.
– Mas ela quer ir? – eu pergunto desconfiando da resposta.
– Não, mas o pai dela se recusa a deixar ela aqui sozinha! – ele explica e eu fico em silencio alguns segundos.
– Mas ela não precisa ficar sozinha...- eu sugiro e dessa vez ele me olha com atenção e eu sei que ele sabe exatamente do que eu estou falando.
– Eu sei mas... isso é... definitivo demais... Eu gosto dela mas ... eu não sei – ele fala meio incerto e posso ver a duvida no rosto dele.
– É eu sei. Bem definitivo! Mas se você a amar... Você a ama? – eu pergunto observando sua reação ele me olha com atenção e depois desvia o olhar do meu sem saber o que falar – Vou mudar a pergunta... Você é capaz de ficar sem vê-la? Nunca mais? Você é capaz de nunca mais conversar, ou brigar, discutir ou simplesmente olhar pra ela? Eu to perguntando se você vai conseguir tirar ela da sua vida e aceitar o fato que ela talvez conheça outra pessoa – eu enfatizo cada frase.
– Não! ´- ele nega rapidamente – Droga! Droga – ele repete enquanto passa as mãos no rosto e no cabelo, eu o observo enquanto ele encara o teto – Eu amo aquela garota! – ele admite e eu solto uma risada – Eu amo aquela garota mesmo! Meu Deus... como eu deixei isso acontecer? – ele pergunta e me olha como se procurasse uma resposta – O plano não era esse – ele admite.
– Bem vindo a vida! – eu falo rindo e dessa vez ele ri também.
– Eu to ferrado! Ela é... eu realmente to ferrado – ele fala rindo voltando a seu humor de sempre.
– Acho que você já sabe o que fazer...
– Se ela concordar e não me colocar pra correr – ele fala brincando e se levanta.
– Você tá dispensado – eu aviso e ele ri mais ainda.
– Bom, mesmo se eu levar um chute já valeu pela folga
– E o velho Benny está de volta – eu falo rindo e me levanto, nós apertamos as mãos e ele sai. Continuamos na padaria trabalhando e ele se vai, as horas passam rápido demais e depois que a padaria se fecha eu sigo pra casa rapidamente, encontro Katniss e Haymitch discutindo sobre alguma coisa na sala e não me surpreendo muito com isso, já faz parte da rotina, estranho seria se eles estivessem conversando amigavelmente, ele só se vai depois que jantamos, então Katniss e eu subimos e nos deitamos.
No outro dia eu consigo não me atrasar e sou o primeiro a chegar na padaria, todos chegam e a única pessoa que falta é Benny, eu começa a pensar que talvez as coisas tenham acontecido de um jeito ruim quando a porta abre quase como um terremoto, Grace entra na frente ainda mais escandalosa do que qualquer outro dia, eu paro atrás do balcão olhando ela que vem correndo.
– Olha isso! – ela quase grita quando para na minha frente a mão aberta quase colada ao meu rosto, eu preciso afastar o rosto pra ver, então o anel com uma pedra azulada brilha em seu dedo.
– Meu parabéns – eu falo rindo e feliz por eles dois.
– É lindo não é? – ela fala olhando ela mesma o anel, eu rio mais uma vez, é engraçado vê-la assim, mesmo negando ela parece muito animada.
– É lindo mesmo! – então ela quase pula no balcão quando me abraça, Benny para atrás dela rindo da cena, ele me lança um olhar agradecido e um sinal com o dedo polegar, eu sorrio pra ela e então ela me solta.
– Era da vó dele! – ela afirma ainda mostrando o anel.
– Minha bisavó – ele a corrige.
– Bisavó, tataravó, que seja... é de alguém velho pra caramba e que já estava na família a anos – ela fala animada e todos rimos, os outros vem ver o motivo da festa e ela conta animada que ela e Benny estão noivos e vão se casar logo, na verdade no próximo mês por que o pai dela quer ver o casamento antes da viagem e o irmão dela também virá, Rory e Philip aproveitam a oportunidade para zoarem com Benny que sempre faz isso com eles, já que ele dizia de boca cheia que nunca se prenderia a ninguém, ele faz cara de bravo mas no fundo não consegue esconder o sorriso que está, Katniss aparece logo depois que Grace sai da padaria mas logo é colocada a par da situação, ela parabeniza Benny e parece feliz por ele.
Assim que começam os preparativos para o casamento Benny e Grace nos surpreendem quando nos chama para padrinhos.
– Você é meu patrão e um amigo também, se não fosse você eu nem sei se isso ia acontecer – Benny fala rindo – E Katniss, bom, a gente se entende – ele fala rindo e ela também sorri.
– Fala sério, a gente tá pensando no presente mesmo – Grace o corta e fala rindo, todos riem, nós aceitamos e pra alivio de Katniss dessa vez ela não precisa ficar ajudando em detalhes, apenas daremos o presente e precisaremos assinas como testemunhas, e depois de um mês é exatamente isso que acontece, mas dessa vez a rápida cerimônia é feita na casa deles mesmo, depois dos anos que ela e o pai trabalharam aqui eles juntaram dinheiro e Benny também tinha uma economia então eles compraram uma casa apenas uma rua depois da do Philip, a cerimônia e a festa são realizadas lá e eu nunca vi eles dois desse jeito e mesmo discutindo algumas vezes durante a festa era nítida a felicidade deles, ficamos apenas algumas poucas horas na festa e vamos embora, Katniss parece cansada e eu confesso que também estava, por isso assim que ela me olhou pela primeira vez nós nos despedimos e saímos discretamente e depois quando já estamos em casa e Katniss deita a cabeça no meu peito eu relaxo meu corpo e a seguro nos meus braços, um sorriso inconsciente aparece no meu rosto, por que realmente as coisas estão indo bem, ainda temos esperança e eu tenho certeza que sempre a teremos.


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Notas finais do capítulo

Ainda sem internt, desculpem a formatação...
To na internet do celular e é uma porcaria ... :(



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