Meu Idiota escrita por marishaya


Capítulo 13
Meu encontro fail.


Notas iniciais do capítulo

Infelizmente não pude postar no dia 13 pois viajei e tals :c
Enfim, mas achei tão foda esse capítulo sla, acho que por ter uma pitada dos pensamentos do tão querido Êvan Dolse ou da nova personagem...
Espero que gostem!



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Arrependi-me de ter bebido quando acordei e tive uma puta tontura, parecia que cada parte do meu corpo iria explodir.

Arrependi-me de ter tido a festa quando encontrei a cozinha e a sala quase destruídas.

Arrependi-me quando lembrei que teria um encontro com um garoto que conheci há semanas.

Arrependi-me daquele momento com Henrique e sério mesmo que deixei ele me dar banho? To traumatizada com isso.

E me arrependi quando olhei pro sofá da minha mãe tudo sujo, eu vou ser esfolada.

–Vector! –gritei pela casa, o procurei na cozinha, quartos (em um deles encontrei Morgan nua jogada no chão babando, quase vomitei), nos banheiros até no porão, fui pro jardim e o encontrei, com óculos escuros estilo Êvan, uma xícara de café do lado e sentado calmamente no gramado.

Até agora.

–Vector você viu como está o sofá de Amelia? Ela vai esfolar nossa cara no chão, nos arrastar com seu salto até no inferno –eu estava histérica, o que fazia eu ficar tonta por causa das pontadas na cabeça.

–Porra Verônica –sussurrou Vector,- fale baixo.

–Porque tu está sussurrando?

–Por que minha cabeça está explodindo, sinto meus neurônicos loucos –suspirou e deu um gole no seu café,- sobre o sofá, coloquei um forro transparente então não está sujo, o forro está, tome um café e cate uma pílula pra ressaca na minha gaveta e vai ter equipe de limpeza.

–Que?

–É, tu acha que vou arrumar a casa sozinho? Vocês também colaboraram.

O encarei descrente e bufei.

–Cadê o resto do povo? Digo, Êvan e Henrique?

–Henrique tinha uns assuntos pra resolver, não me pergunte quais pois eu não sei, e Êvan está cochilando em cima da árvore –apontou pra qualquer lugar, Êvan com os braços abertos dormindo em um tronco.

–Que horas é a equipe?

–Você aceitando tão rápido assim trabalho? Tenho que te deixar de ressaca mais vezes.

Revirei os olhos e percebo que até isso não posso fazer, lateja tudo.

–Não é isso, e que estou meio estranha hoje mesmo, além de ser domingo e estou com preguiça de ser chata em pleno domingo.

–Desde quando você tem preguiça de ser chata? Enfim, vai ser bem a noite ou de tarde quando eu estiver melhor.

–De tarde não...

–Por quê? Tem compromisso? –caçoou, todos sabem que eu nunca tenho compromissos, mas hoje, felizmente ou infelizmente?, eu tenho um.

–Sim, um encontro –consegui deixar Vector surpreso, ele tirou os olhos, estava com os olhos inchados vermelhos e com um tiquinho de olheira, e me encarava como se eu tivesse falando que engravidei de um ET.

Legal saber que seu irmão não dá nenhum crédito a suas relações amorosas - que começou ontem e é apenas uma-.

–Como? Quer dizer com quem? –reformulando a pergunta: Quem é o louco de ter um encontro com você?

–Um garoto - resmunguei

–Ah sério? É eu aqui pensando que era um hermafrodita, –me olhou sarcástico- trabalho com nomes, Verônica.

–Luis Miguel.

–Nadador é?

–É...como você sabe? –perguntei desconfiada e me olhou com o mesmo olhar quando me contou que iria ter uma festa, cara de inocência com pitada de travessura.

–Deixa pra lá, vai pegar o comprimido.

O deixe pra lá me deixou intrigada pensando na probabilidade de mais uma confusão, ou eu estava paranoica e talvez estava muito preocupada nesses dias com tudo o que Vector, Henrique, Êvan faziam...preciso focar no meu umbigo.

Quando cheguei ao quarto sorri por não estar sujo como os outros, fui até a gaveta da cômoda e encontrei várias coisas espalhadas: revistas de carros, desodorantes usados e vazios, chicletes, papeis de balas, remédio antidepressivo, e uma foto.

Nela estava Vector com seus prováveis 18 anos sorrindo pra uma garota de cabelos ruivos naturais –tão lindos que invejei, nada comparado com meu ruivo de farmácia- que encarava o algodão doce animada, ele sorria de um jeito tão meigo que quase me perguntei novamente se era um Dafoe mesmo, mas os olhos idênticos aos meus não negavam mas o seu sorriso intrigante para a garota que me chamava atenção, tão carinhoso...

Invejei mais ainda a garota por estar vendo este lado carinhoso de Vector que até eu então desconhecia.

Fazer o que, sou uma irmã meio desatenta e que não vê o irmão a um bom tempo.

Guardei a foto rapidamente e procurei na outra gaveta encontrando comprimidos de ressaca.

Preferi ter encontrado a bela foto do que um par de camisinhas, certo?

Depois de ter pedido pizza e ter sido acabada por um minuto, depois de me mandarem limpar a cozinha SOZINHA, depois de discutir com o Êvan sobre um capítulo de Friends, depois de Vector ter me zoado pelo meu encontro eu finalmente tive um tempo pra escolher a bendita roupa para um bendito encontro.

Olhei pro meu guarda-roupa e fiquei uns bons minutos assim, peguei um vestido listrado preto e branco e o guardei de volta, catei um jeans rasgado e botei de volta, vestido só que de menininha que dona Amelia me deu no natal passado - porque minha mãe insiste em me dar esses vestidos cheio de pompons se sabe que nunca vou usá-los?- e outro de vadia que vovó Feline me deu também no outro natal.

Os guardei rapidamente e catei uma saia cintura alta e uma camiseta do Pink Floyd e uma botinha vermelha.

Uma roupa minha cara, se estou indo para um encontro não tenho que vestir algo que eu não queira, tenho que me sentir confortável - ainda mais sendo meu primeiro encontro-, ainda mais se for com uma camiseta de uma das minhas bandas favoritas.

Vai que o Luis Miguel me pergunta se gosto, aí temos um assunto interessante pra conversar, seria algo que pelo menos gosto.

Tomei um banho quente de queimar a pele, me depilei – até a vagina, não que eu tinha planos de fazer tais coisas neste encontro que me fizeram depilar esta parte, que fique bem claro-, me sequei passei um creme da dona Amelia, secador de Morgan foi bem útil e prendi o cabelo em um coque.

Saí em dispara encontrando os três garotões folgados jogados no sofá jogando Assassin's Cree, pausaram quando me encararam.

–Vai pra onde? –Henrique foi o primeiro a se manifestar.

–Um encontro.

–Desse jeito? –o outro foi o Êvan.

–É, né...

–Então, bom passeio, Verônica –Vector deu um sorrisinho malicioso, revirei os olhos.

–Bom encontro, Vector –corrigi enfatizando o encontro, e bati a porta da frente ouvindo um “nada de vestido provocante? Sério, por isso que Verônica ta virgem ainda” que foi soltado pelo Dolse, e logo depois tapa se instalou e um AI! também.

Por que será que estou quase fazendo uma ladainha pra eles ficarem trancados em casa?

***

Eu não via precisão de estragar o encontro da querida Dafoe, por mais de muitas vezes não ser um exemplo de amigo eu não era como Henrique que logo que ela se vira pro caminho da felicidade e seu primeiro encontro, ele trama pra estragar.

Se bem que a Verônica não amiga dele então...

Mas eu como um realmente amigo dele deveria não ajudar...

Só que eu não resisto a uma confusão...

O problema me chama fazer o que.

Vector por mais de ter ficado bem interessado nisso acabou nem indo pois estava preocupado tentando se recuperar depois de ontem –o cara bebeu todas-.

Então estávamos eu, com minha linda jaqueta nova que já estava com cheiro de cigarro que provavelmente minha tia vai chiar, um Henrique todo machão do meu lado saindo da casa dos Dafoe’s pra estragar a futura primeira trepa da minha amiga indo ao restaurante –Henrique descobriu sei lá como onde eles estavam, o cara tinha seus contatos- e encontramos no caminho uma loirinha vindo em nossa direção raivosa.

Será uma das minhas noites esquecidas ou as de Henrique?

–Puta queu pariu - ouvi-o resmungar e colocar a mão na cabeça com um gesto que é igual o meu quando esqueço o chumaço ou isqueiro em casa.

Então era a deveria ser uma das dele, por que sério se eu tivesse transado com aquela garota eu teria me lembrado.

–Henrique Demente dos Acéfalos Collis –chegou o catando pelo braço e o empurrando contra a porta. – Você não viu minha mensagem?

–Desculpa, Kya...

–Desculpe nada, fiquei três horas naquele aeroporto lhe esperando, o segurança já estava achando que eu era uma terrorista ou ladrona com bomba de tanto olhar pros lados te procurando e segurando a mala com força, com medo de algum ladrão vir, sabe como minha mãe é certo? Ela ficou meio louquinha quando falei que iria fazer um vôo internacional e tal, começou a me deixar um monte de instruções, me ligou mais de 25 vezes só pra saber se eu já tinha chegado à sua casa, claro que tive que omitir, sinto-me péssima e parecida com você! –a garota matracava tanto que era difícil acompanhar, achei até engraçado seu jeito dramático de falar essas coisas, colocando as mãos no peito e fazendo cara de espanto olhando pro céu.

–Er, bem...Kylliana –tentou argumentar o Collis mas foi interrompido por outra falação da garota sobre casamento.

Kylliana era um nome meio exótico e meio forte demais para uma garota com aparência tão frágil, ela parecia àquelas bonecas de porcelanas que minha mãe colecionava.

Então me dei conta que estava examinando a garota demais e esqueci que tínhamos um encontro para estragar.

–Bem, garotinha, nós estamos agora meio ocupados, foi um belo prazer te conhecer mas adios –puxei Henrique para andarmos até a garagem, forcei no belo prazer por causa dos meus instintos galanteadores.

Ainda mais vendo uma loira baixinha da cintura fina e que esta nos seguindo junto com sua mochila cheia de broches de... aquilo era anime?

Baixinha e otaku.

–Vocês estão tramando, –falou e correu pra ficar na nossa frente nos impedindo de entrar no carro, encarando desconfiada- pressinto isso.

–Sensitiva é? Adoro, odeio as frigidas.

–Quem é você? –pôs as cartas na mesa, sorri.

–Êvan Dolse, e você é...?

–Lembro-me que Collis já disse meu nome, Sr. Dolse –Henrique nos encarava rindo, já com o carro ligado.

Eu realmente adorei ser chamado de Sr. Dolse por aquela voz fininha, imagina isso na cama... Jeová tira isso da minha cabeça agora, obrigado.

–Sobrenome iria facilitar as apresentações e procura nas redes sociais...

–Collis.

–Kylliana Collis... Henrique por que você nunca me apresentou suas primas? –resmunguei contornando o carro e me sentando no passageiro.

–Você é um perigo Dolse, não quero familiares andando com sua gangue, agora se cale - revirei os olhos e percebi o outro sentido da sua fala “não quero você fudendo com minhas primas”, ri com seu olhar de alerta.

–Tá, já conheço a família, já entendi o recado agora vamos logo?

–Vocês vão me deixar aqui?! –a garota que nos estava observando incrédula.

–Entra logo.

Jogou-se no banco de trás que fez uns dos broches cair de sua mochila, que era do Death Note –não sou de assistir animes e muito menos ler, apenas tenho uns priminhos que gostam e que me enchem o saco-.

–Onde vamos?

–Estragar alguns encontros - sorriu o Collis diabólico, eu realmente tinha que concordar com Verônica neste assunto, Henrique tinha um sorriso de fazer qualquer um dar vontade de socar.

O caminho foi chato, ouvimos músicas melosas do rádio e vou me lembrar de catar meu pen drive, Kylliana batucava na janela e o outro estava concentrado usando o GPS.

–Então, prima desconhecida do Henrique, o que faz aqui? –puxei assunto do nada.

–Começou os preparativos para o casamento da irmã deste idiota alguns dias atrás, ela está meio histérica pois ele ainda não chegou com sua namorada, e como queria sair do caos e do povo maluco que está lá, quis virar mensageira e vim alertar, alias cadê sua namorada, Henrique?

–Em um encontro –falou indiferente e eu como um bom ouvinte fiquei surpreso por ele ter uma irmã e mais ainda pela última parte.

Verônica Dafoe namorada dele.

Gargalhei, eu sempre falei pra ela que os dois ficariam em alguma situação indesejada de namoro como comédia romântica, parecia aqueles filmes de velhas encalhadas!

Êvan Dolse sempre está certo, anotem aí.

–Ele não namora né? –Kylliana resmungou e deu um tapa nele.

–Ei, estou dirigindo!

–Henrique, você é mais babaca que os garotos da minha lista de babacas! –ela tinha lista de babacas? Essa garota é meio biruta – Sua irmã irá pirar se descobrir que você não tiver um par, cê vai virar estatua da coleção da sua irmã.

–Kya não complica mais, sei como Bridget é, sendo medusa ou não ela vai me fazer alguma loucura quando descobrir mas eu vou dar um jeito –gritou com ela a fazendo dar outro tapa.

–Não grite comigo!

E começaram uma discussão louca misturando inglês com escocês?

Estou em um carro, com duas pessoas malucas gritando em escocês, que um deles desviou o carro rápido demais quase batendo e a outra estava me fazendo salivar ali, se remexendo toda fazendo seus seios balançarem, e dava pra vê-los por conta da regata...

Ela é prima do seu amigo Êvan, lembre-se da vez que você se interessou por alguém da família dos seus amigos.

Kylliana era uma loira tão loira que chegava a ser branco o cabelo, era igualzinho o cabelo do Henrique, eram como aquelas areias finas das praias da Grécia, seus olhos castanhos escuros eram bem críticos, aquele olhar que parece que tomou energético ou muito café, agitada demais, magrela demais, além de ser uma miniatura tipo alguns centímetros mais baixa que Verônica.

Eu pensando que os gnomos não existem, será que se eu pedir um pote de ouro ela me da?

Ok chega de piadinhas.

–Da pra vocês pararem de gritar com esse idioma, ta me deixando irritado! E briga de família apenas nos Casos de Família, Henrique preste atenção nessa porcaria de estrada, sou lindo demais pra morrer por causa da sua incompetência.

O demente gargalhou com deboche, revirei os olhos, a outra Collis ficou caladinha e infelizmente se separou dos bancos, não me deixando mais com a visão dos seus seios.

E logo chegamos no restaurante, sempre achei meio cliché levar garotas em restaurantes; gostava mais do estilo ar livre, levando pra florestas, montanhas com uma cena inesquecível, rios ou cabanas, sempre fui do tipo rústico, e é claro que isso acelera mais o sexo, elas ficam vulneráveis pelo romantismo.

Além de que vi um cara dando flores pra namora nos trailers do outro lado da rua, eu nunca daria pra uma garota flores, sério, pra mim flores só no funeral.

Da janela dava pra ver os dois sentados conversando, Verônica estava bem entretida e sorria.

Se eu não tivesse no Time Collis iria embora e parabenizar o garoto por fazer a Dafoe sorrir daquele jeito não estando com comida na mão.

–Aquela é a suposta namorada do Henrique? –Kya perguntou ao nosso lado se segurando nos arbustos, já que catou um banquinho pra olhar pela janela - Cabelo legal.

–Qual vai ser o plano? –resmungou Henrique e nos puxou pra baixo dos arbustos de volta.

–Ir embora e você tenta conquistar Verônica - propus e ele me olhou com se fosse me dar um soco.

Às vezes eu tinha um tiquinho de medo do Collis, não por ser tipo super mais forte e mais em forma que eu –amo meu corpo magrelo só pra constatar- era por causa de sua digamos olhar de loucura, deve ser por isso que sou amigo daquele bastardo há muito tempo; por mais de Verônica nunca ter desconfiado de nossa parceria na natação na 5º serie juntos ou o fato de o diretor ser meu pai, isso eu prefiro que ela nunca saiba pois eu odeio o meu pai e vice-versa e também que sobre o diretor amar Henrique e ser o garotão da família e meu amiguinho desde muito tempo.

Prometemos nunca contar pra Dafoe sobre nossa amizade de longa data, o fato é que sempre conversamos um com o outro normal e que eu nunca fui expulso da escola por cada coisa que faço, então por que ela nunca percebeu que somos amigos e que meu pai é diretor?

Verônica Dafoe é tão lerda.

O caso é; gosto de viver na loucura, e por mais de muitos acharem que Henrique Collis é certinho todos se enganam.

Outro fato legal: Henrique coloca corante no Doritos pra ficar da mesma cor que o cabelo da Verônica, por este motivo acho que se ele consegue comer Doritos com aquele vermelho menstruação ele consegue conquistar a vermelhinha.

–Porra, Êvan –me deu um tapa de reprovação na cabeça, isso doeu.- Bateu tão forte a cabeça assim ontem?

Fiz uma careta me lembrando da briguinha de ontem.

–Eu sei o plano - disse a gnoma que até então estava caladinha, uma estrategista.

Sorriu pra gente animada, acho que catei uma pitada do humor da Verônica e não consigo ficar animado.

Eu e Henrique conseguimos entrar no restaurante bem fácil, ele só precisou persuadir o segurança da porta dos funcionários com dinheiro.

Pergunto-me o porquê dessas garotas serem tão boas nesses assuntos de estragar relacionamentos dos outros, eu e o Collis estávamos comentando sobre isso na cozinha enquanto nos trocávamos e concluímos que:

Mulher não é de Deus.

Estávamos vestidos de garçons, uma das partes do plano idiotinha da Collis, a mesma sumiu.

O maître nem se deu conta que não éramos garçons e já nos mandou pra atender mesas.

A mesa que eu catei era de uma mulher com seus 32 anos no máximo, bonita até.

–O que deseja? –ela olhou pra cima com os olhos lacrimejando.

–Um homem que preste - arregalei os olhos e olhei pro cardápio, quase passei um saite de relacionamentos ou algo do tipo.

–Eu sei, já tentei isso; todos que conheci é fedorentos, mau hálito, sem assunto, com chulé –o que? Essa mulher por acaso é a Jean Grey? –Todo garçom me passa saites de relacionamentos e tal, não sou uma telepata.

–Er...moça.

–Moça! –me olhou surpresa e riu- Quanto tempo não vejo um homem me chamando de moça, desde Junior, ele era um amor só que me traiu com minha irmã mais velha, ela tem varizes.

–Nossa, varizes? –me fiz de horrorizado e a mulher começou a falar os defeitos da irmã enquanto eu encarava a mesa que Henrique servia, o babaca teve sorte; uma mesa cheia de garotas universitárias que o estão tarando, uma colocava o número no bolso de trás dele.

–Sabe como é difícil encontrar um homem decente hoje em dia? E casado, namora, é gay ou um canalha, já tive três encontros furados esta semana, três!

–A senhora quer um lenço, água? –ela chorava agora, eu estava desesperado, não sabia como lidar.

Vai que comento alguma coisa e no seu estado taca o garfo em mim falando que sou igual a todos os homens que ela encontrou.

–Quero o lenço, obrigado –catei da mesa do lado por que ele estava saindo e no canto do restaurante estava o casalzinho Luis Miguel e Verônica, os dois já estavam quase acabando...

Cadê a geniosinha.

–E teve o Gilberto, ele era o homem perfeito, tão carinhoso e cheiroso, me entendia...mas terminou comigo por que viu que meu carteiro era mais gostoso que eu, agora acho que não exista homem carinhoso se não gays.

Balancei a cabeça em concordância, e foi quando um furacão loiro passou pelas mesas, maquiagem borrada, vestido vermelho colado que realçava aquela cinturinha, quase senti meu pau pressionar a cueca.

Henrique que me perdoe mas a prima dele será fruto de uma punheta mais tarde.

Ela estava agitada e foi logo para mesa de Verônica, Henrique assistia tudo como um telespectador assim como eu.

–Você é uma vadiazinha -falou Kya apontando pra Verônica, que logo ficou chocada, piscou os olhos umas 1295825 e a boca ficou em um O perfeito.

–O que disse? -ela se levantou raivosa, falei que os instintos de barraqueira da minha amiga nunca falham.

Nota mental: Se quer estragar qualquer coisa que a Dafoe estiver fazendo a insulte ou faça algo bem bad, a garota vira o cão e estraga tudo.

E ela definitivamente vai estragar seu encontro se nocautear Kylliana.

–Como pode catar ele? E ainda o ilude! Não tem vergonha não? -balançava a mão no peito do Luis Miguel, que estava cada vez mais confuso.- Além de ter cabelo de vadia tem ações como uma?

Minha amiga bufava como um touro, acho que seu rosto estava quase da mesma cor que seu cabelo.

E ao fundo ouvi a voz da mulher que eu estava atendendo resmungando "teve o Gio, ele era legal, engraçado mas fedia sardinha...", era só ela que falava, o resto estavam tudo submersos vendo a discussão.

–Como é que é? Que droga tu fumou garota? A única vadia é você com esse vestidinho! -deu um sorriso irônico, dava pra ver que estava se segurando- comprou em algum prostíbulo?

Kylliana gargalhou e pôs as mãos na cintura, balançando a cabeça em reprovação.

–Ta se fazendo de desentendida pra essezinho, né? Querida, ficar me xingando não vai te deixar menos puta -Verônica avançou nela e neste momento Henrique se intrometeu.

Nota mental²: Lembrar de amaldiçoar Henrique por intrometer, vai que a prima dele saísse com a roupa rasgada da briga? Sei que Verônica faz estragos e deixaria o vestido um trapo...Seria um belo aproveito!

Ainda mais que o idiota entrou na briga com um bolo na mão e aquele sorriso que a vermelhinha odeia, isso não estava nos planos.

Mas a cara dela compensa; daquelas que tu tem que gravar na mente ou pintar só pra quando estiver triste se lembrar e rir.

Impagável.

A mulher submersa ao barraco continuava contando suas desilusões amorosas "Juliano foi o mais sincero de todos, pelo menos falou que só era sexo, nesse dia trepamos no elevador..."

–Que deselegante da parte dos outros garções não apresentar nosso bolo de milho com cobertura de Chantilly, uma delicia! -falou ele colocando dedo na cobertura, Kya prendeu a risada, arregalei os olhos me perguntando quando Henrique virou tão cara-de-pau...deve ter aprendido comigo.

–O que...eu vou é enfiar isso na sua cara.

E jogou o bolo em Henrique, que a encarou surpreso sorriu e tacou o macarrão da outra mesa em Verônica, que desviou e bateu na cara do grupo que ele atendia alguns minutos atrás, uma delas se irritou e tacou em Verônica, que se irritou mais ainda e tacou purê na cara das outras garotas, que xingaram e tacaram sei lá o que de volta, Verônica e Kya desviaram e bateu a comida bateu na cara de um homem enorme pai de umas crianças encapetadas, que riram entre si e tacaram comida pra todo lado.

–E o Sidnei era broxa, sério, ou eu não sou mulher de verdade pra satisfazer aquele pau broxa dele...

A mulher ainda continuava falando, bufei meio irritado percebendo que eu não participei dessa confusão.

Que droga.

Levantei-me da cadeira e a mulher também me segurando pelo braço.

–Onde vai? Eu não terminei ainda! -esbravejou e quando foi se virar esbarrou em um homem que estava agachado por causa da guerra de comida, o cara era daquele velhos bonitões que minha tia curte tipo George Clooney, os dois se encararam perplexos e quase vi faísca, olhei pro dedo esquerdo do homem; sem aliança.

Amor a primeira vista.

Eu sou o cupido.

Sorri satisfeito deixando os dois agachados e fui em direção a cozinha abaixado sujando o avental, ah foda-se eu nunca mais iria voltar naquele lugar mesmo...vi seguranças tentando acalmar o povo mas nada adiantava, vi os garços agachados assim como eu e uns casais rindo da confusão.

Logo cheguei na cozinha, catei a mochila com as roupas, enchi o copo de aguá, taquei sal e um tiquinho de pimentão branco que estava no balcão, andei agitado até a mesa da Verônica e Luis Miguel, o coitado estava deslocado e perdidinho.

–Quer um pouco d'água? -perguntei gentilmente, ele sorriu agradecido e Verônica que estava ocupada tacando comida no Henrique me olhou arregalando os olhos.

–Luis, não....-e quando deu o primeiro gole cuspiu em alguém, que no caso era Verônica que tentava impedir.

Henrique gargalhou tirando o bolo da cara, Luis Miguel estava com uma cara péssima e a louca da Collis tacava comida nas pessoas com seu vestido subindo pra bunda todo momento.

Eu adorava tudo isso.

***

–Eu odeio vocês -resmunguei séria.

Estávamos voltando depois do desastroso primeiro encontro que eu tive, que antes das criaturas chegarem estava as mil maravilhas.

O dono do restaurante pediu uma taxa pelos estragos que Henrique pagou, é claro, Luis Miguel foi embora sem se despedir e eu me sentia péssima.

Luis é super simpático, quer ser pediatra, faz fundos de caridade a muito tempo e ria de tudo.

Era esse tipo de companhia que eu preciso.

E o tipo de companhia que provavelmente nunca mais vai querer me ver só por causa da dupla vamos acabar com Verônica, me fizeram dar um barraco, tacar bolo em alguma garota desconhecida que por mais de ter sido divertido não compensou a cara que Luis Miguel fez pra mim, de desaponto...além dele ter cuspido em mim.

E agora não é mais dupla, é trio!

–Vocês ainda não me disseram quem é ela -a garota loira do meu lado se remexeu e sorriu amigável, claro que depois de ter estragado meu primeiro encontro na vida inteira está sendo amigável.

–Minha prima -diz Henrique, depois de ter o socado ele ficou bem caladinho.

–Kylliana Collis, prazer -estendeu a mão, sorri marota apertei com força.

–Verônica Dafoe.

–Eu sei, ouvi falar muito de você!

–Ah sério? Ruim eu creio...

–Algo haver com namorada -corrigiu e minha mente se acendeu se lembrando de algo meio esquecido por causa da festa feat encontro.

"–Adorei você garota, espero mesmo que participe do casamento de Bridget

–Quem?

–Minha filha mais velha, Henrique não falou dos preparamentos do casamento? Poxa ele deveria ter falado já que é seu namorado...

–Oi?!"

–Henrique...-falo ameaçadoramente, ele engoliu o seco e me olhou pelo retrovisor.

–Essa é uma história bem engraçada.

–Tomara que eu dê muita risada ou você nunca dará uma pois seus dentes estarão quebrados pra isso.


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Notas finais do capítulo

Preview:

"-Você teria um dez se escrevesse sobre a sua viagem a Escócia!
Se bem que é verdade, preciso de notas melhores e...Ela disse Escócia?
—Escócia? Que?
—É, o país sabe? Vai ser lá o casamento de Bridget..."
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✖ Estou indecisa entre está nova capa e a outra meio Soulstripper, além delas tem outras mas foquei nas duas, achei bem cara da fic...o que acharam?

Obrigado as novas leitoras que me mandaram MP's
O próximo será postado dia 27/02, agora sem atrasos.
Adios



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