A Different Dawn Treader escrita por Nymeria


Capítulo 10
Quadros, definitivamente, não se parecem com frangos


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE!
Mil desculpas pela demora que eu acho que foi grande. Sério. Eu não sei quando foi a última vez que postei mas acho que faz um tempo. Então desculpaaaaa.
A minha escola (ridícula) inventou uma mostra de ciências e o professor responsável pela minha turma não fez quase nada para nos ajudar (pelo contrário, só ficou passando mais trabalho pra gente fazer), então eu e meus amigos tivemos que organizar tudo e o tempo se tornou inexistente. Mas, felizmente, já acabou e agora posso voltar ao normal.
Enfim, um super desculpa pela demora e boa leitura.



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Adria estava perdida.

Após sair da sala onde o mapa ainda repousava, se viu em meio a um emaranhado de portas e corredores. Ela sabia que não conhecia aquela casa e que ela era realmente grande, mas não achou que se perderia ali. Era ridículo. Anvard era, sem sombra de dúvidas, bem maior que aquela mansão (era um castelo!) e a garota nunca havia sentido dificuldades em se localizar lá dentro por maior que fosse.

Vou morrer aqui dentro sozinha, sem comida e com uma dor nas costas terrível, pensou enquanto se sentava numa espécie de banco acolchoado. Pensava que devia ter dormido de mau jeito ou algo do tipo. Culpa do Edmundo, é claro.

— Certo — murmurou. — O pior de tudo é estar sem comida.

Havia um quadro ali, ela notou; um quadro que se parecia muito com um frango. Um frango gordo e com uma aparência muito boa.

— Adria? — ela ouviu uma voz conhecida a chamando.

— Caspian! — sorriu e correu até a figura confusa que se encontrava no início do corredor.

— Ahn... oi?

— É tão bom te ver! Eu achei que iria morrer aqui — a garota tagarelou. — Há uma quantidade exagerada de corredores e portas nesse lugar, você não acha? E, olhe, aquele quadro não parece um frango?

Caspian olhou para o quadro por alguns segundos e ele não parecia nada com um frango.

— É... O que você está fazendo aqui?

— Eu me perdi. — Adria explicou. — Parece ridículo ao pensar que eu conheço todo Cair Paravel e Anvard, eu sei, mas foi o que aconteceu. Eu pensei que morreria de fome.

— Se perdeu, é? — Caspian se esforçou para não rir, mas foi impossível.

— Não tem a mínima graça — Adria cruzou os braços, emburrada.

— Ah, tem — Caspian balançou a cabeça em positivo. — Pelo menos se considerarmos que você só está a um corredor de distância de onde estávamos.

— O quê? Mas... Ah, eu não acredito!

A garota o empurrou e saiu em disparada apenas para constatar que Caspian havia dito a verdade.

— Se você contar isso para alguém eu vou ser obrigada a te jogar do navio. — Disse assim que Caspian parou ao seu lado.

XX

Edmundo havia passado demasiado tempo sem comer e ficou bastante agradecido quando Coriakin ofereceu um banquete a eles.

— Acha que eles têm bolinhos aqui? — ouviu a voz de Raisha.

Era quase impressionante que ele conseguisse distinguir a voz da garota. Não que fosse difícil, já que era um pouco mais aguda que o considerado normal, mas porque não haviam passado o que se pode chamar de muito tempo no mesmo ambiente sem que ela logo saísse irritada por algo que Adria – ou qualquer um, na verdade – dissesse.

— Não sei, mas acharia bom se tivessem.

— Eu realmente adoro bolinhos — ela parecia pensativa. — E tortas de limão.

— Tortas de limão — repetiu Edmundo enquanto balançava a cabeça.

Afinal, existe alguém que não goste de tortas de limão?, ele pensou.

— Na verdade, existe. A Adria não gosta nem um pouco — Raisha disse.

— O quê? — Edmundo olhou para a garota um pouco confuso. — Ah — acrescentou ao dar-se conta de que não tinha apenas pensado, mas sim perguntado realmente.

Nesse momento, Adria e Caspian apareceram descendo as escadas e a garota parecia muito irritada ao passo que Caspian ria.

— Oi — Adria disse ao se aproximar dos demais. — Vamos logo — murmurou agarrando o braço de Edmundo.

— Você está bem? — o garoto perguntou ao sentar-se ao lado de Adria em uma das grandes mesas que ali foram colocadas.

— Estou. Mas o seu amigo Caspian não vai ficar nada bem se continuar rindo.

Edmundo conteve a vontade de rir da expressão que a garota fazia.

— É? — ele perguntou divertido. — E por que ele está rindo?

Ela abriu a boca para responder mas pareceu ter se lembrado de alguma coisa e parou.

— Você nunca vai saber.

O garoto deu de ombros, contendo a curiosidade.

— Então quer dizer que você não gosta de tortas de limão?

— O quê? — Adria franziu o cenho. — Como você sabe disso?

— Sabendo — foi só o que ele disse. — Raisha comentou — acrescentou ao se deparar com a sobrancelha erguida da garota.

— Sei.

— Mas por que você não gosta? Tortas de limão são ótimas — Edmundo disse de repente.

— Ah, porque... — ela parou. — Porque não gosto.

— Isso não é resposta — ele cruzou os braços. — Você pelo menos já provou?

— Claro... — Adria imitou o gesto do garoto. — Que não.

— Então você não sabe se não gosta.

— Não preciso provar pra saber que não irei gostar.

— Você precisa — ele pegou uma fatia de torta. — E vai.

— Sem chance.

— Abra a boca — Edmundo segurou uma colher com um pedaço na altura da boca da garota.

Adria riu.

— Não seja ridículo.

Edmundo arqueou uma sobrancelha.

— Eu já disse não! — ela exclamou baixo, mas não baixo o suficiente já que a maioria dos presentes olharam para os dois.

O garoto continuou com uma sobrancelha levantada e a colher erguida. Adria apenas o encarou e, por fim, abriu a boca.

Edmundo quis rir, mas achou que se risse ela acabaria cuspindo tudo na cara dele. Ninguém podia culpá-lo por pensar isso.

— E então? — perguntou com um sorriso brincando nos lábios.

A princípio a garota não disse nada, então revirou os olhos e desviou o olhar.

— É legal. — Disse afinal.

Edmundo finalmente riu.

— Admita que gostou.

— Não.

— Não seja boba. Admita.

— Nunca. N. U. N. C. A. Nuuuunca!

Dessa vez quem revirou os olhos foi Edmundo.

Do outro lado da mesa, Lúcia riu.

— Eles não são uma graça? — perguntou para ninguém em específico.

— Hum? Ah, claro — Raisha respondeu distraidamente.

— Sabe o que eu penso? — a menor continuou e, ao notar o balançar de cabeça negativo de Raisha, prosseguiu: — Adria seria uma rainha excelente.

— Todos pensam isso, acredite.

— Ah, tenho certeza de que sim — Lúcia inclinou a cabeça ainda observando os outros dois. — Então, quem é o irmão dela? Ou irmã, não sei.

— Irmã. Arya tem quatorze anos.

Lúcia balançou a cabeça e então parou com uma expressão confusa.

— Ela não tem irmãos ou irmãs mais velhas?

— Não. Ela é a mais velha.

— Mas então- — parou. — Ela vai ser rainha.

— Exatamente — Raisha olhou para Lúcia de soslaio e franziu o cenho.

A mais nova olhou mais uma vez para Adria e Edmundo - que ainda discutiam sobre tortas - e pôs-se a pensar.

XX

Mais tarde, enquanto se preparavam para retornar ao mar, Lúcia encontrou o irmão observando o navio.

— Ed? — chamou.

— Sim?

— Você sabia que a Adria não tem irmãos mais velhos? Nenhum irmão, nem irmã. Só uma mais nova.

Edmundo franziu o cenho. O que ela estava querendo dizer?

— Como assim?

— Ela será rainha.

— Mas...

— Ei! — os dois se viraram para ver uma Adria sorrindo e caminhando na direção deles. — Consegui tortas de limão para a viagem. — Disse ao se aproximar.

O sorriso da garota vacilou ao ver a expressão de Edmundo.

— O que foi?

— Lúcia. — O garoto olhou para a irmã num pedido silencioso para que ela os desse licença.

A mais nova deu um sorriso constrangido para Adria e se afastou rapidamente.

— E então? O que aconteceu?

— Você vai ser rainha. — Foi só o que ele disse.

— Ah.

Adria soltou o ar que, sem perceber, estava prendendo.

— Olhe...

— Por favor, não me diga que me escondeu isso pelos motivos que estou pensando — Edmundo pediu, comprimindo os lábios.

— O que você está pensando?

— Eu não sei — o garoto admitiu. — Não me importa o que seja, Adria. O que importa é que você mentiu para mim.

— Eu não menti para você!

— Não — ele concordou. — Você só não me contou a verdade.

A garota sentiu os olhos se encherem de água enquanto a visão ficava turva. E então, com um suspiro, encarou Edmundo.

— Por que isso importa tanto? Que diferença faz?

— É exatamente isso — ele murmurou. — Simplesmente não importa.

Adria abriu a boca para falar, mas não conseguiu pensar em nada que fizesse sentindo.

— Todos à bordo! — uma voz cortou o ar.

Edmundo se voltou para a praia onde os últimos tripulantes faziam fila para subir à bordo do navio e, antes de começar a caminhar, lançou um último olhar para Adria.


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Notas finais do capítulo

Gente, tenho que dizer que quase não consegui escrever. Foi bem difícil porque eu tive que tirar tudo da minha cabeça e escrever de um jeito que tivesse arco com a história original. Ficou beeem mais ou menos, mas espero que vocês tenham gostado.
Aliás, o que acharam do final? hahahahaha 😊



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