Um escrita por yAOI


Capítulo 3
03


Notas iniciais do capítulo

Oi! ( ͡° ͜ʖ ͡°)
Peço desculpas pela demora! Sinceramente, me desculpem! ;-;
Eu não vou explicar os motivos aqui porque ninguém lê isso e tal, mas se alguém se interessar e quiser saber, me mandem uma MP!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482815/chapter/3

Izaya acordou assustado com o grito que o loiro havia dado e com isso acabou caindo do sofá. Levou as mãozinhas até a cabeça na intenção de fazer com que aquela dor passasse, afinal Kadoka tinha feito um feitiço que fazia com que ele ficasse forte igual a um super-herói, certo? Super-heróis não choram quando caem do sofá – se é que eles caem. Shizuo se encontrava muito irritado no momento, ele fazia a boa ação de “suportar” o menor em sua casa enquanto Shinra não conseguia um jeito de fazê-lo voltar ao normal e como recompensa ganhava um sofá sujo? Bufou inconformado, ele não era mau a ponto de fazer com que uma criança desse um jeito naquilo, então o que fazer? Observou Izaya levantar-se enquanto tentava achar uma solução para aquilo, já que ele não era babá de ninguém e se um dia chegasse a ser não planejava cuidar de seu inimigo. Pensando bem, ele poderia fazer com que Izaya desse um jeito naquilo, afinal ninguém nunca iria saber e não era como se o informante fosse se lembrar daquilo quando voltasse ao normal. Sorriu maldoso com a ideia.

– Heiwajima-san. – ouviu o chamado do menor e resolveu atender, já que estava prestes a abusar um pouquinho dele o mínimo que poderia fazer era dar-lhe um pouco de atenção.

– Hum?

– D-desculpa. – ele disse em um tom baixo e choroso, mordendo o lábio inferior e segurando a todo custo as lágrimas.

Okay, talvez fosse demais fazer isso com uma criança e Izaya parecia arrependido. Não era como se ele tivesse um fraco pela cara chorosa do mini-informante, ele apenas decidiu que seria melhor se Kadoka viesse dar um jeito naquele sofá. Sua primeira opção seria ligar para Shinra, mas o médico ilegal com toda certeza iria utilizar de meios diabólicos e no final seria Shizuo a pessoa que limparia aquilo, então por que não chamar Kadoka? Ele parecia saber lidar com Izaya e que mal teria, certo? Era apenas um sofá sujo. Pensando melhor, Shizuo estava precisando de um sofá novo, então por que limpar o antigo se você pode comprar – ou fazer com que Kadoka compre – um novo? É, estava decidido. Entretanto, apenas ligar para Kadoka e exigir um sofá novo poderia não dar muito certo, primeiro ele teria que atrair Kyohei para seu apartamento e a carinha chorosa de Izaya faria o resto. Sorriu novamente enquanto discava o número do moreno em seu celular, duvidava que Izaya o chamasse de burro agora.

X

Exatos quinze minutos, esse foi o tempo que Kadoka levou para chegar ao apartamento de Shizuo.

– O que ele tem?

– Ele está um pouco sujo e eu estou precisando de um novo.

Kadoka não entendeu muito bem o que Shizuo quis dizer com aquilo. Tinha recebido uma ligação do loiro dizendo que Izaya estava doente e nem por um segundo chegou a duvidar da informação já que o moreno costumava ter febre com frequência quando era menor, tinha até passado na farmácia e comprado alguns remédios antes de vir apressadamente até o apartamento de Shizuo. Ouviu passos vindos da sala, sendo seguidos por uma voz infantil e empolgada. Empolgada demais para alguém doente.

– Dotachin!

Franziu o cenho confuso, se aproximando de Izaya e tocando a sua testa para checar se ele tinha febre.

– Izaya, você sente dor em algum lugar?

O moreno pareceu pensar por um momento, inclinou a cabeça para o lado e em seguida negou. Kadoka voltou sua atenção para o loiro que tragava calmamente um cigarro na entrada do apartamento.

– Ele não estava doente?

– Oh, estava era? – Shizuo deu de ombros. – De qualquer forma, Kadoka, é bom que você tenha vindo, tem algo que eu quero te pedir. – falou enquanto seguia em direção a sala.

Desconfiado, Kadoka seguiu Shizuo, segurando uma das mãozinhas da criança para que ela o acompanhasse.

– Por que não se senta um pouco enquanto conversamos? – sugeriu e indicou o sofá.

A desconfiança de Kadoka apenas aumentou. Normalmente o loiro não era tão gentil assim e ele estava com uma cara de quem estava aprontando algo. Estreitou os olhos e fitou o loiro fixamente.

– O que você quer me pedir? – indagou.

Shizuo suspirou e junto com o suspiro soltou um pouco de fumaça. Kadoka torceu os lábios.

– Não fume quando o Izaya estiver presente. – alertou.

Shizuo preferiu ignorar a última fala do moreno; indicou novamente o sofá.

– A pulga fez o favor de estragar o meu sofá.

Kyohei fitou o sofá e percebeu que ele realmente estava sujo. Mas isso era motivo para acordar os outros de manhã cedo e ainda dizer que Izaya estava doente? Por incrível que pareça ele se lembrava do Orihara como uma criança frágil. Quando menor ele ficava doente muito fácil e geralmente não dizia nada a ninguém que não conhecesse, então se Shizuo havia percebido o estado dele deveria estar muito grave. Sinceramente, tinha ficado preocupado, então agradeceu mentalmente por ter sido apenas um sofá sujo.

– E...?

– E agora eu preciso de um novo. – disse calmamente. Kadoka finalmente havia entendido.

– Eu não vou te dar um sofá novo.

Apenas a explicação não tinha servido então Shizuo teria que usar o seu trunfo.

– Sabe, eu fiquei muito triste quando eu acordei e percebi que o meu sofá preferido estava todo sujo e que não tinha mais jeito – não custava nada mentir um pouco, crianças acreditavam em tudo mesmo. – E saber que tudo tinha sido culpa do Izaya-kun me deixou muito magoado. Você não quer que eu fique triste com você, não é, Izaya-kun? – perguntou enquanto fingia um tom de voz triste.

Izaya sentiu seus olhos arderem. Ele achava que tinha feito um progresso com Shizuo ontem já que eles tinham brincado juntos, e que talvez agora Shizuo o odiasse um pouquinho menos e já não quisesse mais que ele morresse tanto quanto antes, mesmo que só um pouquinho. Puxou levemente a barra da camisa de Kadoka e chamou-o chorosa e manhosamente.

– Dotachin... – não tinha como Kadoka resistir quando Izaya o chamava assim, era o mesmo quando ele estava em sua idade normal, se Izaya o chamava daquele jeito ele não podia dizer “não”.

– Tudo bem. – disse antes de suspirar derrotado.

Shizuo sorriu internamente e observou enquanto Izaya o fazia largamente. Normalmente o informante que manipulava as pessoas, quem diria que chegaria o dia em que qualquer pessoa conseguiria manipula-lo tão facilmente como Shizuo o fez. Kadoka percebeu que o sofá não era a única coisa suja naquela sala.

– Onde fica o banheiro? – indagou enquanto pegava Izaya no colo.

– Seguindo reto. – indicou Shizuo.

Kadoka seguiu na direção indicada e encontrou um pequeno banheiro. Adentrou o local, tirando aos poucos a roupa que o menor vestia.

– Não me diga que essa é a única roupa que ele tem? – falou um pouco alto para que Shizuo ouvisse.

– Pois é. – respondeu num tom igualmente alto.

O mais velho suspirou e terminou de despir o menor, começando a dar-lhe um banho. Depois de dez minutos, saiu com ele no colo, enrolado em uma toalha.

– Já que eu vou comprar um sofá novo para você, vou aproveitar e trazer roupas novas para ele – disse e começou a enxugar o pequeno para em seguida colocar a blusa que tinha se salvado e conseguido sair limpa. Fora ela o moreno não vestia nada, mas como a blusa ficava parecendo um vestido em seu corpo pequeno não dava para perceber. – Você vem?

– Não, vou trabalhar – respondeu ao terminar de tragar seu cigarro. – Aproveite e passeei com ele por aí até que eu chegue. – não pareceu muito bem um pedido, mas para Kadoka isso não era um grande desafio.

– Tudo bem – sorriu para o menor. – Vamos Izaya? Dê tchau para o Shizuo. – Kadoka se aproximou do loiro para que o mini-informante pudesse se despedir.

– Tchau, Heiwajima-san. – disse antes de dar-lhe um beijo estalado na bochecha.

E assim os dois saíram do apartamento de Shizuo, não percebendo o tom rosado que as bochechas dele haviam ganhado após a ação inesperada da criança.

Tch, pulga idiota.

X

Quando Shizuo terminou seu trabalho, Kadoka e Izaya estavam lá esperando por ele em seu apartamento. Izaya agora usava roupas novas que eram do seu tamanho e estava com um enorme sorvete nas mãos.

– Heiwajima-san, bem-vindo de volta! – exclamou animado e Shizuo sentiu-se estranho com aquilo. Fazia tanto tempo que ele chegava em casa e tinha alguém lhe esperando para dizer-lhe “bem-vindo de volta”.

– Estou em casa. – murmurou.

– Bom, deu a minha hora. – Kadoka disse ao levantar-se do sofá novo que ele havia comprado e que para a alegria de Shizuo era igual ao antigo. Agachou-se para ficar na altura do menor. – Tchau, Izaya.

– Dotachin já vai? – perguntou meio triste.

– Já, mas agora o Shizuo vai te fazer companhia.

– Eu não quero que o Dotachin vá embora. – respondeu manhoso.

– Eu vou voltar outro dia, okay? – acariciou os fios macios do menor que lhe sorriu.

– Okay! Tchau, Dotachin. – e claro, Kadoka também ganhou um beijo na bochecha.

Levantou-se e seguiu em direção à saída, despedindo-se de Shizuo, que o acompanhou até a porta. Mas antes de conseguir fecha-la, o loiro foi interrompido por uma mão que o impediu.

– O que vocês duas estão fazendo aqui?

– Viemos visitar o Iza-nii! – respondeu Kururi de forma animada, já invadindo o apartamento e sendo seguida por Marui.

Shizuo apenas deixou que elas entrassem porque ambas exibiam um sorriso maldoso no rosto. Só de Marui estar com alguma expressão no rosto já era um milagre, imagine então se esse milagre tiver algo a ver com Izaya sofrendo? Era o paraíso. E pela cara das duas, com toda certeza o menor iria ser vítima de alguma coisa. Seguiu as gêmeas até a sala e lá encontrou Izaya, já sem o sorvete. O menor veio correndo em sua direção, sorridente.

– Heiwajima-san! – disse animado e Shizuo teve a ligeira impressão de que ele iria grudar na sua perna de novo.

Todavia não foi isso que aconteceu. Izaya parou no momento em que percebeu que não estava sozinho com Shizuo. Pareceu acanhando, com as bochechas coradas e brincando com os dedos das mãos. O loiro estranhou, mas resolveu não dizer nada.

– Iza-nii? – Kururi chamou e quando o menor a fitou ela sentiu como se um choque tivesse acertado seu corpo, e percebeu que foi o mesmo com Marui.

E Shizuo conseguiu ver quando o sorriso maldoso morreu e em seu lugar surgiu um totalmente meigo. Izaya havia conquistado elas também. Suspirou e sentou-se no seu sofá novo, aproveitando o conforto da mobília enquanto as gêmeas faziam o favor de distrair Izaya.

– Você está tão fofo, Iza-nii! – exclamou Kururi, pegando o menor no colo e seguiu até o sofá, sentando-se também.

– Fofo... – Marui concordou e ocupou mais uma parte do sofá.

Sinceramente, Shizuo só queria descansar um pouco. Seu dia já havia sido carregado o suficiente, e só de pensar em chegar em casa todos os dias e ter que cuidar de Izaya já ficava com dor de cabeça. Ele não podia ter só um último dia de paz? Pelo visto, não.

Olhou por breves segundos na direção de Izaya e percebeu que o menor estava em tempo de chorar, os olhinhos marejados, e tentava - sem muito sucesso – se livrar dos braços de Kururi. Essa atitude era bem estranha, já que o Izaya menor era todo amor e alegria com todos, por que ele estava rejeitando uma de suas irmãs? Quando o pequeno finalmente conseguiu se soltar, engatinhou até o colo de Shizuo, sentou-se com uma perna de cada lado do corpo do ex-barman, o loiro percebeu que ele estava ofegante. O grande – não mais tão grande - Orihara Izaya estava com medo. Com medo de suas próprias irmãs. Onde estava o garotinho desinibido que tinha se pendurado em sua perna?

– O que ele tem? – Kururi questionou.

– Não deve ser nada. Ele apenas não se lembra de vocês.

– Ah, é claro! – bateu a mão em sua própria testa e sorriu. – Iza-nii, eu sou Kururi, sua irmã mais nova. E esta é a Marui – apontou para a outra que apenas acenou. – ela também é sua irmã. Pode parecer estranho agora, porque quando você era pequenininho desse jeito nós duas ainda não tínhamos nascido e agora estamos maiores que você! Mas nós vamos estar aqui por você sempre que você precisar.

Shizuo percebeu o olhar de Izaya sobre si, como se através daquele olhar ele estivesse lhe perguntando se aquelas pessoas eram confiáveis, se ele podia ficar com elas. O loiro deveria apenas acenar e deixar ele com as irmãs, e Shizuo sabia que no momento que confirmasse que ele podia ir com elas Izaya iria sem hesitar. Então por que não conseguia simplesmente assentir e se livrar daquele pirralho nem que fosse apenas por alguns minutos? Em vez disso acabou envolvendo a cintura dele e o menor deitou sua cabecinha em seu ombro, o moreno ficou encarando as irmãs e conversando com elas. Foi assim a noite toda, elas pareciam querer dormir ali e Shizuo já estava ficando sem paciência. Quando finalmente elas decidiram sair já eram por volta de uma hora da madrugada. O mais novo parecia não se aguentar em pé e seus olhos pesavam.

– Vá dormir. – o loiro disse olhando ele se esforçando para permanecer acordado.

– Não quero...

– Por quê? – não que Shizuo se importasse com a resposta.

– Porque... eu só vou dormir quando... você for também... Heiwajima-san... – murmurou, mas no final já estava dormindo. Shizuo deu um meio sorriso.

Ele ia acabar ficando louco. Não precisava de uma criança morando com ele. Estava bem sozinho. Ficou mais um tempo pensando no que fazer, já que não podia deixar Izaya sozinho, chamar Kadoka sempre iria ser um problema – ele não sabia exatamente porquê, mas seria – e Izaya não parecia muito bem ao lado das suas irmãs. Tom se importaria se Izaya fosse consigo para o trabalho? Riu com a ideia. Claro que ele se importaria, mas não custava tentar. Amanhã ligaria para ele e perguntaria, agora precisava dormir. Olhou para Izaya dormindo no sofá. No sofá. Não, de novo não. Acordou ele o balançando pelos ombros.

– Izaya! Acorda!

– Hum? – encarou Shizuo ainda sonolento, esfregando os olhinhos.

– Nada de “hum?”, não quero o meu sofá sujo de novo. Você dorme no chão.

X


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês perceberam que o Shizuo acha que o Izaya não vai lembrar de nada, né? e-e
Lembram do que o Shinra disse? Então... e-e O Izaya tá com medo das irmãs, por quê? Era essas duas coisas que eu queria mostrar nesse capítulo, mas tive que aumenta-lo porque o outro ficou curtinho. ;-; Me falem o prazo que vocês acham melhor para a fic, vou ficar postando direitinho agora. Semanalmente ou mensalmente? o/ E detalhe: a fic vai ser curtinha.