Alguns dias depois:

– Bem Anita eu vou indo, se não daqui a pouco vou pegar um trânsito horrível pra voltar para a Barra. – Abelardo falava a garota.

– Pode ir, eu termino de fechar tudo e entrego as chaves pra mamãe. – Anita afirmou, enquanto guardava uns papéis na gaveta.

– Tem certeza, eu não quero te sobrecarregar. – Abelardo indagou.

– Imagina eu moro a metros daqui, fecho tudo numa boa e você tem razão, mais um pouco e você “mora” nesse trânsito por horas. – Anita disse.

– Bom então eu vou indo. – Ele concordou com ela.

– Vai pode ir boa noite. – Anita consentiu positivamente.

– Boa noite então. – Abelardo falou, pegando a chave do carro e a pasta e saindo.

Anita terminou de organizar as coisas, fechou as portas e saiu, trancou a última porta e virou-se para ir embora quando deu de cara com Antônio a sua frente.

– Antônio. – Ela falou assustada, quando viu o garoto na calçada, em sua frente.

– Oi Anita, quer que eu te acompanhe até em casa, já esta escuro pra você ficar andando sozinha por ai. – Antônio afirmou, com um sorriso malicioso no rosto.

– Obrigado, mais eu estou bem sozinha. – Anita temeu por ela, pois a rua estava vazia de fato, e o garoto estava com uma cara que lhe dava medo.

– Eu só quero te levar até em casa, o que tem de mais. – Ele insistiu encarando a garota.

– Já disse pra me deixar, eu vou embora. – Anita respondeu.

– Não, não, eu não deixo e pronto. – Antônio afirmou, segurando firme o braço dela.

– Me solta, se não eu grito. – Anita retrucou apavorada.

– E vai adiantar o que, Anita essa rua aqui é deserta, não vai adiantar não. – Ele falou debochado.

– Me deixa em paz, me larga. – Anita esbravejou com medo.

– Eu nunca vou te deixar em paz, você é minha, tá me entendendo, sempre foi, e vai continuar a ser para sempre, é só uma questão de tempo. – Antônio afirmou descontrolado.

– Eu não tenho nada com você, seu louco. – Anita rebateu, vendo a loucura do garoto em seus olhos.

– Porque você não me quer, hein Anita fala, você voltou pra aquele desgraçado não foi, fala é isso, o nojento do Ben esta sempre no meu caminho mesmo. – Antônio falou segurando Anita com mais força ainda.

– Me solta, tá me machucando. – Anita pediu apavorada.

– Se você não for minha Anita, não vai ser dele também, eu acabo com ele. – Ele afirmou.

– Para de ameaçar o Ben, deixa ele em paz e me esquece. – Anita retrucou temendo por Ben.

– Deixar o teu queridinho em paz, nunca, se você não ficar comigo, não fica com ele também. – Antônio repetiu novamente em tom de ameaça.

– Você é doente, você precisa de ajuda psiquiátrica. – Ela afirmou.

– Ah é olha então o que eu faço com você. – Antônio falou empurrando Anita e pegando um celular do bolso.

– Tá vendo isso aqui, é o teu vídeo com o Ben, eu posso muito bem jogar ele na rede agora mesmo, de novo todo mundo vai rir de você, e quem não viu vai pode ver, quantos mais acessos será que vai ter, hein Anita. – Antônio aterrorizou a garota sem dó nem piedade.

– Eu não acredito que você ainda tem esse vídeo. – Anita falou incrédula, diante da ruindade e a loucura do garoto.

– Você acha que eu fui burro de apagar, pra não deixar provas é, se enganou burrinha você, não aprende mesmo Anita, boba como sempre, não aprendeu que nada acabou, acho que eu vou mandar uma cópia agora mesmo pra mãe do Ben e devem ter alguns parentes teu que ainda não viram. – Antônio ameaçou.

– Você não pode fazer isso, não de novo, é muita crueldade Antônio. – Anita disse temendo ter que enfrentar tudo novamente.

– Não só posso, como eu vou, quer ver. – Ele afirmou pegando o celular.

– Para me dá esse celular aqui, seu infeliz. – Anita tentou tomar o celular das mãos do garoto.

– Pensasse nisso antes, de sempre preferir o Ben, esse vídeo aqui é tudo culpa tua, que quis ele e não eu. – Antônio disse prensando Anita contra a parede.

– Eu te odeio, isso sim, seu desgraçado. – Anita gritou em meio às lágrimas.

– Imagina Anita, agora você cunhadinha do Ben, imagina o vexame. – Ele provocou.

– Seu desgraçado, me solta. – Anita esbravejou tentando se livrar dele.

– Solto a hora que eu quiser, você tá em minhas mãos. – Antônio respondeu.

– Anita. – Ben gritou, vendo Antônio com a garota.

– Pronto chegou quem faltava. – Antônio falou, virando-se para Ben, ainda segurando Anita.

– Tira a mão dela. – Ben ordenou com raiva.

– Quem é você pra mandar em mim, Ben. – Antônio provocou o meio-irmão.

– Eu vou quebrar a tua cara seu infeliz, coisa que eu devia de ter feito há muito tempo. – Ben disse puxando Anita para perto de si.

– Não tenho medo de você, você é um covarde. – Antônio afirmou não se importando.

– Se vai ver quem é covarde aqui. – Ben respondeu com um soco na cara de Antônio.

– Ben para. – Anita gritou desesperada.

– Você não passa de um mané, que perdeu tudo porque é otário. – Antônio disse se levantando.

– Otário é você, só porque ainda tá impune acha que o jogo acabou. – Ben afirmou raivoso.

– Acabou você não tem mais nada. – Antônio falou encarando Ben.

– A Anita esse é o problema, se você acha que eu não tenho nada com ela, pra que vir ameaçar ela, o covarde aqui é você, eu não precisei armar de uma maneira tão baixa pra ter ela do meu lado, pra obrigar ela a ficar comigo e mesmo assim você não consegui Antônio, a Anita tava comigo porque ela queria, porque ela me amava, e isso você nunca vai ter dela. – Ben afirmou levando a mão em Antônio novamente.

– Ben para, vamos embora daqui, por favor. – Anita pediu apavorada com o rumo que as coisas estavam tomando.

– Vamos, você Antônio vai pra casa concertar a tua cara, teu espelho vai saber por que você apanhou, porque é um crápula e ordinário, que não merece o amor de ninguém nem ao mesmo de uma barata da rua. – Ben respondeu abraçando a garota que chorava sem parar.

– Você esta bem. – Ele perguntou a ela.

– Acho que eu to. – Anita respondeu em meio às lágrimas.

– E você não chega mais perto dela, não duvida do que eu sou capaz, uma hora você pode ter uma surpresa nada boa. – Ben ameaçou Antônio sem nem pensar.

– Vem vamos sair daqui. – Ben falou indo embora com Anita.