E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 43
Capítulo 43:




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482657/chapter/43

Anita estava deitada no sofá da sala do casarão, com a cabeça para baixo olhando o chão com os olhos virados, e de pernas para cima contra a parede, talvez sua posição fosse como ela se sentia no momento, tudo estava ruindo a sua volta, voltar para casa depois de ter saído de lá em uma tentativa frustrada de tirar Ben de sua vida e o sofrimento que a atormentava por não estar mais com o garoto, depois de uma longa arrumação na casa Vera voltou para trabalhar, coisa que ela devia ter feito mais suas forças estavam direcionadas para si naquele momento, pelos menos as que sobraram depois de toda faxina.

A garota definitivamente queria pensar que tudo não passara de um pesadelo que ela iria acordar, ela não queria estar ali algo lhe dizia que as coisas não estavam bem, Anita se perguntava o porquê das coisas ruins sempre lhe recaírem mesmo que não fossem com ela, ela naquele instante viu um pensamento de ódio de si mesma lhe afetar, ela definitivamente era ingênua e burra por se preocupar com tudo, ninguém melhor do que Anita sabia como o mundo era cruel, quando alguém estava por baixo, e assim, portanto dava para contar nos dedos quem estende a mão em um momento desses para alguém, as pessoas preferem se juntar a um grupo maior dos que são inatingíveis e pensam que não é com eles mesmo, e dai, estar do outro lado rir, debochar, dizer que foi bem feito, quem mandou ser tonta, como é ingênua alguém que se deixa chegar ao fundo do poço, coitada nunca mais vai sair dai, ou coisas do tipo eu não tenho nada a haver com isso, e que se dane. Seus pensamentos lhe levaram para algo mais terrível ainda do que odiar a si mesma, e se Julia estivesse certa se algo mais sério acontecesse na vida de Ben, ela não lidaria com fato de não ter feito nada, o que a confundiu mais ainda e para a pior, Anita viu uma angustia grande se instalar dentro de si, e ela se perdeu mais ainda.

Ela não sabia o que fazer, talvez a única opção fosse procurar o garoto como os amigos lhe sugeriram já que contar pra a família não fosse o mais certo, isso poderia piorar muitas as coisas para Ben e para Cícera que iria se culpar por tal situação, mais ela não queria procura-lo, não queria se meter em sua vida, não queria estender o vinculo que ela tinha com ele, vinculo que ela escondia até de si mesma, como forma de amenizar as coisas. Racionalmente ela não tinha nada a ver com aquilo, o garoto que lidasse com seus problemas sozinho, os dois não estavam mais juntos, e se quer ela sabia o que Ben sentia por ela, talvez não sentisse nada já que ele estava com Sofia e parecia gostar disso.

Definitivamente ela estava em um dilema interminável, que fazia seu coração se sentir encurralado pela vida, era difícil lidar com Ben, ele não fazia mais parte de seu futuro, seus caminhos eram contrários, os dois jamais viveriam nada do que eles planejaram juntos dali pra frente, seus sonhos e planos tinham sido abortados pela vida, ou por Antônio que fez, o que fez, ou até por eles mesmos que deixaram o garoto semear sentimentos ruins entre eles, nesse momento a garota deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto, que teimava em cair por mais que ela não quisesse.

Anita tinha um medo inexplicável de nunca dizer para si mesma, que esqueceu Ben, ela tinha que esquecê-lo, tinha que parar de se culpar por não ter acreditado no garoto, parar de achar que ela era a responsável por os dois não estarem juntos, e principalmente parar de sofrer por tudo estar acabado, ela tinha que tirar a mágoa de dentro de si para seguir em frente de uma vez por todas. Os dois continuariam se cruzando de uma forma ou outra, Ben era filho de Ronaldo, seu irmão como Vera e o padrasto não cansavam em repetir, ou viraria seu cunhado por estar com Sofia. E tudo era diferente do que ela tinha imaginado, seu presente tinha virado o oposto de seu futuro, futuro que ela planejou lá atrás quando todos foram morar juntos numa casa que precisa de reconstrução, assim como aquela família enorme, futuro que ela construiu com Ben quando os dois resolverem que iriam permanecer juntos, mesmo a família não aceitando sob hipótese nenhuma o envolvimentos dois.

Ela iria se culpar se não fizesse algo para ajuda-lo, mais pensar em ter algum tipo de convivência com ele lhe assustava, Anita queria esquecer, mas para isso só a distancia ajudaria e nada mais. Era confuso e tudo de um jeito estranho era só o que ela pensava.

–Anita. – Fred chamou, entrando em casa e dando de cara com ela imóvel no sofá, parecendo estar com a alma longe da realidade.

– Oi Fred. – Ela respondeu, se sentando direito no sofá.

– O que foi, o que você faz aqui, e porque tá ai desse jeito. – Ele questionou, vendo certa tensão nas palavras da garota.

– Eu voltei pra casa, mamãe praticamente me obrigou do jeito dela. – Anita afirmou, enquanto mexia na pulseira em seu braço.

– Muito bom te ter de volta aqui com a gente, seja bem vinda. – Fred falou simpático.

– Obrigado, eu é que não sei se isso é tão bom assim. – Anita disse nervosa com tudo.

– Tem algo preocupando você. – Ele perguntou, percebendo o jeito atormentado da garota.

– Fred se você soubesse, que alguém precisasse de ajuda, você ajudaria. – Anita questionou-o.

– Acredito que sim, mas porque você esta me perguntando isso. – Ele indagou não entendo o porquê ela estava querendo saber aquilo, Fred sabia que a garota apesar de tudo ela solidária sempre, e ficou confuso com a pergunta.

– Mesmo se você soubesse que isso pode custar, algum tipo de confusão, pra tua própria vida. – Anita rebateu.

– Ajudar é também dar um passo para nos encontrarmos com nós mesmos depois de uma situação difícil, significa que apesar de tudo jamais perdemos a nossa essência. – Ele afirmou.

– É ou significa que você vai se afundar, pior do que antes, no me caso. – Anita retrucou.

– Ou você vai perceber que o caminho diferente é você que quer trilhar, mais que nesse momento você só pegou um atalho para o caminho certo. – Fred afirmou.

– Eu não sei o que faço. – Ela respondeu preocupada.

– Faça o que você acha certo, mesmo que você tenha receio disso. – Ele aconselhou.

– E se não for o certo, pelo menos pra mim, é injusto eu pensar em mim, antes de mais nada. – Anita indagou.

– Talvez não, mas também não se pode ser omissa assim, por deixar um sentimento de individualismo nos atingir. – Fred respondeu.

– Posso morrer agora né, já que a culpa me consome. – Anita falou perdida.

– Quando eu cheguei aqui, eu era um estranho sem nada, bati na porta de vocês pedindo ajuda, por mais que as coisas não fossem fácil aqui, vocês me ajudaram, me acolheram, me deram uma família de novo e isso foi muito importante para mim, eu vim para um país estranho sem nada, tendo um fio só de esperança que as coisas pudessem darem certas, talvez se vocês tivessem me olhado apenas como um desconhecido eu estaria numa situação difícil hoje, porque ninguém tinha me estendido a mão, as vezes ajudar alguém e um ato de coragem também, de desprendimento. – Fred explicou, tentando ajudar a garota.

– Eu sei, mais eu não quero ter que procurar o. – Anita se calou.

– Faz o que você acha certo, o que você acha que vai ser melhor pra você, se você esta na dúvida é porque ser omissa é o que preocupa mais. – Fred lhe respondeu.

– É eu não sou assim, mas nesse caso, a prejudicada possa ser eu mais tarde. – Anita afirmou, com sua mente sendo perseguida por toda a falação de Julia e Serguei mais cedo.

– A voz do teu coração vai saber de dar uma resposta, melhor do que tua cabeça, nesse momento é ela que hesita. – Fred disse a ela.

– Tá hesitando tanto, que eu estou quase abrindo um buraco de tanto pensar, eu vou ir a um lugar antes pra saber se realmente é preciso que eu me meta nisso. – Anita respondeu se levantando.

– Boa sorte. – Fred desejou.

– Obrigada. – Anita falou saindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "E se um reencontro o destino preparasse..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.