E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 269
Capítulo 269:


Notas iniciais do capítulo

Dois, pra compensar um pouquinho o atraso, muito obrigada!!!!!!!!



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— Juro que eu ainda não entendi, como consegui ficar tanto tempo longe de você, e acho que pra ser sincero nunca vou entender. - Ben dizia enquanto trocava beijos apaixonados no corredor da escola com Anita.

— Você... - Quer mesmo que eu te diga... - Anita respondeu em tom provocativo beijando o pescoço dele por segundos.

— Deveria dizer que não. - Ben rebateu com uma sonora risada a  abraçando pela cintura.

— Drica, Amanda, Sofia, Amanda, Drica, Sofia... - ela pronuncia olhando em direção dele com ousadia. - Mais se você quiser eu posso me estender né, só que aí eu vou acabar me atrapalhando um pouco, porque né enfim. - Anita continuou a provocar, a reação de Ben foi apenas permanecer emudecido.

— Espertinha você não. - ele falou querendo ignorar.

— Não, eu não, nesse caso eu fui burra mesmo, e muito né. - Anita zoou enquanto ele apenas a abraçava entre beijos.

— E eu amo, amo muito você, mesmo você sendo chata, metida a birrenta, assim vez em quando.  - ele se declara a brincalhão se negando a parar com os beijos.

— Deixa de ser estraga prazeres. - ela respondeu não muito satisfeita, fingindo  que iria lhe estapear.

— Óh parou hein. - Ben riu entre gargalhadas, segurando seus braços no ar.

— Quem disse. - Anita sorriu iluminada lhe puxando para um beijo empolgado, onde o corredor da escola seria a última coisa que os  dois lembrariam.

— Ai vou ter que me matar pra prova de química. - Julia falava nervosamente do assunto com Serguei, visivelmente próxima do casal de namorados.  - Porque só assim eu passo. - a menina disse preocupada.

— E você fala isso, mais sempre consegue uma boa nota, pior eu. - o garoto desconfiou dos pensamentos da amiga. - Mais e aqueles dois ali, nem falaram de prova, se é que lembram, o Ben a gente entende não se preocupar tanto, mais a Anita. - Serguei observava o casal que pouco parecia   notar qualquer coisa a sua volta, o foco um no outro e nos beijos repletos de paixão,  era o máximo que os dois conseguiriam ter naquele momento.

— Aiai... – Serguei os observa em um olhar fixo por segundos. - E  eu é que pensava que essa história de Caetano iria abalar os dois. - Serguei comenta.

— É mais pelo que eu entendi a Anita não falou com ele ainda, na verdade eu duvido muito que isso atrapalhe os dois. - Julia pondera.

— Bom não sei também, mais que o Caetano vai querer matar o Ben, isso vai. - Serguei cogita que o homem não levaria numa boa. - Mais enquanto isso, os dois se esqueceram de onde estão,  e a beijação rola solta. - o garoto implica com os beijos empolgados dos amigos.

— Serguei deixa os dois, já tem gente demais pegando no pé deles. - Julia repreende achando graça.

— Ok, você tá certa... - o rapaz riu ainda mais. - Mais que os dois esqueceram que ainda estão na escola, e que toda agarração ali, tá sendo sugestiva só pra maiores isso tá. - Serguei afirmou levando a situação na brincadeira, e não evitando rir sem esconder o fato de seu próprio comentário.

— Tá chato hoje. - Ju rebate entre uma careta forçada.

— Não, só to ficando com saudade da Flaviana, olhando pra aqueles dois. - ele não ligou, pensando onde a namorada havia se metido com Sofia para sumir de sua vista.

— Oi meninos. - Bárbara chegou os cumprimentando sorridente.

— E aí, tudo beleza. - Serguei respondeu com simpatia.

— Monique, vou indo, mais qualquer coisa estou na sala dos professores. - a professora disse a irmã do namorado com alegria.

— Pode ir a gente cuida dela. - garantiu Julia.

— Oh combinado. – Serguei brincou a sorrir simpático, logo depois prestando atenção na professora indo embora.

— Então gente, e a Anita. - a menina perguntou sentando-se ao lado dos amigos.

— Então Monique, serve aquela ali, mais eu acho que nós perdemos, tanto Bem, como Anita nesse caso. - Serguei respondeu, apontando para o corredor onde sorrisos e beijos demorados ainda continuavam na pauta do casal de namorados.

— Então tenho que ir. - Ben afirmou a menina querendo parar de beijá-la.

— Ah não, não vou deixar você ir não. - Anita insistiu em não se soltar dele, enlaçando os braços em seu pescoço.

— É só que infelizmente eu tenho que chegar mais cedo no trabalho. -   ele tenta explicar.

— Ah Ben. - a garota choramingou não convencida.

— Hei vem cá vocês. - Serguei os chamou com um grito.

— Que foi. - Ben rebateu, sorrindo brincalhão pela interrupção, já puxando Anita junto para perto dos três.

—  Cansaram. - Serguei os questionou com ar de riso, quando os viu chegar.

— Ham. - Anita encarava o amigo demonstrando que não compreendia, quando também aproximou-se parando ao lado de Ben.

— Amiga não pergunta, sério hoje ele acordou com o pé esquerdo, por isso tá implicante assim. - Julia disse a amiga, escorada no ombro do namorado.

— Ele sempre foi. - Anita riu se abraçando em Ben.

— Bom, infelizmente não vou poder participar do debate, tenho que ir trabalhar. - Ben alega. - Você vai ficar. - ele perguntou a Anita ainda grudada em si.

— Olha se quiser levar pode, só corre  o risco de você ser demitido, ainda mais se os dois continuem no pique de uns minutos atrás, sei não hein. – Serguei não resistiu disparando em tom de zombaria.

— Serguei. – Anita demonstrou fechar a cara com a piada do amigo.

— Pode ir tranquilo Ben, eu levo ela até a porta de casa.

— Eu não preciso de escolta não, ainda mais de alguém chato assim. – Anita retrucou fingindo desdenhar da companhia do ruivo, que apenas riu sem parar do jeito da garota.

— Amor, vou indo tá, a gente se fala  em casa. – alegou Ben se despedindo dela com um beijo rápido.

— Tá bom, vai tranquilo, bom trabalho. – ela se despediu com um largo sorriso.

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— Hum cheiro tá bom.  – Anita entrou pela casa sendo totalmente atraída  pelo cheiro que vinha da comida da mãe. - Ih pai já tá aí é. – Anita proferiu com certa ironia quando avistou o pai sentada a mesa, desfrutando da comida feita pela mãe.

— Estou né minha filha, afinal eu preciso ao menos ter boa comida, porque com o resto eu não estou com nada. – Caetano se explicou meio que reclamando.

— Sempre reclamão. – a menina resmungou mais para si, deixando a bolsa sob a estante e cruzando para a cozinha.

— Teu prato tá no armário. – Vera informou, terminando de secar a louça usada pelos demais moradores.

— Ah não mãe, se você me der mais um dia essa comida insossa, eu morro acho. – Anita bufou impaciente, depois de lavar as mãos.

— Anita, não me venha com pirraças a essa altura, inclusive eu marquei tua consulta e vou com você. – Vera a olhou meio desgostosa.

— Eu não mereço, meu pai come lasanha, e eu nem comento né mãe. – a menina respira incomodada.

— Anita eu não quero te ver doente de novo, cuida melhor de você, magra desse jeito, e descuidada com tua alimentação. – a mulher quis ponderar.

— Ok, eu não vou discutir,  não tenho mais paciência né. – ironiza Anita.

— E o Ben que não veio almoçar. – perguntou a mãe não prolongar o assunto anterior para não haver desavenças entre as duas.

— Foi trabalhar mais cedo, parece que um outro professor faltou de última hora, e pediram pra ele substituir . – informou Anita, apanhando um copo e enchendo com água.

— E sem almoço também, vocês dois viu.  – deu bronca  a mulher. – Seria sarcasmo, eu dizer que aí juntou a fome com a vontade de comer. – Vera os criticou com bom humor.

— Ih o que é, vai querer controlar a vida de todo mundo agora, olha que do Ben vai ser um pouco mais difícil hein, e quanto ao resto prefiro nem dizer nada. – Anita riu. – Ou não, você sempre dá um jeito de ter todo mundo na tua mão né dona Vera. – Anita brincou com a mania da mãe de “olhar de perto” todos da família.

— Era só o que me faltava preocupada com o filho do outro, até parece que esse moleque não está e foi criado ao mundo. – Caetano que astuto como sempre prestava atenção no papo das duas foi falando.

— Esse moleque tem nome pai, é Benjamim, filho do cara que esta te fazendo um grandíssimo favor, e pior nem devia, e você nem merecia. – Anita veio até ele o retrucando não muito cordial, no mesmo instante que Ronaldo entrava em casa para almoçar.

— Minha filha, você vai defender esse garoto a troco de que. – Caetano não entendeu e olhou para Anita, desgostoso. – Já esqueceu de tudo que ele te fez foi. – lembrou altivo.

— O Ben não me fez nada, se você soubesse de alguma coisa saberia que ele não teve nada haver com nada daquilo. – a menina se aproximou dele indignada e  com o semblante estressado.

— Ah não, o garoto é um santo. – ele continuo com seu discurso indiferente.

— Olha aqui pai esse garoto com certeza é alguém com muito mais caráter do que você. – Anita elevou o tom de voz insatisfeita. – Que aliás tem moral pra falar de quem mesmo. – ela afirmou encarando o pai com sarcasmo.

— Filha. – Vera quis abrandar os ânimos da menina que já parecia sem controle de suas ações.

— Filha nada, meu pai pode parar com discurso tá porque, eu tenho um motivo óbvio pra isso. – Anita não estava disposta a deixar a mãe impedi-la de nada. - E pode ter certeza ,  vai ser rápido. – garantiu Anita ao pai que não parecia muito disposto a ouvi-la.

— Era só o que me faltava, ter que escutar defesa tua pra esse garoto. – Caetano reclamava nem querendo deixa-la iniciar o papo.

— Anita, filha deixa isso pra depois, creio que ainda não seja a hora. – propôs Vera disposta a ajudar a garota a contar a novidade a Caetano, mas acreditava que era necessário preparar melhor o terreno antes de jogar tal bomba nas mãos do pai.

— Não mãe, não vou adiar, já adiei coisa demais na minha vida e só me ferrei. – Anita se pronuncia se mantando irredutível. – Eu vou contar e agora, e depois não era isso que vocês queriam, honestidade, estou sendo honesta. – ela teimou decidida a revelar ao pai que estava novamente namorando Ben.

— Mais o que, que brincadeira é essa, alguém me explica, o que é isso. – gesticulou Caetano não gostando nem um pouco do rumo que a conversa parecia tomar. – O que essa moleca aprontou hein Vera, que você esta ajudando ela a me esconder como sempre, você e esse teu marido mulambo que só atrapalha minha vida. – ele exasperou direcionando diretas a Ronaldo que até então só  ouvia o papo introspectivo sem tomar partido.

— Olha aqui Caetano antes de você começar, só lembre-se de uma coisa você, está na minha casa e eu não estou disposto a aturar desaforos. – Ronaldo rebateu as ofensas com irritação. – E Vera a Anita tem razão já chega de segredos, melhor ela falar de uma vez. – o homem deu todo apoio a enteada.

— Eu vou ficar te devendo essa Ronaldo. – Anita agradece respirando fundo antes de mais nada. – Bom pai eu acho que eu não tenho uma maneira delicada de fazer isso, então eu vou ser direta mesmo. – exclamou Anita já se preparando psicologicamente para o bombardeio de retaliações que ouviria de Caetano. – Eu to namorando... – ela revela quase atropelando as palavras devido ao nervosismo. – O Ben, nós voltamos. – completa enquanto fita as expressões tensas de Ronaldo e a mãe, e um Caetanos boquiaberto que ainda decifrava o que tal fato significava.

— O Ben, quem, Anita. – Caetano praticamente grita irado. – Você está dizendo que voltou com o filho desse energúmeno aí, mais o que você tem na cabeça, você é burra minha filha e pior burra ao quadrado, cai na mesma conversa pela segunda vez. – esbravejou ele sem importar a quem ofendia.

— Não, não.  – nega Anita bufando impacientemente. – Burra eu estava quando deixei vocês todos se meterem na minha vida e no nosso namoro, e olha pai antes que você me pergunte não estou te pedindo autorização, apenas estou te comunicando, algo que já está decidido e certo há muito tempo. – ela retribuiu a altura.

— Mais e vocês como não fizeram nada pra impedir. – ele acusa a ex mulher e Ronaldo. – Esse trombadinha seduz minha filhinha, a engana com conversinhas fiadas e pela segunda vez e ninguém faz nada. – Caetano gesticula andando pela sala enfurecido com a notícia que recebia.

— Ai jesus, isso é pagamento de penitencia só pode. – Anita  reclamou olhando para o nada sem paciência para a excesso de dramas do homem.

— Nós soubemos há pouco tempo também Caetano, mas como você pode ver tua filha está certa disso, e não é nossa opinião que fara diferença.  – afirmou Vera também se estressando com o homem.

— Pois eu não aceito nem por cima do meu cadáver. – retruca Caetano com um sonoro grito. – Isso só pode ser castigo, isso é um castigo, minha filha, a minha menininha que eu dava batata frita escondida de você Vera, namorando o filho desse suburbano, que não tem onde cair morto, esse mulambo fracassado que sempre foi um estorvo na minha vida, desde que resolveu ludibriar tua mãe  pra morar no subúrbio, num casarão caindo aos pedaços. – ele destinou agressões a todos os lados. – Vocês são os culpados disso, colocaram esses adolescentes debaixo do mesmo teto, claro que aquele moleque não iria perder a oportunidade de soltar os hormônios dele pra cima da minha filha, claro que seduzi- la uma vez somente não seria o suficiente, ele tentaria de novo, e ela inteligente como iria cair de novo.  – Caetano dizia plenamente enraivado apontando para Vera e Ronaldo que mal sabiam como reagir.

— Pai chega, se tá louco, eu não sou obrigada a ficar aqui ouvindo asneiras não. – intervém Anita elevando a voz já sem mais paciência, para tantos devaneios. – E eu não vou admitir que você fale assim do Ben, até porque tudo que aconteceu entre nós dois, foi porque eu quis também, tanto quanto ele. – Anita intervém mal conseguindo respirar direito de tão nervosa e enraivada.

— Pois quer saber de uma coisa Caetano, bem feito pra você, vai ver foi uma forma cordial e justa que a vida achou te de dar uma lição, sempre disse horrores de mim, e como uma compensação sádica do destino, tua filha se apaixonou pelo meu filho. – Ronaldo se atreveu a dizer. – E sinto muito te dizer, meu caro é tarde para chiliques, o mal seja ele qual for já foi disseminado. – Ronaldo não aguentou a situação a acabou direcionando ao homem uma resposta atrevida.

— Ronaldo, pare, por favor.  – Vera bem que tentou mais foi ignorada, não conseguiu acalmar os ânimos de ninguém naquela sala.

— Mais o que, escuta seu... – Caetano se viu se irritando ainda mais com a situação.

— Escuta você Caetano, eu não irei mais aturar calado as tuas loucuras. – Ronaldo se impôs completamente impaciente.

— Anita. – Vera chamou atenção da garota ao não saber como parar com a discussão sozinha.

— Para gente, que isso, vão se comportar como dois adolescentes, pode parar hein, os dois estão muitos velhos pra isso e minha mãe não é troféu não, francamente.  – Anita parou no meio dos dois os criticando arbitraria. – E melhor nós encerrarmos isso aqui, eu já falei o que tinha que falar por tanto já foi. – ela sugeriu sem mais vontade de prolongar a discussão que só piorava.

— Mais nem por cima do meu cadáver você ficar com o aquele garoto.  – resmungou Caetano não afim e encerrar o assunto e deixar por isso mesmo.

— Ah é. – Anita lançou-o um sorriso desafiador. – Pois experimente me impedir de ficar com o Ben pra vê o que  vai acontecer. – taxou ela. – Eu saio dessa casa, e vou morar com o Ben, e vocês nunca mais vão poder dar um misero palpite se quer na nossa vida. – ela garantiu debochada.

— Só se for debaixo da ponte, porque aquele ali é que nem o pai, não tem onde cair morto. – desdenhou Caetano não achando que a filha se atreveria tanto.

— Pode ser, deve ser muito melhor do que ficar aguentando esse lenga lenga todo dia, que já tá ridículo, a gente tá junto e assim que vai continuar, e ninguém mais, ninguém vai ter o poder de interferir, por tanto pai aceita que doí menos. – Anita não voltou atrás cheia de audácia.

— Pois eu tiro tua guarda dessa mãe desnaturada, aí que quero ver você chegar perto daquele moleque, com você morando de baixo do meu teto acabou a moleza minha filha, ou faço melhor  te tranco em um internato nem que seja na Sibéria. – ele ameaçou não querendo se dobrar as ameaças da filha.

 - Ah é, faz me rir Caetano. – Anita não conteve uma gargalhada irônica. – E depois me prende na barra, eu fujo, já fugi uma vez, o que é uma segunda, e tem mais papaizinho, você andou tão  preocupado com teus negócios exclusos que esqueceu  de uma coisa,  você não pode me impedir de fazer absolutamente nada. – Anita o enfrentou enfurecida. - Eu sou maior de idade, enquanto você tava sei lá preso, ou aprontando por aí, eu fazia 18 anos, você não pode me impedir de fazer absolutamente nada, eu sou dona do meu nariz, nenhum juiz vai te dar razão ainda mais pra um defunto, não é,  você esta  morto em lei.  – Anita afirmou irritada. – E tem mais se eu fosse menor de idade, eu contar pro juiz, todos os teus podres, só quero ver pra quem ele iria dar razão. – a menina deixou o homem sem reação.

— Eu vou namorar o Ben, e nenhum de vocês aqui vai me impedir de ser feliz ao lado  dele, e você pai, experimenta fazer qualquer coisa pra destruir meu namoro, ou até mesmo contra o Ben, que aí sim, você vai ter certeza de que nunca me conheceu, eu juro que aí sim, vou fazer da tua vida um inferno. – disse Anita taxativa em tom de ameaça.

— Agora vocês me dão licença que eu vou cuidar da minha vida, cansei de show e perdi a fome. – ela sorriu atrevida e deu as costas a todos, subindo a escada totalmente exausta em ter que ouvir do meu pai o mesmo discurso.

— Essa menina enlouqueceu, é a culpa é tua Vera. – Caetano disse quase gritando com todos, não sabendo como parar a filha, apenas sendo deixado por ela a bufar sozinho, Ronaldo e Vera apenas entreolharam-se com pensamentos diferentes lhes rondando, enquanto um parecia aliviado em acabar com o segredo e nem um pouco preocupado com Caetano, Vera parecia assustada e temendo que tal notícia piorasse ainda mais clima da família reunida que já estava pra lá de pesado.

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— Ué Anita, veio se matricular pra algum curso. - Drica não resistiu em abordar a garota que esperava Ben escorada do lado de fora   do  portão que dava entrada para o prédio do cursinho onde o namorado trabalhava, claro que Drica já tinha quase certeza do motivo da estádia da morena ali.

— Não, aliás não que isso te interesse também. - Anita respondeu de volta sem esconder a cara de poucos amigos, devido ao jeito atrevido com que a outra menina lhe olhava.

— Até porque não é iria ficar meio estranha tua situação diante ao corpo docente de professores. - Luana que assim como Amanda, acompanhava Drica, alfinetou com ar de deboche. Anita suspirou fundo e calmamente pensando consigo o que teria feito de tão mal nos dias anteriores pra merecer o dia de "cão" que passava em sua atualidade, primeiro Caetano, agora  o grupinho de oferecidas do colégio.

— É e tem algumas pessoas que estão com a índole bem suja andando por aí mesmo. - Anita afirma retrucando, olhando a garota de cima a baixo altivamente deixando claro que o recado também já estava endereçado. - E aproveitando que você está tão preocupada com isso, fica tranquila Luana eu só vim esperar meu namorado mesmo. - disse ela encarando as três firmemente.

— Ah é incerta então. - Drica insistiu continuando a provocar.

— Não, até porque eu não preciso, me garanto sozinha pode apostar, e mesmo que fosse diferente, eu confio plenamente no Ben.  - Anita controlou- se com veemência levando em conta onde estava. - É só a antecipação de uma tarde maravilhosa que nos espera. - ela alegou em meio a um sorriso vitorioso.

— Bom o papo tá ótimo mas eu lembrei que tenho que estudar. - Drica explica predestinada a se retirar. - Vamos meninas. - ela convidou as amigas. Anita ficou a observar as três garotas se afastando compenetrada e com cara de tédio...  A  maré realmente não estava destinada para bons acontecimentos, pelo contrário pensar assim poderia ser o alvo certo de grandes decepções.

— Anita, amor o que você veio fazer aqui, que surpresa foi essa hein. - Ben quis entender no momento em que viu a namorada de braços cruzados e com jeito distraído olhando para o nada.

— É ham, olha eu juro que eu não vim dar incerta, eu só... -  Eu queria... - Anita tentou responde-lo confusamente, mas desistiu esfregando as mãos contra os cabelos impaciente.

— Como assim, o que houve Anita. - o rapaz a indagou ficando apreensivo, mas não entendeu a expressão atrapalhada da menina.

— Ai me desculpa. - ela pediu em tom angariado. - Bom basicamente... - Anita o encarou ainda com receio. - Eu tenho duas notícias pra te dar, uma péssima e outra pior ainda, então escolhe qual você quer primeiro. - perguntou ela o olhando desconfiada.

— Anita espera como assim, o que tá acontecendo. - Ben questionou ficando em estado de puro nervoso ao tentar imaginar o que poderia ter acontecido.

— É que... - Anita ficou pensativa parecendo ainda procurar ânimo para tocar no assunto.

— Me fala, por favor, e logo. - Ben insistiu pegando na mão dela. - Pensando melhor, vamos conversar em outro lugar, aqui em frente pode não ser apropriado. - ele julgou por um instante.

— Tá eu concordo, até porque eu causei confusão demais na tua vida, e  no teu trabalho, eu não quero fazer isso também. - Anita alegou aceitando prontamente.

— Hei, claro que eu não acho isso, mais... - ele negou veemente, tocando de leve o rosto.  - Acontece que eu estou louco pra te dar um beijo, e isso sim se eu fizer aqui na frente, pode ser péssimo. - declarou  ele sem conter um sorriso, que foi retribuído por Anita, que por um mísero instante até haverá esquecido o motivo nada agradável que a fez procurar o rapaz ali.

***************

— Pronto aqui ninguém interrompe a gente, ao menos eu espero. - Ben supõe destrancado a porta do quartinho de Omar, talvez fosse mesmo o lugar mais sossegado para os se falarem naquele momento. - Agora me diz o que foi, o que te deixou tão aflita que não pode esperar nem eu chegar em casa. - Ben perguntou encarando a namorada que lhe lançou de volta um olhar assustado.

— Eu me irritei e acabei falando com meu pai, que a gente tava junto, eu não aguentei essa situação.  - Anita despejou hábil e sem meias palavras o ocorrido, e após encerrar o caso só soube olhar nervosa para o namorado.

— Foi isso. - Ben parecia não estar muito surpreso. - Então quer dizer que a essa altura, o Caetano deve estar estudando uma maneira de acabar com minha raça. - falou ele em tom ameno, por mais que o fato poderia nem ser uma brincadeira, Caetano realmente deveria estar querendo mata-lo.

— Desculpa, eu sei que nós combinamos de contar juntos, mas aconteceu que eu não consegui segurar, meu pai me irrita com essa mania de falar mal de você e pior, ele nem disfarça que só faz isso por conta do Ronaldo, ou pior né, porque ele não vale nada.  - Anita tentava se justificar no momento que sentou-se a cama parecendo decepcionada e sem mais forças para lidar com a situação.

— Não, também não fica com essa cara, eu não to com raiva de você... - Eu só estou cogitando o que virá por aí, né amor. - Ben quis explicar- se claramente ao notar que Anita havia se chateado de verdade com toda confusão.

— Eu só não quero, enfim meu pai entre nós dois, você sabe que antes tudo ficou pior justamente porque minha mãe resolveu colocar ele a par do nosso envolvimento pra interceder né. - a garota admite não contendo sua impaciência

— Não, esquece isso, lembra que pra estarmos aqui hoje a gente já enfrentou coisa muito pior. - argumenta Ben indo acomodar-se ao lado dela.

— Agora é você que tá me acalmando sem nem notar sabia. - Anita retrucou o encarando com uma expressão mais leve.

— Aprendi com você, lembra. - ele diz sorridente, e ambos apenas pensaram em unirem-se em um abraço terno, onde toda tensão parecia ser amenizada.


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