E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 256
Capítulo 256:




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482657/chapter/256

– Ai como é bom poder voltar pra casa, parecia que eu não iria fazer isso nunca. – dizia Anita descendo do táxi, e já rumando o portão para entrar. – Ou pelo menos não hoje não é, a hora naquele hospital não passava, aliás, isso deve ser a coisa mais injusta da vida, o que é bom não dura, o que a gente detesta sempre parece durar um século. – dialoga ela falastrona, enquanto os demais andam calados.

– E você pelo visto pegou toda sinceridade do mundo pra você hoje não é minha filha. – Vera afirma maneando a cabeça entre um sorriso que continha alivio.

– Somos duas. – a garota para ao portão e vira-se para a mãe. - E você também mais cedo jogou as tuas opiniões sinceras pra cima de mim. – devolveu Anita, parando a encarar namorado, a mãe e Ronaldo de uma forma séria, como se esperasse e exigisse um pedido de desculpas e rápido.

– Bom, Anita, acho que não é hora pra isso né. – interviu Ben se aproximando da amada, estendendo o braço em volta dos ombros dela e a abraçando. – Amanhã, amanhã... – Nós vemos isso com calma. – propôs Ben pedindo com o olhar que ela aceitasse.

– Também acho uma boa ideia. – Ronaldo quebrou o gelo que Vera e Anita iniciaram durante um longo silêncio.

– Que isso, ação conciliadora. – a garota estampou nos lábios um sorriso dissimulado. - É só que nenhum dos dois tem a menor vocação pra isso. – Anita criticou olhando séria, primeiro para o namorado e logo depois para a padrasto. – Eu vou entrar, melhor a gente encerrar esse dia mesmo. – comunicou ela rapidamente, se desvencilhando de Ben, querendo deixar claro que não havia apoiado sua tentativa de amenizar o comportamento de sua mãe com ela naquele dia, e entrando pelo portão.

– É Vera, eu te avisei que a situação podia sair de controle, mas você não... – Ronaldo julgou o caso sincero.

– Ah Ronaldo, por favor, eu estava preocupada com ela. – a mulher quis se justificar em um tom de lamento, e também um tanto arrependida. - Com os dois, aliás... – ressaltou ela ao ver que Ben parecia duvidar devido ao olhar que esboçava.

– Também, pensar o que, diante do que nós tínhamos certeza, enfim, complicado isso tudo. – Ronaldo quis entender mal sabendo se expressar.

– Realmente vocês podem se abster de qualquer culpa, vocês estão plenamente certos mesmo, não é. – Ben se chateia ao constatar que nenhum assumiria qualquer responsabilidade diante dos fatos, e seguiu atrás de Anita com pressa para dentro de casa.

– Mais o que... – Será que é a noite de nós ouvirmos poucas e boas, baixinha. – Ronaldo repreendeu a atitude grosseira de Ben.

– Ai Anita que bom, eu já tava ficando mega preocupada. – Giovana correu para abraça-la, quando viu a porta de casa se abrir e todos chegarem.

– Eu to bem Gio, não precisa tanto. – Anita riu da preocupação excessiva da ruivinha que era demostrado por meio de um abraço apertado logo que pôs os olhos nela.

– Não quando o Frédéric me disse que vocês tinham ido pro hospital eu quase pirei. – Giovana continuou com o discurso, mas dessa vez mais aliviada.

– Você tá bem mesmo. – foi à vez de Pedro vir até ela indagar seguido de um abraço.

– To sim Pedrinho. – garantiu ela novamente.

– Mais então pra quando vai ser o bebê. – perguntou Mariana com um semblante zombeteiro.

– Pra quando eu tiver forças pra meter a mão na tua cara, que tal. – retrucou Anita, olhando para onde estava a menina e sorrindo cinicamente. - Mais se bem que eu acho que eu tenho. – esbravejou Anita, dando passes impacientes até a garota.

– Anita deixa pra lá vai. – pediu Ben a segurando de leve pela cintura.

– Chega de confusão, por favor, e você não pode se estressar Anita, esqueceu que a médica disse. – Vera interviu taxativa, ordenando que ela obedecesse sem reclamar.

– Claro, eu não sou surda não mãe. – Anita responde com um olhar de pura ironia a ela.

– Ué gente também pra que isso tudo, eu só fiz uma pergunta óbvia. – alegou Mariana se desculpando.

– Mariana quieta, que nós temos vamos ter uma conversa muita séria depois também. – avisou Marta a fitando de forma severa.

– Gente olha aqui, pra acabar de vez com essa palhaçada. – proferiu Anita gesticulando. – Não tem bebê nenhum, eu não estou grávida, como eu cansei de gritar anteriormente inclusive, então esse assunto morreu por aqui tá, porque eu não estou aguentando mais ouvir falar dessa história. – taxou Anita com cara de poucos amigos, em tom elevado para que ninguém viesse depois dizer que não ouviu direito seu pedido.

– Sério. – Giovana olhou para todos com ar de decepção. – Já tava até me acostumando com a ideia de ter um sobrinho. – ela afirma, perdida no que ouviu e estampando uma cara frustrada.

– Giovana menos bem menos, por favor. – propôs Ben com impaciência.

– Ué não to sendo irônica, to falando sério. – a roqueira garantiu, não entendendo a cara pouco amigável do irmão.

– Gente vamos todos cuidar da vida, não é, a Anita está bem, mais precisa de repouso, ao menos por agora, sem mais delongas por hoje não é. – sugeriu Ronaldo, também se vendo exausto.

– É filha você tem que repousar um pouco, amanhã conversamos com calma. – afirmou Vera achando que era a melhor decisão mesmo.

– Vem, melhor você descansar lá na garagem tem menos barulho, do que lá em cima. – falou Ben, cuidadoso, Anita saiu com ele sem reclamar, talvez o que mais precisava depois de longo dia que terminou no hospital, era de uma cama para repousar mesmo.

– Eu já vou lá levar teu remédio Anita. – comunicou Vera.

– Tá bom. – a garota respondeu sem muita vontade.

==========================

– Tá bom assim, se precisar eu busco outro travesseiro pra você. – afirmou Ben enquanto ajeitava um travesseiro atrás das costas Anita para ela recostar-se.

– Tá muito melhor do que seu estivesse que ficar lá, em cama de hospital, sério não vou reclamar da vida não, podia ser pior. – ela riu, enquanto via Ben sentar ao seu lado na cama.

– Você podia ser pouquinho menos descuidada com você as vezes sabia, se preocupa tanto com os outros e que se dane você mesma. – disse ele a contrariando diante da naturalidade com que Anita tratava seu mal estar. – É isso. – confronta a olhando firme.

– Hei pode parar tá e desmanchar esse cara de susto, ainda não foi dessa vez que você se livrou de mim, e nem vai ser tão fácil. – Anita pediu ao ver que havia certa tensão no olhar e comportamento de Ben ainda.

– É verdade, você me deu maior susto mesmo. – ele confessou suas aflições, no instante que olhava para a mão dela junto a sua.

– Desculpa, não passou pela minha cabeça que fosse alguma coisa, pra mim era só mal estar mesmo, daqueles que dá e passa. – Anita se sentiu culpada por assustá-lo, aliás, não só a ele, mas também a Vera e o padrasto, assim como todos os demais.

– Então menina, você tá proibida de fazer isso e novo por pelos menos os próximos cinquenta anos, entendeu. – ordenou ele esboçando um sorriso, deixando a tensão se ir. – Eu fiquei com medo sim, nem dá pra negar né, tá escrito na minha cara mesmo, um medo enorme de te perder, a gente já passou por tanta coisa, se perdeu por tantos caminhos confusos e diferentes, que eu não iria aguentar se agora a vida também resolvesse tirar você de mim, eu já perdi muitas certezas até aqui, tive que procurar novas pra seguir quando foi preciso continuar, mais uma eu sei que nunca vai sair de mim, eu não vivo sem você, simplesmente porque eu não sei Anita. – declarou ele sua insegurança. Vera que vinha olhar Anita como havia dito, para saber como a garota estava se sentindo, parou a ouvir a conversa dos dois, um tanto sem querer ao não saber como entrar sem interrompê-los, e ficou mexida com o que ouvia.

– Não fica assim vai, eu não vou dar mais susto juro. – pede Anita o abraçando. – Eu também não vivo sem você, por mais piegas, bobo que isso soe aos outros, é a verdade, eu juro que eu tentei negar, eu neguei muito, mais durante aqueles meses todos de decepção, mentira, e tristeza, era só você que eu queria de volta, e eu não vou deixar ninguém te tirar de mim de novo. – garantiu ela, deixando uma lágrima de emoção cair, como se toda tensão escondida anteriormente com muita veemência fosse embora junto com ela, no momento que o soltava.

– Mais você vai se cuidar melhor daqui pra frente, por favor. – suplicou Ben, com beijo terno em sua mão.

– Eu vou sim, até porque, você não percebeu não, minha mãe vai virar quase um cão de guarda daqui pra frente, não vou consegui escapar. – ela disse brincalhona.

– Então vai ser uma dupla, porque eu também vou ficar de olho na senhorita. – Ben alegou decidido.

– Me ferrei né. – constatou Anita risonha, enquanto eles se encaravam.

– Aqui óh, trouxe um chá de camomila e o remédio pra você. – Vera avisou quando entrava no local com uma bandeja, vendo no silêncio deixado no ar à deixa para interromper sem ser hostilizada.

– Você tem certeza que não é você que tá precisando desse chá aqui não mãe, desmancha essa cara aflita dona Vera, porque aí que eu passo mal de novo. – Anita falou como quase uma ordem pra mãe.

– Um dia você vai entender que preocupação de mãe, não passa jamais, não importa a idade que os filhos tenham. – Vera disse pondo a xícara na mão de Anita.

– Hum e eu nem quero, eu já sou meia descompassada, imagina como fico com uma constatação dessas. – afirma Anita.

– Bom eu já liguei pra Raissa e a deixei a par de tudo e avisei que você não vai à aula amanhã, porque está de atestado, então nem precisa pular da cama cedo. – Vera informou.

– Eu posso ir pra aula, já estou ótima, pra que isso tudo, depois ficar copiando matéria que nem uma condenada. – Anita reclama teimando em aceitar.

– Não seja por isso, o Ben te ajuda, já que vocês não se desgrudam mesmo, não será nenhum suplicio. – Vera retrucou mandona.

– Mais gente. – Anita fitou a mãe com cara de espanto.

– Anita sem discussão, a Vera tem razão ao menos por amanhã você pode ficar em casa, uma falta não vai te prejudicar tanto assim. - intervém Ben.

– Quieto, Benjamim, traidor. – resmungou ela, entediada só de pensar em passar a amanhã inteira sem nada para fazer. – Sem graça, ficar em casa de molho desse jeito. – Anita contesta reclamando.

– É o melhor não é, então não discute Anita. – reforça a mãe, - E eu sei que nós temos que conversar sobre aqueles outros assuntos. – Vera reconhece, que ambas precisavam sanar suas desavenças uma com a outra.

– Eu sei mãe. – Anita também compreende que precisava ceder.

– Eu voi indo. – disse a mulher dando um sorriso aos dois.

– Vocês vão se entender não é, dessa vez ,me diz que sim. – Ben a indaga receoso, se apoiando na cabeceira da cama ao lado dela.

– Acho que sim, trégua né, bandeira branca, acho que eu to precisando. – se retrata Anita. – Você ligou pra Bernadete como eu pedi, porque se não ela deve estar preocupada com meu sumiço. – Anita questiona ao lembrar-se de mulher.

– Avisei sim. – Ben se explica.

– Eu podia ter ficado na casa dela, bom amanhã eu vejo isso. – disse Anita.

– É, dá um voto de confiança pra Vera né, coitada ela também ficou muito aflita com isso tudo. – Ben aconselhou.

– Eu sei, eu vi. – reconhece ela. – Mais se não tivesse acontecido isso tudo, será que ela teria se dado por conta do que estava fazendo, você sabe que isso foi à primeira coisa que ela perguntou pra médica, minha filha pode estar grávida. – ela expressou com ar magoado. - E eu não sou um mostro que mente a todo tempo Ben, ela não podia ter considerado a hipótese de que tinha alguma outra coisa errada. – Anita reclama, decepcionada com a mãe e sem conseguir esconder.

– Tá bom, você tem toda razão. – ele teve que admitir. – Mais dorme, amanhã conversamos com calma. – pondera ele.

– Ai eu to com sono mesmo, de um elefante pra ser mais exata. – ri ela.

– Então dorme vai, eu vou ficar um pouco aqui com você e... – Depois vou cair lá pelo sofá mesmo, porque tá meio tarde pra bater no Omar e eu extraviei minhas chaves, e com essa confusão toda, não faço a menor ideia onde elas ficaram. – afirmou Ben risonho, confessando sua desatenção.

=========================================

– Ela dormiu. – perguntou Vera, voltando para olhar a filha.

– Como uma pedra, só amanhã pra ela acordar agora. – sorriu Ben, sem tirar os olhos da garota que dormia leve, enquanto tocava de leve os fios de cabelos dela.

– A Luciana se dispôs a ocupar a cama da Anita por hoje, aí eu ajeitei o sofá pra você. – explicou ela em sonoros cochichos, sem querer acordá-la.

– Obrigada Vera, mais não precisava ter se preocupado. – agradeceu ele a madrasta. – Você também teve estar cansada, eu me virava. – alegou Ben.

– Todos nós estamos, até a Anita que manteve a pose, e nem mesmo se aguentando em pé. – Vera falou, reconhecendo o esforço quase imperceptível que Anita fez para não se dobrar.

– Você sabe que a Anita pode ser a pessoa mais transparente que a gente conhece, mas quando ela se destina a esconder algo a sete chaves, dificilmente alguém descobre que ela tá fazendo isso. – Ben não maquiou certa implicância com a atitude da garota. – Mais é melhor nós encerrarmos de vez esse dia. – opinou ele, levantando devagar da cama para não acordá-la e soltando sua mão com cuidado.

– Na verdade eu não sei, você mais do que ninguém sabe que eu e minha filha, não temos uma relação amigável ultimamente. – Vera admiti, mesmo magoada com o fato.

– Então, se você acha isso, ouve o que ele tem pra te dizer, é o caminho mais fácil Vera. – pediu Ben com calma, fitando a mulher, parecendo insegura a sua frente.

– O meu filho, obrigado pela consideração, e me desculpa se de alguma forma meus desentendimentos com a Anita refletiram em você. – Vera respondeu aproximando-se de Ben e lhe convidando para um forte abraço. – Meu problema nunca foi exatamente com você, a questão não foi duvidar em nenhum momento do teu caráter ou índole, mais sim com essa situação criada em torno desse namoro de vocês dois. – a madrasta tenta explicar de algum jeito, voltando a encarar os olhos de Ben.

– Eu sei, mesmo que você e meu pai tenham exagerado em muitos momentos, dá pra entender, e no fundo a gente sempre entendeu, só que aceitar é que não dava, vocês tinham uma visão das coisas, da relação de toda família, e eu Anita viemos com outra, absurdamente contraria a tudo que vocês pensavam. – entende Ben, deixando seus ressentimentos de lado e sendo sincero.

==================================

– Olha deixa eu ir pra aula, nada ver eu ficar em casa, eu vou pro colégio não vou ficar aqui parada. – taxou Anita, argumentando com a mãe com insistência, depois de sair da cama já que não conseguia mais dormir.

– Anita são só três dias, você não irá morrer por isso. – Vera se manteve firme depositando um prato com pão sob a mesa.

– Isso é o que você acha, já eu não sei se tenho certeza. – a menina resmungou para si mesma partilhando de insatisfação.

– Aliás, porque acordou tão cedo, podia ter ficado na cama, eu vou trabalhar daqui hoje pra te vigiar. – Vera informou.

– Ah sim, e o que você acha que eu irie fazer de errado, sozinha nessa casa. – esbraveja Anita apoiando os cotovelos e mesa se irritando com tanto zelo de Vera.

– Não sei, mas te conheço, exagerar, limpar a casa, carregar peso, e até esquecer de tomar os remédios. – a mulher caçoou irônica, colocando a xícara e o prato com o café dela a sua frente.

– Até parece. – Anita desdenhou não convencida. – E o que é isso. – pergunta ela, olhando para os objetos a sua frente.

– O teu café. – responde Vera como se fosse óbvio.

– Tá isso eu entendi, mas cadê o resto. – ela volta a indagar, encarando a xícara e o prato com uma fatia de pão apenas.

– Recomendações médicas, você está proibida de comer besteiras, e trate de entender, porque com saúde não se pode brincar. – ponderou Vera.

– Realmente nada que esteja ruim não pode ficar pior, porque eu ainda não me acostumei com isso. – Anita se pergunta quando desistiu de contrariar, mas sem esconder sua face desgostosa.

– Oi gente como vocês estão. – Bernadete questiona ao se aproximar da mesa logo que chegava.

– Oi Bernadete. – Anita respondeu esboçando um sorriso.

– E como você como tá hein, fiquei preocupada sabia. – Bernadete se pôs a continuar tencionada.

– To sim, minha mãe é que é exagerada. – Anita sorri afirmando.

– Eu. – Vera balança a cabeça rindo.

– Mais vem cá, sabe aquela cliente que tinha agendado pra amanhã, pra decidir o bolo e o buffet da festa. – comunicou Bernadete.

– O que tem, não vai me dizer que desistiu. – Vera perguntou temendo.

– Não, ela quer pra hoje, ligou avisando, eu falei que você não estaria hoje, mas ela insistiu muito. – afirmou ela apreensiva.

– Mais eu já tinha me programado pra ficar aqui, justamente por conta da Anita. – Vera contrapõe ficando aflita, ao não querer mudar seus planos.

– Ah não mãe, perder trabalho por minha causa nem pensar. – discordou Anita decidida.

– Bom Vera se você quiser, pode ir fico com ela. – Ben se ofereceu, quando chegava sem ser notado e escutou parte da conversa

– Agora eu preciso de baba era só o que me faltava. – pronuncia Anita desaprovando.

– Se você não for se complicar faltando aula também, fique, e eu vou trabalhar no galpão essa manhã, essa cliente é nova realmente não dá pra desagradá-la. – a mulher não viu empecilho.

– Oi? – Anita olha para a mãe sem entender. – É isso mesmo, você vai deixar a gente aqui sozinho, a manhã todinha. – perguntou. – Ao invés de mim, acho que você é que não está bem não é, eu acho que não. – ela diz desconfiada.

– Anita sem melodrama, por favor. – Vera ralha com ela, não se convencendo de suas alegações. . – Eu vou com a Bernadete resolver o que tem que ser feito, e vocês ficam aqui, e eu espero que se comportam. – sugeriu ela.

– Você vai mesmo arriscar. – Anita falou propondo que ela repensasse.

– Anita hei. – pede Ben, sentando ao lado dela para tomar café.

– Se cuidem e boa manhã pra vocês. – desejou. - E u vou me trocar e nós já vamos Bernadete. – Vera comunicou em um tom apressado. – E você tome esse café antes que esfrie. – exigiu antes de deixar a cozinha.

– Eu vou com você, preciso de um espelho pra dar um jeito no meu cabelo. – Bernadete comunicou, descontente com suas madeixas que insistiam em ficarem bagunçadas naquela manhã.

– Abduziram minha mãe, não né, porque essa que deve estar aí, só pode ser um et. – Anita encarou Ben completamente descrente.

– Não é mais fácil você pensar que ela está querendo ser legal com à gente. – alegou ele, querendo que ela esquecesse suas desconfianças.

– Não sei, é tanta esmola que o santo fica desconfiado. – a menina disse, e logo depois se concentrando no café a sua frente.

===========================

– Eu ainda não consigo acreditar nesse silêncio todo, dessa casa, há quanto tempo nós não conseguíamos um feito desses. – dizia ela sem conseguir esconder a alegria por não precisar passar aquela manhã sozinha. – E minha mãe. – riu Anita se sentando a cama na garagem.

– Sabe que nem eu. – ele riu concordando. – Acho que no fundo ela estava com mais medo era de deixar você sozinha. – alegou o garoto sentando ao lado dela contente pelo momento de tranquilidade.

– Ai que besta, vai todo mundo me tratar como invalida agora é. – retrucou Anita forçando um sorriso.

– Sim. – respondeu ele rindo dela. – Mais você está bem mesmo não é, ou só está falando isso pra ninguém se preocupar. – indagou enquanto passava a mão de leve pelos cabelos e testa de Anita.

– To sim, só não queria ter que ficar em casa né. – confidencia ela. – Acho que eu não ando com a cabeça muito boa, pra ficar assim sem fazer nada, vou acabar remoendo coisa que eu não quero nem pensar. – Anita demostrar parte de seu nervosismo.

– Bom pode até ser. – Ben não a contraria se aproximando com um sorriso. – A gente pode passar a manhã inteirinha aqui, juntinhos, agarradinhos. – opinou ele deixando beijos no pescoço dela.

– É pensando assim, até que... – Anita dá um sorriso iluminado, começando um beijo carinhoso.

– É então. – se calou Ben a abraçando. – A gente pode ver um filme, deixo você escolher um que seja bem meloso, daqueles românticos ao extremo, não vou nem reclamar. – ele riu dos gostos da menina.

– Ai Benjamim. – Anita entendeu a provocação e quis lhe empurrar para longe de si. – Vendo você dizer isso, parece até mesmo que a romântica irreparável sou eu, já você não, nada romântico, a cabeça ao vento do namoro sou eu mesmo. – reclama ela.

– E talvez eu não seja mesmo, já pensou nessa hipótese que você que me causa esses sentimentos todos. – tentou alegar ele.

– Interessante, e no mínimo você foi um canalha com todas as outras garotas que vieram antes de mim, e agora preocupa-se em se retratar sendo legal com a depravada aqui. – Anita debocha. – Me perdi sabia porque... – falou ela se explicando.

– E eu continuou te amando. – ele interrompe as justificativas dela a beijando.

– E eu continuo te achando perfeito, o melhor namorado do mundo. – declarou ela, sem esconder o sorriso apaixonado.

– E o filme. – pergunta Ben também sorridente.

– Depois a gente vê, tem toda manhã. – Anita argumenta . – Agora eu quero um beijo. – afirmou ela.

– Só um, tá então. – Ben provocou encostando seu rosto ao dela, a fazendo dar risada.

========================

– Impressionante, eu resolvo passar uma noite com a Flaviana e o mundo cai. – Sofia reclamava por Anita, por ter sido a última a saber dos acontecimentos anteriores no casarão quando não estava.

– Ai Sofia. – Anita zoou de toda reclamação da irmã. – Tá tudo bem tá, também não precisava te preocupar não é, e você nem iria mesmo trocar tuas grifes todas depois de ter afundado o shopping por minha causa. – desdenha Anita só pra implicar com ela.

– Nossa Anita, isso que você pensa de mim, que eu sou um monstro sem coração. – a loira senta ao lado dela fingindo estar ofendida.

– Ai bobinha to brincando. – garante Anita fazendo gesto de lhe fazer cócegas em sua barriga.

– Para que coisa. – a loira resmunga com a irmã.

– Ai que chata, sempre sendo mimada e cheia de não me toques. – diz Anita rindo da expressão brava da irmã.

– Ahan e você sempre estabanada e grossa. – Sofia devolve com deboche, enquanto arruma os cabelos. – Mais falando sério agora, porque você não contou pra mamãe que todo mal entendido, que fez ela pensar que você tava gravida, foi eu que de uma forma indireta causei, pronto você não iria mais precisar se explicar e nem levar bronca. – a loira pergunta direta, se vendo confusa a respeito do motivo porque Anita não teria lhe entregado pra Vera, já que a confusão se iniciou por um mal entendido que ela causou.

– Ué sei lá, pensei que a gente tivesse dito que iria se entender, bom eu ao menos estava sendo sincera. – esclarece Anita fitando a irmã séria, que parecia ainda não entender.

– Claro Anita, eu também estava. – garantiu Sofia imediatamente. – Mais sei lá também, eu já fiz muita coisa errada pra você né, armei muito pra cima de você, não vou negar, e muitas vezes acho que nem pensei no que isso iria acarretar realmente, não sei o que me dava. – confidencia ela sendo verdadeira, mesmo que Anita a odiasse depois. – E muitas vezes você ficou com muita raiva, a gente brigou feio várias vezes, e você já chegou a jurar que não ia mais me acobertar com nada, ainda mais se sobrasse pra você, como aconteceu dessa vez. – justifica.

– Eu sei, você tem razão nisso tudo, ação e reação não é, durante um bom tempo essa era a única ligação que nós duas tínhamos, a de se enfrentar. – concordou Anita analisando tudo com clareza. – Mais eu acho que a gente tem que acabar com isso não é, passou da hora, aliás, não dá pra uma hora estar de bem, vivendo como irmãs, e na outra agirmos como dois leões em fúria e prontos pra um massacre, chega disso. – alega Anita querendo que ela também aceitasse. – Eu não falei nada, porque também não era um assunto meu, não acho muito certo essa tua relação de gato e rato com o Sidney, pra mim vocês tinham que ter uma conversa e decidir de uma vez o que vocês querem um com o outro, mas também não vou te julgar, e mais, nossa mãe tem que acreditar na minha palavra, não em um pedaço de papel. – completou ela.

– Ai são outros quinhentos, dona Vera sempre prefere fatos, fora que ela é sempre é paranoica com a gente, o instinto protetor dela as vezes falha, e a leva a ser severa demais. – Sofia exaspera a respeito das atitudes da mãe. – Mais quer saber, você foi boba, se fosse eu tinha era aproveitado e dito mesmo que estava grávida, aí assim Ronaldo e minha mãe nunca mais iriam pensar em separar você e o Ben. – propõe a loira com naturalidade.

– Oi hãm? – Você tá com febre, eu é que fico doente e você é que delira. – Anita expõe uma expressão boquiaberta diante dos devaneios da mais nova.

– Ah Anita me poupe, você não viu o jeito que minha mãe tratou a Meg quando ela chegou aqui dizendo que estava buchuda, então, eles jamais iriam querer separar os pais do futuro neto, perfeito vocês nunca mais teriam problemas. – explica Sofia, não entendendo todo espanto da irmã.

– Ah e como eu faço isso posso saber. – ironiza Anita impaciente como os devaneios que ouvia.

– Ah para Anita, se você mesmo aí namorando o Ben, maior tempo já que vocês voltaram, se dizem tão apaixonados, envolvidos, ainda não aprendeu, eu é que não vou te explicar não é. – debocha a patricinha, com a face maliciosa.

– Não, não é, só que... – sussurra ela confusamente. – Ai Sofia, cala boca. – Anita bate nela com a almofada, ao se ver atrapalhada diante da resposta que recebeu. – Eu não estou falando disso engraçadinha, melhor nós nem entrarmos em detalhes não é. – ela esclarece se explicando. – O que eu estava querendo dizer é como eu faço pra explicar depois que todo mundo descobrir que não tem bebê nenhum, já que minha barriga não cresceria nunca, só você né. – falou Anita querendo criticá-la, mas acabou achando engraçado as loucuras da loirinha.

– Ah menos mal, tava até ficando preocupada, já tava cogitando que essa falação toda aí que você mudou, amadureceu, repensou tuas escolhas, era tudo papo somente, que no fundo só servia pra esconder o habito de santinha intocável. – zomba a loira com ar de pura implicância.

– Ai claro como eu me esqueci disso não é , estou falando com a voz da experiência. – diz Anita lhe dando um sorriso sarcástico.

– Anita você acreditava em príncipes. - Sofia não leva a sério e continua a alfinetar.

– E você em golpe do baú bem sucedido. – rebate Anita, e ambas ficam as gargalhadas.

– Caramba Anita, o Serguei, esqueci do Serguei, ele vai me matar, não quero nem ver a bronca. – a patricinha revelou se levantando nervosa, quando se deu por conta que havia deixado o ruivo a esperando e a bastante tempo já, já que seu plano inicial de passar em casa para deixar algumas sacolas somente, foi abortado quando Pedro lhe disse o que Anita havia passado mal na noite anterior.

– Então melhor você ir, Serguei detesta que marquem com ele e o esqueça. – afirmou Anita sorrindo, enquanto via a irmã procurando a bolsa com pressa pelo quarto.

– Ai nem me fala, e olha que ele namora a Flaviana né, mais distraída impossível. – Sofia reforçou revirando os olhos impaciente e sem vontade de ouvir sermão. – Arrumei outra cobaia pro Tapinha da Sofia, acho que agora deslancha. – a loira contou não segurando sua animação.

– Então boa sorte, acho que você vai precisar duplamente. – brincou Anita se contagiando pelo sorriso empolgado da irmã.

– Tchau to indo até mais. – disse uma Sofia que correu apressada para encontrar com o namorado de Flaviana.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "E se um reencontro o destino preparasse..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.