E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 244
Capítulo 244:




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O amanhecer se deu lento e tranquilo no Grajaú, aos poucos o casarão foi se agitando conforme os moradores saiam da cama, com o objetivo de tomar café para começar seu dia.

–Bom dia, bom dia, aproveitei que tinha que ir ao banco, na vinda pra cá passei na padaria e comprei pão fresquinho. – Ronaldo afirmou sorridente, quando entrava em casa animado, para se juntar ao café em família.

– Você tá legal? – indagou Ben, se aproximando de Anita na cozinha.

– To sim. – Por quê? – Anita tentou disfarçar que as percepções do amado a respeito de seu jeito estavam certas, ela estava dispersa e a falação de todos ao mesmo tempo estava a distraindo ainda mais.

– Não é que depois de ontem, achei que você não tivesse dormido direito, por isso que tá essa carinha não é, e porque a Vera não falou com você hoje. – Ben alegou justificando sua pergunta.

– Ben não me leva a mal, mais eu não quero falar desse assunto não tá, eu to com sono mesmo deve ser isso. – pediu ela, terminando de preparar uma jarra de suco para todos.

– Ok, eu não vou mais te atormentar, se é isso que você quer. – cedeu ele, depositando um beijo demorado no rosto dela que apenas sorriu.

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– Ai gente eu queria tanto que hoje fosse sábado. – expressava Giovana terminando seu café.

– É mais não é, então óh trata de acordar ou se não nesse pique, você vai dormir em sala de aula. – aconselhou Ben rindo da irmã.

– Afff eu mereço... – reclamou à ruivinha.

– Bom eu to indo, vou só pegar uma apostila de matemática que esqueci lá em cima. – comunicou Anita levantando apressada.

– Vai eu te espero. – falou Ben rapidamente.

– Que ah! – Sofia, você ficou louca garota. – gritou Anita de forma exasperada, ao perceber que a irmã lançou a xícara com café que segura contra sua roupa propositalmente.

– Ai Anita, para com o “mimimi”, foi só um acidente. – a loira justificou sorrindo debochada, ao contrário das outras vezes que usou de cinismo para agir contra a irmã, ao menos dessa vez ela tinha um motivo mais nobre, pensou.

– Acidente, me molhou inteira, vou ter que trocar de roupa agora não é, e me atrasar como consequência. – Anita afirmou descontente, olhando para a blusa branca completamente manchada de café.

– Ai Anita você é sempre assim não é, coisa chata, não cansa não. – devolveu à loira, sustendo sua atitude com firmeza.

– Hãm, porque você tá me tratando assim, bateu com a cabeça, enlouqueceu. – Anita ficou confusa com a atitude agressiva da irmã em relação a ela, principalmente depois do papo que as duas tiveram anteriormente.

– Anita acorda, acorda, para de bancar a boba. – Sofia piscou audaciosa para ela.

– Você vai insistir nisso. – retrucou Anita, percebendo que tudo não passava de encenação da patricinha, a futura arquiteta ficou sem saber se devolvia a “gentileza” à altura, ou concordava com os devaneios da loirinha.

– Claro que eu vou não sou você que desisti fácil, é odiante esse teu jeito sabia, credo quem aguenta. – caçoou mentirosa a loira.

– Odiante é você. – resmungou Anita não sabendo qual era a parcela de verdade em tal afirmação.

– Vocês querem parar com essa briga ridícula, já não chega o que houve outro dia. – Vera tratou de interrompê-las.

– Claro né mãe, você sempre defende a Anita, a filhinha preferida, santinha, só a mais fajuta de todas. – Sofia aproveitou a deixa para jogar contra a mãe o que muitas vezes imaginou.

– Sofia. – Vera a lançou um olhar repressor para que ela se calasse.

– Sofia o que? - Aposto que a Anita não te contou porque a gente brigou anteontem. – a loirinha olhou para a mãe debochada. – Que ela ficava com o Ben enquanto ele era meu namorado. – acusou ela.

– Que... – Anita ficou com uma expressão boquiaberta – Sofia, aí já é golpe baixo. – Anita desaprovou os argumentos que a irmã queria usar.

– Menti por acaso. – sustentou a garota.

– Meu deus do céu, as duas querem me matar de vergonha. – Vera balançou a cabeça perplexa, como era de costume quando descobria alguns dos motivos que levava as filhas a se enfrentarem.

– Não foi exatamente assim que eu te falei. – afirmou Anita embarcando na onda da irmã.

– Ah é foi como. – Sofia riu sarcástica. – Devia era te retribuir aquele tapa, que você me deu ontem pra você aprender, eu quero que você se ferre Anita, se ferre. – falou Sofia fingindo estar alterada.

– Você é que tem que ser ferrar, aliás, não conta com minha ajuda pra nada, nada entendeu. – rebateu Anita.

– Ai eu devia. – Sofia fingiu avançar contra Anita.

– Chega as duas, Anita vai trocar essa roupa e você Sofia, pra aula agora, vocês só me decepcionam mesmo. – esbravejou Vera com frustração, dando um basta na discussão das duas.

– Isso é que amor hein. – Giovana não resistiu em implicar.

– Ah incondicional. – contemplou Mariana, sorrindo debochada em apoio a Giovana.

– Quieta também Giovana, quer ir sem terminar o café pra aula também. – Ronaldo a olhou sério, ordenando que a roqueira parasse.

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– A mamãe deve estar nos odiando Sofia. – Anita alertava a irmã, preocupada com o teatro que as duas protagonizaram durante o café.

– Ai Anita vai dizer que não foi divertido vai. – gargalhou Sofia.

– Divertido, porque você usou o fato de que eu te contei que tinha beijado o Ben enquanto vocês namoravam pra promover essa briga falsa entre a gente, ou você estava realmente querendo me ferrar. – cobrou Anita desgostosa.

– Ai Anita, relaxa, vai ver eu te fiz um favor. – ela não deu muita importância, mexendo os ombros indiferente. - Já que todo mundo pensa que eu roubei o Ben de você por pirraça, quer melhor vingança que essa. - a patricinha disse entre risadas. – E eu confesso que fritei os miolos, mas não achei outro motivo, que fizesse a mamãe acreditar que a gente estava brigando, mais esse era o único que nunca iria falhar, já que ela acha que a gente só brigou a vida toda por causa do Ben. – afirmou ela.

– É só, que o problema nem começou aí. – justificou Anita. – E eu não sei como concordei com essa tua loucura de fingir que nós estamos brigadas pra chamar atenção da Mariana, essa garota não vai cair nessa. – especulou Anita impaciente.

– Anita pode até ser, mais alguma coisa nisso tudo vai atrair a Mariana, depois que a gente tiver certeza que foi ela que armou pra mim, pra gente provar é um passe. – garantiu Sofia ardilosa. - Ai Anita a cara de susto da mamãe foi dez, admiti vai. – Sofia ficou a rir.

– Ai Sofia, só você. – Anita acabou rindo do que ela falava. – Eu só espero que isso tudo, atraia a atenção da Mariana, porque se não, nós só arrumamos uma encrenca. – pensou Anita.

– Relaxa, os dias de santa daquela ali estão contados. – taxou Sofia decidida.

– Anita, o que tá rolando aqui. – Ben estranhou o clima ameno e risonho entre as irmãs, no momento que vinha para a sala de aula e encontrou as duas conversando escoradas perto a parede que dava para a sala do terceiro ano.

– Nada Ben, a gente não pode trocar uma ideia agora. – Sofia sorriu com audácia. – Você viu o tosco por aí, tinha um assunto pra resolver com ele. – a garota questionou.

– Bom se o tosco ao qual você se refere, é o Sidney, não vim não. – Ben respondeu não muito afim, se via sempre indignado pela forma como a garota tratava seu amigo.

– Vou dar uma procurada. – comunicou ela. – Boa aula pra vocês. – Sofia desejou, antes de sair andando apressada pelo corredor.

– Princesa, o que foi isso. – Ben não conseguiu compreender.

– O que amor? – Anita indagou seguido de um beijo.

– Você e a Sofia não é, estavam quase se matando mais cedo e agora isso. – Ben alegou.

– Ah é que bom, eu resolvi dar uma ajudinha pra Sofia. – Anita começou a gargalhar, talvez nem ela entendesse.

– Vocês armaram aquele circo todo, agora a troco de que Anita. – Ben a confrontou.

– Mais ou menos isso, só espero que eu não me arrependa. – Anita confirmou.

– Eu também não é. – Ben riu e a abraçou apenas.

– Descobriu que eu sou uma péssima atriz, não é. – Anita brincou o beijando.

– Vocês podiam sair da porta da sala, não é. – Bruna disse quando chegava com Drica.

– Até porque tem mais cantos no corredor pra se promover promiscuidades. – Drica alfinetou.

Anita maneou a cabeça preferindo ignorar, parando ao lado de Ben, com os braços em volta do pescoço dele. – E bom dia Bruna, até porque eu não dormi com você né, um bom dia não mata. – disse ela cinicamente.

– Não dormi mesmo, eu estava muito melhor acompanhada, com o amor da minha vida, meu Antônio, lindo e amado. – a garota retrucou entre sorrisos altivos entrando em sala de aula, estava radiante com a possibilidade de poder engatar um namoro duradouro com o garoto.

– Você ouviu isso. – Anita perguntou a Ben, com um olhar assustado.

– É pelo visto o Antônio resolveu curtir a vida, enquanto ele pensa numa maneira de destruir a nossa. – disse Ben enraivado.

– Ai credo Ben, só se for curtir com a cara da Bruna não é, como que ela tem coragem. – se perguntou Anita, pasma só de pensar em imaginar. - Aí esquece, não quero nem pensar. – falou Anita atrapalhada.

– É esquece mesmo, até porque se você for se meter nisso, a Bruna vai achar que você tá sentindo ciúmes dela. – zombou Ben, sem conseguir deixar a ocasião passar despercebida. – Queria trocar de lugar com ele, olha que fantástico. – ele continuou zoando, enquanto a menina lhe olhava séria.

– Ah é, pois eu preferia a morte, a morte Benjamim. – declarou Anita, pausadamente.

– Ah não, se é assim como eu fico, abandonado. – Ben brincou, dando beijos na mão dela que ele segurava.

– Bobo. – Anita preferiu rir do que o repreender. – Você tá com tanta pressa de ir pra sala. – indagou Anita.

– Não, não, nem um pouco. – disse Ben com ousadia.

– Então vem. – Anita sorriu travessa, saindo a puxa-lo pela mão.

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– Então agora a Vera sabe de tudo. – Julia indagava, conversando com Anita no banheiro depois que as duas voltaram da aula de Educação Física.

– É exatamente. – Anita confirmou, ajeitando seus cabelos enquanto vislumbrava seu reflexo ao espelho.

– Mais e aí, como ficou? – questionou a morena, temendo o que poderia acontecer com a amiga dependendo qual fosse a reação de Vera.

– Minha mãe né Julia, deu bronca, pôs panos quentes depois, disse o quanto estava decepcionada, nem perguntou a minha opinião, ficou por isso mesmo, agora o papel dela é me fuzilar com o olhar sempre que pode, demonstrando o quanto ela me acha inconsequente, egoísta e extremamente estupida por lutar tanto por um amor que se quer vai durar. – retrucou Anita com certa frustração lhe rondando.

– Nossa! – A mais não esquenta não amiga, com o tempo tudo se ajeita. – aconselhou Julia sendo positiva.

– Tomara. – Anita suspirou tensa. – Sabe o que to começando a achar, que eu e o Ben, aliás, mais eu do que ele, vamos ter que deixar essa necessidade de aprovação de todo mundo de lado, e sair de casa, procurar um canto pra gente. – pensou Anita se cansando das oposições de todos, só querendo um pouco de paz em sua vida.

– Anita hei, você dizendo isso, logo você. – a menina se surpreendeu com o pensamento radical da amiga, já que sabia que ela sempre pensava ao máximo em suas ações.

– Ai Julia, eu amo o Ben, sei que ele me ama, mais eu queria fazer as coisas certinhas, óbvio queria que nós tivéssemos já formados, um emprego, poder construir tudo com calma, não atropelando as coisas, enquanto isso nós aproveitaríamos essa vida de filho, morando com os pais e irmãos. – alegou ela. – Mas, eu acho que eu vou ter que criar vergonha na cara e coragem, e seguir os devaneios do maluco do meu namorado e pensar seriamente em sair de casa. – Anita ressaltou ainda afoita com seu plano e seus pensamentos impulsivos.

– Será Anita? – contrariou Julia receosa. – Bom, o Ben acabaria topando, mais e a Cícera o Ronaldo, tua mãe, o que eles pensariam disso. – argumentou Julia.

– Surtariam né, e a Cícera óbvio que também não amaria nem um pouco, ela não fala muito, mas pra mim ela não gosta e nem desgosta desse nosso namoro, mais pra mim ela desgosta muito mais do que gosta, o Ben veio pro Brasil pra estudar, não pra prender toda atenção dele em galanteios a filha da madrasta. – disse ela. – Também não quero prejudicar a vida do Ben, com realismo nós não temos estrutura hoje pra bancar uma vida a dois, a gente iria se enrolar. – ela foi realista. – E o que iria acontecer depois, ele largaria os planos de faculdade pra trabalhar, porque ele nunca concordaria que eu deixasse de estudar. – afirmou Anita sentindo que precisava sessar seus devaneios.

– Até porque ele não concordaria em te dar qualquer vida, acho que até por isso que ele não tentou te convencer pra valer a sair de casa, não é. – acrescentou a garota, entendendo em parte Anita. - Mais mesmo assim, você tem que pensar com calma. – aconselhou Julia. – Então vamos pra aula. – convidou Julia, querendo sanar os devaneios da amiga.

– Vamos sim, melhor eu não pensar mesmo não é, dar um tempo nas minhas loucuras. – sorriu Anita querendo se animar.

– Oi meninas. – uma voz doce às chamou, quando as duas dobravam o corredor.

– Monique! – Anita e Julia proferiram ao mesmo tempo ao virarem para vislumbrar quem as chamava.

– Que legal, você voltou pro Brasil. – Anita afirmou sorrindo largamente abraçando a menina.

– Ai voltei, já não tava aguentando de saudade do Rio, e olha que eu nunca pensei que diria isso um dia. – a garota justificou, soltando Anita para abraçar Julia.

– Vim só visitar, mais vai dar pra passar um tempinho com minhas amigas. – revelou Monique aos sorrisos.

– A gente já estava com saudades também. – falou Julia.

– Muitas. - reafirmou Anita.

Assim as três decidiram irem até a cantina tomarem um suco, enquanto todas comentavam e contavam as novidades.

– Então gente vai me contem, as novidades, o que vocês tem feito por aqui. – perguntou ela empolgada por ver as duas garotas novamente. – Julia!

– Eu não gente, pergunta pra Anita, ela é que tem muitas coisas pra te contar. – respondeu Julia junto a uma risada divertida.

– Eu ah que chantagista você. – Anita fingiu ofensa. – Ela tem sim e muitas, pra começar arrumou um namorado. – implicou Anita, seguida de uma risada debochada e um gole de suco.

– Olha. – Monique riu.

– Bom eu realmente tenho algumas coisas pra falar, com uma sucessão de partes chatas. – disse Anita com sinceridade.

– É o Virgílio me disse meio por alto, eu até pensei em te escrever, mais eu não soube me expressar, o ponto de demostrar mesmo o quanto eu lamentei isso tudo, de verdade Anita. – a menina afirmava.

– Nem esquenta Monique, eu já deixei essa história pra trás. – manifestou Anita, realmente tranquila em falar do assunto.

– É, e ela também arrumou um namorado, só que ele continua sendo o Ben. – alfinetou Julia entre risadas.

– Ah espertinha você né... – ironizou Anita sorridente. – Quando o assunto é fugir de falar ninguém te ganha. – zoou ela.

– Então no final vocês se entenderam de novo, ficou tudo bem. – indagou a garota.

– É, foi sim, depois de alguns tombos, cabeçadas e muitos caminhos errados, nós deixamos o orgulho e a teimosia de lado e finalmente nos entendemos. - confirmou Anita. – Até que deu pra sair ileso, apesar de tudo, a gente tá numa boa sim, com alguns problemas lá em casa, mas isso já é rotina e quase normal. – afirmou Anita em um tom tranquilo.

– Que bom viu, eu fico muito feliz por vocês de coração, e no mais vocês são tão lindos juntos, é tão difícil ver um casal como vocês por aí, tá cara que havia alguma armação mau resolvida no meio, quem me dera encontrar um amor assim um dia. – felicitou Monique.

– Obrigada, eu tenho certeza que é de coração. – Anita agradeceu com um sorriso. – Quanto a encontrar um amor, pode ser clichê, mais tudo na vida tem seu tempo pra cada um, não deixa de acreditar não. – desejou Anita. – É e armação ou não, isso é uma longa e tortuosa história, quem sabe um dia eu te conto. – respondeu Anita ainda. - Mais e você, a faculdade e Portugal como está tudo. – perguntou Anita.

– E aí como está tudo. – reforçou Julia a pergunta.

– Ai gente, tá tudo tão perfeito. – Monique afirmou contente, conversando animadamente com duas enquanto contava suas vivencias.

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– Então a única coisa boa de ter demorado aqui, por conta do trabalho em grupo com o Serguei e com a Julia, é que a gente se livrou da bronca durante o almoço. – dizia Anita brincalhona, caminhando com Ben pelo corredor.

– Pode até ser mais a parte chata é que nós podemos ter ficado sem almoço. – ria Ben, estendendo o braço sob os ombros dela.

– Ai não fala isso, porque eu to morrendo de fome. – choramingou Anita, o fazendo rir do jeito dela.

– Oi meninos. – Raíssa surgiu na frente dos dois sem que eles a notassem.

– Oi. – Ben e Anita disseram em um uníssono, enquanto se encaravam.

– Então eu sei que vocês já estão indo embora, mas os dois tem cinco minutos pra falar comigo. – intercalou a orientadora.

– É, é... – Acho, acho que sim. – Anita respondeu com a voz engasgada.

– Claro. – Ben também acabou concordando.

– E eu agradeço, vamos até minha sala. – a mulher pediu sorrindo terna.

– Raíssa, eu sei que pode parecer esquisito, mas a gente não fez nada, seja lá o que estão nos acusando dessa vez. – Anita se pôs a defender-se, enquanto via a mulher apanhar alguns papéis e sentar-se de frente para ele e Ben em sua mesa. – Eu realmente levei a sério aquela conversa que a gente teve outro dia, e estou tentando me livrar de qualquer roubada. – garantiu ela.

– A Anita está falando a verdade, eu também não estou entendendo o que você pode querer com a gente. – reafirmou Ben, em estado de nervosismo já.

– Porque que todo aluno, sempre acha que é chamado na sala da Diretora pra tomar uma dura. – Raíssa achou graça, era tão comum aquela atitude entre seus alunos aos longos anos dirigindo uma escola, que ela já nem se surpreendia mais, já o casal apenas riu discretamente.

– Desculpa, foi mal, bom ultimamente, enfim eu acho que você está bastante a par de tudo. – Anita contornou.

– Eu já tinha percebido que vocês tinham retomado o namoro, mas soube oficialmente pela tua mãe Anita. – Raíssa revelou. – Eu não diria que fico aliviada, mas mais que isso, fico realmente contente, por os dois terem reconsiderado as coisas, e se dado uma nova chance. – disse ela. – Mais eu não os chamei aqui pra falar dos dois. – contou, dessa vez recolhendo o sorriso que esboçava.

– Não, mais o que houve então. – Ben partilhou da confusão que via no rosto de Anita.

– Não. – Raíssa disse novamente. – Eu nem sei como falar exatamente isso aos dois. – ela iniciou uma explicação. – Bom Anita e Ben, eu soube também por confidencias da tua mãe que os ânimos estão acalorados na casa de vocês, Sofia vem enfrentando alguns problemas, essa situação de vocês que pra tua mãe ainda não é confortável, por isso eu realmente me senti culpada em trazer mais um problema a eles. – disse ela.

– Aconteceu alguma coisa, aí Raíssa você está me deixando nervosa, o que foi. – Anita se ajeitou na cadeira aflita.

– Bom acredito que em momento nenhum, sob hipótese alguma a índole de vocês foi discutida, mesmo com tudo que passou... – declarou a mulher. – Bom eu os chamei aqui pra falar do Vitor, ele se meteu em uma confusão com o Guilherme hoje durante a aula. – contou ela.

– Que tipo de confusão. – Ben perguntou.

– Eles brigaram, trocaram empurrões, e pelo que eu entendi por conta da Clara, eu realmente não quis levar isso a Vera e o Ronaldo. – exclamou Raíssa. – pensei que talvez vocês pudessem interceder, conversar com ele, sem que isso tome uma dimensão maior. – pediu ela.

– Então explica melhor, pra que nós saibamos o que fazer. – Anita afirmou atônita com o que a mulher contava.

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– Quem diria hein, logo o Vitor se metendo numa confusão dessas. – Anita comentava com Ben, adentrando seu quarto, seguida pelo garoto, surpresa com o que Raíssa contou sobre o irmão mais novo.

– Pois é, logo ele que sabe tudo sempre. – proferiu Ben, parando a fitar Anita que parecia se incomodar com algo a mais, do que as encrencas arranjadas pelo irmão. – Mais em parte da pra entender ele, se desentendeu com a Clara e de repente passou a conviver com o interesse do Guilherme nela, não prestou mesmo. – afirmou Ben mesmo surpreendido.

– É ele pode estar prestes a descobrir que perder alguém não é fácil. – Anita firmou distante.

– Hei, o que você tem? – Ben indagou chegando perto dela. – Você passou a aula toda com esse olhar perdido pro nada. – o garoto a confrontou, se ajoelhando na frente da garota que se encontrava sentada em sua cama.

– Acordei meio preguiçosa hoje mesmo, só isso. – ela alegou, enquanto acariciava os cabelos dele, evitando trazer preocupações ao namorado.

– Mesmo Anita... – Ou você tá assim pelo que a Vera soube ontem, eu não gosto de te ver desse jeito. – contrapôs o garoto preocupado, com o jeito encucado de Anita. – Toda vez que eu te vejo assim, me bate uma sensação angustiante, parece que eu estou prestes a te ver cair naquele abismo de sofrimento que você deixou pra trás, como se eu não conseguisse fazer nada pra impedir. – Ben confidenciou, temendo ver a garota entrar numa fase depressiva novamente.

– Não viaja Ben. – Anita sorriu diante das confissões do amado. – Eu não tenho motivo nenhum pra isso, de verdade. – ela quis garantir. – Tá bom eu, to sim meio triste, chateada com minha mãe, e até com mais gente. – admitiu sincera, vendo desconfiança evidente nos olhos de Ben. – Eu te amo, eu quero viver minha vida, minha história com você, eu jamais vou abrir mão disso de novo, pra sofrer por uma coisa que se quer me importa mais, minha revolta, hoje não está ligada a sofrimento, mas sim a fazer justiça, disso eu não abro mão. – ela esclareceu, se debruçando em direção dele para um forte abraço. – Ok, ficou uma marca, talvez sim, mais sinceramente o que houve ou não, não me importa, simplesmente porque eu descobri que do teu lado, nos teus braços, eu quero vida, não desperdiçar meu tempo arrastando corrente por uma história que eu já devia de ter esquecido. – Anita afirmou em meio a um enorme sorriso.

– E tua mãe princesa. – cobrou Ben, pressentindo que a mágoa de Anita podia partir de outra direção.

– Ela vai ter que se acostumar, eu vou ficar com você, e também eu não vou dizer amém pra tudo que ela faz. – Anita falou taxativa. – Eu to triste Ben, é difícil ver sempre um mar de dificuldades nos nossos caminhos, tudo parece que tende a dar errado pra gente, toda hora tem um inconveniente se metendo na nossa vida, parece até praga do além sei lá, como se eu não merece ser feliz, será que é isso que minha mãe pensa. – ela reclamou incomodada

– Não, não fica assim vai. – pediu ele, levantando de onde estava e puxando Anita para deitar a cama ao lado dele. – Acho que eu tenho um ótimo remédio pra curar essa tua tristeza aí sabia. – ele disse com um ar travesso.

– Ah e o que seria. – Anita sorriu sem entender.

– Hum deixa eu ver, te cobrir de beijos até você dizer chega. – falou ele rindo.

– Olha que você pode se decepcionar hein, vai que eu não digo chega. – murmurou ela só rindo apenas.

– Melhor ainda. – sorriu Ben iniciando um beijo calmo.

Continua...


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