E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 225
Capítulo 225:




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No dia seguinte o silêncio pairava pelos corredores e cômodos do casarão, em uma manhã de domingo, todos estavam mais ocupados em prolongar o descanso até mais tarde, parecendo até que os outros acontecimentos haviam se dissolvidos, já que a tranquilidade era tanta.

– Anita, Anita... – Ben chamava pela namorada que dormia ao seu lado.

– Ai que, que tem um celular apitando, ou eu já to sonhando. – Balbuciou ela abrindo os olhos, confusa.

– E tem, e é o meu, só que eu não sei onde que tá. – Explicou ele.

– Ai nossa quantas horas, a gente dormiu, duas, três. - Virando-se para o outro lado. - Eu to acabada. – Confessou ela.

– Realmente foi por aí, passamos horas conversando. – Ele disse concordando, sentando aos pés do sofá.

– E as coisas tendem a ficarem piores. – Comentou Anita erguendo-se. – Achei. – Avisou ela, quando levantou uma almofada e encontrou o celular do garoto em baixo.

– É mensagem do trabalho. – Afirmou ele checando o conteúdo da mensagem.

– Será que aconteceu alguma coisa, ou melhor mais uma. – Pronunciou Anita transparecendo uma ponta de preocupação.

– Não, acho que não, deve ser alguma turma nova que abriu pra amanhã , troca de horário ou qualquer coisa assim. – Justificou. – Bom eu vou passar na casa do meu chefe, como ele pediu, você vai ficar bem. – Indagou Ben.

– Eu vou né. – Ela disse, virando para encara-lo. – Ou assim que eu acordar. – Afirmou a garota dispersa.

– Não vou demorar tá, não quero te deixar encarar o pessoal sozinha. – Respondeu Ben, ao constatar que o dia não seria fácil.

– Não tem problema não, eu espero, e quanto a todo mundo, que remédio, o jeito agora, é aturar. – Anita percebeu, acariciando os cabelos dele.

– Eu sei, mas mesmo assim. – Ben exclamou a beijando diversas vezes.

– Bom dia, bom dia... – Luciana adentrou a porta de casa, com algumas sacolas em mãos. – Aí cês querem um conselho de parceira, acho bom os dois, desatravancarem desse sofá, antes que alguém mandem os dois saírem. – Aconselhou ela, deixando as sacolas em cima da mesa e fitando os dois no sofá.

– Legal tia, mais onde você foi tão cedo, e em pleno domingo ainda. – Questionou Anita, procurando os chinelos.

– Fui desenvolver umas paradas aí. – Respondeu ela sem mais detalhes. – E aí aproveitei pra comprar umas coisas pro café da cambada, já que a geladeira, tava que nem geladeira de esquimó, só tinha gelo, e os doidinhos brigam menos de barriga cheia. – Luciana esclareceu.

– Engraçado você dizer isso, eu tava achando que o dia iria ser super tranquilo. – Anita disse com uma pitada de ironia.

– E isso séria pedir pra um milagre acontecer. – Luciana retrucou debochada.

– A rasgação de cena, esta muito boa, mas eu tenho que ir. – Afirmou Ben se soltando de Anita.

– Não, deixa o casaco vai, eu to com frio. – Alegou ela, segurando o casaco dele, antes que Ben o pegasse.

– Tá feio o teu caso hein, despejada e ainda por cima friolenta. – Implicou Ben soltando uma risada.

– Pra ver o que te namorar me custa, até a Gio ou a Sofia abrirem aquela porta, eu já enjeri de frio. – Ele falou fingindo braveza.

– Tá certo. – Sorriu o garoto não a contrariando e se deslocando em seguida para o quintal.

– Oh tia, você vai querer ajuda aí. – Anita ofereceu a Luciana ao observa-la, com uma caixa de ovos em mãos, parecendo pensar no que faria.

– Sabe que é mina, eu não sou muito boa mesmo em separar gema de clara, não é meu forte, aliás, não sei porque não coloca tudo junto e faz o bolo. – Luciana disse sinceramente.

– Corrigindo, separar gema, clara, e casca de ovo não é teu forte. – A garota alfinetou a tia, enquanto amarrava os cabelos com o rabicó que estava em seu pulso. – Não né, você acha que eu não sei, quando é você ou minha mãe que faz os bolos daqui de casa, porque não sei se é sorte ou não, mais eu sempre encontro uma pontinha de casca de ovo no bolo. – Prosseguiu ela levantando e vestindo o casaco de Ben.

– Hum e dai, não dizem que casca de ovo tem cálcio, então vai fazer bem pra vocês todos. – Luciana ficou sem ligar.

– Ai tia, tem certeza mesmo que você e minha mãe são irmãs, porque né, enquanto você esfria a cabeça sempre, ela esquenta com tudo. – Anita se divertiu com o jeito otimista de Luciana.

– A mana, já devia ter aprendido que esquentar a cuca, não dá em nada, só serve pra deixar a gente mais careca mano, perdendo tudo os fios de cabeça da cabeça. – Respondeu ela agitada. – Ih bora vai fazer o bolo ou não. – Luciana especulou, colocando mais alguns ingredientes em cima da mesa.

– Eu vou fazer tá, pra te ajudar, porque com certeza ninguém vai me agradecer. – Comentou Anita, com certo ressentimento pelo tratamento que ela recebeu na noite anterior.

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– Bom dia... Bom dia e bom dia. – Giovana desceu a escada em plena empolgação.

– Bom dia. – Anita que tomava café, sentada a mesa respondeu, mais por pura educação já que como ela previa a ruivinha lançou lhe um olhar torto apenas como resposta.

– Que isso hein Giovana, que animação. – Mariana ficou admirada.

– Ah é que eu sou assim meu bem, não deixo ninguém estragar minha alegria. – Deixou ela no ar como explicação, sentando a mesa e pegando um pão na travessa. – Vem cá alguém viu o Ben, queria falar com ele. – Afirmou Giovana.

– Não vi, e nem faço questão de ver. – Retrucou Vitor, de cara amarrada.

– E eu acabei de descer também. – Mariana alegou, servindo um copo com suco para ela.

– Ele saiu, tem mais ou menos uma hora, foi conversar com o chefe dele, alguma coisa de trabalho, e depois ele iria... – Anita acabou informando, engolindo um gole de café.

– Nem precisa me dizer Anita, que você já viu ele hoje, eu já vi, tá aí desfilando com o casaco dele. – Interrompeu a ruiva exasperada.

– Giovana. – Anita espalmou as mãos no tampo da mesa, em uma tentativa fracassada de manter a calma. – Você trancou a porta do quarto até quase dez da manhã, eu nem pude pegar um casaco meu, e só pra constar antes, que um de vocês me venham com fofocas, eu não dormi na garagem com ninguém, eu dormi no sofá, aliás, eu nem dormi, passei a noite em claro mesmo, já que até da minha cama eu fui expulsa. – Pronunciou Anita em um tom de voz tranquilo.

– Consciência pesada é um problema mesmo. – Vitor intrometeu-se com um sorriso sarcástico lançado.

– E como eu ia dizendo antes de todos vocês me interromperem. – Continuou Anita, ignorando a provocação do garoto. – O Ben saiu, e depois me mandou uma mensagem dizendo que iria resolver uma outra coisa, e talvez demorasse, então você vai ter que esperar Gio. – Encerrou Anita, se vendo já perdendo o resto de sua calma.

– Ai quer saber Anita, eu tranquei a porta mesmo, porque deu raiva, muita raiva, você vive dizendo que é minha amiga, e me escondeu que essa história toda, e se formos parar pra pensar eu te fiz um favor, não era isso que você queria se enfiar na cama do Ben. – Soltou a menina se irritando.

– Giovana eu não acredito que eu ouvi isso. – Respondeu Anita no auge de sua perplexidade.

– Mais eu não acho que ela falou alguma mentira, você e o Ben tiveram tempo suficiente pra isso, enquanto enganavam a gente. – Vitor em momento raro, saiu em defesa da irmã.

– Mais claro que isso não nos interessa. – Expressou Giovana com um semblante fechado.

– Eu não vou nem discutir isso com vocês, até porque primeiro vocês não tem maturidade emocional e nem idade pra isso. – Anita levantou da mesa, compartilhando de uma falta de paciência que ela não conseguia ignorar. – E numa coisa você acertou Giovana, a vida é minha e consequentemente do teu irmão por tanto não se meta em coisas que se quer você entenderia. – Disse Anita antes de virar de costas. – Eu vou me trocar, perdi a fome pra variar. – Ela esbravejou voltando para depositar a xícara sob a mesa.

– A Anita tem sempre mesmo que dar última palavra, impressionante. – Proferiu Giovana irônica, não querendo admitir que ambos podiam ter se excedido.

– Oi mãe, bom dia. – Anita disse ao cruzar no corredor com Vera, que saía de seu quarto.

– Bom dia, só ser for pra você Anita, porque eu estou em um péssimo dia. –Vera não importou em ser ríspida.

– Eu queria falar com você, será que a gente pode conversar. – Ela contornou achando mais recomendado ignorar o jeito seco da mãe.

– Você não acha que esta meio tarde pra essa conversa Anita. – Alegou Vera.

– Mãe, acho que não custa você me ouvir, não é. – Afirmou Anita, sentida com as cobranças de Vera.

– Nós temos que conversar sim, mais no momento Anita, eu mal consigo olhar pra você. – Falou a mulher chateada com a garota.

– Tá eu já entendi. – Pronunciou Anita com o olhar baixo indo em direção a seu quarto. - Bom dia. – Anita disse meio sem vontade quando entrou pela porta e encontrou Sofia ainda debaixo das cobertas.

– Bom dia. – Respondeu a loira entre bocejos ainda, fitando Anita que caminhava até o guarda roupas e abria uma gaveta em seguida. – Anita... – Chamou ela. – É vem cá, porque você não dormiu aqui ontem. – Questionou Sofia a irmã, numa voz calma, parecendo confusa devido ao excesso de sono que dominava sem que ela pudesse evitar.

– Você não devia de fazer esse pergunta pra mim, mas sim pra Giovana. – Disse Anita com uma camiseta e m short em mãos, demostrando rispidez na fala.

– Oi. – Sofia fez uma cara confusa, de quem não entendeu absolutamente nada. – O que aquela com o cabelo, de quem deixou a chapinha passar do ponto tem a ver com isso. – Indagou ela novamente, encarando a tela do celular, necessitando uma noção exata do tempo, como forma de criar coragem para sair da cama e enfrentar o dia, Anita continuou calada enquanto arrumava algumas coisas, e depositava a bolsa em cima da cama. – Não é mais fácil, você admitir que dormir agarrada com o Ben, era assim o teu maior sonho de consumo. – Alfinetou Sofia, observando Anita com um olhar de extrema malicia.

Anita soltou uma risada irônica em resposta à irmã, não parando o que fazia. – E pra isso eu preciso de desculpa. – Retrucou ela, em tom de provocativo.

– Aqui em casa, precisa né. – A loira devolveu séria. – Mais vai, o que houve até porque você é certinha demais pra arquitetar um plano desses, mesmo havendo ainda algumas controvérsias. – Proferiu a loira com uma curiosidade lhe consumindo ao máximo.

– Pra resumir. – Respondeu Anita, soltando um longo suspiro, sentando a ponta da cama com as peças de roupa para vestir em mãos. – A Gio, trancou a porta, e eu tive que dormir no sofá. – Revelou ela, tencionada pelas desavenças com a irmã postiça.

– Nossa, eu dormi ouvindo música a todo vapor, porque ninguém merece a Giovana falando pelos cotovelos, quando a gente quer dormir, ainda mais ontem né que ela tava pê da vida com você e com o Ben também. – Sofia se justificou, já que não tinha visto nada.

– É pois é. – Falou a garota de volta. – E você, tá falando comigo, não entendi, não vai dar chilique, me xingar. – Anita ficou surpreendida com o jeito pacato da irmã.

– Ah e você quer que eu faça o que Anita. – Rebateu a patricinha impaciente. – Canse minha pele de pêssego, me estresse com você, como a gentinha sem perspectiva de realidade dessa casa. – Afirmou ela.

– Sofia, você entendeu o que a cobrinha da Mariana falou ontem. – Questionou Anita desconfiada.

– Hãm que, que você e o Ben tão juntos, ai Anita para. – Sofia debochou. – E você acha mesmo que eu nunca cogitei isso, porque você podia até se fazer de ofendida, quando eu te acusava de rondar o Ben e vice versa, mas eu entendia, ou melhor via que tinha uma faísca, e bom se alguém não continuasse jogando água de vez em quando, como eu fazia, iria virar fogo. – Exclamou a loira tranquilamente.

– E isso significa o que Sofia. – Anita quis compreender com exatidão.

– Que, eu quero saber umas coisas óbvio, mais... – Sofia se calou parecendo não querer falar o que estava prestes a confessar. – Mais o Ben, aquele cretino, sem zero chance de ter ambição na vida, é louco por você. – Proferiu ela. – E a única coisa que ele fez comigo e com todas as outras foi procurar você, e não achou nem em mim e nem nelas, só que óbvio que ele não iria encontrar. – Opinou Sofia.

– Ah... – E, eu bom realmente cai em contradição não sei o que pensar. – Anita disse em total surpresa e contrariedade devido ao que pensava que ouviria da loira.

– Mais me diz uma coisa, você e o Ben, não vai me dizer que vocês estavam juntos enquanto a gente namorava. – Perguntou ela. – Porque ah não Anita, ser chifrada por você é o auge o cumulo da decadência. – Disse Sofia transparecendo ofensa.

– Não a gente não estava, nós ficamos juntos mesmo, depois de um tempinho que vocês tinham terminado, mais eu não vou mentir, teve um dia que a gente ficou, rolou um beijo, mais também depois disso eu me afastei e não aconteceu mais nada. – Anita acabou sendo verdadeira.

– E eu devia te dar uns tabefes sabia. – A loirinha se viu com orgulho ferido.

– Vai em frente, se bobear você vai ter que pegar senha, porque a fila já tá grande. – Anita respondeu, fazendo uma cara de tanto faz.

– E de repente aqueles beijos com o Sidney, não foram de todo errados e inúteis. – Ele se viu vingada ao lembrar. – Mais o que me dá mais raiva, nem é disso, mais daquela vaca ter te enfiado numa roubada sem tamanho. – Esbravejou Sofia afastando as cobertas, e pulando direto aos pés da cama onde sentou.

– Nem me fala Sofia, minha mãe não olha mais na minha cara, desde ontem. – Confessou Anita seus dilemas.

– Que ódio, eu devia era de ter deixado aquela coisinha careca. – Ameaçou Sofia irritada.

– E eu não devia de ter te impedido de fazer isso ontem. – Ressaltou a namorada de Ben, dividindo certa raiva em comum com a loira.

– Tá na cara que foi ela, que aprontou aquela palhaçada comigo e com o Sidney, e ela só te entregou, pra mamãe não acreditar em você, que tentava me ajudar, ela sacou que a dona Vera te houve. – Disse ela com esperteza.

– Ouvia talvez mas, depois de ontem o Fulano tem mais credibilidade que eu. – Anita tratou de corrigi-la.

– Ai e você hein, o sua tonta, tinha que deixar ela saber que tu ficava de namoro com o Ben. – Ralhou Sofia.

– Ah Sofia, cala tua boca, porque pra quem deixou, a Mariana espalhar pro mundo da tua noite com o Sidney, vai falar o que, como. – Anita rebateu sem paciência para as alegações da irmã.

– Ai Anita, vai ver se eu estou na esquina. – Sofia evitou dar razão a ela. – Eu tenho que dar um jeito de acabar com o reinado dessa vaquinha, eu só ainda não sei como, mais eu vou provar pra mamãe, que não é só a agente que faz burrada, mais que sim que aquela é muito pior. – Garantiu Sofia.

– Beleza, agora fica aí pensando, que eu tenho mais o que fazer. – Disse Anita levantando. – Mais, se você tiver alguma ideia eu quero saber, não estou descartando a hipótese de te dar razão. – Afirmou Anita.

– Olha, pelo visto o Ben realmente tem te feito muito bem, terminou com o resto da tua ingenuidade, eu tenho notado mesmo que aquela ar de santa anda meio apagado. – Ironizou ela implicante.

– Hahahah, adorei, me erra tá. – Anita falou sarcástica, saindo pela porta aos bufos, enquanto Sofia apenas ria freneticamente.


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