E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 220
Capítulo 220:


Notas iniciais do capítulo

Capitulo um pouquinho atrasado mais aí esta. Uma ótima leitura a todos!!
Estou um pouco lenta com a postagem mesmo, é que meu computador esta com alguns problemas e aliado com falta de tempo, a fanfic deu uma atrasada, admito. Rsrs. Mais desistir de termina-las não esta nos meus planos, então não se assustem se eu demorar para atualizar. Muito obrigada a todos!! Até mais!



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Ben e Anita estudavam no sofá da sala...

– O que você pensa que tá fazendo hein. – Questionou Anita olhando Ben de cabeça baixa anotando algo no caderno.

– Ué o cálculo, aqui desse negócio, não era isso que a gene estava fazendo. – Respondeu Ben tranquilamente.

– Com essa fórmula Ben, acho que não vai dar, do meio pro fim não vai dar certo. –Argumentou ela risonha.

– Sério. – Ele rebateu de um jeito distante, não muito convencido.

– Muito sério, você tá com a cabeça onde hein? – Anita indagou entre risadas, ao perceber o olhar perdido dele para ela.

– Você vai querer mesmo que eu te diga. – Ben afirmou se deslocando mais para próximo dela e largando o caderno.

– Vamos terminar isso aqui vai, melhor. – Ponderou Anita lhe sugerindo.

– Tá bom né, mesmo eu não concordando. – Disse o garoto sem vontade.

– Para de drama vai. – Anita soltou uma risada.

– Para você, você é que é o lado dramático da relação, nem vem. – Ben negou de cara fechada.

– Não banca o injustiçado não tá. – Ela riu. – Você é que tá com preguiça, me dá aqui que eu apago. – Se dispôs ela, tomando o caderno da mão dele.

– Pronto, não foi tão difícil assim. – Alegou ela, enquanto Ben lhe encarava atento.

– Não mesmo. – Respondeu Ben junto a um sorriso. – Difícil mesmo é ficar perto de você, sem poder te dar um beijo, e nessa situação. – Esclareceu o garoto a fitando com um olhar apaixonado.

– Que situação. – Anita desconversou fingindo desentendimento.

– Ah então já que assim, que nós somos livres, aceitos por todos, então dessa forma não a nada que nos empeça – Ben aproveitou a deixa jogando charme para ela.

– Se a gente for analisar nas entrelinhas talvez você esteja certo, pena que há coisas que fogem muito da realidade e essa e uma delas. – Anita falou correspondendo os olhares dele. – Mais você não vai mudar de ideia agora, logo agora, depois de tanto tempo preocupado com tudo e todos. – Anita alfinetou provocando.

– É até que não seria má ideia. – Disse Ben, remexendo numa mecha do cabelo dela, enquanto os dois se encaravam com um olhar bobo um para o outro, e no instante que seguia escutaram a porta se abrindo e visualizaram Vitor e Clara entrando por ela.

– Oi gente. – Falou Clara, estampando um sorriso sereno no rosto, enquanto o namorado continuava sério e evitando olhar diretamente para Ben e Anita, que pareciam desconfortáveis.

– Tudo bem. – Anita respondeu de forma simpática.

– A Gio tá aí. – Clara perguntou indagando.

– Tá no quarto eu acho, sobe lá. – Anita afirmou sugerindo, com uma expressão desconcertada.

– Vou fazer isso então. – Pronunciou a menina caminhando até a escada.

– Então eu vou sentar ali na mesa tá. – Disse Anita, enquanto Vitor se deslocava pela cozinha. - Porque essa sensação que o Vitor tá me cuidando, não tem nada de bacana, pelo contrário é angustiante. – Anita sussurrou discretamente a Ben, enquanto Vitor os fitava de relance. – Detestável. – Acrescentou ela, incomodada.

– Vai então, apesar de que eu não concordo com isso, não é justo com a gente, agora a gente vai ficar o que, vivendo em função dos outros. – Ben retrucou, não escondendo sua insatisfação e desconforto.

– Vai ver a gente já vivi. – Anita deixou no ar, pegando seu caderno e indo até a mesa, Ben ficou sem responder, apensa pensamento nos nuances da situação que realmente não eram nada agradáveis.

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– Oi, oi. – Bernadete entrou apressada e com um sorriso animado no casarão, depois que alguns minutos de passaram. – E aí minha flor. – Disse ela cumprimentando Anita com dois beijos no rosto, que estudava sentada a mesa de jantar.

– Nossa, tá que tá hein. – Anita brincou tirando os olhos do caderno por um segundo.

– Então, eu vim te pagar pela reforma no meu móvel que você fez. – Disse ela, puxando algumas notas de dinheiro da bolsa.

– Não, não, Bernadete e não quero, eu reformei porque eu não tinha nada para fazer, e depois nem fica nem bem eu ficar te cobrando, sendo que eu morei meses na tua casa, comendo e dormindo de graça. – Anita alegou, recusando-se a aceitar.

– E por acaso isso foi um fardo, não mesmo foi um prêmio, uma dadiva. – Afirmou ela, insistindo com a garota. – E depois você sempre foi tão bacana comigo, sempre me deu força pra eu ficar com o traste do pai, mesmo sabendo que eu era uma poltrona, nunca achou eu pudesse ser interesseira.

– Bernadete, eu nunca pensei isso porque você nunca me deu motivo, não tinha, aliás, e se meu pai tivesse sido menos burro ele tinha te dado mais valor. – Explicou Anita.

– Então, aceita vai, e depois se eu estou querendo te dar é porque eu estou podendo. – Disse ela insistente.

– Ah tá bom, aceito. – Anita se dobrou pegando o dinheiro que ela lhe alçava. – Mais olha, para com isso tá, se fica com esse mania de ficar me pagando, eu não vou reformar mais nada para você, e tenho o dito. – Ela ameaçou guardando o dinheiro na bolsa que estava sobre a mesa, com um sorriso sereno que também foi retribuído pela mulher.

– Mais você hein, to te achando meio caidinha, que foi. – Bernadete especulou, ao sentir certo abatimento no rosto da menina.

– Nada, eu to ótima, impressão tua. – Anita respondeu, não querendo preocupa-la, nem ela mesmo sabia com exatidão o que estava lhe acontecendo. – Eu vou lá em cima e já venho tá, pegar um livro e logo a gente conversa. – Comunicou Anita, arredando a cadeira e levantando em seguida, enquanto Ben que rabiscava alguma coisa no caderno sentando ao sofá, observava a menina com o olhar, se deslocando.

– Tá, vai sim. – Disse Bernadete, procurando com o olhar um lugar para sentar. – Ben. – Proferiu ela, parecendo só agora notar a presença do garoto.

– Fala Bernadete. – Ele respondeu lhe encarando com o olhar.

– O que a Anita tem, to achando ela meio tristinha. – Bernadete perguntou, sem conseguir evitar, em um impulso que parecia ser mais forte do que sua voz interior suplicando que não se metesse nos problemas a na vida dos outros, mas ela sabia que ouvi-la era quase impossível para ela.

– Eu não sei, ela esta assim desde ontem , e hoje acordou mais estranha ainda. – Ben confessou a mulher, o que ele já havia notado.

– Mais vocês brigaram. – Especulou ela, procurando uma forma de entender. – Não é que tão aí, um em um canto, outro no outro, se comunicando com o olhar. – Disse ele de forma atrapalhada.

– Ah é, que as pessoas agora deram pra regular minha proximidade com ela, eu tive uns problemas com o Vitor, que nem vem ao caso também. – Justificou ele, a distância de ambos. - Não, por incrível que pareça, eu não acho que esse jeito paralisado e distante dela, tenha a ver com a gente. – Afirmou ele. – Eu acredito que tenha alguma coisa a ver com a Vera, mais o que é, eu também não sei, até porque quando a Anita resolve não dizer uma coisa, ela não diz nem sob tortura. – Comentou ele.

– Mais o que a Vera fez agora gente. – Bernadete retrucou desconfiada, sentindo-se aflita.

– Bom de repente, nem a própria Vera sabe né. – Ben pronunciou em um tom meio irônico.

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À noite...

– Gio me dá, esse prato aí, que está com o tomate pra eu colocar aqui pra refogar. – Pediu Anita que estava à beira do fogão mexendo a panela, à ruivinha que também ajudava com o jantar.

– Óh toma. – Falou a garota, alcançando prontamente.

– Obrigada. – Agradeceu Anita, enquanto colocava o conteúdo do prato na panela.

– Nossa gente o cheiro tá demais, até lá em cima da pra sentir. – Mariana disse chegando à cozinha.

– Macarrão da Vera não dá mesmo pra perder. – Giovana comentou com animação.

– Imagina, é tão simples. – Vera respondeu, mesmo lisonjeada com tantos elogios. – Daqui a pouco vai estar pronto viu. – Alegou. – Giovana lava essas alfaces aqui pra mim, faz favor. – Pediu ela a enteada.

– Claro. – Concordou Giovana solicita vindo até a pia.

– Me atrasei demais com o jantar hoje. – Afirmou Vera agitada, as muitas encomendas na empresa não permitiram que ela saísse em tempo de preparar o jantar com pontualidade.

– Com certeza vai valer esperar. – Mariana pronunciou. – Bom isso se a Anita, não errar no sal, não é. – Alfinetou.

– Oi. – Retrucou Anita, encarando a garota com certa ira.

– Ué não sei, você se diz tão estabanada. – Respondeu ela de volta.

– É eu sou, mais pode deixar que dá próxima vez eu atendo teu pedido, mais especialmente pra você, já que você deve ser uma expert na cozinha, não é minha cara. – Anita respondeu sarcástica. – Em matéria de ovo frito então, falar de excesso de sal, é muito normal. – Disse a garota não escondendo seu descontentamento.

– Hey relaxa, foi só uma brincadeira, você tá muito nervosa. – Mariana rebateu altiva.

– Eu nervosa, imagina, pra eu perder a calma com coisas insignificantes, eu tenho que estar sem nada pra fazer mesmo, mais eu tenho coisas muito mais interessantes pra fazer, pode acreditar. – Anita afirmou, concentrando seus olhares na panela, antes que o resto de sua paciência se esgotasse.

– Anita, que isso, para já. – Vera ordenou com a voz discreta parando ao lado dela, perto ao fogão.

– O que eu fiz. – Anita perguntou levantando o olhar para encara-la.

– Ah não fez nada, pra que essa falta de educação com a menina, eu não ensinei nenhum de vocês a serem mal educados com aqueles que estão na nossa casa, então por tanto, pare já com isso, você não tem mais idade pra esse tipo de resposta atravessada, com provocação boba, o que na verdade nem combina com você. – Vera exclamou a repreendendo de forma taxativa.

– Eu sou a mal educada. – Anita balançou a cabeça sorrindo sarcástica. - Ela vem me alfinetar, com todo cinismo do mundo e a mal educada sou eu. – Anita respondeu incrédula. – Mãe foi mal, mais eu não fiz voto nenhum pra ser canonizada santa não. – Justificou, com um semblante de insatisfação. - Se bate vai leva, e isso tá valendo pra qualquer um, não só pra ela. – Garantiu Anita não se intimidando com os olhares de Vera.

– O que tá havendo com você Anita, de uns tempos pra cá, parece que incorporou outra pessoa, que eu desconheço. – Vera falou abismada com as palavras da filha.

– Cresci talvez, aprendi a caminhar com as minhas próprias pernas de uma vez, e principalmente a não deixar ninguém achar que pode me fazer de idiota, só porque eu não saio por aí pregando meu nível de esperteza, pois é acontece. – Respondeu Anita. – Eu vou tomar um banho pra jantar, Gio cuida aqui tá já tá quase pronto. – Comunicou ela, chamando a atenção da mais nova que passava com uma bandeja com a salada para levar até a mesa.

– Já to indo. – Giovana afirmou, enquanto Vera e Anita continuaram trocando olhares confusos e insatisfeitos.

– Vem cá, foi só impressão minha mesmo, ou você se estranhou legal com a Vera ali na cozinha. – Ben disse entrando no quarto e procurando Anita com o olhar, que se encontrava debruçada sobre a mesa com a cabeça contra os punhos.

– É assim que as coisas funcionam agora né, a gente troca farpas por tudo. – Disse ela confessando.

– É, eu não tava prestando muito atenção, mais deu pra perceber do sofá. – Comentou Ben preocupado.

– Eu acabei saindo, pra não azedar de vez. – Anita esclareceu, puxando a toalha que estava no cabide. – Sabe o que é pior. – Proferiu ela, sentando em sua cama, para encarar Ben parado a sua frente. – Eu sei que essa guerra fria pode acabar, quando ela souber da gente, eu tenho receio de saber que eu posso cavar e aumentar ainda mais esse buraco, esse abismo entre a gente, porque pode não ter volta Ben, e eu sei que eu não quero isso. – Anita desabafou seus pensamentos, chateada.

– Isso também não é uma obrigação só tua né, não é você que tem que pensar em evitar problemas na relação de vocês, não é só você que tem que pensar em estabelecer harmonia. – Alegou ele.

– Não, pra minha mãe sou eu Ben, ela acabou de dizer lá em baixo que eu estou muito diferente, será que ela nunca se perguntou porque, já que ela acha que eu mudei tanto. – Disse ela. – Ah mais esquece, também nem sei se é o caso, a verdade é que eu to uma pilha, com a cabeça atulhada de coisas, se eu colocar mais, acho que eu acabo explodindo. – Admitiu a menina extremamente frustrada com tantos dilemas.

– Eu sei que essa situação com o Vitor. - Ben quis falar, mas foi interrompido por ela.

– Vai ficar pior, quando for todos eles, não vai achando que a gente vai ganhar um sejam felizes, isso não vai acontecer, não adianta a gente querer se iludir. – Anita evitando se encher de qualquer ilusão.

– Você não esta sendo radical demais não. – Contornou ele.

– Você sabe que não, eu to tentando lidar com a realidade, com os fatos, o Vitor não é o único a pensar o que pensa, e tá, isso tem me deixado ansiosa demais, como se não bastasse isso, vem a hóspede muito angelical da mamãe, com as ironias sinceras dela, sério eu não sei aguento isso não. – Suspirou. – E eu tenho que parar também de encher tua cabeça, com minhas loucuras, afinal não é só porque você é o único que para pra perguntar o que se passa, que eu tenho que despejar minhas loucuras em cima de você, como eu sempre faço. – A garota se desculpou, desapontada pelo próprio descontrole que já era evidente.

– Esquece o que não interessa, por favor. – Sugeriu Ben. – E não fala isso vai, eu pensei que a gente tivesse deixado claro, que iriamos lidar com os problemas eu do outro, independente de qualquer coisa, se é real ou não, eu só tua imaginação que tá indo além. – Ben disse segurando a mão dela.

– Eu sei, mais não vai nessa, você me conhece se deixar eu tomo conta, eu não quero de enlouquecer não, na boa. – Sorriu debochada ela. – Mais sabe, tem uma coisinha aqui na minha cabeça, que ser for real, eu tenho certeza de que eu vou comprar uma briga com essa garota, que com certeza vai fazer a mamãe me odiar e definitivamente não tem nada a ver com a gente. – Anita confidenciou.

– Do que você tá falando agra? – Ele ficou sem entender.

– Não sei ainda, o que eu sei é que quando eu enfio uma coisa na cabeça, eu não consigo tirar, mesmo que eu me esfole inteira por isso. – Anita não escondeu.

– Ah sério! - Eu nunca desconfiei disso. – Ele ironizou implicando, sorrindo debochado.

– E a Sofia ainda resolveu dormir de novo, na casa da Bernadete pra ajudar. – Reclamou Anita.

– Anita, como a tua irmã veio parar no meio disso. – Ben quis uma resposta.

– Deixa pra lá vai, eu vou tomar um banho tá, depois a gente conversa, ou não né, podemos também nos contentar com os olhares do jantar, ah não esqueci isso o Vitor também proíbe. – Disse Anita sendo irônica. - Eu vou te contar viu a desgraça já é grande, mais pode sempre ficar muito maior. – Ela se lamentou.

– Soou redundante, isso já hein, pra não dizer pra lá de dramático. – Riu Ben.

– Claro, afinal eu gosto muito do papel da vítima injustiçada. – Desdenhou ela. – Pena que eu não possa dizer o mesmo em relação a você, porque eu não fui à vítima, e com certeza também não vou ser injustiçada por nada do que nos acusarem. – Afirmou.

– Eu to começando achar que a Vera tem razão, fizeram alguma coisa com a outra Anita, essa que é dona desta frase, não é a garota a boazinha, que era acusa de um ato grave mais não tinha culpa pra valer. – Respondeu ele brincalhão.

– Será, bom se for assim você tá com um problema sério, em namorar farsantes. – Pronunciou Anita, junto com um beijo. - Cuidado hein, se você seguir essa linha você acabar de rolo com o anjo de pessoa da Mariana, segundo minha mãe ela é um anjo, quer dizer não né, eu acabo matando ela antes, pelo menos assim eu vou ter um bom motivo né, já que no momento dona Vera acha que eu não tenho. – Falou ela ironicamente.

– Para de viagem né, e vai tomar um banho logo mesmo, e frio né, tá precisando mesmo. – Ben contornou, não conseguindo ficar sério.

– É que eu sou chata né, porque eu perco a pessoa, mais não perco o orgulho. - Retrucou Anita, o encarando.

– Pena que não dura muito, nem o teu, e jamais o meu orgulho. – Contou ele, seguido de um beijo terno.

– Vai nessa, mais realmente eu com zero vontade de provar ao contrário. – Anita saiu rindo.

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– Ai a Cinderela finalmente saiu da cama. – Luciana disse ao avistar Anita descendo a escada dispersa.

– Cinderela? – Que tia. – Anita retrucou a tia ainda bocejando.

– É tava dormindo até essa hora. – Luciana afirmou.

– Tecnicamente você errou de conto de fadas tia Lu, quem cai em sono profundo é a bela adormecida, a Cinderela perde o sapato. – Pedro interrompeu do sofá, corrigindo Luciana.

– É bem lembrado. – Anita riu.

– O que dá tudo em dez, não é, todas elas acreditaram no feliz pra sempre, então não retranca minha ideais, que meus neurônio já são meio desajustados. – Disse Luciana. – E me deixou aqui né, com o abacaxi na mão, que dizer mana me deixou, ai eu já não aguento mais isso, só limpei o banheiro, minhas cadeira pareci que saíram de mim sabe. – Reclamou ela, soltando o balde e se escorando na borda da poltrona.

– Mamãe te pediu pra limpar a casa foi. – Questionou Anita.

– Ah pediu, só que e acho que não vou dar conta não. – Afirmou ela. – E tira esse cachorro do sofá meu, vai emporcalhar tudo, e eu não vou limpar. – Luciana repreendeu o mais novo, que assistia televisão com Fulano do lado.

– Ai tia calma, eu vou te ajudar tá, até porque eu não tenho nada pra fazer mesmo. – Falou Anita. – Pedrinho, vai dar um banho no fulano, por favor, antes que minha mãe mande você vai, melhor mesmo. – Sugeriu Anita.

– Mais ele não vai querer tomar banho de manhã. – Argumentou.

– Ah é ele sabe horário agora, ai Pedrinho. – Ben riu.

– O Fulano sabe, pode acreditar. – Respondeu ele em um tom inteligente.

– Então nesse caso, é melhor ele ir tomar banho, antes que ele tenha que se contentar com as dependências do quintal somente, Pedrinho leva ele lá pra fora e da um banho nele. – Anita foi insistente.

– Tá bom, vem Fulano. – Disse Pedro, consentindo.

– Eu vou te ajudar, acho que é melhor. – Ben se dispôs.

– E agora mina. – Luciana proferiu.

– Agora a gente limpa o resto né. – Disse Anita sorridente.

– Ai trabalho braçal deveria ser crime sabia. – Luciana respondeu levantando.

– E vem cá pra onde foi todo mundo. – Anita se perguntou, estranhando o silêncio que pairava na casa em pleno sábado de manhã.

– Ué Giovana, Vitor, foram pra um jogo de vôlei no colégio, doidinho do Vitor tava convidando geral, não ficou sabendo não. – Exclamou ela.

– Não, quer dizer eu ouvi, mais nem coloquei muito na cabeça, eu acho que eu sou sempre excluída da parte divertida nessa casa, e olha não é de hoje. – Anita afirmou, enquanto colocava as almofadas do sofá para um canto com propósito de tirar a poeira.

– Ih sai dessa aí, tu não tá muito novinha pra te crise de depressão não. – Luciana implicou.

– É de repente. – Disse Anita pensativa.

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– Ai Pedro que isso. – Anita assustou-se quando identificou a presença do cachorro do pequeno, pulando nela que estava de costas para o fogão.

– Ele se escapou, falei que ele não iria querer banho nenhum. – Alegou o garoto.

– Ele tá molhado, molhando a casa toda e eu né. – Anita alegou entre risadas, vendo o cachorro se debater. – Cadê a coleira dele. – Sugeriu.

– Sumiu, como tudo nessa casa. – Respondeu ele, vendo o cachorro passar em disparada pela sala.

– Nãooooooo... – Luciana gritou do pé da escada. – Eu tinha limpado aí, agora vou ter que enxugar tudo de novo. – Disse ela em um tom de choro. – Ai assim me quebra. – Lamentou ela.

– Ai meu deus Fulano, volta aqui. – Ordenou o caçula sem sucesso, enquanto o animal saia pela porta e ele corria atrás.

– Incrível como nada é tranquilo nessa casa, nem uma simples faxina. – Comentou Anita.

– Simples, pois pra mim, faxina nunca é simples. – Resmungou Luciana.

– Eu vou pega mais água. – Comunicou Anita achando graça, das lamentações dela.

– Ai, aiiiii... – Quase gritou ela, quando se viu escorregar e contemplar o chão do quintal. - Meu deus Anita, você deveria fazer um curso de boas maneiras, às vezes as pessoas podem ter razão sabia. – Reclamou ela consigo mesma.

– O que você tá fazendo aí. – Perguntou Ben, ao vê-la sentada ao chão, após ouvir a voz da menina.

– O que você acha, eu vim pegar um balde d’ água e distraída, pisei nessa saboeira aqui. – Justificou ela. – Ai sério eu podia ter um pouquinho mais de sorte de vez em quando, porque não. – Choramingou a garota.

– Caramba vem cá. – Disse ele querendo ajuda-la a levantar. – O Pedro saiu em disparada atrás do Fulano, disse que não precisava de ajuda, ele e sua independência, acabei resolvendo lavar o quintal enquanto ele não vinha, só não lembrei que você iria cair aqui não é. – Sorriu ele.

– Ah legal, mais também né, isso raramente me acontece, então tá tudo certo. – Anita falou desdenhando.

– Tem sabão no teu cabelo. – Informou ele, em meio a uma risada escondida.

– Ah deve ter sido quando eu tava lavando o piso da cozinha. – Esclareceu ela, tentando retirar.

– O que não é de se surpreender, né. – Ben acabou rindo.

– Ah não, pode ser. – Anita o encarou com um olhar de ironia. – E já que é assim, ninguém também iria se surpreender se por acaso assim, eu tropeçasse pegando esse balde aqui. – Disse ela, segurando o balde que estava sobre o tanque, que continha um pouco de água. – E jogasse todo em você. – Respondeu a garota entre risadas, jogando a água contra ele.

– Anita, sacanagem isso. – Repreendeu Ben se vendo encharcado.

– Foi mal, errei. – Brincou ela com uma gargalhada.

– Ah não, ah mais isso não vai ficar assim mesmo. – Afirmou o garoto segurando Anita pelo braço. – Eu vou te mostrar como é um banho de verdade. – Ele garantiu rindo.

– Não Ben, eu tenho que ajudar a tia Luciana, para. – Retrucou ela, tentando se esquivar ao perceber as intenções dele.

– Não, não, e não. – Falou ele, espirrando água com a mangueira em direção dela.

– Para, eu te molhei com um balde, isso não vale, e tá fria, demais essa água. – Reclamou ela.

– Nem vem, foi você que começou. – Riu Ben.

– Ah não, para com isso. – Anita pediu bastante encharcada.

– Ah vai, água não mata ninguém. – Ele garantiu.

– Seu louco, doido. – Disse ela entre risadas.

– Ah é então vem cá. – Afirmou Ben, puxando namorada para um beijo, com Anita também embarcando.

– Você sabe da minha mãe, assim só pra saber. – Mariana questionou Luciana.

– Não, deve tá por aí, fazendo nada, não é o que vocês gostam de fazer. – Luciana retrucou, com uma vassoura em mãos.

– Como assim, não entendi. – Mariana disse confusa.

– Nada não, eu não vi ela, mais deve estar com a mana né, as duas não se desgrudam, e tu dormiu mais que a cama mesmo. – Luciana rebateu de forma sincera.

– É realmente. – A garota se viu obrigada a concordar.

– Óh então tá uma compensada, pra dá uma alavancada no meu lado aqui, e pega uma água pra mim. – Luciana contrapôs estendendo um balde a ela.

– Eu. – Mariana apontou para si mesma de forma confusa.

– É tu, vai cai a mão não, não dizem por aí que o trabalho enobrece então, qual o problema aproveita e descola um cascalho, uma moral, já que tu enche a pança de graça por aqui. – Exclamou ela.

– Ok, eu pego a água, não custa mesmo. – Aceitou ela, não muito animada.

– E aí paro porque, eu quero a água pra lavar aqui, não pra quando resolver dar outro diluvio. – Luciana afirmou, percebendo a garota parada a porta da cozinha que dava para fora, estática.

– Sabe que é, eu lembrei que tinha outra coisa pra fazer lá em cima, não vai dar. – Justificou ela, com um semblante atônito.

– Tu tá branca, viu fantasma foi mina. – Luciana percebeu desconfiada.

– Olha foi quase isso, mais relaxa, talvez nem seja novidade pra ninguém, não é. – Mariana respondeu, com um sorriso que continha um pouco de malícia, voltando para a sala, e deixando o balde sobre a mesa.

– Ai que ninguém é solidário mais hoje em dia. – Luciana cochichou para sim mesma, vendo a menina voltar para o quarto.


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