E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 195
Capítulo 195:




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– Giovana pega o leite pra mim lá na geladeira, faz favor. – Vera pediu a enteada na cozinha.

– Pra já. - Disse a ruiva solidária.

– Até que enfim, a bela lembrou que tinha casa. – Vera falou para Anita, quando escutou a batida da porta e avistou o caminhar da garota.

– Oi mãe, eu fui na casa da Bernadete, o que tem de mais nisso. – Anita perguntou, soltando a bolsa e caminhando até a cozinha.

– Nada, mas some o dia todo, não avisa. – Vera alegou. – Isso aqui não colônia de férias, dona Anita. –Reclamou Vera.

– Ah ops! – Perdão eu esqueci o livrinho de ponto em cima da mesa hoje, foi mal mãe. – Ironizou. - Poxa eu também preciso respirar de vez em quando. – Anita se defendeu.

– Anita, Anita, Anita. – Disse Vera, pegando a caixa com leite da mãe de Giovana.

– Eu o que? – Disfarçou ela, qualquer culpa, enquanto remexia nos cabelos, e os prendia em um coque bagunçado. – Tá ok, eu devia de ter avisado que eu iria me atrasar muito mais, acontece que depois de vir da Barra, eu aproveitei pra resolver umas coisas, e depois passei na Julia, pra saber como ela tava, não avisei porque quando eu me dei por conta do meu sumiço, percebi que meu celular tinha descarregado. – Justificou a garota, sob os olhares intrigados de Vera.

– Vem cá Anita, é mesmo verdade isso que o Fred tá namorando a Julia. – Giovana indagou com curiosidade.

– É bom, esse não é um assunto meu, porque você não pergunta pros dois Gio. – Anita respondeu, não querendo se meter na história, até mesmo pra não piorar as coisas para o casal.

– É verdade tá na cara. – A ruivinha retrucou, enquanto misturava os ingredientes que Vera havia pedido.

– Fazendo bolo, que novidade é essa hein, pensei que você fosse uma grande empresária agora. – Anita brincou com a mãe.

– Que nada, continuo a mesma. – Disse ela sorridente. – Só me deu vontade de fazer um bolo pra minha família, faz tanto tempo que eu não faço nada aqui em casa, essa receita é nova, fez o maior sucesso entre os clientes. – Falou Vera.

– Eu to vendo, tá dando vontade de come assim mesmo, sem mais detalhes. – Anita respondeu, com água na boca.

– Até parece, do jeito que a Bernadete mima você e a Sofia quando vocês vão pra lá com ela, isso aqui não é nada. – Vera disse, com uma pontinha de ciúmes na relação das filhas com Bernadete.

– Ai nem me fala, comi feito uma condenada gente. – Confessou Anita. – Mais igual os tuas delicias, nada consegue ser igual mãe, pode ter certeza disso. – Elogiou a garota. – E não precisa ter ciúmes da Bernadete não, eu posso muito bem me dividir entre as duas numa boa. – Afirmou Anita, dando um beijo na bochecha da mãe.

– A Bernadete foi até muito mais do que o cretino do Caetano merecia viu, uma pessoa incrível. – Vera pronunciou, com apreço pela mulher.

– Vera. – Giovana repreendeu.

– Ai filha, é teu pai, já morreu, mas, você conhecia muito bem. – Ela quis se explicar, ao se dar conta do que Giovana falava.

– Tudo bem mãe, ninguém melhor do que eu , conhece o seu Caetano né. – Anita disse. – Conhecia. – Inverteu ela situação. – Mais eu também sabia muito bem o que ele fazia, ou faz, sei lá, quantas vezes eu não separei as brigas de vocês quando era pequena, não é. – Anita proferiu lembrando das trapalhadas do pai, e se perguntando por onde ele andava.

– Mais vamos deixar isso pra lá, né gente. – Giovana quis animar o ambiente, temendo que Anita se entristecesse pela situação.

– E eu que fui lá no Embaixada atrás do Ronaldo e ninguém sabe dele. – Vera comentou.

– Como assim? – Anita quis entender.

– Não sei parece que saiu, e não falou pra onde ia. – Disse Vera, não conseguindo entender. – Você viu ele falar que tinha algum compromisso hoje filha. – Perguntou, fitando Anita com as mãos apoiadas no balcão.

– Não, eu não, mais ele deve ter tido algo urgente pra fazer. – Anita ponderou. – Mais que é esquisito, isso é. – Confessou ela.

– Eu, eu não sei. – Falou Vera de volta.

– Tá na cara que ele foi aprontar alguma coisa. – Afirmou Giovana, em pura curiosidade.

– Giovana! – Anita lhe lançou um olhar repressor.

– No sentido de, resolver algo, óbvio. – Contornou ela, ao perceber que tinha falado o que não devia.

– Se bem que eu também pensou a mesma coisa. – Afirmou Vera desconfiada.

– Imagina gente. – Anita quis defender o padrasto. – Ben você viu o Ronaldo. – Questionou ela, ao vê-lo passar pela cozinha apressado em direção ao quintal.

– Meu pai, não por que. – Respondeu o garoto, parando onde estava.

– É porque a Vera foi lá ao restaurante atrás dele, e ele não tava, ninguém sabia dele. – Giovana explicou.

– Bom de repente, ele foi resolver alguma coisa urgente, sei lá. – Argumentou Ben, se juntando a elas.

– Foi o que eu disse, não é, mas a mamãe, sei lá, parece que tá cheia de ideia errada na cabeça, enciumada sei lá. – Pronunciou a garota.

– Anita, claro que não. – Negou Vera. – Eu lá tenho mais idade pra isso. – A encarou na defensiva.

– E desde quando ciúmes é questão de idade, bom se for folgo em saber que eu ainda tenho algum tipo de salvação, não é. – Anita retrucou.

– Mais tem mais é que cuidar mesmo, afinal um marido como o Ronaldo não se acha na esquina, prima. – Opinou Marta ao chegar e escutar parte do burburinho.

– Eu não tenho do que me queixar mesmo, e de quebra eu ainda ganhei três enteados que são, muito, mas que isso, são meus filhos também. – Disse Vera lisonjeada.

– Ó que é com vocês, mais aproveitem, porque elogio dela ultimamente tem sido uma coisa muita rara. – Alfinetou Anita, olhando para Ben e Giovana.

– E a Anita é mais ciumenta que a Vera. – Caçoou Giovana.

– Não gente, tem nada ver isso, só tava fazendo uma ressalva, óbvia, não é. – Justificou Anita.

– Mais vocês sabem que no meu coração sempre cabe mais um. – Afirmou Vera, para agradar a todos.

– Mais um? – Não, não gente, por favor, já tem gente demais nessa família, eu não quero outro irmão não. – Giovana alegou.

– Meia dúzia, já não esta de bom tamanho não. – Ben riu.

– A porque eu bem que queria uma irmã, quem sabe da mesma idade que eu . – Pedro tagarelou do sofá.

– Não irmã não, porque você já tem três, já tá de bom tamanho cabecinha. – Anita brincou.

– Também acho, também acho imagina se sai com o gênio da Sofia. – Giovana rebateu debochada.

–Não é pior do que herdar teu gosto cafona por música, né pirralha. – Gritou a loira ofendida, enquanto assistia televisão abraçada no irmão mais novo.

– Pois fique você sabendo que quando o assunto é música meu gosto é muito refinado, deixa de despeito, o loira azeda. – Giovana esbravejou de volta.

– Gente deu o assunto, chega de confusão, impressionante vocês, até porque eu não tenho mais pique pra encarar mais um igual a vocês, então ninguém vai ganhar irmão nenhum. – Vera botou um ponto final na falação.

–Chamou a gente de diabinhos. – Anita resmungou.

– Não, mas quando se juntam, andam quase lá. – Vera afirmou, impressionada com o “hauê” que os filhos sempre faziam com tudo.

– Ainda bem que eu só tenho uma, disso eu não sofro. – Marta sorriu, largando o copo que ela havia acabado de tomar água dentro da pia, e voltando a sala.

– Sorte tem o Ben, que ainda tem a mãe só pra ele, porque dividir a minha com a Vitor é um carma da natureza gente, sem mais. –Giovana afirmou, arrancando risadas de todos.

– Ai Giovana socorro, bom eu já nem posso dizer nada, porque, esquece. – Falou Anita sessando o riso.

– Eu tive o carma de ser tua irmã, né Anita, aliás, o. – Sofia se calou ao perceber que iria falar demais acerca de Caetano, e deduzindo porque Anita não prolongou o assunto.

– Alguém atende a porta, Sofia, Pedro. – Vera pediu, enquanto se desdobrava na cozinha.

– Eu vou. – Disse Pedro, se levantando sem vontade.

– Pra você Anita. – Falou Pedro, voltando com um buque de flores do campo na mão, momentos depois.

– Oi? – Disse a garota confusa.

– É, o teu nome ainda é Anita, não é, foi isso que disso o entregador. – Pedro alcançou as flores a ela.

– Só pode ser uma piada de mau gosto isso. – Anita afirmou, desconfiando do remetente das flores.

– Ué agora não podem te mandar flores filha. – Vera riu da cara dela.

– Não, não é isso, as pessoas não costumam serem muito educadas comigo, e depois eu não tenho ninguém pra mandar, não que eu me lembre. – Disse ela, sacando que aquilo não dizia a respeito nem um pouco a Ben. – A não. – Resmungou a garota, ao ler o cartão que estava junto.

– De quem são Anita. – Vera perguntou.

– Fala Anita. – Giovana também questionou em total estado de curiosidade.

– ‘Filha querida, é com muito pesar que desmarco o nosso encontro, mande um beijo pra sua irmã, e não sinta raiva de mim, eu lhe imploro, afinal o gênio da Vera fez um estrago maior em você do que na sua irmã. Brincadeira, sua mãe é um anjo, um beijo.’. – Anita leu em pensamento o bilhete do pai, enquanto procurava o que falar, com tantas coisas ela já até havia visto a história de encontrar Caetano cair no esquecimento de sua memória, tanto que talvez ela nem precisasse ser lembrada de tal catástrofe.

– E ai Anita, de quem são. – Ben acabou pressionando a garota, pois se viu curioso já que tinha certeza que dele não eram às flores.

– Do, do, do... – Anita gaguejou enquanto encarava Sofia. – Esqueci. – Disse ela, sem saída.

– Como assim Anita. – Giovana falou. – Deixa eu ver de quem é. – Falou a ruiva não e aguentando de curiosidade, e tentando pegar o cartão da mão de Anita.

– Não, não, espera né gente, as flores eram pra mim. – Anita tomou como desculpa, enquanto procurava o que dizer, impedindo que Giovana pegasse a cartão.

– São do Martin, ele me disse mesmo que iria te mandar Anita. – Sofia pulou do sofá e veio até a cozinha, receosa, não sabendo porque mentiu a primeira coisa que lhe veio na mente para ajudar irmã.

– Do Martin? – Anita repetiu boquiaberta, odiando Sofia por envolver o menino naquilo, mais em parte agradecendo.

– É Anita, ele me disse que iria te mandar flores, pra agradecer o fato de você estar disposta a ajudar na preparação do casamento com a Micaela, os dois já estão pensando nos detalhes. – Sofia desenvolveu a mentira rapidamente.

– Eu ajudar, jura. – Bufou Anita disfarçadamente de volta.

– Claro, eu vou fazer o vestido pra ela, e você vai ajudar com a decoração, ele ficou muito grato pela gente ajudar. – Falou a loira convicta.

– É realmente. –Anita confirmou, querendo era se livrar da situação.

– Ah o Martin é um fofo mesmo, a Micaela tem muita sorte. – Vera afirmou convencida de toda trapalhada, enquanto Ben trocava olhares contrariados com Anita.

– Muito, Sofia você pode ir lá em cima um minuto, lembrei que eu preciso te falar uma coisa. – Disse Anita, ordenou com os olhos que a loira lhe obedece.

– Vou. – Concordou ela, subindo as escadas, seguida de Anita.

– Que maluquice foi aquela. – Anita reclamou com ela, entrando no quarto, e fechando a porta bruscamente.

– Sei lá, pela tua cara que tinha visto assombração eu vi que você precisava de uma desculpa. – Ela respondeu cruzando os braços.

– E tinha que ser com o Martin. – Alegou Anita se enfurecendo.

– Ué, e iria seria com quem, você fala como se tivesse um vasto currículo de caras se arrastando nos teus pés, ai Anita, todo mundo sabe que você só teve dois namorados na vida, e o outro tava lá na cozinha te olhando com a cara de tacho, queria o que, que eu tivesse dito que eram do Ben, olha que o final iria ser trágico, ou você acha que a mamãe gosta de sair por aí exaltando que você se agarrou com o filho do padrasto na cara dela as escondidas. – A loira retrucou sem paciência.

– Ah só eu, nem vem. – Anita devolveu, entre um suspiro forte.

– E eu não quero falar do passado, até porque eu pretendo melhorar o meu currículo daqui pra frente. – Sofia respondeu revirando os olhos.

– Com quem, com o Sidney. – Anita implicou com o semblante debochado.

– A cala a boca, ou eu vou te bater, ah eu juro. – A garota se incomodou.

– Ah que medo, Sofia eu não tenho medo de você, não, aliás, a gente brigar é quase um exercício diário, que só vendo. – Anita afirmou, não segurando o riso.

– Mais de quem são as flores, vai me dizer que você arrumou um filho do dono, de alguma dessas lojas de decoração do Barra pra qual você anda produzindo tuas peças. – A loira questionou. – Rico, lindo, já basta. – Falou ela deslumbrada.

– Hahahahaha, amei a piada. – Anita disse sarcástica. – Olha só. – Falou alcançando o cartão que estava junto com as flores para que a irmã visse com os próprios olhos.

– Ah não, Anita, só podia ser coisa dele. – Pronunciou ela irritada com o pai. – Poxa se era pra dar um bolo na gente, que mandassem um presente mais descente, não um bando de flores murchas. – A loira reclamou.

– E você acha que ele vai ter dinheiro pra isso, e sem falar que iria chamar muita atenção. – Anita afirmou, em parte entendendo a atitude do pai.

– Mais era muito melhor, vontade de esganar o papai viu, que só vendo. – Sofia disse em um tom de decepção.

– Quer saber, eu juro que eu não entendo porque eu não conto pra todo mundo a verdade, porque vontade não me falta. – Anita alegou cansada de tapear as presepadas de Caetano.

– Pra que, pro Ronaldo denunciar ele pra policia, Anita se nosso pai vai preso, ele nunca mais sai de lá, você não pode fazer isso. – Sofia quis argumentar.

– Ai tá Sofia, o Ronaldo não iria gostar disso, ok, e eu não vou destruir o casamento dele com a mamãe, porque com certeza ela não iria concordar em botar o pai das filhas na cadeia, por mais errado que ele seja, e ele é. – Anita achou melhor esquecer realmente que Caetano ainda existia.

– Acho melhor assim mesmo. – A garota respondeu mais aliviada.

– Eu vou descer. – Disse Anita.

– E eu vou destruir esse bilhete. – A loira falou, rasgando o papel em pequenos pedaços.

– E eu não vou te agradecer pela desculpa, afinal você é que quer deixar tudo isso ainda em segredo, eu já nem sei mais. – Anita esclareceu, antes de sair pela porta, enquanto a loira apenas bufou atrás dela.


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