– Então quer dizer que o senhor, tá mesmo pensando sério em se casar com a Micaela, é oficial, Martin o pegador, vai casar. – Anita brincava com as confissões dele, enquanto os dois conversavam no sofá da empresa da mãe.

– É to, pensando não, eu vou me casar com ela. – Martin respondeu, alegre.

– Quem diria, você casando. – Anita falou, contente por ele.

– Ué porque, eu também já te pedi em casamento, lembra dona Anita, te dei até um anel. – Martin jogou uma almofada nela.

– É pediu, mais eu acho que você não tava levando muito a sério, quer dizer, acho que no fundo você não pesou exatamente, o que implicava um casamento. – Anita respondeu rindo, da careta que ele fez.

– Ah Anita, pode ser, eu não vou dizer que você tá errado, mais na época eu acho que nenhum de nós dois estávamos, assim, nessa onda vai. – Especulou ele. – Mais eu acho que naquela época você não se via casando, mais alguém, alguém assim, fez você mudar de ideia. – Martin disse, rindo malicioso.

– Hahaha e quem? – Anita negou. – É pensei, repensei, pendei de novo, e acho que estou repensando de novo. – Anita disse, decepcionada por seus desentendimentos com Ben.

– Que, que foi, vocês brigaram. – Martin questionou, vendo que ela estava com um certo desanimo.

– Por aí, sei lá, nem eu sei explicar. – Disse Anita, pensativa, não ela sabia quais eram as respostas.

– Bom vocês estavam juntos de novo, né, pelo menos eu acho que vocês andaram se engalfinhando, vai por mim, isso ainda vai longe, você e o Ben se amam Anita, e olha que eu nunca achei que fosse dizer isso numa boa. – Martin admitiu. – Cara eu tinha ódio, do Ben com você, achava estranho o cuidado dele contigo, mais eu nunca, sei lá, sabe, eu me confundia, tinha horas que eu achava que eu tava pirando em achar que tava rolando alguma coisa entre vocês. – Falou Martin, lembrando de algumas de suas atitudes.

– Não relaxa, e acho que nem o Ben sabia que rolava, tá aí Martin eu tenho um problema sério. – Afirmou ela, de maneira debochada.

– O que, como assim. – Martin se viu perdido, nas afirmações dela.

– Ué, simples, você e o Ben tem problemas pra perceber que uma garota tá afim de vocês, porque você fez a mesma coisa com a Micaela, e antes da gente namorar, primeiro você perguntou se tava entendendo certo sobre a gente. – Anita zombou da situação. – E eu, me apaixono por caras assim. – Anita concluiu.

– Cara, eu não sei quanto ao Ben, mais eu acho que eu tenho. – Martin confessou. – Porque que você acha que a Micaela, me chama de mané, lento e por aí vai. – Disse ele, as risadas.

– Ai Martin, que loucura, como a vida dá voltas. – Anita disse, vendo como tudo mudou.

– É, mais você admite que você era apaixonada por mim. – Perguntou ele apreensivo.

– Era né, para também não vou dizer agora, que eu nunca senti nada por você, a gente se dava bem, nossa relação que desgastou, a gente não cuidou dela como deveríamos, mais cara o que eu tenho com o Ben, é fora do comum, bati o olho nele e cai de quatro, até chega a soar como um sinônimo de burrice isso. – Ela exclamou, com boas lembranças lhe dominando, enquanto lembrava do encontro dos dois em Miami.

– É verdade, bom como você sabe quem caiu de quatro por mim foi a Micaela, nessa história eu fiz o mesmo papel que o Ben, o do lerdo. – Martin afirmou, sem se importar com sua própria desgraça.

– Ai Martin, tomara que você seja feliz com ela, não, você vai ser, sem dúvida. – Anita desejou ao garoto.

– Obrigado, mais você vai ser também, o Ben é teimoso, você não vai se livrar dele tão fácil, e eu sei que quando você quer, ninguém te impedi, vai por mim. – Felicitou ele de volta.

– É, mais eu tenho um longo caminho até lá, muita coisa ainda pra colocar no lugar, ou seja, eu vou continuar desbravando o oeste praticamente. – Anita afirmou, bem-humorada, mas consciente da situação.

– Certo. – Martin riu.

– Martin, esse negócio do Ben, eu, não conta pra ninguém. – Pediu Anita, não querendo complicações para agora. – Né porque eu acho que você já viu, que minha mãe, acho que me casaria até com o Antônio, mais não com o Ben. – Especulou ela, cansada das broncas de Vera.

– Que vocês se pegam, não, relaxa, ninguém percebe mesmo. – Martin implicou com ela. – Anita também não é assim, eu acho, uma hora ou outra ela vai acabar vendo que não tem jeito, ou aceita ou aceita, e o Antônio, cara aquele ali, nem a garota mais má do universo merece. – Disse ele, tendo consciência de que o garoto não era nada confiável.

– Sei lá, mais naquela época que eu dei uma, enfim, a mamãe nunca se importou de que o Antônio tivesse perto de mim, não sei. – Afirmou Anita querendo entender. - E Martin, não brinca, você sabe que a mamãe, enfim, não sabe da gente, não agora. – Anita atirou uma almofada que estava ao seu lado nele.

– Calma, só pra não perder a piada. – Martin disse, segurando a almofada. – E olha, eu não vou contar, nem falar nada, eu não contei quando eu desconfiava, imagina agora, que o lance é concreto, e ó, eu fui o primeiro a desconfiar de vocês, eu acho. – Proferiu ele com sorrisos.

– Ah ok, quer o que, um prêmio por isso. – Anita riu sarcástica.

– Oi, a minha mãe tá ai. – Perguntou Mariana chegando.

– Tá lá dentro. – Martin esclareceu simpático.

– Bom eu vou lá, não quero atrapalhar o papo de vocês, ah e Martin, eu comprei um ingresso pro show lá do Embaixada. – Mariana afirmou, sorridente.

– Ah bacana, eu preciso bombar o lugar mesmo. – Martin agradeceu.

– Claro, você tem cara de que não tem medo de um bom desafio, eu admiro isso. – Disse ela, aos sorrisos.

– É principalmente agora, que ele vai casar, bonitinho sabe, véu grinalda, igreja, tudinho que tem direito. – Anita rebateu meio irônica.

– Ah claro, garota de sorte tua noiva, parabéns. – Disse Mariana.

– Muita, a Micaela, ela trabalha com a mamãe, talentosa. – Anita não deixou Martin abrir a boca.

– Que bom, eu vou falar com a mamãe. – Mariana disse se dirigindo ao corredor.

– Eu não gosto dessa garota, parece que ela quer vantagem em tudo. – Anita afirmou a Martin, com uma sensação estranha.

– Anita para, deixa de ser desconfiada vai, a menina é bacana, tenta ser simpática. – Martin argumentou.

– É, só que tenta demais, e a mim ela não convence, e ela tava dando em cima de você, banana, cuidado hein, Micaela é bem esperta, e essa ai também. – Anita afirmou para ele, como forma de alerta-lo.

– Anita, que bobagem. – Martin não levou muita fé.

– Ah é, então vai nessa, que ela te cata no primeiro canto, e ai ó babau casamento, Micaela nunca mais te perdoa, porque a gente pode perdoar tudo Martin, agora chifre, fica difícil, pelo menos no momento, depois de uns dez anos quem sabe. – Disse Anita, o deixando ciente do situação.

– Credo, medo de você, o teu futuro e atual namorado, que não te traia. – Martin afirmou, não resistindo em achar graça dela.

– É, bom pra ele, e pra duração da nossa relação, até porque a minha cabeça, já anda meia né, com umas decorações de plano de fundo, não foi conselho teu isso não né, porque se eu descobrir que foi, eu te arranco o coro depois. – Anita disparou debochada.

– Eu não tenho nada a ver com isso, não põe na minha conta, problema teu com ele, aliás, a senhorita deixou vago, as outras acharam que podiam tomar conta. – Martin afirmou.

– Ah claro, não é, porque o discurso é o mesmo, só muda o endereço, foi você que me deu um pé, por isso que eu fui ficar com outras. – Anita disse, fazendo caretas.

– Melhor a gente parar por aqui né. – Sugeriu ele.

– Muito melhor. – Anita concordou rindo.