A noite.

– É você sabe do pessoal. – Mariana perguntou a Ben, que lia um livro na sala.

– Não, eles devem ter saído, quando eu cheguei, já não tinha ninguém. – Ben não viu problema em responder.

– Cara minha mãe tem esse habito sabia, de me esquecer nos lugares. – A garota riu.

– É, eu acho que eu sei um pouco o que é isso, minha mãe é meia distraída também. – Ben falou simpático.

– Você não tem ideia, você morava em Miami, não é, eu passei umas férias lá, cidade linda. – Disse ela, puxando assunto.

– É morava, é uma cidade incrível mesmo, mais meu lugar não é lá. – Ele respondeu, parando de ler o livro, mais por uma questão de educação.

– Mais é linda, eu acho que é um dos lugares mais incríveis que eu já conheci. – Mariana afirmou sorridente, sentando de frente para ele no sofá.

– É muito bacana mesmo. – Ben falou de volta.

Anita que entrava em casa, parou a porta presenciando a cena dos dois conversando, não gostando em nada e fazendo força, para não explodir diante da situação.

– To atrapalhando a conversa de vocês. – Anita falou ríspida, chegando até eles, fuzilando Ben com os olhos.

– Não, ela só tava perguntando cadê o pessoal, você viu alguém Anita. – Ben só pela cara da garota, acabou percebendo o que passava nos pensamentos dela.

– Não, como você pode ver eu acabei de chegar da rua, como você sabe eu não tenho, poderes sobrenaturais, mais bem que eu queria as vezes. – Anita afirmou seca.

– Pois é até a Sofia sumiu, eu tava lá no quarto com ela, ela desceu e nem me avisou que sairia. – Mariana disse, nem percebendo o clima tenso entre Ben e Anita.

– Chato, né, falei pra Sofia deixar de ser mal-educada, mais a minha irmã, não me ouve. – Anita ironizou, revirando os olhos.

– Anita, é você conseguiu terminar o trabalho lá com a Julia. – Ben tentou conter a garota.

– Não, mais eu não sei, se isso foi bom ou ruim. – Continuou ela sem se importar, vendo um ciúmes doido se instalar nela.

– Oi gente, e ai.- Luciana, Bernadete, Vera, Marta, e Cícera chegaram.

– Tavam onde. – Anita questionou, cruzando os braços.

– Na empresa, fomos mostrar tudo pra Marta. – Vera justificou.

– Ah claro. – A garota retrucou, com uma cara fechada.

– Eu vou fazer um suco pra gente. – Vera disse saindo com Marta, e Mariana até a cozinha.

– E eu vou comprar o pão que a mamãe pediu, e poxa vida, eu destrambelhada esqueci. – Anita falou pegando a bolsa novamente.

– Não, a gente precisa conversar, eu vou com você então. – Disse Ben, se aproximando dela.

– Eu vou sozinha, fica ai, tava tão bem. – Anita rebateu, nervosa enquanto ajeitava a bolsa no ombro.

– Anita, pra que isso, vamos conversar. – Ben ainda insistiu.

– Eu não vou conversar com você, se eu for conversar com você agora, ai eu não sei, é melhor você nem imaginar o que eu to pensando em fazer. – Anita resmungou furiosa.

– Anita, pera aí. – Ben ainda tentou impedi-la de sair pela porta. – Deus do céu. – Disse isso, passando as mãos ao rosto.

– É isso que eu chamo de subestimar a pessoa. – Luciana afirmou sarcástica.

– Obrigado, me ajudou muito. – Ele rebateu, nervoso.

Um pouco mais tarde.

Anita jantou na casa de Julia, processando o gelo que deu em Ben mais cedo, e depois resolveu voltar para casa.

– Ai que isso. – Anita assustou-se, quando encontrou alguém em sua cama.

– Você, o que você faz aqui Ben. – Anita falou, quando acendeu a luz.

– Nada, eu vim estudar aqui, o Pedro e o resto do pessoal tavam vendo um filme lá na garagem. – Ben disse, percebendo que havia cochilado.

– E a Giovana e a Sofia cadê. – Anita indagou rindo.

– A Sofia, acho que foi embora com a Bernadete, e a Giovana saiu com a Clara, acho que foi pra casa dela depois. - Justificou ele. – E depois eu precisava falar com você, poxa achei que você nem ia voltar pra casa. – Afirmou Ben, juntando os cadernos.

– Olha que você já arrumou desculpas melhores pra tentar se enfiar na minha cama, pena que não teve muito sucesso. – Anita debochou. - Eu tava com a Julia, só voltei porque, não peguei nada pra pousar lá. - Explicou ela meio sem vontade.

– Dá pra parar, o que te deu hoje. – Questionou ele.

– O que deu em você, tava conversando com aquela pessoa, por que. – Anita retrucou de volta.

– Anita, por favor, eu tava sentado ali na sala, à garota veio me perguntar de todo mundo, eu ia fazer o que, ficar mudo, coisa boba Anita. – Ben disse, perdendo a paciência.

– Podia, podia ter virado as costas e saído. – Anita bufou, largando a bolsa no poltrona a sua frente.

– Para com isso, que besteira é essa. – Ben perguntou, não entendendo a irritação dela.

– Olha aqui, eu odeio quando você vem com esse papo pra cima de mim. – Disse ela apontando um dedo em direção dele. – Para de pirar Anita, para de falar coisa que não existe. – Ela afirmou gesticulando e o imitando. – Que raiva. – Esbravejou.

– Anita para mesmo, não tem nada a ver isso. – Disse ele se aproximando com um sorriso.

– Cai fora, meia dúzias de beijos, não vão fazer eu mudar de opinião. – Afirmou ela, ainda irritada.

– E que opinião Anita. – Ben perguntou rindo.

– Acho bom você pensar em seguir o conselho do Vitor, que ele te deu quando você tava com a Sofia, pensa em pegar alguém de outra família da próxima vez. – Anita retrucou o fitando.

– E eu acabei de quebrar não é, a gente voltou, Anita isso é impossível, e eu não vou me separar de você, nunca mais. – Afirmou ele, colocando uma mão no rosto dela.

– Cai fora, eu já disse, e mesmo que seja verdade, até é, eu não gostei tá bom. – Anita reclamou, não querendo se dar por vencida.

– Para de bobagem, a gente já tem tanto problema, você tá querendo me arrumar mais um, e sem cabimento. – Ben afirmou a beijando.

– Se pode sair, por favor, eu quero dormir, já disse que não vai adiantar. – Falou ela.

– Tem certeza. – Ben insistiu a beijando. – Você não vai dormir de cara amarrada comigo, por uma coisa que nem se quer faz sentido. – Ben argumentou, com muitos beijos.

– Tenho, e vou sim, quer dizer não, não sei, tarde de mais. – Anita respondeu confusa, esboçando um sorriso, embarcando novamente em um beijo, com os dois se sentando sobre a cama.

– Ben some, pode aparecer alguém aqui, e eu não to afim, de dar explicações. – Anita mudou o rumo da situação, antes que ela saísse de controle.

– Deixa de ser exagerada. – Disse ele voltando a beija-la.

– Exagerado é você. – Ela afirmou o puxando.

– Cinco minutos vai, não é possível que a gente vai dar tanto azar assim. – Falou ele, rindo sem se importar.

– Nem meio, que se não quem perde o resto do juízo sou eu, é sério vai. – Disse ela abrindo a porta.

– Ai Anita. – Reclamou ele, rindo.

– Vai, boa noite. – Insistiu ela.

– Boa noite. – Respondeu Ben com um beijo.

– Vai logo. – Anita murmurou o afastando, não contendo uma risada abafada, para não fazer barulho.

– Tchau. – Ele proferiu com mais o beijo, e ela fechou a porta em seguida.

– Maluco. – Falou ela para si mesma, jogando-se na cama.