– Se tá nervosa. – Ben questionou Anita, quando os dois chegaram em frente ao portão do casarão.

– Não muito, um pouco, tá bom muito. – Respondeu ela tensa. – Mais eu não vou desistir. – Anita afirmou.

– A gente vai conseguir, vai dar tudo certo. – Disse ele segurando a mão dela.

– Vai, tem que dar, também se não der, paciência. – Ela falou, querendo manter a calma.

– Então melhor a gente entrar. – Ben argumentou.

– É que sei lá, o problema não é contar, é que quando a gente namorava escondido, rolava umas situações esquisitas por causa disso, também ninguém desconfiava, ai a gente contou pra ficar um pouco mais na paz, ai Ben tudo desando, parece até uma maldição. – Anita fez um desabafo.

– Ei, calma, o que rolou não tem nada a ver com isso, tem a ver com a doentia do Antônio, Anita não pensa nisso. – Ben respondeu, tentando tranquilizar a garota.

– Eu sei, mais se o Antônio não soubesse da gente. – Afirmou Anita, olhando ele arredia.

– Anita, o Antônio ia acabar desconfiando, eu não ia deixar ele chegar perto de você, do mesmo jeito, e na boa ele ficou sabendo de um jeito ou de outro, ele é esperto, aquele infeliz, você sabe disso. – Ele exclamou, encarando o olhar confuso dela.

– Tá, eu acho que eu to, me apegando numa coisa que não tem nada a ver, vamos logo vai, é melhor contar de uma vez. – Anita entendeu os argumentos dele.

– A gente já superou coisas mais difícil do que isso. – Disse ele com um sorriso.

– É a gente começou driblando um problema não é, quando eu quebrei aquelas coisas na loja, e você descobriu que não tinha dinheiro suficiente pra pagar, e saiu correndo e me levou junto. – Respondeu Anita rindo.

– Tá vendo, não é de hoje que querem separar a gente, e nós ainda estamos aqui, não é atoa. – Ben afirmou achando graça.

– Não, e depois ainda a gente se desencontrou, e eu voltei e pedi tanto que a gente pudesse se ver de novo, e você foi parar na minha casa, acho que eu pedi de mais, não precisava ter sido tanto, bom pelo menos ia facilitar um pouco. – Brincou ela, deixando o nervosismo ir embora.

– Foi só uma pequena parte, do que ainda viria. – Afirmou sorrindo e com um beijo.

– Vamos entrar vai. – Anita respondeu, com um suspiro.

– Vamos. – Ben disse concordando, e os dois se dirigiram ao casarão.

– Oi gente boa noite. – Anita falou entrando em casa, com aperto no estomago que insistia em permanecer.

– Boa noite, ué cada meu pai e a Vera. – Ben indagou, vendo Pedro, Vitor, e Giovana no sofá.

– Ah tão lá em cima, uma chatice. – Giovana respondeu parecendo estar mal-humorada.

– Achei que eles não tinham chegado ainda. – Anita ficou mais aliviada de saber que todos estavam.

– Ah mais chegaram e você não imagina quem chegou também. – Vitor rebateu, Ben e Anita nem se ligaram muito nas palavras dele.

– Eu vou chamar eles, pra gente falar logo. – Ben disse, soltando a mão de Anita por um instante.

– Vai, é melhor falar logo. – Anita achou mais fácil não adiar.

– Oi filha. – Vera desceu a escada, antes que Ben se movesse.

– Oi mãe. – Ela ficou pasma, quando viu que a família não estava sozinha.

– Oi Anita. – Falou a mulher vindo até a garota.

– Tia Marta. – Anita falou quando ela a cumprimentou.

– Tudo bem. – Perguntou ela.

– É tudo. – Anita respondeu ainda em choque. – Mariana, surpresa dupla. – Anita proferiu, sentindo sua cabeça rodar.

– Anita tudo bem, bom quando a mamãe disse que vinha fazer uma visita pra Tia Vera, eu não pude deixar de vir junto. – Disse cumprimentando Anita.

– Tudo ótimo. – Anita olhou para Ben desconfiança.

– Ben, meu filho mais velho. – Ronaldo apresentou.

– Muito prazer. – Falaram as duas quase juntas.

– Olá tudo bem. – Ben respondeu quase sem voz, diante do susto.

– Bom é, bom ver vocês, mais eu acabei de chegar da rua, vou subir trocar de roupa, depois a gente coloca as conversas em dia, não é gente. – Anita tentou disfarçar seu espanto com tudo.

– Vai lá filha. – Vera falou sorridente.

– Claro depois nos falamos. –A mulher afirmou contente.

– É, o pai, cadê minha mãe. – Ben precisava sair dali.

– Acho que esta lá em cima, meu filho. – Ronaldo respondeu simpático.

– Eu vou falar com ela. – Ben afirmou. – Com licença. – Disse ele saindo.

– Ben me diz que isso é um pesadelo, eu bati com a cabeça não foi, eu cai na aula de educação física hoje. – Anita resmungou, quando percebeu a presença dele atrás dela.

– Quem me dera, porque se foi isso, eu rachei a cabeça numa pedra Anita. – Respondeu ele desanimado.

– Não acredito nisso. – Anita disse entrando no quarto com ele.

– Que jeito contar agora. – Ele reclamou impaciente.

– Não, não dá, com essas duas aí, Ben essas duas são muitos esquisitas, adoram julgar a vida dos outros e fingem que não. – Afirmou ela sentando.

– Operação abortada, o que, que elas vieram fazer aqui. – Ben indagou.

– Eu não sei, elas não aparecem aqui desde que o casamento da mamãe deu errado. – Anita esclareceu atordoada. – Ai Ben, me diz que isso não esta acontecendo, me diz que é mentira, por favor, isso é castigo, porque a gente fica se pegando escondido só pode. – Anita choramingou.

– A gente vai contar do mesmo jeito, uma hora ou outra, não precisa também desanimar tanto assim, a gente foi pego desprevenido Anita, fazer o que agora. – Ben tentou ver o lado favorável da situação.

– Desprevenido, Benjamim, a gente é pego desprevenido, quando a gente tá no caixa do supermercado, e o cartão não passa, isso é muito azar, isso sim. – Anita jogou-se na cama.

– Não fica assim vai. – Falou ele a puxando pelo braço. – Também ninguém morreu, por enquanto. – Afirmou ele.

– Eu vou morrer, eu já morri, aliás, príncipe, eu quero grita. – Anita esbravejou.

– Fica tranquila, também elas não vão morar aqui em casa, daqui a pouco elas vão embora. – Ben falou a abraçando.

– Bom, a Meg veio e ficou, não. – Anita fez uma careta o encarando.

– Ai Anita. – Bem riu dela.

– Para de ri, a desgraça não é só minha, não tá. – Reclamou ela batendo no braço dele.

– Situação diferente não é. – Afirmou ele.

– O que deu na mesma, não é, a gente se calou. – Anita retrucou, incomodada com a situação.

– Pensa numa coisa só, tudo bem que a gente não conseguiu abrir o jogo pra geral, de repente nós tentamos conversar com meu pai e a Vera, mas ninguém vai pegar no nosso pé, todo mundo tá muito ocupado com as visitas. – Ben afirmou rindo.

– É, é uma hipótese, mais enquanto isso, a gente continua fingindo. – Ponderou ela.

– É, e a gente fingi tão mal Anita, ou melhor a gente não finge. – Ben respondeu, vendo o susto inicial passar.

– Não, disfarçar não é nosso foco, agora só falta à gente ter que se atracar na mesa de jantar não é, foi à única coisa que funcionou da outra vez. – Anita resmungou, perplexa.

– Não é uma má ideia, tática desesperada, mais tudo bem. – Disse ele, seguido de muitos beijos.