Addictive Love escrita por ervilha


Capítulo 1
Uma viciada como as outras


Notas iniciais do capítulo

.-. O tema do início parece um pouco desinteressante, porque não tem yaoi nem yuri nem nada que se pareça (que são temas que chamam a atenção), mas não deixem de ler e mandar reviews D=



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            Chovia.

            Minha mãe falou que é normal aqui. É? Nunca tinha reparado. Será que já choveu antes aqui? Ah é, lembrei. Choveu no dia que eu tinha combinado ir com a galera no Anime Friends. Mas só esse dia. Ou não? Talvez eu nunca tenha parado para olhar da janela, vendo a chuva caindo. Ela não é linda? Nossa, tanta coisa linda à minha volta. Não, hoje não está lindo. Será que alguma vez esteve? Parece que eu nasci hoje. Mas não, não posso ter nascido. Tenho quinze anos, tenho certeza. Estamos na Primavera, era suposto chover? Seja como for, o computador está desligado. Vou ter que deixar todos aqueles que conheci durante todos esses anos. Porquê ele está desligado? Porquê eu não podia simplesmente aproveitar a chuva outro dia? Hoje tinha evento lá no Ragnarok.

 

 

            - Janaína, venha comer um pouco de seu bolo.

            - Não quero, mãe. – Eu abraçava meu pikachu de pelúcia.

            - Filha, – Ela batia na porta. – Quem foi o garoto dessa vez?

            Eu passava a vida tentando pegar namorado, mas só sofria desilusões. Eu me trancava no quarto. Eu vivia para conseguir um namorado. Nesse mesmo aniversário, meu 13º aniversário, ela me deu um computador, esperando eu deixar de depressões.

 

 

            Agora, passados dois ou três anos, minha mãe me proíbe de usar o computador. Porquê? Porque eu estava me excluindo da sociedade. Minha vida se baseava em ver animes, fazer cosplays em festivais de animes e eventos, jogar aí uns joguinhos online e falar no msn. Só isso. Com esse castigo, ela deve querer que eu volte ao mesmo de sempre. A uma depressão horrível. Tudo bem. Sádica.

 

 

            - Bárbara. – Eu cutucava o ombro de minha colega da frente, durante a aula de Português. – Posso ir hoje na sua casa ver Naruto? Lançou o novo episódio.

            - Toda sexta-feira é a mesma coisa, menina! Deve achar que minha casa é sala de cinema. – Ela se virou para a frente. Se eu estivesse falando com ela no msn, falava “nemri”.

            Precisava achar a Raquel. Com certeza ela me deixaria jogar o Naruto Ninja Storm, já que ela tem lá no pc dela o jogo emulado. As aulas de Português não tinham mais sentido para mim. Eu deixara de ser uma boa aluna desde que começara jogando e deixando os deveres de lado. Não que animes me fizessem de uma pessoa burra. Não, isso nunca. Animes são cultura. Mas, meu empenho não estava bom.

            A aula terminou. Acho que não chovia mais, sei lá. Estava mais preocupada em achar a Raquel. Esse assunto da chuva, fica parecendo que eu quero ser meteorologista (ia botar um “-n” na frente, vício de msn).

            Achei a Raquel. Ela estava falando lá com um cara que eu tentei namorar uma vez, mas sem sucesso. Ele é bonito, fazer o quê, chamou minha atenção. Agora, não tinha mais interesse nenhum para mim. Me apaixonei pelo Kaname. “Brimks”.        

            - Raquel, amor do meu coração. – Não costumo ser melosa assim, falta de computador está afetando meu cérebro. – Ah, e oi para você também. – Eu acenava para o garoto loiro e de lentes azuis. – Você vai jogar Ragnarok hoje? Ou será que eu podia jogar?

            - Delicinha, você está de castigo? – Era o garoto loiro, ignorei, simplesmente.

            - É verdade o que ele falou? – Ela cruzava os braços. – Lamento, mas se você está de castigo, não pode ir no meu computador. Vai que sua mãe descobre e eu ainda sou levada de castigo junto, por ter deixado. – Ela retirava sua pastinha com uns lobos fofos colados na capa. – Pega essa morada. Essa casa é de uma garota que tem um monte de computadores.

            - Você pode usar um deles. Ela antes era viciada também, comprou todo esse computador, nem sei para quê, e agora não precisa mais. – Ele terminava o que ela havia começado a falar.

            - E posso usar todo dia? – Meus olhos brilhavam, que nem aquele emoticon que eu não via faz já dois dias.

            - Não. Só pode usar dois computadores cada semana. Mas, tem que usar sempre os mesmos. – Ela arrumava a pasta e mudara sua expressão. – Os computadores vão mudando de lugar. Se você usar um computador diferente dos dois que usa habitualmente, não pode mais entrar lá. E todas as contas que você acessar diariamente, serão hackeadas. Quer você deslogue, ou não.

            Isso me assustava. Queria outras opções, só que ninguém estava afim de me ajudar. Com certeza que se eu falasse isso para minha mãe, ela me deixaria acessar o computador duas vezes por semana, ao invés de correr o risco de ter minhas contas hackeadas.

            - Ela é uma hacker perigosa, Jana delícia. – Ele se levantava e botava a mala nas costas. – Toma cuidado! – Ele havia me tocado com o dedo de leve na ponta do meu nariz, virou costas e foi embora.

            - Lamento não ter melhor jeito para te ajudar, Pudim. – A Raquel, que carinhosamente me chamava de Pudim (porque eu chamo Chocolate a ela), fora embora também.

            Será que valia a pena arriscar nessa casa? Resolvi usar meu Twitter móvel e enviar uma mensagem a toda galera da minha guild do Wonderland. Esperei uma resposta. Passados uns segundos, já tinha chegado. Viciados, sei.

            Todos falaram que eu devia arriscar, sendo que a situação era de alerta vermelho, porque essa tarde teria double exp para todos os chars de level superior a 10.

 

            Cheguei na porta. Estava fechado… ou aparentava estar fechado. Até que uma garota chegou na porta. Ela parecia meio… patty.

            - O que você quer de mim?

            - Queria tentar ir no computador.

            - Certo, entre. – Ela abriu a porta, eu passei. – Idiota… - Eu ouvi ela sussurrar para si mesma assim que eu passei.

            Escolhi o computador que estava na ponta. Eram seis. Todos iguais. Todos com a mesma cor, com o mesmo wallpaper, com o mesmo mouse, com tudo igual mesmo. Discretamente, peguei em uma caneta de tinta permanente e fiz uma bolinha vermelha na parte de baixo do teclado. Assim, reconheceria o computador da próxima vez que ali fosse.

            Joguei Ragnarok e Wonderland, assisti Naruto, Full Metal Alchemist (que não tinha terminado de assistir), Rosario + Vampire e Lucky Star. Aproveitei para falar com algumas pessoas no msn. Droga. Minha mãe estava online também. Corri bloqueando ela, só que ela já tinha me visto, inclusive me falou um “oi” seco. Não respondi, me limitei a sair do msn na hora. Meus amigos, que eram uns cem online, haviam de entender. Ah, e claro, eu estava matando aula.

 

 


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Notas finais do capítulo

^^ Um review, por favor.



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