How To Be Popular escrita por Kiishimetae


Capítulo 14
Como ter um babado.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy! =3



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Ok, ok, vamos lá. Lembra quando eu disse que gostei desse tal de Bradford, então, aqui vai uma pequena correção:

Ótimo, mais um louco.

ODIEI!

Não me levem a mal, ele até parece ser um cara legal e tals, mas... Bem, dois loucos não se dão muito bem e acredite, esse moleque é piradaço, o que faz eu me perguntar: De onde ele surgiu? Teve algum trauma quando criança? Aonde o mundo vai parar se mães inocentes continuarem tendo filhos psicóticos? Com quem aquela mulher estranha sentada perto da fonte está falando? Eu sou estranha? Por que eu só atraio gente doida? Por que eu sou amiga da Natalie? Será que eu realmente gosto do Josh? Qual nome daquele filme da mulher em coma que perturba o cara?

Ok, eu não sei porquê algumas dessas perguntas de repente surgiram em minha mente, mas é...

– Então... Você não fez isso, fez?- Pergunto mantendo um pouco de distância dele que não percebeu pois está mexendo no celular. Ele dá de ombros parecendo não se importar.

– Nada ao extremo.

– Como assim...- paro e arqueio uma sobrancelha.- Você pôs fogo na biblioteca de uma escola!

Ele enfim para e me olha.

– Você tem algum problema com isso?- Ele se aproxima de mim e creio eu que se eu chegar mais pra trás eu caio já que o banco não tem braço.

– É... Sim.

– Vou repetir a pergunta:- os olhos deles ficam estranhamente negros de repente, não que eles fossem claros, na verdade são castanhos, mas isso tudo é muito estranho, ainda mais o olhar de psicopata que ele está me lançando nesse momento.- Você tem algum problema com isso?- Ele perguntou lentamente como se estivesse falando com uma doente mental e eu não gostei nada disso.

– Você é estranho.

Ele se afasta.

– Aposto que você quer fugir de mim agora. - Ele volta a mexer no celular.

Perai, ele está me chamando de medrosa? Ok, admito, eu tô querendo muito sair daqui, mas ele me deu tanta raiva que me convenceu a ficar. Me ajeito no banco. Ele arqueia a sobrancelha.

– Sério?

– Ainda estou aqui.

– Hmm... Ok, então, mas que tal você chamar aquela sua amiga que não para de olhar pra gente. - Ele diz ainda mexendo no celular, fico chocada, como ele percebeu? Olho para nat que está tentando ser discreta.

Mentira. Na verdade ela está parecendo uma coruja com olhos arregalados e com o pescoço virado 180°. Então é claro que ele percebeu fácil, fácil pois se isso é ser discreta, então imagine o contrário. Faço um sinal com a mão a chamando e ela se levanta toda esbaforida e quase cai, ouço uma risada e olho para ele que continua teclando, quando viro pra frente de novo tomo um susto pois o traste que eu cismo em chamar de amiga está na minha frente.

– Me chamou? - Reviro os olhos.

– Natalie, Bradford. Psicopata, idiota.- Faço as devidas apresentações e ela bufa, ao contrário de Brad que apenas deu um sorriso, mas ele em nenhum momento se atreveu a olhar para qualquer outro lugar a não ser a tela de seu Smartphone que é muito lindo e eu estou prendendo a vontade de pegá-lo e sair correndo.

– E aí psicopata? Tudo ok? - Natalie se senta do meu outro lado, então eu fico no meio dos dois. Ele para de teclar e se vira pra ela.

– Tudo sim, idiota. - ele sorri. - E com você?

– Tudo ótimo. - E então eles sorriram. E eu aqui pensando que eles iriam começar a rolar pelo chão do parque e provavelmente Brad iria parar no hospital... Mas não, eles apenas... sorriram. Alterno os olhares entre os dois e enfim chego em uma conclusão.

– Vocês são estranhos.- alterno os olhares entre eles mais uma vez. - Se combinam.

– Quantas vezes ela falou isso pra você? - Pergunta Natalie ignorando minha existência.

– Perdi a conta - ele responde olhando pra ela. -, e pra você?

– Todos os dias ela demonstra que me ama falando essas lindas palavras. - Ela zomba e então eles começam a rir. DE MIM.

Não, não! Eles podem fazer tudo, menos rir de mim, zombar de mim, dormirem juntos, se casarem, andarem juntos, trocar mensagens e praticarem atividades juntos. Tá, ok, eles não podem fazer de tudo...

E isso NÃO é ciúme!

Me levanto.

– Vocês são uns idiotas. - Mal conheço o garoto direito e já o chamo de idiota, mas em apenas 7 minutos ele se mostrou ser um. Na verdade ele se mostrou ser bem estranho e até um pouquinho atraente...

É, eu acho que posso ser mais estranha que ele.

Começo a andar achando que Natalie me seguiria. Ledo engano. Paro quando já estou no meio- fio da calçada, me viro e me deparo com eles dois na maior “amizade”. Volto até eles pisando forte e juro que aqueles buracos no chão já estavam ali antes de eu passar.

– Com licença - chamo a atenção dos dois que param de conversar.-, não perceberam que eu estou indo embora puta da vida?

– Ér... Sinto muito por você? - Natalie arrisca, confusa. É claro que ela não entenderia que eu quero DISTÂNCIA desse moleque psicopata.

– Natalie, quero bater um papo contigo.

– Já estamos ba...

– NATALIE- a interrompo e ela se assusta.- Quero. Bater. Um papo. Contigo.- Vou pausando para ver se ela entende que eu bater um papinho com ela, mas bem longe desse troço que joga um joguinho com um barulho irritante no celular.

E ela parece entender pois se levanta e fica de frente pra mim, dou um passo pra trás. Ela é mais alta que eu, queria o que? Se eu fico muito perto dela eu pareço uma formiga! Ando um pouco para o lado e ela vem junto.

– Que é? - Ela pergunta, doce como sal.

– Não gostei dele, você me meteu numa fria!

– Ah, qual é. Você que é uma chata, ele é maneiro.

– Ah é? - pergunto com sarcasmo. - Ele já te contou da maravilhosa aventura dele na biblioteca? Ele secou os livros ao extremo, ééé, tanto que eles viraram cinzas!

– Ele queimou livros?- ela pergunta parecendo chocada. Aceno positivamente com um sorriso vitorioso no rosto, que logo se vai quando ela dá um sorriso Colgate. - Show!

– Você é louca?

– Também não sou muito fã de livros.

Bufo vendo que não vou conseguir enfiar nada na cabeça oca dela.

– Olha, Natalie...

– Eu também gostei de você, Jolie. - Alguém me interrompe e parece que esse “alguém” está bem perto de mim. Tenho um mini ataque cardíaco e viro pra trás me deparando com ele.

Com um sorriso de babaca no rosto.

– Irônico toda vida, não?

– Eu tô falando sério, gostei de você.

– Não precisa mentir, ok?

– Eu estaria mentindo se dissesse que te odiei.

Isso tá estranho.

– E por quais motivos você gostou de mim? Tenho certeza de que você ouviu toda a nossa conversa.

– Tem razão, eu ouvi, mas não foi porque eu prestei atenção e isso me lembra: Você estava sussurrando ou por acaso você tem algum problema nas amídalas?

– O quê?

– Você sussurra com um megafone.

– Você é inacreditável. - me viro pra Natalie. - Ele consegue ser pior do que seu ex!

– Tem namorado? - Ele pergunta, mas parece pouco interessado.

– Ah, sabe como é...

– É claro que ela tem – a corto. -, ela é bonita e você é estranho, mal conhece ela e já está cheio de segundas intenções. - Acuso e depois tenho vontade de me dar um soco e arrancar minha língua pois eu disse de um jeito que pareceu ciúmes.

– Não estou com segundas intenções, Jolie.- ele parece tão calmo, isso dá medo. É como se fosse aquele mar calmo dos filmes que de repente tem até redemoinhos nele. - Por quê? Está com ciúmes?

Babaca. Psicopata. Estúpido. Idiota. Noah 2.

– Natalie, vamos pra casa?

– Nop.

– Não foi uma pergunta.

– Mas soo como uma.

– Natalie! - Resmungo, mas ela já se sentou ao lado de Brad que havia se sentado e parecia estar se divertindo da situação, tipo:

Amigas. Elas conhecem um cara. Uma não gosta do cara. A outra gosta. A amizade acaba. Fim.

Grrrr! Droga de desafio! Mais uma vez eu me pergunto: Por que eu não aceitei o desafio de moda dela?

...

Pego mais sorvete com a colher e coloco na boca. Baunilha é simplesmente maravilhoso. Minha mãe está sentada na poltrona e me olha fixamente, por um momento me sinto estranha, quer dizer, eu sempre me senti estranha. Eu sou estranha. Mas com ela me olhando desse jeito eu me sinto um estorvo para a geração dos Mckylles ou geração dos Olivers. Meus pais ainda não se decidiram, por enquanto, meu sobrenome oficial é Mckylle.

– O que foi? - Pergunto já de saco cheio da “encaração materna”.

– Nada, só estou te analisando.- reviro os olhos bufando.- Você disse que o garoto que você conheceu no parque é estranho e que a Natalie gostou dele, não?

– É, mãe.

– Já parou pra pensar que ele pode ser legal e você não deu chance pra ele?

– Tô começando a me arrepender de ter dito isso pra você.

– Ah, vamos lá, Jolie! Sou sua mãe, você tem de me contar as coisas.

– Não! Eu hein.

– Jolie Mckylle Oliver - ela cisma em colocar o sobrenome dela no fim do meu nome, mas é só Jolie Mckylle, não colocaram o Oliver, não me pergunte o porquê, oras bolas, eu não sei! - Sou sua mãe e não gosto de segredinhos!

– E eu não gosto de contar meus segredinhos. - Retruco e quando ela iria dizer algo a campainha toca e mais uma vez, sem eu ter nem tempo de levantar, a porta é aberta e uma Natalie de olhos arregalados adentra a casa.

– Jolie, você não vai acreditar. - E ao invés de ela me contar, ela me puxa para fora me obrigando a soltar meu querido pote de sorvete e quando eu iria bater nela, me dou conta de que estou no jardim.

– Natalie, que merda eu estou fazendo... - ela vira meu rosto para o jardim dos Grey. -... Aqui.

Não, não pode ser. Cara, como eu sou azarada, PQP! A figura está acenando freneticamente para nós e Natalie acena também, eu continuo com minha cara de besta que é natural e agora piorou.

– O que ele faz aqui?

– Ele vai morar aqui.

– O QUÊ?- Grito sem me importar se ele está ouvindo ou não.

– É querida - ela zomba. - Parece que o psicopata vai ser seu vizinho por alguns anos.

– ANOS?

– Para de gritar, histérica.

– PARAR DE... Ok, parei.

– E aí, gente?- Adivinhem que está atrás de mim agora? De novo...

– Oi, Bradford.- Minha animação deve estar abaixo de zero agora.

– Ah, que isso... Me chame de Brad.

– Não quero - Ignorante? Eu? Ah, vá a merda...

Ele dá de ombros.

– Tanto faz - ele diz.- Parece que vamos ser vizinhos de longa data.

– De onde conhece os Grey?- Ignoro o sorriso de imbecil que ele está dando.

– Sou sobrinho da Jasmine.

Ok, alguém me segura porque eu vou desmaiar, eu juro. Como esse TROÇO é sobrinho dos Grey?

Bem, a irmã da Sra. Grey teve relações com um cara que deve ser muito lindo e então engravidou e ele...

OK! Eu já entendi. Ah Meu Deus, tem como minha vida piorar?

É, tem sim.

...

– Ok, me diga porquê você está aqui às 5:00 da manhã e por favor, que não tenha um corpo nessa mala. - Digo sonolenta a uma Natalie com um sorriso digno de comercial de pasta de dente- sério, como essa vaca consegue comer tanta porcaria e ainda ter um corpo escultural e de bônus dentes que parecem pérolas?

– Pensei que o psicopata aqui fosse o Brad.

– Nem me lembre dele, isso tudo foi culpa sua.

– Ah, para de palhaçada.- ela diz entrando arrastando a mala com uma mão e com a outra balançando em um gesto de desdém.- Vocês iam se conhecer do mesmo jeito, afinal, ele é seu vizinho.

– Natalie, são cinco da manhã...- Choramingo me jogando no sofá e caindo logo em seguida pois ele é muito pequeno e não cabe ninguém deitado.

– Eu já ouvi isso – ela se senta na poltrona e começa a abrir a mala. -, mas creio que você vai gostar do que temos aqui.

Ela abre a mala e a deita no chão, o que vejo lá dentro é dinheiro, muito dinheiro.

SÓ QUE NÃO, né gente? É apenas a “maleta de emergência” dela que ela nomeou de Teresa e o porquê dela foi que a mala tinha cara de Teresa.

DESDE QUANDO MALAS TEM CARA DE TERESA? Mas não posso falar nada pois nomeei minha própria consciência, ficar chamando- a de insensível o tempo todo é um saco, ok?

Ok, voltando. Ela começou a tirar os itens de dentro da maleta gigante dela e não pensem que são coisas úteis para a verdadeira emergência, na verdade é maquiagem, a emergência mais “emergencial” para Natalie. Ela colocou um espelho enorme na maleta e organizou toda a sua maquiagem bonitinho dentro dela. Aí você pensa: Nossa, como ela é organizada, certo? Aí eu respondo: Errado! Ela só é assim com coisas que realmente importam pra ela, seu closet enorme e muito bem arrumado e o meu comparado ao dela é um lixo, tipo como se ninguém tivesse tocado no dela e no meu teve umas 10 festas com todos os caras do time de futebol do mundo inteiro (exagero à parte) e sua maquiagem que como eu disse, ela organizou tudo bonitinho na maleta.

Agora vai olhar o quarto dela. O furacão Katrina resolveu dar uma passadinha lá com suas amigas Sandy e Irene. E as três levaram seus namorados: Felix, Dean e Charley. (É sério, existem mesmo furacões com esses nomes.)

Aí você vê, até os furacões têm namorado e eu não. É a vida.

Voltando para o presente.

– O próximo item da lista é maquiagem. - Ela diz ainda tirando as coisas da mala e colocando em volta dela. A olho com o cenho franzido, mas logo fecho os olhos e enfio minha cara em uma almofada.

– Natalie, são cinco da manhã...

– Esse é o seu mantra agora? - Ela para de retirar as coisas da mala e me olha querendo uma resposta, ainda estou com a cara na almofada mas estou com um olho para fora a olhando também.

– Natalie, são cinco da manhã. - Volto a enfiar meu rosto todo na almofada e a ouço bufar.

– Tá bem, sua preguiçosa. Vamos dormir, mas vamos acordar às seis.

Dito e feito. Ela catou as coisas e colocou dentro da mala de novo, se jogou na minha cama e foi um UÓ pra tirar ela de lá, quer dizer, eu não a tirei de lá, na verdade eu tive que dividir a minha pequena cama com ela. É mole? Mal cabe eu na cama, imagine nós duas! O relógio despertou apenas uma vez e Natalie levantou da cama em um pulo, ou seja, ela não dormiu.

– Vamos acordar, são...

– Natalie, são seis da manhã.- Resmungo me cobrindo até a cabeça.

– Seis da manhã - Ela continua como se não tivesse sido interrompida.

– Eu acabei de dizer isso, pamonha. - Tiro o lençol do meu rosto apenas pra ver Natalie colocando as tralhas na minha escrivaninha.

– Hmm, adoraria, aproveita e coloca um pouco de mel.

Demorou um pouco para eu conseguir entender que ela estava falando da pamonha.

– Eca, quem come pamonha com mel?

– Eu como. - Ela dá de ombros e começa a cutucar a maleta em busca de algo.

– Natalie, são seis da manhã...- Coloco o lençol de volta em meu rosto.

– Ah não, nem vem, já dormimos e eu disse que iríamos acordar às seis – ela joga o lençol, meu querido lençol, no chão e me empurra pra fora da cama. - Agora anda, escolhe uma roupa bonitinha e vem aqui que eu vou te maquiar.

Dou um muxoxo.

– E desde quando eu tenho roupa bonitinha? - passo a mão no rosto tentando expulsar o sono. - A calça que eu mais gosto é a vermelha de quando eu tinha 14 anos!

– E esses últimos dias em que você tem... Não, pera - ela coloca a mão no queixo, pensativa. - As roupas eram...- ela vai pausando e eu aceno positivamente.- … Minhas. Ok! Vamos lá. - Ela vai até o meu closet e logo sai de lá com minha amada calça vermelha e com uma blusa que eu não me lembrava que tinha, mas a reconheci mesmo assim. Ela joga tudo na cama e vai para o closet de novo, saindo de lá com um coturno que eu só usei duas vezes em 3 anos, nem sei se cabe mais em mim. O pego e experimento.

Deu! Viva, eu adoro esses coturnos, por isso mesmo que eu nunca o usei, ficava com medo de estragar, nossa como eu sou preservadora...

– Anda, vai tomar banho, e trate de molhar o cabelo pois eu vou arruma- lo. - Ela tira sua roupa da maleta e estende na cama.

– Tá bem, mãe. - Zombo pegando o resto da roupa e indo para o banheiro. Primeiro, fico com receio de molhar meu cabelo, ele já está bonitinho... SQÑ. Parece um ninho de um rato que acasalou 20 vezes selvagemente nele, sem exagero... Ok, pode ter um pinguinho de exagero no meio, mas é sério, está horrível e vai ser horrível pentear ele, Natalie fala que vai arrumá-lo mas sou eu quem tem de pentear, humpf! Cabeleireira fajuta. Por fim desisto e o molho. Me visto e quando saio do banheiro me deparo com Natalie olhando fixamente para a janela.

– Nat - ela não responde. - Natalie!- Me coloco em sua frente e balanço a mão na frente de seu rosto, ela enfim se move, mas para me empurrar para o lado e continuar mirando a janela como uma retardada. Viro com medo do que posso encontrar e... É, parece que temos alguém apaixonado aqui, minha gente.

Brad dorme tranquilamente no sofá da sala de cima dos Grey. Sabe, olhando assim, nem parece que esse é o garoto maluco que pôs fogo em uma biblioteca com o simples argumento: “Odeio livros.” Ah, um fator importante, ele está sem camisa e, admito, a vista não é tão ruim.

Que? O que eu disse? Sério isso?

Voltando aqui, olho para ela de novo que conseguiu desviar o olhar e agora está disfarçando fingindo mexer em um enfeite que está em cima da escrivaninha. Resolvo não constrangê-la (como ela sempre faz comigo) e pego o pente em cima da cabeceira (eu tenho pavor de guardá-lo na gaveta do banheiro desde que ele ficou tanto tempo escondido que criou teia e quando eu o peguei para pentear meu mafuá, tinha uma aranha nele, desde então, nunca o guardo em nenhuma gaveta.) e começo a desembaraçar meu cabelo que, por incrivelmente impossível que pareça, não deu trabalho. Quando acabo, Natalie já está com a roupa e passa um pouco de blush, quando ela acaba, se vira pra mim, me analisando.

– Hmmm... Podemos fazer babyliss, ou será que prancha vai ficar melhor?- ela murmurava para si mesma enquanto me analisava com os olhos semicerrados. - Hmmm, é, vai ser babyliss.

– Natalie, eu não gosto muito de babyliss. - Tentei pará-la, mas quem disse que ela me escuta?

Depois de 20 minutos, ela acaba e começa a arrumar o seu cabelo. Percebi que a tinta estava ficando meio fraca, o vermelho estava se tornando laranja, será que ela sabe disso?

– Vou ter de pintar o cabelo de novo - Ela argumenta passando a prancha nele.

É, ela sabe.

Não precisei responder, apenas fui me ver no espelho da parede. Não estava feia, mas não estava tão bonita.

– O que achou?- Ela pergunta do outro lado do quarto.

– Ficou legal - Dou de ombros e me sento na cama.

– Você é tão desanimadora, Jolie.

Não respondi, continuava com sono e aos poucos meus olhos iam se fechando quando Natalie gritou:

– NÃO DEITE! VAI ESTRAGAR A MINHA OBRA PRIMA .- Reviro os olhos e me recupero, olho para o relógio: 6:43. Nossa, como o tempo passa rápido, olho para Natalie que está guardando suas tralhas na maleta, de repente uma pergunta me vem em mente:

– Natalie – ela me olha.-, onde está se material escolar?

– No armário da escola, por precaução.

Depois de ela acabar de se arrumar, pego minha mochila e fomos em direção a seu carro, mas quando entramos, ela apenas olhou no celular e se ajeitou no banco, sem fazer nada em seguida.

– O que houve?- Pergunto pouco interessada.

– Ainda são sete em ponto, temos que causar.

– Causar?

– É, temos que chegar lá quando estiverem todos no corredor.- Não preciso dizer que não gostei dessa ideia, não?

– Mas Natalie... - Eu iria protestar quando Josh saiu de casa apressado, olhou para os lados e quando seu olhar parou no carro, fiquei nervosa. Ele veio até nós e então pediu para que EU, veja bem, EU abaixasse o vidro, fiz isso, muito hesitante. Ele colocou a cabeça para dentro do carro e perguntou:

– Podem me dar uma carona?

...

Quando entramos na escola, todos do corredor olharam, mas não porque estávamos de arrasar e sim porque Josh estava conosco, bobeira, mas nós somos as duas garotas que arrebentaram a namorada dele, era para ele estar longe de nós. Ah, se tivessem visto aquela cena no corredor do banheiro...

– Muito obrigada Natalie, valeu mesmo. - Ele me ignora completamente e tenho certeza que é de propósito.

– De nada. - Ela sorri pra ele, ele sorri pra ela, eu vou para meu armário tentando enfiar no meu cérebro que não estou com ciúmes... Ok. Coloco a senha e logo a porta destrava, tiro apenas o material necessário para a primeira aula e coloco o resto no armário, nada fora do normal, até que alguém se encosta no armário ao meu lado e diz:

– Está sentindo falta de algo? - Olho para a pessoa e encontro Josh olhando para mim, desvio rapidamente.

– Não.

– Não mesmo?

– Não mesmo.

– Tem certeza? - Bufo e o olho sem desviar dessa vez.

– Do que eu deveria sentir falta exatamente, Josh?

– Seu amigo galinha – sei que ele está falando de Noah. -, não está mais aqui.

Arqueio a sobrancelha.

– E...?

– Contei para o diretor sobre o que ele anda fazendo.

Isso era para me afetar?

– Hmmm...- balanço a cabeça pra cima e pra baixo.- E?

– Ele foi demitido – Eu poderia ter acreditado, mas Noah entra pela porta da frente e quando me vê acena, aceno de volta e Josh olha para trás e vejo seus olhos se arregalarem, ele se vira pra mim e eu tento fazer uma cara de: “Really?” Mas eu não sei como, acabei dando um sorrisinho.

– Isso tudo é ciúmes, Grey? - ele mantém os olhos arregalados. - Aposto que ele não vai mais “abusar”- faço aspas no ar. - de sua querida Candace, a não ser que ela queira, o que é óbvio que ela quer, e muito.

– Está chamando ela de piranha? - eu iria responder, mas ele me corta. - Como você sabe que ele não vai “abusar” dela.

– Pode deixar, eu falo com ele. - Tento tranquilizá- lo. Ele olha para trás na direção de Noah que conversa com um dos jogadores de futebol animadamente, depois se vira pra mim de novo.

– Não, você não vai dizer nada – ele se aproxima de mim. - e sabe por que não? - balanço a cabeça negativamente. - Porque agora você é minha namorada. - Ahn... O quê?! Quando? Onde?!? Eu acho que tô perdida aqui e quando vou perguntar o que ele quer dizer, ele me beija.

Sem mais nem menos, apenas... Me beija. De repente toda a conversa que havia no corredor para e como estou de olhos arregalados consigo ver algumas pessoas nos olhando, então deduzo que estão todos nos olhando. Ele me prensa no armário, mas não consigo relaxar, continuo com os olhos arregalados, pode até ser apenas um selinho, mas isso é muito estranho, ainda mais porque veio depois de uma frase muito estranha.

Josh é estranho e agora eu percebi.

Ele, enfim, quebra o beijo, e eu continuo de olhos arregalado parecendo que vi uma assombração, quando uma voz esganiçada preenche o local.

– JOSH TAYLOR GREY! O QUE FOI ISSO? - Candace está com o rosto vermelho e suas discípulas estão atrás dela fingindo estarem zangadas também, seria cômico se não fosse trágico. Ele se vira para ela e diz com a voz carregada de zombaria.

– Algumas pessoas chamam isso de beijo, mas eu não sei se você sabe disso. - O rosto dela está idêntico ao cabelo de Natalie.

– VOCÊ É UM GRANDE IMBECIL!

– Ciúmes, traste? - Já sabem que essa fala não saiu da boca dele, não? Ela me olha e se aproxima.

– Desde quando você tem a ver com isso?

– Desde que ele me beijou - Aponto para Josh. Ela não diz nada, apenas rosna e vem em minha direção com os punhos cerrados, mas alguém a segura, e não é Josh.

– Opa, calma aí. - Noah a puxa cada vez mais forte pois ela não para de querer avançar, por fim ela desiste e então dá um sorriso, ela puxa Noah pela blusa e o beija exageradamente.

Isso era para me afetar ² ?

Ela o solta e vai embora, suas servas a seguem e Noah continua parado tentando entender o que aconteceu, tamo junto.

– Passo na sua casa às seis. - Josh anuncia e começa a se afastar.

– Aham... Perai, o que? Pra quê? JOSH!

– O quê?

– Por que você vai na minha casa?

– Por que preciso acertar umas coisinhas contigo.

– Fala aqui, oras.

– Jolie. Às. Seis – E então ele vai embora, todos do corredor ainda me olha. Noah se aproxima de mim.

– Isso é coisa de gente popular.

– Só se for – o olho. - O diretor falou algo com você?

– Sobre?

– Você ter molestado a Candace?

– Falou, mas aí eu expliquei que ela tinha me beijado e parece que o diretor sabe bem como a Candace é.

Aceno devagar e então o sinal toca, olho ao redor dando falta de Nat só agora.

– Vou lá, te vejo por aí? - Noah pergunta.

– Nos vemos por aí – Respondo e então vou direto para a sala de aula, espero que Natalie não tenha visto o que aconteceu, não sei porquê, mas eu quero contar como um “babado”, deve ser pelo fato de eu nunca ter “babados”.

Muito menos um desse tipo.


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Notas finais do capítulo

Olha gente, eu revisei ok, mas deve ter uns errinhos aqui e acolá, mas eu acho que nada muito chamativo. Eu ACHO! Enfim, espero que gostem e com 6 reviews eu posto o outro, okay? Okay.



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