Eu e Haru acordamos com gritos histéricos da minha querida vovó. Ela falava (lê-se: gritava) coisas como “Vocês passaram a noite juntos? Eu vou ser bisavó!”. Sério vó? Num momento como esse? Mas não podemos culpá-la. Até o momento as únicas pessoas que sabem oq eu se passa com a Kagome-san, além do Haru, somos eu e o Otani.

Obriguei o Haru a ir a escola e ele foi emburrado. Quando chegou não falou com ninguém, somente com o Otani. Apenas se sentou e prestou atenção na aula (ou só estava olhando na direção da lousa).

Intervalo:

– Mi-chan, o que houve com o Haru-kun? – Sakura perguntou se aproximando de mim.

– Sa-chan... eu não posso explicar agora. Eu preciso achar o Haru, e...

– Nós vimos o Haru lá no jardim. Nos fundos da escola. – Natsume falou se aproximando com Yumi.

– Arigatou! – disse sorrindo e segui para os fundos da escola.

Estava demorando para achar, pois a escola era enorme e eu não conhecia nem metade.

– Droga! – sussurrei.

Entrei em um corredor um tanto vazio, só haviam uns cinco garotos no final do corredor. Percebi que não havia saída então dei meia volta e comecei a sair do mesmo.

– Olha que baixinha linda! – ouvi uma voz masculina atrá de mim, mas apenas ignorei.

– Você é nova por aqui? – outra voz e passos. Apressei os meus.

– Espere um pouco novata! – segurou meu pulso – Bem que a gente podia conversar.

– Quem sabe outro dia? Eu preciso ir... – falei tentando esconder o nervoso.

– Para que a pressa, gatinha?- outro garoto falou.

– Me solte, onegai... – pedi.

– Calma. – começou a me puxar para fora do corredor – Vamos tomar alguma coisa fora da escola e... nos conhecer melhor! – o loiro que segurava meu pulso falou e todos sorriram maliciosamente. Fiz força para me soltar, mas ele era forte.

Ouvi o sinal tocar e estávamos nos fundos da escola.

– Pensa Hiromi! – sussurrei – Chuta! Grita! – eu estava totalmente travada.

– Hey... O que acham que estão fazendo? – ouvi uma voz familiar NE percorri todo o lugar com os olhos, até parar em Haru *sorriso*

– Eh? Haru? O que você tem a ver com essa garota? – o loiro falou levantando meu pulso, me fazendo tirar os pés do chão.

– Hargh! - Gemi de dor.

– Ela é minha namorada! – falou e uma aura assassina se manifestou. Senti o garoto tremer.

– Nós... estávamos apenas fazendo amizade! – me soltou de maneira nada gentil. Caí apoiando as mãos e os joelhos no chão, me levantei rapidamente e corri abraçando Haru por trás

– Gomen nasai, Haru-san! Não irá se repetir! – Todos falaram menos o loiro que á alguns segundos segurava meu pulso. Parece que o Haru é bem temido por aqui.

– Não se aproxime dela, Tomoya! – Haru falou sério para o loiro que eu acabo de descobrir que se chama Tomoya e que eles se conhecem.

– Claro! – sorriu irônico. Tenho que tomar cuidado com esse garoto.

– Vamos Haru! – falei e ele fez sinal de positivo com a cabeça sem me encarar e até dar as costas pro loiro-Tomoya, não pararam de se encara.

Fomos em silêncio pelo mesmo corredor que eu havia vindo, até eu o quebrá-lo com um gemido de dor.

– Ele te machucaram? Quero dizer, além do que eu vi. – perguntou sem me encarar.

– Não. – respondi.

– Droga Hiromi! Tome mais cuidado por onde anda! Se eu não estivesse por perto...

– Mas você estava! – sorri.

– O que estava fazendo com Tomoya e os amigos dele? – parou de andar e me fitou.

– Nada. – falei e continuei a andar.

–... – Haru segurou meu pulso e me encarou sério - Me fale o que estava fazendo!

– Já disse que não estava fazendo nada!

– E como se encontraram?

– Eu estava procurando você! Eu estava preocupada com você! – eu estava nervosa com tudo que acabou de acontecer. Senti lágrimas começarem a rolar no meu rosto. – Você está me machucando. – ele estava segurando o pulso que o babaca machucou.

– Gomen. – me abraçou – Eu não quero que se machuque. Eu tenho medo de perder as pessoas importantes para mim! – me apertou mais contra seu corpo.

– O que os pombinhos fazem fora da sala? Entrem. – Já estávamos na frente da nossa classe e o Ryo-sensei abriu a porta para que entrássemos. Entramos recebendo olhares e sorrisos maliciosos.

– Parem com isso, seu bando de bakas! – pensei sentando em meu lugar.

A aula acabou e ficamos de aula vaga, o que é muito legal, só que não, porque meus avós pagam para mim estudar aqui, e não é baratinha a mensalidade ~pobreza on~.

Comecei a pensar sobre o que o Haru disse de não querer perder as pessoas que são importantes para ele. Ele se referiu a Kagome-san. Ele deve estar sofrendo muito. O fitei. Ele estava dormindo com os braços na mesa e a cabeça apoiado sobre eles. Lembrei-me do envelope que a Kagome-san havia me dado.

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As aulas acabaram e fomos embora. Haru disse que tinha coisa para fazer em sua casa e foi para mesma. Resolvi deixá-lo um pouco sozinho.

Entrei, tomei banho, comi e peguei o envelope da Kagome-san.

“De: Nakamura Kagome

Para: Asumi Hiromi

Querida norinha ~ri abafado~ como já sabe, eu tenho um problema no coração, e agora estou internada e vou fazer uma cirurgia muito delicada... Nesse pouco mês que passei com você pude ver que você é um garota muito gentil e que parece gostar mesmo do Haru. Quando a Aika me falava de você, o Haru sempre gostava de ouvir e quando você vinha com seus pais passar o verão ou algum feriado o Haru ficava muito agitado, mas nunca tinha coragem de falar com você. Acho que ele sempre teve um amor platônico por você ~ri de novo~ Bom, eu não sei o que pode acontecer durante essa cirurgia e se alguma coisa der errado, esteja com o Haru, por favor. Eu sei que com o seu apoio ele pode superar. E ele só terá a você estão por favor, não o abandone. Amo vocês.

Com amor, Kagome.

Eu estava chorando novamente. Nos últimos dias eu voltei a ser a Hiromi que quase não tinha mais água no corpo, de tanto que ela insistia em sair pelos olhos.

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Chorei tanto que, acabei dormindo em meu quarto. Meu psicológico já é um merda, e o forçando desse jeito, eu vou pirar!

Haru PVO on

Disse para Hiromi que tinha coisa para fazer e realmente tenho: organizar meus pensamentos.

Minha mãe fará uma cirurgia hoje e é delicada, complicada... eu estou muito inseguro! Eu já passei por muita coisa com ela, mas nada tão grave como agora.

Joguei minha mochila na cama e um papel qualquer caiu no chão. Lembrei do envelope misterioso que minha mãe deu a Hiromi. O que será que tem nele? Por que eu não posso ler?

E agora tem o Tomoya. Será que ele está interessado na Hiromi? Ou apenas a achou bonita e queria levá-la para cama, como faz com todas as outras garotas?

Entrei no banho para esfriar a cabeça, já que daqui a pouco terei que ir para o hospital *suspiro*

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16h 30m – Hospital de Hokkaido:

Hiromi PVO on

– Droga! Não me façam esperar desse jeito!

– Se acalme Haru-san!

– Eu vou ficar calmo se me derem notícias dela! Já faz muito tempo que ela está naquela sala de cirurgia!

– Haru, a cirurgia é complicada, deve demorar mesmo...

– Mas, Hiromi... Eu estou enlouquecendo!

– Isso eu já percebi, mas ficar discutindo com a recepcionista não vai mudar nada.

Longos minutos se passaram, e o “tic-tac” do relógio estava me deixando mais nervosa. Sentei e inclinei meu corpo pra frente, colocando meus braços sobre o joelho e apoiando minha cabeça neles. Haru não parava quieto, mas eu o entendo.

– Nakamura-san...? – um homem alto, com cabelos grisalhos e vestindo um jaleco branco, se aproximou.

– Sim? – Haru se aproximou dele rapidamente e eu fiz o mesmo.

– Você é o filho? – ele assentiu – A cirurgia foi bem delicada, pois a sua mãe estava bem debilitada... Mas felizmente está tudo bem com ela. Ela está fora de perigo! – sorriu.

Haru me abraçou sorrindo de orelha a orelha. É tão bom saber que a Kagome-san está bem e que o Haru vai voltar a sorrir radiante como sempre.

– Você estava certa, baixinha! – me deu um selinho.

– Sim! – sorri – A Kagome-san é forte!

Após se passarem umas uma hora e meia, a visita foi liberada e entramos no quarto para vê-la.

– Yo Mãe! – Haru gritou.

– Não grite seu grande baka! – o repreendi – Yo, Kagome-san! – sorri.

Ela não disse nada apenas sorriu e começou a chorar.

– Gomen. Eu estou feliz por poder estar aqui com vocês. – sorriu.

– E vai estar por muitos anos! – falei e Haru assentiu sorrindo.

–-- Quebra de tempo ---

Passados uns três dias Kagome-san teve alta, mas em casa teria de ficar de repouso, e para ajudar Haru fiquei mais em sua casa do que na minha. Pelo menos ele sabe cozinhar. Quando nos casarmos ele cozinha e... Espera! Por que eu to pensando nisso mesmo? Ela já está bem recuperada e já pode voltar a fazer o de sempre.

Hoje é dia 18 de março e o festival da Primavera está chagando *felicidade*. Maya está cada vez mais próxima de Haru, e isso está me incomodando demais. Tenho que ficar de olho aberto com essa garota!