The Wrong Way of Right Love escrita por Jiggle Juice


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fanfic escrita exclusiva e especialmente para Bárbara (Cerejas Vermelhas), que me implorou e ameaçou para que eu fizesse uma one-shot Elsanna, já que a perversão e fangirl feels nunca é demais.
Caso encontre algum erro, por favor me perdoe, mas são 5 da manhã e eu tô meio lesada. Mas voltarei para arrumar qualquer coisa errada quando meu cérebro estiver funcionando direito.
Divirta-se :)))))))))



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/481947/chapter/1

A Princesa Anna de Arandelle tinha quase – quase – certeza de que aquilo não era correto. Não que houvesse algum problema em sair de seu quarto no meio da noite, quando o castelo estava mergulhado em silêncio e uma escuridão pálida da noite de luar. Não era errado andar nas pontas dos pés pelos corredores largos, que facilmente ecoavam seus passos, com um cobertor cor de rosa macio e quente sobre os ombros. Não era incorreto estar acordada quando todo o reino estava em sono profundo. Não, isso era totalmente aceitável.

Mas sair do seu quarto, no meio da noite, andar como uma criminosa em seu próprio castelo, desperdiçar seu sono de beleza que supostamente todas as princesas praticavam, para ir até o quarto de sua irmã, certamente não era a coisa mais certa a fazer.

Mais uma vez, isso não é errado. Escapar de seu quarto para conversar com sua irmã até o amanhecer com certeza não é um problema. Principalmente se fosse considerado o fato das duas irmãs não terem se comunicado por anos.

O problema – não que Anna realmente visse como um problema, mas ela sempre teve um jeito diferente de pensar –, a grande e absurda situação, aquele segredo que ninguém pode saber e que Anna deveria ser extremamente sigilosa em guarda-lo – isto era um problema, já que a princesa não era conhecida por ser muito cuidadosa – era que, todas as noites, há exatos dezessete dias, Anna vem escapando de seu quarto para ter um tipo de contato nada fraternal com sua irmã, a Rainha Elsa de Arandelle.

Em outras palavras, vocabulário mais simples, objetivo e óbvio, Anna e Elsa se encontravam para trocar beijos nos lábios, sob a luz da lareira do quarto da rainha, mesmo que o calor não fosse nada comparado ao poder de Elsa flutuando sobre o ar.

Era praticamente certo de que aqueles beijos que trocavam – Anna os denominou Beijos da Meia-Noite, mesmo que fossem compartilhado pelo menos duas horas depois – seriam considerados o pecado mais pecaminoso da história dos pecados. Elsa, eventualmente, tinha algumas crises de culpa e pânico alegando ter “se aproveitado e deflorado sua irmãzinha” – não que elas já haviam chegado mais longe da fase dos beijos, mas Anna estava buscando pelo momento que aquilo realmente acontecesse –, mas ela rapidamente se acalmava quando Anna rodeava seu pescoço e sussurrava em seu ouvido que tudo estava bem, seguido por um beijo que poderia esquentar, mesmo que minimamente, a pele da Rainha da Neve.

A primeira vez havia sido estranha – estranhamente deliciosa, se Anna fosse permitida acrescentar. Não fora ela quem tomou o primeiro passo, tampouco Elsa. Foram as duas, ao mesmo tempo, como uma espécie de conexão, ligação, força vinda de algum lugar qualquer, que fizeram com que se aproximassem, fechando o espaço entre seus corpos e lábios. Aconteceu de repente, certamente nada planejado, quando Elsa ria – que risada maravilhosa tinha sua irmã, pura e doce, como nenhuma outra – de alguma piada do estilo Anna de ser. Quando o riso cessou de sua garganta, Elsa encontrou os olhos de sua irmã com os seus, azul em azul. O beijo fora rápido e gentil, sem maiores segundas intenções – não que houvesse uma primeira, nenhuma das duas tinha a mínima ideia do que acontecia – e acabou tão lentamente quanto começou, mas, de alguma maneira, tão bruscamente, que tudo o que Anna viu foi Elsa fugindo. Outra vez.

Elsa aprendera com seu erro, entretanto. Não se isolara do mundo como fizera nos últimos anos de sua vida. No dia seguinte, Elsa bateu na porta de seu quarto parecendo bastante controlada, mas Anna sabia que a rainha precisou tomar uma grande dose de coragem para estar ali. Elsa pediu para que pudesse falar primeiro, para que não fosse interrompida e Anna obedeceu, como a boa irmã mais nova que era. O discurso já estava devidamente ensaiado e Elsa não gaguejou uma só vez ao pronunciá-lo. Anna ouviu atenta e silenciosamente sua irmã dizer que o que acontecera certamente era o fruto de uma saudade entre irmãs – a mais nova notou a ênfase na palavra quando saíra da boca de Elsa –, porém mal interpretada por parte de ambas, transformando-se em um ato irracional e completamente levado pelas emoções.

Anna parou de ouvir depois de alguns minutos, quando seus olhos caíram sobre os lábios macios e róseos de Elsa, que se mexiam na continuação de todas aquelas palavras bonitas e bem pensadas que a rainha ainda despejava.

Apesar dos lábios de Elsa serem frios, Anna sentiu o calor lhe invadir. Aquilo era estranho, havia concluído enquanto Elsa ainda falava, era estranho até para ela e isso com certeza dizia alguma coisa.

Então está tudo resolvido entre nós, sim?, foram as últimas palavras do – longo – sermão de Elsa. Anna piscou um par de vezes, finalmente ouvindo o que sua irmã dizia. Esta a olhava de maneira engraçada. Parecia ansiosa e nervosa, talvez um pouco envergonhada, mas ela tentava de tudo para parecer decidida e responsável.

Irmã mais velha e rainha. Certo.

Anna não respondeu nada de imediato. Ela se aproximou de Elsa, e mesmo que esta tenha adquirido uma postura rígida com tal movimento, não se mexeu para repeli-lo.

Tomando o bonito rosto de Elsa em suas mãos, adoravelmente contorcido em tensão e confusão, selou seus lábios. Anna sabia que os olhos dela haviam se arregalado, mesmo que os seus próprios estivessem fechados, e, embora Elsa não tenha correspondido da maneira que Anna desejava, mais uma vez não fizera nada para se afastar. E isso era um bom sinal – se olhado por uma determinada perspectiva, a perspectiva de Anna, que se encantava com Elsa cada vez mais profundamente.

Depois daquilo, elas repetiam todas as noites, de maneira mais íntima do que a primeira. Não estava tudo resolvido, como Elsa havia perguntado, mas ao mesmo tempo estava. Anna não gostava muito de pensar profundamente sobre o assunto, já que ela era facilmente confundida pela situação. Sabia que Elsa também não se aprofundava muito em tudo aquilo, já que ela própria – a irmã mais velha e Rainha da Neve e de Arandelle, responsável e brilhantemente inteligente – se perdia na intensidade daquele enigma. Por isso, Anna não se preocupava muito em analisar os fatos.

Só falavam sobre isso quando Elsa tinha suas crises de consciência, mas era um assunto rapidamente encerrado por um beijo e talvez uma mão um pouco mais abaixo do limite.

Com cuidado – algo difícil para ela, que não tinha a menor dificuldade em tropeçar, derrubar ou quebrar alguma coisa –, Anna abriu a porta branca com flocos de neve pintados – um pouco infantil para uma rainha, mas Elsa não parecia se importar –, costumeiramente não trancada para que ela pudesse ter fácil acesso.

O quarto era mais frio do que o resto do palácio, fazendo com que Anna apertasse seu cobertor macio contra seus ombros. Com o mesmo cuidado ela fechou a porta, imediatamente buscando por sua irmã com os olhos.

Elsa estava deitada em sua grande cama, em uma posição descontraída e confortável, seus olhos azuis brilhando na luz quase nula. O olhar amoroso e sorriso repleto de ternura eram feitos especialmente para Anna, fazendo-a suspirar como se sentisse o cheiro dos chocolates que tanto amava.

Não perdeu um segundo em cobrir o corpo de Elsa com o seu, beijando seus lábios de maneira apaixonada, não contendo um muxoxo contente.

Os beijos de Elsa pareciam certos, por mais absurdo que fosse. Eram mais certos do que os beijos de Kristoff e Anna tinha certeza que, se alguma vez tivesse chegado a beijar Hans, seriam definitivamente, infinitamente, mais certos.

Pensar em Kristoff chateava Anna. Ele era o melhor rapaz que já havia conhecido, um homem decente, doce e bom, mas não demorou para que percebesse que o que estavam entre eles não era forte o suficiente. Havia amor, disso não tinha dúvidas, mas não havia paixão.

Pelo menos não da parte de Anna.

Sentia gratidão, amizade e admiração por Kristoff, mas não uma paixão desenfreada que a fazia se contorcer internamente de vontade dele. Não havia o desejo de compartilhar um beijo de tirar o fôlego com ele ou de ter algo mais íntimo, algo que realmente transmitisse o amor.

Não havia para Kristoff, mas havia para Elsa.

Tudo o que deveria sentir por Kristoff e não sentir por Elsa, sentia.

E era mais do que óbvio que Kristoff sentia por Anna tudo o que ela não sentia por ele. O olhar apaixonado que ele sempre lhe lançava a fazia se sentir culpada e o semblante magoado quando ela se esquivava de qualquer tipo de contato físico com ele a deixava mais culpada ainda. Jamais quisera machuca-lo, mas não era algo que podia evitar, não era algo que estava em seu controle.

Seus lábios se separaram em um estalo úmido. Os macios cabelos loiro-platinados de Elsa, quase brancos, pareciam cintilar na escuridão, deixando com que o ar ficasse travado nos pulmões de Anna.

—Você é linda – Anna despejou sem nem ao menos perceber.

Elsa sorriu adoravelmente, envergonhada e cortejada ao mesmo tempo.

—Você também é – Elsa suspirou, esfregando a ponta de seu nariz gelado contra a maçã do rosto da mais nova – Muito.

Anna mordeu o lábio, feliz e corada com o elogio. Não que ela se achasse feia, sabia que era bonita, mas, a seu ver, Elsa era a mulher mais bonita do mundo, do tipo de beleza que privilegia os olhos e o coração, e tê-la dizendo queelaera linda injetava uma generosa quantidade de felicidade em suas veias.

E Elsa dizia que ela era bonita muitas vezes.

—Você não acendeu a lareira hoje – Anna disse baixo, percebendo que um tom mais alto não seria necessário no silêncio do quarto.

—Sinceramente? Preguiça – Elsa sorriu encolhendo os ombros.

—Preguiça? – Zombou Anna – Que coisa mais feia de uma rainha dizer.

—Hey, você mesma disse – Elsa protestou, rindo levemente – Rainha. Rainhas têm coisas importantes a fazer. Muitas coisas importantes e isso cansa.

—Tudo bem, Majestade, peço perdão pela minha insolência em não dar o devido crédito para seus ó tão importantes afazeres reais – Anna ironizou.

—Cale a boca – Riu Elsa, cobrindo os lábios dela com os seus.

Anna rapidamente foi agraciada com a língua delicada e gentil de Elsa, que se encontrava com a sua própria na melhor sensação que pudesse existir, fazendo com que os dedos dos pés da mais nova formigassem e sua pele se arrepiasse – mesmo que talvez esse último fosse causado pelo corpo de temperatura fria grudado ao seu.

Quando se separaram – com mais um delicioso estalo úmido de um beijo profundo –, Anna descansou sua cabeça no peito de Elsa, que não tardou em acariciar os cabelos ruivo-dourados.

—Talvez seja paranoia minha… – Elsa disse depois de um tempo inertes em um confortável silêncio –, mas creio que Mia nos olhava estranho no desjejum desta manhã.

—Você acha? – Anna indagou preguiçosamente, não perdendo o fato de Elsa ter dito “desjejum” ao invés de “café da manhã”. Sua irmã gostava de palavras elegantes.

—Sim, como se soubesse de algo. Algo comprometedor.

Procurando uma posição melhor, Anna olhou para Elsa, queixo em seu colo.

—Será que…? – A pergunta se perdeu no ar, mas Elsa não precisava de mais palavras para compreender.

A rainha adquiriu um semblante preocupado.

—Não tenho certeza, mas… talvez?

—Mesmo se ela soubesse de algo, Elsa. Você é a rainha. Mia não ousaria fazer nada a respeito.

Mia era uma de suas servas, uma mulher não muito mais velha do que Elsa, de corpo esguio e cabelos escuros. Ela havia sido levada para o castelo com apenas trezes anos, quando sua avó, Lilian, havia ido trabalhar como serva quando sua pequena casa, ironicamente em Southern Isles, havia sido destruída por uma forte tempestade, tendo sido ignorado seu pedido de socorro ao trono de seu antigo reino.

Mia era uma das responsáveis a servir o café da manhã – ou o desjejum, como Elsa tão adoravelmente havia colocado –, uma das horas em que Anna e Elsa ficavam rodeadas de pessoas – servos, guardas, conselheiros, Kristoff e até Olaf. Passavam toda a refeição conversando e rindo, em uma descontração não muito característica a uma corte, e não se preocupavam em esconder o afeto que tinham uma com a outra – não o afeto dentre quatro paredes, mas aquele que seria possível mostrar sem levantar suspeitas. Estavam constantemente em busca de contato físico, mas nunca ninguém pareceu questionar alguma coisa.

—Ela poderia contar a alguém.

—Como quem?

—Não sei, alguém.

Anna se acomodou sobre o corpo da irmã, montando em seus quadris. Segurou o rosto de Elsa delicadamente.

—Ninguém sabe de nada, Elsa. Quem suspeitaria de algo, afinal? Mesmo que me vissem escapando para o seu quarto durante a noite, e daí? Eu sou sua irmã, não há nada a questionar sobre isso.

—Aparentemente – Elsa apontou.

—E é disso que precisamos. Aparência. Desde que a aparência esteja em seu lugar, tudo está bem. Nós estamos bem.

Elsa suspirou. Anna sabia que sua irmã tentava se acalmar.

—Acho que pode ter sido coisa da minha cabeça – Murmurou Elsa, esforçando-se para se convencer.

—É claro que foi. Você é bastante neurótica, mocinha – Anna brincou, cutucando as costelas da rainha levemente.

Elsa riu, puxando-a para mais um beijo enquanto apertava o cobertor de maneira mais firme em volta de Anna.

—Acho que eu deveria acender a lareira. Você está congelando.

—Não estou não.

—Sim, você está.

—Não, não estou.

—Você está, Anna. Posso sentir.

—Não importa.

—Você pode ficar doente.

—Também não importa.

—Não quero que fique doente por minha causa.

—Nós duas sabemos que eu faço e passo tudo, não por sua causa, mas por você.

Sem uma resposta tão boa quanto aquela, Elsa concordou em não insistir, tentando aquecer Anna enquanto esfregava seus braços e costas por cima do cobertor, um sorriso contido em seu rosto.

Anna não tinha muita certeza se ela realmente estava certa sobre ninguém saber de seu relacionamento nem um pouco fraternal com Elsa. Há três dias, enquanto andava pelo reino com Olaf a seu lado, ouvindo-o falar das maravilhas do mundo e de como adorava sua nuvem particular e cumprimentava as pessoas que passavam, o boneco de neve parou de divagar por um instante, apenas para dizer algo que fez de Anna uma garota apreensiva:

—Elsa me criou, o que significa que ela é minha mamãe. Você daria uma boa mamãe, Anna. Junto com Elsa.

Surpresa com o que ouviu, Anna não soube responder tal comentário. Mesmo que dito em tom tão inocente, típico de Olaf, Anna não tinha certeza se ele sabia de algo ou se era apenas um pensamento aleatório da imaginação fértil do pequeno boneco de neve.

Olaf, alheio a dúvida que plantara na mente de Anna, exclamou em felicidade quando viu algumas crianças brincando na frente de suas casas, correndo para se juntar a elas.

Talvez ele realmente entendesse de amor.

Sabendo que aquilo alarmaria Elsa, Anna optou por não dizer nada, satisfeita com o mundo privado que ela e sua irmã haviam construído para si.

—Isso é engraçado – A voz suave e rouca de Elsa chegou aos ouvidos de Anna, expulsando seus pensamentos.

—O que é engraçado?

—Essa sensação de déjà vu.

—Sobre o que?

—Nós. Quando éramos crianças, você vinha pro meu quarto no meio da noite, pulava em cima de mim e me chamava para brincar.

—Você quer construir um boneco de neve? – Anna citou a si mesma, sorrindo.

—Oh, sim… Era isso que você dizia pra me convencer a escapar do quarto no meio da madrugada – Sua voz era melancólica, mas feliz – E você sempre me convencia.

—Ainda faço, hm? – Provocou Anna.

—Você faz – Anna podia sentir o sorriso na voz de Elsa.

—A única diferença é que agora eu não quero fazer bonecos de neve. Eu quero fazer… Outra coisa? – Soou maliciosa.

—Outra coisa?

Assentindo, Anna buscou os olhos de sua irmã.

—Outra coisa… – Murmurou.

Com o olhar intenso de Elsa sob si, Anna acariciou o colo da rainha com a ponta de seus dedos, a pele branca se arrepiando.

Quando se beijaram, Elsa explorando a carne firme de suas coxas, Anna soube que aquilo, de alguma maneira, de uma maneira distorcida, de uma maneira delas, era certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PRONTO, BÁRBARA, NÃO PRECISA MAIS FICAR ME AMEAÇANDO, JÁ TE DEIXEI FELIZ!!!!!!!!!!!!!1 lol srsly espero que você e qualquer outra pessoa tenha gostado ♥
Uma coisinha: Sei que a versão brasileira (a dublada, pelo menos) é "Você quer brincar na neve?", mas eu prefiro o "Do you wanna build a snowman?", então só passei pro português ^^
Para mais feels, tumblr user mizzdlovato :) bye ily ♥3