Narrador pov

Q: Rachel, Kiara está com fome, você poderia amamentar ela ou prefere tirar o leite e colocar na mamadeira para eu dar?

R: me da ela.

Q: tem certeza?

R: tenho Quinn.

Rachel levantou a cabeça e suspirou desabotoou a blusa e Quinn entregou a bebê para a morena, Kiara abocanhou o seio de Rachel com força fazendo a morena gemer de dor.

As lágrimas rolavam pelos olhos de Rachel.

R: eu nunca deveria ter concordado com essa ideia maluca, eu nunca devia ter tidos filhos, se quer entrado em um relacionamento, eu não consigo cuidar, sou dou trabalho a você, eu não consigo nem saber do que eles precisam, fora que eu os fiz sofrer durante a gravidez, eles são tão perfeitos Quinn, eles não merecem uma mãe igual a mim..

Quinn ouvia tudo sem reação, ela não esperava ouvir aquilo de Rachel.

Q: Rachel cala a boca pelo amor de Deus, ouve o que você está falando..

R: eu não posso Quinn, eu não posso me desculpa.

Quinn arregalou os olhos e olhava para Rachel que não a encarava, as ultimas frases da morena foram quase um sussurro, ela não queria acreditar, preferia acreditar que os seus ouvidos tinham ouvido errado, ela esperou que seria diferente, não exatamente um mar de rosas, ela sabia que seria complicado, mas não esperava uma desistência.

Rachel terminou de amamentar Kiara e entregou a filha para Quinn e em seguida saindo do quarto, a médica olhava a chocada, ela queria chorar e implorar para Rachel voltar, mas ela tinha duas crianças para cuidar e que em algumas horas acordariam com fome novamente.

Quinn colocou Kiara na cama e foi pegar Ethan no quarto, a loira viu a silhueta da morena no topo da escada, Rachel estava sentada, Quinn suspirou, não sabia como lidar com isso, parecia que estava tudo tão bem aonde foi que ela errou? Rachel parecia feliz com os filhos e agora não os queria mais.

Rachel desceu até a sala, não sabia o que fazer e não aguentaria esperar para falar com os pais somente após o sol nascer, ela não sabia como seria amanha, ela só sabia que no dia seguinte aquela casa estaria cheia, como ela já havia se acostumado, ela amava os quatro mais que tudo nessa vida, só ela soube o quanto doeu pronunciar aquelas palavras, o quanto era horrível se sentir impotente. Ela dera luz a aquelas crianças e ela nem ao menos tinha a capacidade de cuidar delas.

Rachel imaginava o quanto Quinn a odiava no momento, e ela não tiraria a razão da médica. Rachel soltou um grunhido de raiva quando veio a sua mente uma comparação com a sua mãe, ela estaria fazendo a mesma coisa que aquela mulher? Na teoria, sim. Na pratica, não.

Rachel não largaria os filhos por um sonho e muito menos os teria por dinheiro, eles foram planejados, queridos e amados.

Ela não era como a mãe, ela se recusava a acreditar nisso.

Rachel pegou o celular e as chaves do carro e saiu, parecia sem rumo, mas ela tinha, ela iria para o único lugar onde sempre passou segurança, onde ela sabia que para qualquer lugar que ela fosse, eles sempre esperariam por ela.

Quinn deitou o filho junto com Kiara, vendo os dois dormindo, as semelhanças com Rachel e somado aos últimos acontecimentos ela se permitiu chorar. Ela sempre soube que o futuro era incerto, Quinn nunca criou expectativas, até Rachel. Com Rachel, ela queria o matrimonio, filhos, até um cachorro se a morena quisesse coisa que nunca sonhou com Sam. Com Sam ela sabia que seria amada, sempre teve certeza disso, mas ela queria amar e com Rachel encontrou isso. Ela poderia viver com Sam, ter tido mais filhos, mas ela preferiu sentir, ela preferiu buscar o amor.

Agora, tudo parecia um castelo de areia desabando. Ela se perguntava se sempre pareceu um castelo de areia, apesar de para ela, parecer uma relação solida, a algumas horas atrás ela poderia jurar que duraria para sempre, parecia vago e infantil, mas ela tinha essa certeza. Olhando para os filhos ela voltava a pensar no futuro, um futuro próximo e um mais distante. No próximo, como ela explicaria a Beth que a mami dela desistiu de tudo, como explicar para uma criança que a pessoa que a abandonou continua a amando?

Quinn precisava dormir, ela teria a casa cheia amanha.

O frio de Nova York parecia uma simples brisa para Rachel, ao sair do carro ela parecia não se importar com a rajada de vento que a inundou e alguns flocos de neve na sua cabeça e nem sinal do sol nascendo atrás daqueles enormes prédios cinza.

Rachel estava parada há exatos vinte minutos olhando para entrada do prédio, ela estava desolada e a única culpada era ela.

A morena tinha os braços soltou ao lado do corpo apenas coberto por uma fina blusa de pijamas, debaixo de um frio cortante. O porteiro que já conhecia a Berry, a colocou para dentro e interfonou para o apartamento dos pais da menina.

Leroy desceu apressado e assustado, não eram nem cinco horas da manhã e o que Rachel estaria fazendo ali. O homem saiu do elevador e viu a filha sentada no sofá que tinha no hall, ela tinha os cabelos em uma trança e dava para ver os flocos de neve na franja da morena, os lábios roxos pelo frio.

L: estrelinha!

Chamou Leroy agoniado, Rachel virou o rosto e ele pode ver com mais clareza o rosto da filha, o caminho das lágrimas pelas bochechas.

L: estrelinha, fala comigo. Rachel você está congelando, onde você estava com a cabeça?

Leroy levantava Rachel do sofá, ele via a filha tremer e ele não sabia agora ao certo o porquê ela tremia, se era porque ela estava iniciando uma crise ou se foi pelo frio. O homem viu as chaves na mão da filha e concluiu que ela veio dirigindo e agradeceu por ela ter chegado bem, até aquele momento ela não tinha falado nada, apenas abraçado a cintura de Leroy e chorado.