Narrador pov

As dores nas costas de Rachel continuaram, Quinn sabia que a esposa já estava no limite, apesar de estar surpresa com a resistência da morena. Rachel não conseguiu mais dormir, qualquer coisa que fazia era incomoda pra ela.

Rachel levantou por volta das três da manhã, sem conseguir ficar deitada, dormir era algo inusitado, ela tirava cochilos que duravam até os filhos começarem a mexer e a chutar. Desceu até a cozinha e preparou um café, ela estava precisando de um agora, depois te que correr para o banheiro após um chute na bexiga, que por pouco não conseguiu segurar, ela foi até a sala e passou alguns canais, nada de interessante, levantou o tomou os remédios que tomava pela manhã e ficou um pouco, na mesma posição, encostada na bancada da cozinha, parecia que qualquer movimento que ela fizesse seria mortal. Rachel respirava devagar e de forma pausada, puxou uma cadeira da cozinha e sentou, esperando a dor aliviar um pouco, ela passava a mão na barriga gigante e pensava em como aquela época da gravidez era um saco, tudo parecia muito frágil, depois de um tempo levantou e conseguiu ir até a sala e se sentou no sofá tirando um cochilo.

Rachel acordou ao constatar algo molhado no estofado e sentindo a primeira contração, não estavam fortes, ela levantou e subiu as escadas devagar, trocou de calça e foi chamar a esposa.

R: Q.... Q...

Q: hmmm

R: minha bolsa estourou, troca de roupa e vamos para hospital.

Q: o que?

A loira levantou correndo e gritando e tropeçando nas cobertas.

R: Quinn calma, faz as coisas com calma, eu não estou com dor e só tive uma contração até agora

Q: mas.. mas você não pode demorar muito, um deles vai coroar e não vai ter como fazer uma cesárea e parto normal está fora de cogitação, seria muito ariscado e ...

R: Quinn respira, quem está preste a parir aqui sou eu, então sossega essa bunda, troca essa roupa, passa um água no rosto e pega as coisas necessárias.

Quinn foi para banheiro ainda atordoada, fazia as coisas rápido e no automático, Rachel sentou na cama e pegou o telefone ligando para os sogros e para os pais e pediu que avisassem os outros. Gritou para Quinn não esquecer das bolsas, pegou os celulares e os óculos da esposa, sabia que ela esqueceria, desceu as escadas e sentiu a segunda contração.

R: Quinn anda logo!

Ela gritou do andar de baixo e Quinn descia as escadas um pouco atrapalhada , com a bolsa da morena e as dos bebês, que estava arrumada a bastante tempo.

Q: vamos, vamos!

Quinn falou colocando as bolsas nos ombros e segurando o braço de Rachel.

R: Quinn a Beth!

Q: merda!

A loira bateu na testa, colocou as bolsas no chão e subiu as escadas correndo, algum tempo depois ela desceu com os sapatos, casaco e um chuchinha na mão e com Beth no colo, colocou a menina no chão ao lado de Rachel e abaixou para calçar os sapatos da filha.

Beth: o que está acontecendo?

R: seus irmãos estão nascendo!

Beth: agora?

Ela tinha o rosto confuso e coçava os olhos com sono.

R: sim meu amor.

Respondeu Rachel enquanto fazia um rabo de cavalo rápido no cabelo da menina.

Beth: mami.. mas está cedo.

Quinn riu e beijou a bochecha da filha.

Q: você também nasceu de madrugada.

Quinn levantou e pegou as bolsas e Rachel deu a mão a Beth que segurava o próprio casaco, desceram no elevador e Quinn estava inquieta.

No carro depois que Rachel prendeu Beth na cadeirinha, enquanto Quinn tentava ligar o carro sem sucesso, sem ao menos acertar a chave ela conseguia.

Q: merda, merda, merda...

R: Quinn sem palavras torpes.

Q: eu não estou conseguindo ligar a porcaria do carro, a chave não está entando.

Rachel respirou fundo quando mais uma contração veio.

Q: merda... respira Rachel.

R: você não está esquecendo-se de nada não?

Q: não... acho que não.

Quinn virou para trás e verificou se não tinha esquecido nada e virou para morena checando se ela estava sem algo, Rachel balançou a cabeça e colocou os óculos no rosto de Quinn.

R: agora anda logo que está doendo e não quero duas cabeças passando pela minha borboletinha.

A loira concordou com a cabeça e ligou o carro dirigindo o mais rápido possível até o hospital, entrou na recepção e encontrou Hiram e Leroy que ficaram desesperados quando Rachel entrou andando pelo hospital.

Judy e Russel chegaram logo depois das meninas se juntando aos Berry. Rachel já tinha entrado e Quinn ainda estava na recepção andando de um lado para o outro, estava agoniada, Judy levantou e segurou os ombros da filha e a fez sentar e esperar, Hiram estava com Beth adormecida no colo, à menina tinha a chupeta na boca e uma manta que uma enfermeira tinha emprestado, Russel estava no telefone e parecia animado.

J: Lucy você só vai entrar naquela sala quando estiver calma.

Q: minha mulher esta tendo meus filhos e eu estou perdendo tempo.

J: Quinn!

A loira franziu a sobrancelha, eram raras as vezes que a mãe a chamava assim.

J: ou você fica calma e entra porque a Rachel está precisando de você lá dentro ou você fica surtando aqui enquanto eu vou lá dentro e dar apoio a ela.

Quinn respirou fundo e seguiu para onde a esposa estava. Rachel já estava no quarto, pronta para ir para o centro cirúrgico. O obstetra estava no quarto esperando Quinn.

Rachel estava calma, a anestesia não permitia que ela sentisse as contrações, a morena tinha o rosto tranquilo, enquanto repousava a mão com soro na barriga.

R: Quinn se você passar a mão nesse cabelo mais uma vez enquanto checa minha barriga e o meu soro eu quebro seus dedos, então acho melhor você ficar calma, você é médica e também já passou por um parto, não tem lógica isso tudo.

A loira parou a mão na metade do caminho a cabeça e abriu a boca sem reação.

Q: é... que..

R: okay Quinn, nem parece que já passou por isso.

Q: na verdade não, o parto da Beth foi normal.

R: preferia que fosse normal..

Q: acredite você não ia querer, não é muito agradável uma cabeça passando por um buraco minúsculo.

Rachel fez uma careta e Quinn beijou a testa dela indo colocar as roupas apropriadas.