Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 84
Duas almas, um nome, mesma sina?


Notas iniciais do capítulo

mil desculpas, pela ausência todos esses anos.

A sina, cabalisticamente considerada, é, pois a soma de tudo quanto necessitamos para bem realizar o propósito de nossas vidas e contém componentes adequados a cada época e relacionados a cada um de nossos aspectos individuais: físico, psíquico, espiritual e divino. Um propósito que além de único, pessoal, engloba também os propósitos e as necessidades daqueles com quem nos relacionaremos ao longo de nossas vidas.Cada vez que retornamos a este mundo da ação, trazemos conosco um projeto de vida, uma carga curricular a ser cumprida, estabelecida não somente pelos resultados obtidos no ciclo anterior de ação e reflexão, mas também pelas necessidades daqueles com quem travaremos relacionamentos mais longos, intensos ou significativos, os chamados companheiros cármicos.
Uma lenda muito bonita descreve a cortina de Pargod, que Enoch teria contemplado diante do trono, quando atingiu o sétimo céu, o céu de Arabot, A lenda nos dá uma idéia de como se desenvolvem os relacionamentos cármicos e de que como almas afins se reúnem e se separam ao longo de suas várias vidas. ( recanto das letras)



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Órion desceu do carvalho e sentou-se ao pé da arvore, sobre uma grande raiz, rodeada de amores-perfeitos. Byakuya fizera o mesmo, pois notara que o semblante da menina decaíra, sentou-se ao seu lado, pegou-lhe as delicadas mãos, beijando-as delicadamente:

— Órion?! O que fiz eu para que te entristecesse tão rápido?

A morena contemplava nostálgica um grupo de chous que brincava sobre os amores-perfeitos, algo não se encaixava em sua história: - By-sama me falara uma vez que Órion, a primeira...tenho que admitir isso agora...evocava chous como animais guias, essas chous não eram como jigokuchous usadas pelos shinigamis, além do mensageiro Jibrail.

— Você quer dizer você?! Sim. Você possuía muitos talentos, embora confesse que fique confuso, você não recordar de técnicas tão comuns para você naquela época, como a han’ei no mayonaka ou o rastreamento de essências por chous! – Responde o nobre lhe beijando o rosto.

— É isso que me apoquenta, eu não recordar dessas coisas...como-como se não fosse eu...é estranho! E se de fato, não o poderia ser, pois do contrário, deveria ser mais velha que Tsukishirou. – Responde meio desesperada, fazendo beicinhos.

— Deveras, isso é muito peculiar, pois naquela época tu não tinhas noção de quem eras ou qual tua missão realmente, não podias ressuscitar como fizeste em Rukongai! Senão não haveria de ter morrido em Ugendou! – O nobre responde pensativo: - confesso ter sido melhor assim! – Algo naquela conversa o incomodou.

O nobre fechou os olhos, respirou fundo, como se estivesse hesitando. Órion o encarou interrogativa:

— By-sama?! By-sama,o que foi? Me responde. Fala alguma coisa, estas me deixando nervosa!!- exalta-se a morena.

— Me espere aqui... eu retorno logo... – responde o nobre desaparecendo com o shumpo.

Órion fica sem nada entender, fitando a direção onde desaparecera a misteriosa reiatsu. Após alguns minutos Byakuya retorna com uma luxuosa caixa de madeira, decorada em florais madrepérola, Órion olhou o objeto confusa.

— Reconhece? – Interroga o nobre lhe entregando.

— Não, nunca o vi! – Responde fazendo uma carinha bem kawai de supressa: - A quem pertence?

— Órion, eu guardo isto há muitos anos, com receio de caírem em mãos erradas, pedi à Yui que o guardasse com a vida, nem para Yuè, mãe de Ária, o fiz saber, do contrário, ela o teria dado a Hikari, como fez com tua bosuton. A abra, talvez isso te ajude a recordar alguma coisa. É seu. – Elucida o nobre.

A menina abre a caixa e de dentro retira dois papiros e um diário: - não podem ser meus, nunca os vi.

— Como não, se você os trouxera juntos com sua baggu, mas os perdera na noite em que chegaste, os recuperei e guardei no outro dia. Vê! É o teu selo que os lacra, jamais consegui abri-los.- fala o nobre os mostrando.

— Confesso ser minhas iniciais, mas a caligrafia, não, há um cântico de proteção sobre eles. – Responde pegando o diário, sem consegui romper o lacre, pega um dos papiros, sem consegui abri-lo. Pegando o segundo pergaminho, com esforço, o abriu e se pôs a lê.

Byakuya estranha, a garota nunca tivera problemas para desfazer selos mágicos: - o que há escrito nele?

Órion se põe a lê vagarosamente, fazendo feições de espanto e surpresas, deixando o pergaminho cair de suas mãos, escorregou vagarosamente ao chão e se pôs a chorar com as mãos na cabeça.

— Órion o que foi? O que te perturbou tanto nesse papiro? – Indaga o nobre perplexo, ajoelhando-se ao lado da garota, a abraçando.

...........

Enquanto isso, no Hueco Mundo, caminhando entre os destroços do outrora forte da zona de Penumbra. Órion, digo, Miyoshi tateava restos de parede, enquanto fitava Ukitake com raiva:

— Que bagunça! Se falares mais alguma coisa com relação ao nosso passado, este será teu tumulo! – Avisa com raiva.

— Eu falei, não há nada além de destroços aqui, minha Hana. – Retruca, se afastando da menina: - não se preocupe, saberei respeitar tua decisão e nossas condições. Porém apenas te digo, jamais deixei de te amar. – Responde triste o tachou.

— Essa é a última vez, pois não irei mais avisar, se me tratares com tais apelidos ou recordar o passado novamente! Conhecerás a Terra de onde não se pode voltar. Ou como ainda terás serventia mais adiante, te mandarei para casa e continuo a missão sozinha. – Ameaça a garota, abrindo uma passagem secreta sobre os escombros de uma escada.

— Mesmo que me mande para casa, ainda assim, terás que me procurar, pois a identidade de quem pediu este artefato não te foi revelada. Muita coisa mudou, desde sua partida minha ha...digo Órion. – Elucida o meigo tachou.

— Miyoshi! – Responde a hashiseki. - Me poupe de detalhes sórdidos Ukitake taichou, sei muito bem o que acontecera nesses últimos anos. Agora senão quiseres morres, entre. Há um bando de hollows vindo nesta direção. – Anuncia a garota adentrando a passagem nas trevas.

......

Na Mansão Kuchiki:

— Não era, não era eu...não era eu!!! – Órion fica histérica.

— Não era você o que? do que falas Órion? – Indaga o nobre agoniado ao ver o estado de sua companheira.

— A primeira Órion! A primeira Kuchiki Órion! É por isso que não me recordo de tudo, não conhecia a maldita Sora, até ver nas memorias de Hakurei. Essa letra não é minha, vê? Não é minha.

— Quem seria além de você?! Tua letra deve ter mudado, pois você renascera com outro corpo. Isso não faz sentido algum! Quem seria além de você, recobraste a consciência da tua vida passada. – Retruca Byakuya confuso.

— Tua verdadeira filha, Kuchiki Órion! Nascida de um casamento forçado entre você e Tsukishirou, segundo o papiro, nasceria no ano seguinte à partida de Yuè, deve ter sido em alguma época paralela, assim como a de Yuè. Leia você mesmo. – Explica a morena dando-lhe o pergaminho: - eu sempre achei que havia algo de errado!

Byakuya senta-se estático no chão, trêmulo: - Não pode ser!!! Órion sempre fora minha filha de verdade?! Órion, por favor não brinques com algo tão sério.

— Jamais ousaria fazer isso com um assunto tão sério, By-sama! Eu não consigo abrir os outros selos, então, não podem ser meus, porem o são dela.

— Eu jamais me casaria com aquela mulher, prefiro a morte a ter que pensar nisso. – Fala o nobre com raiva: - mas Yuè e ela foram resgatar você, digo, Órion. – Diz tentando achar sentido na história.

— Pelo que diz no papiro, casaria sim, ou casou! E digo mais, em uma dimensão paralela casou com ela e tiveram Órion e um menino, que parece que morreu do mesmo mal de Ária, e em outro futuro paralelo casou-se com a filha dela, Yuè! Porque que deixei de ir nas aulas de Mayuri taichou?! – Falava Órion confusa: - Ah?! É verdade, você me proibiu.

— Mas por que tudo isso? Eu estou no limite da sanidade com essa revelação. Se foi você que Apsu mandou, onde pode estar minha criança?! – Byakuya começa a se desesperar.

— Tua criança, By-sama, deve estar no Hueco mundo agora, e digo mais, foi a reiatsu dela que sentir esses dias. É a mesma essência que senti nesses objetos! – Esclarece Órion, ou Shouri, fazendo carinha de reflexão

— Mas, como Órion esteve aqui e Hikari não pressentiu nada, devido sua reiatsu avassaladora? Onde ela estava todo esse tempo? – Byakuya levanta-se atônito.

— Elas foram resgatar aquela Órion e me trouxeram sem saber. Bem, isso eu não sei, mas há um meio de sabermos. – Responde Órion sorrindo, porém, pensava: ‘será que eu devo dizer a ele que ela não estar sozinha? Acho melhor não, ele irá ficar com bastante raiva. ’

— Sei o que você quis dizer, vamos atrás dela, se minha criança estar viva, a trarei para o seu lá novamente. – Elucida o nobre com muita satisfação e feliz. Sua doce menina retornara, agora haviam duas, o que era bem estranho, duas pessoas de tempos distintos e o mesmo nome, com um único objetivo.

.....

Na casa dos Hakurei:

— Hã?! Mensageiro?! O que fazes aqui, algum recado de Shouri? – Interroga Mikaido surpreendido com a gigante serpente negra.

Jibrail franze o cenho e diz: - Eu sinto muito honrado Hakurei, mas você não irá ao baile amanhã.

— Mensageiro, mesmo que Kuchiki Ária, não queira ir me acompanhando, deverei ir eu, representando minha casa.- responde irritado o homem de mechas cinzas.

— Você não me deixa escolha, Hakurei. – Esclarece a serpente o empurrando num vórtice de sombras.

....

Na mansão Kuchiki:

Órion e Byakuya chegam afoitos devidos a um estridente grito de Ária, Byakuya indaga: - Ária o que foi?

— É nee-chan, o que foi, que a fez ficar assim, sentes algo?! – Pergunta Órion abraçando a irmã.

Ária aos prantos responde: - Eles, eles fizeram algo horrendo conosco. – Aponta para cinco anciões do Clã e um representante da Família Kasumioji (gente acho que se escreve assim).

Byakuya arqueia uma sobrancelha, depois que fita o visitante: - Kasumioji Shingi, seja bem-vindo. E Ária recomponha-se, onde estar tua educação.

— O que estar acontecendo By-sama?! Porque há em nossa sala um nobre da família Kasumioji? – Interroga Órion.

— Perdão senhoritas Kuchiki, não quero parecer petulante, porém ao que me consta agora Byakuya-sama não as informou sobre um contrato entre nossas famílias e sobre minha visita aqui, por mim já haveria vindo aqui há muito tempo, mas mamãe não deixava – elucida o nobre de orbes azul celeste e cabelos castanhos de um liso ondulado, até abaixo do queixo: - Vocês duas são ainda mais lindas de perto, somente as admirava de longe!

— Otou? É verdade o que Hokudo-jii-sama falou?! – Indaga Ária

— By-sama, não quero parecer indelicada com a ilustre visita, mas qual é esse assunto? O que você escutou nee-chan? – Interroga Órion aflita, pois já imaginava a causa.

 - Eu falei, que as informaria pessoalmente sobre o assunto. – Ira-se Byakuya com os anciões.

— Permita-me Byakuya-sama, com todo respeito. – Inicia o jovem Kasumioji: - Há alguns anos, nossos Clãs formalizaram um acordo de casamento, entre seus herdeiros. – Esclarecem o jovem direcionando o assunto às duas Kuchikis. – Eu sou o herdeiro do meu Clã, o primogênito, então assim desposarei uma de vocês, senhoritas. – Sorri o rapaz para o seu pai que chega nesse momento.

— Quêêê... – gritam as duas em unis som: - mas nunca fomos informadas sobre o assunto.

Órion fita Byakuya com raiva: - Ária! Vamos nos retirar, deixemo-nos o nosso amado ‘otou-san’ e os anciões resolverem isso com nossa ilustre visita. – Órion faz reverencia aos visitantes e sai da sala puxando a irmã.

— Hai, nee-chan! – Responde a alba lhe seguindo.

......

— Nee-chan, o que faremos, digo, eu, serei dada por esposa a um Kasumioji. É claro que papai jamais abrirá mão de você para cumprir um contrato, agora sobrou somente eu! E Hakurei-san, eu pensei que seria ele a me fazer tal pedido! – Chora a mais velha.

— Ária tenho que contar-te algo. Eu sei que esse assunto de casamento arranjado não me agrada também, depois a gente vê o que dá para fazer. – Retruca Órion.

— yare, yare!!! O que foi, nee-chan? – Indaga a alba se recompondo.

— Nossa irmã estar viva!

— Nani?! Nani?! O que você quer dizer com isso, não temos outra irmã?! – Espanta-se Ária.

— Temos sim, a primeira Kuchiki Órion, ela estar viva e é filha legitima de By-sama. – Reponde a morena sem rodeios.

— Es-espera?! Você não seria a reencarnação dela?! – Assusta-se a alba.

— Não! Apenas leia isto, e saberá que não sou eu. – Órion lhe entrega o papiro.

Ária lê o pergaminho e cai sentada na cama de espanto: - É possível isso?! Ha-haver duas pessoas de tempos remotos, almas diferentes, mesmo nome, e a mesma sina?! Porque nós deixamos de estudar com Mayuri taichou?!

— Também me fiz essa pergunta e lembrei-me que By-sama nos proibiu. – Responde Órion apática: - Assim que By-sama mandar os Kasumioji embora, nós iremos busca-la.

— Mas onde ela estar? Ela havia morrido, como voltou? – Indaga Ária sem nada entender.

— Como ela retornou eu não sei. Mas até o momento sabemos que ela foi para o Hueco Mundo, no antigo forte da bruxa Sora, e não estar sozinha. – Elucida a mais nova.

Ária, arregala os olhos em espanto, ao recordar-se da missão incumbida para Ukitake, e tentando disfarçar pergunta: - Com quem ela estar, nee-chan?

— Shitashi, hum, digo, ojii-san. Hah! Ukitake taichou. Eu não contei para By-sama, que foi a reiatsu dele que senti junta a dela!

— Shiii...o otou não vai gostar nada disso! Nem conte, deixa para a surpresa. Mas se eu tinha esperança de ter alguma coisa com Hakurei-san, isso acabou hoje! – Elucida a alba triste.

— Hum?! porque, você estar falando isso, por causa do acordo de casamento?! – Interroga Órion.

— Primeiro por isso, agora, por causa da Nee-chan Órion! – Responde a mais velha suspirando profunda e dolorosamente.

— Eu sei, ela ainda nem se juntou a nós, e não podemos logo pensar em ser ela a cumprir tal contrato, mas calma, um assunto de cada vez.  – Tagarela a mais nova sem entender o motivo de Ária.

— Não é isso. É que Hakurei-san, sempre fora apaixonado por ela, recorda-se das histórias que otou-san e Yui nos contou, e Hakurei confirmou isso depois. – Explana Ária.

— Mas nee-chan, embora que ele chegou a pedi-la em casamento, ela não gostava dele, lembra-se dos relatos de desavenças entre eles? – Fala Órion tentando amenizar a situação.

— Seria ela ou você nee-chan?! Já pensou na possibilidade de vocês duas estarem ocupando o mesmo corpo, alternando o comando!  Li isso em algum lugar. – Fala a alba: - quando vocês se transformam em avatares, não são suas almas e a essência do deus-guardião em um mesmo corpo?

 - Que coisa boba Ária, duas almas no mesmo konpaku?! – Órion sorri sem graça: - e no caso de avatares, é a alma junto com a ‘essência’ de um deus e não o deus propriamente dito, é diferente! – Órion já um pouco confusa.

— Mas e se for verdade?! Vocês fizeram coisas impossíveis, viajaram no tempo, pertencem à mesma família em mundos e tempos diferentes, morreram e reencarnaram sendo as mesmas pessoas de antes e na mesma família. No caso de nós, almas comuns, quando morremos, vamos para o sekai como pessoas totalmente diferentes sem nunca se recordar de quem fora antes, e assim vice-versa. – Responde Ária.

— É melhor você parar, estar me deixando confusa! – Desespera-se a morena. – Porque se isso fizer sentido, uma de nós...- começa a chorar

— Não é apenas uma simples alma, ou apenas uma avatar, é algo bem diferente do que se pode imaginar, nee-chan, desculpas! – Ária abraça a mais nova.


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Notas finais do capítulo

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector



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