A brisa fria adentrou pela porta lateral do quarto que dava para o jardim interior, um homem aguardava serenamente pelo mínimo movimento da jovem adormecida. Jazia havia uns dois dias desacordada, contudo sem nenhum ferimento sequer, o que deixava um certo nobre abismado:

– É espantoso Kuchiki-sama, já cuidei de sua menina algumas vezes, mas sempre me admiro de sua rápida regeneração. Jamais imaginei que no poderoso Clã Kuchiki houvesse tamanho talento, o senhor deve ser muito orgulhoso de sua filha. – deixa escapar uma adorável senhora, que terminava de examinar a jovem adormecida.

– Hã?! Não é minha filha! – responde o nobre sem jeito.

– Como?! A jovem Ária vive a chamando de nee-chan?! – espanta-se Kenkai.

– Apenas foram criadas juntas. Órion é...minha...

A jovem mexeu-se no futon, virando para o lado, descobrindo todo o busto, revelando o tórax bem talhado e seios firmes, cobertos por uma transparente e delicada camisola rosa, murmurou algo: - By-sama, não seja tão afoito! Deixa-me recuperar o fôlego... – ficou vermelha - ...By-sama!!! – gemeu baixo.

Byakuya corou, ficando estático fitando a jovem, tentou não encarar a velha senhora que o olhava pálida e atônita.

– Perdoe-me por falar loucuras Kuchiki-sama! Já compreendi sua relação, não quis me intrometer. Gomen nasai! Os deixarei às sós agora. – a velha senhora deixa o quarto rapidamente sem graça.

– ‘o que será que você estar sonhando pequena?! Deixou-me em maus lençóis por algo que ainda não fizemos! – explana corado, beijando-lhe o rosto rosado: - porém toda a sua habilidade de regeneração não só te é devido ao lado hollow ou avatar, pois para isso, deverás estar em um desses estados,’ Mayuri é uma mente perturbada, porém confesso que seja mesma um gênio-louco, deve ter se superado quando fez você, forte e poderosa, sem perder a graça, a doçura e a feminilidade!

.....

Enquanto isso, numa parte de sua casa que Hakurei sequer colocava os pés, estes sentado sobre uma bancada, divertia-se ao contemplar as intrigas de Ária com sua governanta, que não queria a menina ou outra pessoa ali em sua cozinha, mas a Kuchiki era bem persistente, vinha brigando pela cozinha fazia dois exatos dias, o que fazia o nobre dar gostosas gargalhadas com as tentativas frustradas de se livrar da alba que sempre retornava:

– Menina, você é uma nobre, vá cuidar de tua irmã ou mesmo fazer companhia à Hakurei-sama! – pedia a velha criada sem esperanças.

– Minha irmã estar bem aos cuidados do meu otou-san e Hakurei-san me parece bem à vontade sentado ali, agora deixa de ser má e concede-me a honra de cozinha hoje? – pediu chorosa fazendo beicinho, um pequeno truque que aprendeu com Órion para desarmar Byakuya.

A velha Aiko, ficava desconcertada: - Você disse-me isto ontem e eu deixei, agora novamente, és tão persistente quanto tua irmã. Mas dessa vez não cairei nesse truque do beicinho e grandes olhos.

– Mas...se a senhora deixou minha irmã cozinhar por uma semana, o que custaria liberar-me isso também?! – indaga a alba com as lágrimas escorrendo e soluçando, o beicinho tremulava.

– Hakurei-sama?! Por favor, diga a esta donzela que.... – ficou desconcertada.

– Não me ponha nisso Aiko, resolva seus problemas...

Ária se aproxima do nobre e lhe segura uma das mãos: - Hakurei-san! Por favor? Faça este malvada me conceder o prazer de cozinhar para meu senhor mais esta vez, onegai? – pede com dois enormes olhos púmbleos marejados.

O nobre quase caía da bancada, respirou fundo, fitou Aiko que aguardava esperançosa e desviou o olhar para a alba que fazia carinha de choro. Não lhe podia dizer não naquela altura: - Muramasa Aiko, deixe de ser uma velha ranheta e dê a esta jovem a o que ela lhe pede.

– Mas senhor....

– É uma ordem.

– Arigatooo! Hakurei-san, não irás arrepender-te! – a jovem o abraçou sorrindo.

– Não será de graça, cobrarei minha divida um dia. Pois, Aiko é uma segunda mãe, foi minha babá e...

– Eu devia tê-lo deixado afundar em suas fraldas sujas e molhadas, é sempre assim, elas começam com pedidos simples e inocente, depois comandam sua vida. – berra a criada saindo da cozinha.

Hakurei corou, como ela ousava gritar aquilo, mas falou calmamente: - entende o que quero dizer, ela ficará chateada comigo por um bom tempo, é uma das poucas pessoas que podem falar assim comigo e saírem impune....

– Hã?! Tua segunda mãe?! Ai... eu não queria magoa-la... Senhora Aiko, espere... - a jovem sai correndo atrás da criada.

– Mas o que sucedeu com ela?! - o nobre ficou a ver navios, sem entender nada, enquanto as outras criadas sorriam e cochichavam.

...........

–Hããã...By-sama?! Onde estamos? – indaga alguém sendo despertada com um selinho.

– Creio que já estiveste aqui antes, querida, seja bem vinda! – o nobre sorri.

– ohayo! O senhor fica mais lindo quando sorri...hum...este é o quarto da casa de Hakurei-san?

– Sim, viemos para cá assim que derrotastes Sora.

– Quanto tempo fiquei desacordada By-sama?

– Dois dias.

– Entendo. Onde estar a nee-chan?

– Estava ainda agora discutindo com a governanta de Hakurei-dono.

– Ela não deveria fazer isso, Aiko é um doce, foi uma mãe para Hakurei-san e...

– Eu já entendi seu plano. você tem certeza do que dedicou à sua irmã? – o nobre a fitava sério.

– Não seria bom? É nobre, de uma família tradicional e...

– Órion, você sabe melhor do que ninguém da fragilidade de Ária, me doe dizer isso, mas temo que minha criança não veja a próxima primavera.

– Ária é a ancestral do nosso Clã no meu futuro, dela surgiram os futuros Kuchikis do meu tempo, como também o mal que os assolou.

– E esta morbidade, não recairá sobre a família Hakurei?

– Não! Venho observando Hakurei-san desde que o reencontrei e estudei sua historia, bem como sua fisiologia com Mayuri taichou, assim que tomei posse dos documentos que estavam com ele, ele sempre soube que Shouri era na verdade eu inconsciente.

Byakuya sentou-se ao lado da jovem: - e como isto ajudará tua irmão a ter um futuro? –

– Hakurei possui em suas células o gene para bloquear o gene defeituoso que Yuè deixou em nossa família.

– Então esse gene veio da família Ukitake?

– Sim, o deus que estar or detrás disso tudo, deve ter enviado Yuè para cá justamente para isso, ela foi usada pensando estar fazendo o bem. se tudo ocorrer bem, os descendentes da nee-chan nascerão saudáveis.

– Mas tua irmã definha como a relva do campo a cada dia. – elucida o nobre baixando os orbes triste.

– Eu não deixarei minha irmã morrer, descobrirei algo a qualquer custo, nem que para isso eu tenha que matar o maldito deus que quer tanto destruir nosso Clã. – exalta-se a morena ficando tonta.

Byakuya a ampara a aconchegando no futon novamente: - Acalme-se meu amor! – beija-lhe a glabela: - se Hakurei pode bloquear os efeitos deste gene, é por que...

– Sim, o mesmo deus a quem esta família vem servindo, é o mesmo que quer nossa extinção. Usou de má índole com um plano tão cruel ao adoecer Ária gerada por Yuè.

– Apsu sabia da vinda dela, foi na mesma noite em que ele deu-me sua palavra que traria você novamente para mim. Porque brincam conosco dessa forma? Eu não entende. – retruca o nobre.

– É somente para nos provar, saberem se estamos dispostos a tudo, a nos sacrificar por nossos ideais, isso é uma característica marcante em Apsu, sempre levando o ser humano ao seu limite, o testando de todas as formas. Mas, ele jamais quis a extinção dos Kuchikis, deve ser parte do seu plano nossa existência. – ela senta-se com as mãos entre as pernas com o rosto baixo, não se deu conta que curta camisola deixava todo o membro inferior à mostra.

– não se apoquente querida. Como você mesmo disse, já passamos por situações mais extremas.. Além do mais, você não estar sozinha agora. Eu estou aqui... – aproximou-se da jovem, se pondo em sua frente, suas mãos tocaram-lhe os joelhos alvos e desceram para as torneadas coxas aveludadas.

– By-sama?!!! – Órion desperta nesse instante, já com o homem lhe beijando o colo, subindo o beijo para o pescoço, a deitando sobre o futon.

– Se acalme, não será aqui e muito menos agora! – fala rouco lhe selando os lábios escarlates, prendendo-lhe as mãos contra o futon, a fazendo tremer.

– AAAAiiiii.... – grita alguém deixando uma bandeja de louças caindo no chão, esta levou as mãos à boca, pálida: - Go-gomen nasai...

– Ária o que foi....... – Hakurei corre para socorrer a alba e fica sem voz ao ver a cena: - nossa...!!!

Byakuya se recompõe rapidamente, tomando seu aspecto sério e sereno, Órion por sua vez, arfava, estava vermelha e nervosa, puxando as cobertas sobre si.

– Ária, onde estar sua educação, porque não avisou que estava entrando? – a reprova o líder.

– perdoa-me meu pai, é que pensei já que a nee-chan estava se recuperando e ainda mais aqui, eu, não o que deu em mim para agir de forma tão provinciana, gomen nasai... – abaixa-se pegando os cacos no chão sem jeito.

– Nee-chan, não precisa pedir desculpas, se tem algum culpado por essa situação constrangedora é somente By-sama, pois me pegou desprevenida.

– Órion?! – a fitou surpreso.

– Não foi o senhor quem começou? Estávamos discorrendo sobre assuntos serissímos até o senhor me...me... – a morena calou-se vermelha.

– Talvez não fizesse isso, se você não falasse o que sonhar enquanto dormia.

– Queee?! O senhor escutou-me?!

– Eu e a senhora Kenkai.

Órion cobriu-se toda: - o que ela irá pensar de mim, que sou uma pervertida!

........

– Então será esse o plano? – indaga Hakurei.

– Sim, vocês dois estão sendo procurados pelo Gotei 13, ainda não o sabem quem são os ladrões, mas creio que é apenas uma questão de tempo para Hikari descobrir. – revela Órion evocando sua katana.

– Ária você irá ainda hoje para casa. – Avisa Byakuya.

– Mas otou-san, como? Estamos a dias do Seireitei.

– yare, yare! Eu ainda não tenho condição de nos teletransportarmos todos de uma vez, porém enviarei você com Yorukami, aja normalmente e deixe o resto conosco amanhã nee-chan. – avisa Órion abrindo um portal com a zampakutou.

– Você virá com eles Hakurei-san? – interroga a alba o fitando triste.

– Sim Pequena, não irás livrar-se de mim assim, temos uma divida! – sorrir serenamente.

Byakuya arqueia uma sobrancelha , Órion estava certa, a alba traçara seu destino naqueles poucos dias: - Ária, assim que retornarmos ao Gotei amanhã, teremos uma longa conversa. – Avisa o nobre lhe beijando a testa.

A jovem treme: - é sobre o meu castigo otou-san?

– Não se preocupe, muito obrigada nee-chan! Agora vá. – avisa a morena a empurrando.

– Pelo queee....

.............

– Senhora Yui eu apenas vim saber noticias de Ária, quero vê-la, faz dias que a senhora vem dando desculpas, parece-me esconder algo. – insistia Yuè.

– Menina, já disse que Ária-san...

– ... aaaaa.... – alguém estatelava-se na sala de estar: - aaiii... Essa doeu! – levanta-se um pouco zonza.

– Ária?! Como...Você estar bem?! – corre a velha criada para acudi-la.

– Estou sim, gomen nasai Yui- baa-sama, mas não aguento mas ficar deitada, eu estou bem agora, quando o otou e a nee-chan chegam? – ela aperta as mãos da criada.

– Entendo! Menina, como você é teimosa, o que direi a Byakuya-sama? E essa escoriação, então?! Eles ainda não deram noticias.

– Yuè?! Quando chegastes?

– Ária?! Você estava doente?!

– Não doente, somente indisposta, é que Yui é muito exagerada, almoça comigo?

– Senhora Yui, eu venho aqui a dias e a senhora não me diz nada?

– Gomen ni menina, mas são ordens de Byakuya-sama.

– Então, poderemos conversar agora Yuè, fica para o almoço, assim me dará noticias da nee-chan e do otou-san.

– Sinto muito querida, mas não poderei ficar e muito menos lhe dar alguma informação, não temos contato com eles desde quando saíram no encalço dos ladrões. Somente vim vê-la rapidamente.

– Que pena! Sinto-me tão só. Dê um abraço na obaa por mim. – fingir triste.

........

– Mãe, Ária estava de cama todos esses dias.

– Então porque a criada não dissera isso antes? – indaga Hikari desconfiada.

– A senhora Yui disse ser ordens de Kuchiki taichou.

– Como é egoísta, nunca irei entender esse homem! Seu pai já estar retornando, porém deixou shinigamis prosseguirem.

– E como ficará esse assunto?

– Não imagino por onde andam os dois Kuchikis, porém Órion já não é a mesma.

...........

No outro dia, sala de reuniões no primeiro comando, Ukitake terminava seu relatório, quando surgem no meio do recinto, Órion, com o ombro ainda enfaixado, Byakuya com dois tomos nas mãos e Hakurei ostentando sua alabada.

Shunsui já habituado com aquilo, observa os três: - Então não pegaram os ladrões também? E quem é este?

– Não a trouxemos viva, porém recuperamos os tomos e isto.

Todos arregalaram bem os olhos, mas foi Tsukishirou que reconheceu: - É impossível isso!!! Esse é o escapulário de Sora!

– Sim, isto é a prova que conseguimos o que você foi incapaz de fazer todos esses anos. – revela o nobre o pondo sobre a mesa.

– Lógico que conseguimos essa proeza com a ajuda do nobre Hakurei Mikaido, ultimo e único membro da mesma família tachada de covarde por muitos e que na verdade guardava consigo grandes segredos. – responde Órion fazendo pouco dos presentes.

Todos o fitam espantados, ele apenas responde: - Prazer em conhecê-los nobres taichous, porém apenas cumprir um dever de família, todavia todos os creditos são da jovem Kuchiki por alcançar seu estado de avatar perfeito, fazendo jus à sua antecessora.

– Como assim, estado de avatar perfeito? É possível isso Hikari taichou? – indaga Shunsui curioso.

– Sim, mas é quase impossível não ter sequelas da transformação, então por isso o ombro machucado?

– pode-se dizer que sim obaa. – responde a jovem desdenhosa.

– Digam-me Kuchikis, porque se interessaram tanto pelo caso, se este não fora deliberado ao seus bantai? – indaga Ukitake.

– É assunto de família, já que os documentos pertenciam a Kuchiki Órion, sendo uma das funções do Rokubantai. – responde o nobre: - Agora não entraremos em mais detalhes, já que logo enviaremos nosso relatório com tais informações, o importante é que um de nossos inimigos fora eliminado e os documentos recuperados.

– E já que a função do nosso Clã é zelar e guardar a historia do Seireitei, reivindico estes documentos como bem de família em memória de Kuchiki Órion. – argumenta Órion.

Shunsui volta seu olhar para Ukitake: - É justo, uma vez que seus segredos jamais serão revelados.

– Dessa forma, Órion hashiseki pode pegar os outros dois no departamento de pesquisas. – complementa Mayuri.

– Então dou por encerrado este caso e fico aguardando seus relatórios.

– Vamos querida? – elucida Byakuya seguindo rumo à saída.

– Hai otou...digo, Kuchiki taichou! – passa correndo em frente a Juushirou, o fitando docemente: - Oji!

– Órion?! ‘esse olhar, esses gestos faceiros e doces! É minha doce hana, porém como ela conseguiu retornar?!’

..........

Na sala de jantar, uma cena habitual fazia-se presente, Byakuya na cabeceira, do seu lado direito sua amada Órion, do lado esquerdo sua doce Ária:

– No fim terminou tudo bem, não é otou-san? – sorria a alba após um gole de suco.

– É o que estar aparentando Ária! – responde calmamente, depois volta o olhar para sua morena: - Não estar com fome querida? Esta um tanto inquieta!

– Até estou, mas estou um pouco apreensiva By-sama! – responde cutucando a comida de um lado para o outro.

– O que te apoquentas? Algo que devemos nos preocupar?

– Sinto oscilações na Membrana, ao que parece Anupu e Tezcatlipoca estão despertando. Por enquanto não devemos nos interpor. – baixou o rosto para esconder sua ansiedade, pressentia algo ruim e não o queria preocupar, porém fora tomada por um mau presságio e temia o pior, logo agora que sua vida trilhava os caminhos certos!