Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 20
The difficult sacrifice of love


Notas iniciais do capítulo

Órion está com o coração dividido, seu sofrimento aumenta com ausência de Ukitake, e toma uma difícil decisão após vários conselhos.



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Órion levantou meio tonta, tivera muitos pesadelos durante a noite, o que lhe causaram enjoos. Sentou e respirou fundo, pensando para quem contar e como contar o que sonhara, precisava de conselhos de pessoas experientes em batalhas e de bons ensinamentos, bem havia somente Ukitake para dividir, com quem conversar sobre tal assunto. Fora para o banheiro, Yui não estava, fora cuidar de sua irmã que se encontrava doente, agora teria que se virá sozinha, pois não confiava muito nas outras criadas, elas a olhavam estranho, cumpriam suas ordens, porém a menina sentia que não era de bom grado. Terminara o seu banho e se vestira rápido, nem fez seu desjejum e saiu sem se despedir do líder, pois já não o via a alguns dias devidos suas tarefas. Antes de ir para o seu bantai, visitara Zaraki e Mayuri como de costume, não ficava muito tempo sem os ver. Algumas vezes encontrava Matsumoto pelo caminho, por quem criou grande afeição, pois se divertia com suas histórias e as brigas de Hitsugaya com ela. Byakuya não aprovava essas amizades, porém Órion não ligava, pois eram pessoas verdadeiras, que viviam pelo que eram e não pelos seus títulos. Chegara no esquadrão e obteve uma surpresa:

– Como assim, Ukitake taichou ainda não retornou? Será que ele está bem, será que teve uma recaída, faz semanas que nem um ataque de tosse ele tem, parecia está tão bem!- diz sentando na cadeira do capitão e baixando a cabeça triste.

– Órion-sama, talvez seja assunto de família, lembre-se ele é o mais velho entre os irmãos, logo chegará aqui lhe trazendo um presente. Ah! Ia me esquecendo, o Comandante mandou avisar que queria um relatório dos shinigamis em missão e conversar com os seus capitães, ou seja o nosso, como o taichou não retornou, cabe a senhora o representar. – falou Yuuki, um shinigami de sua confiança.

– Eu não sou fukutaichou, sabes muito bem disso.

– Se representa o capitão, é sim e cumpre as tarefas de um, o que a faz tenente, deverás ir no lugar do capitão e levar esse relatório. – insistiu Yuuki.

– Mas, eu não desejo ser uma tenente, apenas quero cuidar de Ukitake taichou e ajudar no que puder por aqui, sem muita responsabilidade. – responde a menina.

– Eu acho que como desempenha a função de um, todos pensam que já é uma fukutaichou, eu penso assim, nota que ninguém se candidatou por isso. E o taichou confia muito na senhora, por isso a deixou em seu lugar.

– Tudo bem, Yuuki, estou indo, quem sabe encontro By-sama por lá, não o vejo há dias.

– Desculpe, mas os dois moram na mesma casa e não se veem, que estranho!

– É, bem esquisito mesmo! Ainda mais quando uma pessoa faz você se sentir tão especial e depois não liga mais para você! – fala baixando o rosto triste.

– Mas o taichou não é assim, ele adora a senhora e não esconde isso de ninguém, faz de tudo para vê-la feliz. E quer saber desde quando, Órion-sama veio para cá que ele não caiu mais doente, as vezes uma tosse rápida, mas não do jeito que ficava, dizem pelo esquadrão que a senhora é o remédio dele. – revela o shinigami.

– Yuuki, quem disse isso? – pergunta a menina já vermelha.

– Ninguém, é só olhar bem para vocês que nota-se logo, só que nós evitamos comentários, desde que a tenente chegou aqui, sem contar que a senhora tem uma preocupação exagerada com o taichou e ele com a senhora, se isso não é um sentimento especial eu não sei mais de nada? – a olhava insinuando algo.

– C-como? Seu shinigami ordinário, como ousa dizer isso assim? – cora violentamente a menina.

– Assume logo, senhora, com certeza ele ficará muitíssimo feliz, e vocês formam um casal tão lindo! Não é Rei? – vira para uma shinigami que entrava na sala.

– É verdade, tenente, vocês combinam perfeitamente! A senhora está esperando o que?- diz maliciosamente a shinigami.

– Nem sei por que estou falando disso com vocês, seus sem noção, vão encher outro, saiam daqui ou mando os dois para a lua.- irrita-se Órion com os dois.

Eles saem correndo e sorrindo, enquanto ela pega os papeis e segue em direção do 1° bantai. No caminho, Órion para próxima ao riacho, ficando para alguns minutos, relembrando cenas dos últimos meses, tentando compará-las: de um lado o nobre Kuchiki, indiferente e distante a cada dia que passava, detestava ver seu ritual diário em relação à esposa morta a tanto tempo, enquanto ela que estava ali, ao seu lado não era mais o centro de sua atenção, muito mal agora iam juntos aos encontros das famílias nobres, e quando ela tinha tempo; do outro: um homem atencioso, romântico, compreensivo; estava confusa, e aqueles dois ainda tinham que colocar mais lenha na fogueira?

– é tudo tão difícil agora! Eu só vim para este tempo, para tentar evitar uma tragédia no futuro, não estava nos planos de me apaixonar. By-sama era tão atencioso comigo, carinhoso, mas desde que fui aceita na família ele mudou tanto. Agora sei como Rukia se sentia, talvez ela até chegou a amá-lo, mesmo sendo irmã adotiva dele. Isso não é difícil, logo de primeira, é quase impossível é de manter tal sentimento, por causa de sua personalidade, suas escolhas. Ela deixou de ser sozinha após conhecer o substituto, conheceu o amor de verdade. By-sama não é feliz e não deixa ninguém ser! Eu só não me sinto solitária, por que tenho pessoas ótimas próximas a mim e tem Ukitake-shitashii. Será que devo tentar, talvez meu tempo aqui esteja se esgotando, não quero que ninguém sofra por minha causa, quando chegar a minha hora.

– Mas, todos sofrerão do mesmo jeito, pois você já faz parte de suas vidas, mesmo você evitando seus amores. Esse são os que mais sentirão sua perda, menina.

– Hã?! Comandante Shunsui?! O senhor me escutou? – pergunta assustada a morena.

– Não a conheço tão bem, mas Ukitake já me disse que sente em você um grande segredo e confirmo isso agora. Já desconfiávamos que não era daqui, porém nunca imaginamos não ser deste tempo, tens uma grande missão, talvez se nos contar, podemos ajudar. – resolve o Comandante.

– É somente isso que ele fala de mim? – pergunta mais interessada em saber disso.

– Não. O que posso revelar você já sabe, ele nunca escondeu o que sente de você, mas se quer mesmo saber. Ele sofre por você não se decidir, por não ter seu amor correspondido. E quem não sofreria? Mais acima de tudo Ukitake sabe respeitar a decisão das pessoas, principalmente as que lhe são especiais. E você, menina lhe trouxe uma alegria de viver, nem se queixando de doença ele vive mais.

– Eu tenho medo de machucar seus sentimentos , ele merece o melhor!

– Você o machuca não o dando essa oportunidade, posso confirmar que jamais te fará sofrer, sei que és uma Kuchiki e a ti cabe uma grande responsabilidade tanto por zelar pelo futuro do seu Clã quanto por essa missão que te fez vim para o presente, mas não se dá a chance de amar e ser amada, é o mesmo que deixar de viver antes do tempo, é andar entre os vivos sem sentir a vida. Byakuya já amou e fora feliz, porém já não se importa com nada, pois a sua vida ele enterrou com sua esposa, e a você, ele passou o que era responsabilidade dele. Mas por isso, você não deve desisti de viver. Se for o destino de vocês ficarem juntos, te garanto que ele irá atrasa-lo o quanto puder, pois ainda não estar pronto para sair de sua sepultura, ele mesmo não quer. Por isso menina , viva e seja feliz o quanto puder, porque talvez, o futuro não poderá ser como tu desejas..

– não entendi, o que queres dizer com isso, Comandante?

– Você é jovem e tem alguém que a ama muito, disposto a tudo por você. Digo isso porque o conheço desde os nossos tempos de criança. Como você mesmo disse, talvez o teu tempo aqui seja curto, e quando cumprir tua missão? Ainda terás um lugar para voltar? Você sabe do que estou falando.

– Como sabe que se o presente mudar, o meu futuro pode não existir?

– Estive especulando sobre o assunto com Mayuri taichou, desde quando a vir, eu desconfiava que não eras daqui, mesmo sem levar isso em consideração, perguntei a ele a respeito disso. Se isso for verdade, não terás para onde voltar, e vais querer ficar assim, sofrendo por alguém que desistiu de amar? Ou vais te dá uma chance de ser feliz, mesmo que seja efêmera, mesmo que você parta depois, mesmo que ele sofra, mas será feliz pois amou e foi amado um dia. E te digo, que talvez Kuchiki taichou pense assim, se ele já amou verdadeiramente, para que amar de novo? É a escolha dele e não sua, ainda és muito nova, nem sabes se o que sentes por ele é amor, pois nunca amaste se achas que sente isso, com certeza é por que alguém te disse.

– Agora fiquei mais confusa ainda! – revela com uma carinha de interrogação.

– Meça o que sente quando tu pensas nos dois e quando estão perto, quem a faz se sentir especial, te diz palavras doces, te elogia toda vez que te ver. Não misture admiração. Descobriste o amor por si só ou tivera conselho de alguém? Diga-me de quem sentes falta agora? Não os vê a dias, quem a fez ficar triste com sua ausência? Quem a faz repensar tudo o que achava sentir por outro? Quem a fez ficar dividida? Se você pudesse ir atrás de alguém agora, de quem iria, vamos me responda?

– De, de Ukitake taichou! – responde assustando-se com a própria resposta.

– E por que seria ele e não Kuchiki taichou?

– Por que eu, eu, sinto falta dele e, e não aguento mais porque tanta demora em voltar, antes eu pensava que não sentiria por ninguém o que sentir por By-sama ou pensava sentir, que ninguém me faria ficar do jeito como ele fazia, mas desde que conheci Ukitake, as coisas mudaram, até o sentido de minha vinda aqui. Sonhei que lutava e ele estava lá do meu lado, não pensei em contar para By-sama porém para ele. E aquele dois, Yuuki e Rei ainda me disseram o mesmo que o senhor agora, eu não sei mais de nada, estou confusa! – chora desesperadamente.

– Você, somente descobrirá a verdade se tentar, não tenha medo de errar, diga-me, como Byakuya a trata?

– Com indiferença e frieza, me fazendo sentir sem valor, às vezes é como se eu não existisse para ele, isso me machuca muito. – diz tentando segurar as lágrimas.

– deixe-as cair, libere o que está preso, apenas se dê uma chance, não irá se arrepender, analise você mesma, de quem seu coração sente falta? Quem a faz sentir especial todos os dias? E terá a resposta de quem gostas de verdade! – aconselha o capitão se retirando.

Órion senta-se á beira do riacho e relembra o seu primeiro dia no esquadrão, e como fora gostosa aquela tarde, e felizes esses últimos dias, mesmo preocupada com sua missão.Pois sabia que estava bem próxima.

– Tudo bem! Irei ver By-sama, direi tudo o que sinto. Verei qual será sua reação a respeito dos meus sentimentos, pior do que está não pode ficar. – fala seguindo na direção do 6° bantai.

Órion chega no 6° esquadrão, decidida, não queria mais sofrer, e daí se estivesse metendo os pés pelas mãos? Cansou de esperar por Byakuya, diria tudo o que estava entalado na garganta. Quando entrou no bantai, choveu sobre ela olhares de espantou e maliciosos, ela tampouco ligou, apenas relatou:

– Kuchiki taichou se encontra? Quero falar com ele. – impõe autoridade.

– Senhora, civil, precisa marcar hora, a senhorita por acaso agendou? – fez pouco um shinigami.

– Ou sai agora da minha frente, ou nem no inferno o reconhecerão, dá-me passagem. – responde com raiva.

– Quem és tu, menina, para desacatar um shinigami, mostre respeito. – altera-se o soldado.

– Mostro-te quem eu sou! – fala com um olhar assassino. – Medatsu! – fala após um gesto da mão direita. E logo sua zampakutou materializa-se em sua mão e grita:

Kaminari no ankoku, moeru! – a lâmina soltou um brilho negro em direção do shinigami, que tentou defender-se, mas fora em vão, tendo todo o seu corpo assado literalmente.

Os outros se apavoraram, Byakuya que estava brigando com Abarai no escritório, escuta o alvoroço e sai para ver o que é. Encontrando o idiota queimado no chão e Órion à sua frente com a katana em punho emanando um brilho negro, com uma cara de maus amores:

– Órion, o que você fez? – pergunta o capitão.

– A pergunta não seria o que ele me fez? Ou melhor, o que Byakuya-sama deixou de fazer? – fita-o com olhos gélidos. – Não se preocupe, não o matei só estar inconsciente, é melhor levá-lo ao 4° bantai. – recomenda desmaterializando a lâmina.

– Entre e diga para o que veio. – ordena o líder.

Já na sala do capitão, Órion senta-se à mesa em sua frente, o Kuchiki a fita, pressentindo que aquela conversa seria um desastre, porém pergunta:

– Imagino que não vieste aqui sob ordem do seu capitão?

– Não. Ele ainda não retornou de suas terras, está demorando! – responde com lágrimas nos olhos.

– Então, para que veio, criando toda essa balburdia lá fora?

– vim perguntar algo muito importante, por favor, seja sincero comigo, por mais dura que seja a verdade. Eu já não aguento mais isso, apenas me responda. – chora.

– Então deixe de embolação e pergunte, não faça drama. – responde o capitão em seu tom gélido. Causando ódio na menina.

– Byakuya-sama, sen- sente...

– Órion seja direta, não gagueje, sabes que detesto isso.

– O senhor, sente al- algo por mim?

– Como assim, de que forma, que conversa é essa? – assusta-se o moreno.

– Se você me- me- me ama, se gosta de mim de um jeito especial? – desaba em choro.

O Kuchiki fica sem reação, ‘ que pergunta idiota, não sabe ela que amei uma única mulher e jurei não amar mais ninguém, se gosto dela é como um carinho e ternura diferente, tudo bem, que no começo me iludir, pois tinha uma grande admiração por ela, mais era somente isso. Se a mantive aqui, foi pelo bem da família e dela mesmo, jamais amarei outra vez. Não amei a Rukia que era parecida com ela, por que a amaria daquele jeito?’ reflete entristecendo-se. Não a queria ver, até achar a resposta certa, não queria magoa-la, mas já o tinha feito sem perceber.

Órion ouvira todo o seu pensamento, sem saber o que fazer. O seu coração se quebra ao ouvir cada palavra pensada. Quis gritar, mas não podia, sair dali correndo, seria se humilhar ainda mais, procurou por aquilo, agora teria que aguentar, ‘ Shunsui e os outros estava certo, é como dar socos em ponta de faca, como fui tola, em acreditar em Arina e Yui, coitadas, até elas se enganaram, agora tenho que reverter essa situação. Porém não conseguirei encará-lo novamente tão cedo!’ tenta refazer-se da decepção, usa toda a força e fala:

– não precisa dizer mais nada, Byakuya-sama, ouvi sua resposta, se perguntarás como, então revelarei que ouço pensamentos, não o tempo inteiro, só às vezes, pois não gosto de invadir a privacidade das pessoas, mas agora eu o quis ouvi e já sei sua réplica.

– Órion, me entenda nunca te dei...

– Eu sei, não é culpa sua, eu que entendi errado, não se culpe, eu cumprirei as minhas responsabilidades com a família e sempre poderás contar comigo, foi o que prometi e cumprirei. Nada irá mudar, será como sempre foi. Gomenassai! Arigatoo! - diz saindo da sala.

– Você é muito nova, nunca conheceu o amor, não sabe diferenciá-lo de admiração, por isso não podes tu dizer que o que sentes por mim é amor. Amor é bem mais do que querer está perto ou pensar todo instante na pessoa querida.

– Ótimo! É a segunda vez hoje que me chamam de imatura. Talvez, o senhor tenha razão, eu nunca amei ninguém antes. Com posso afirmar se o amo de verdade? Mas... Deixa para lá. ‘ O comandante tem razão, não saberei se não tentar. ’- Segura o choro.

– Órion, espere, eu quero que você saiba que és especial, mas, eu não, eu ainda não estou...

– Daijoubu, onegaishimasu! Eu ficarei bem. Tenho que ir, meu taichou ainda não chegou e sou responsável pela ordem no Bantai. Sayoonara By-sama. - diz imitando um sorriso e desaparece.

Byakuya fica sem reação, esperava um escândalo e muito choro, ou ser atirado pela janela, entretanto ela mostrou-se compreensiva demais, ‘ será que irei me arrepender de dito isso? Espero que não!’ porém seu coração doía, como nunca sentira antes, estava triste, parecia que perdera algo valioso sem saber o que. Órion reaparece à beira do riacho, já estava anoitecendo, sentou-se e chorou toda a lágrima que possuía.


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Notas finais do capítulo

Após uma resposta nada agradável, o que será que a menina irá fazer? seguir novos rumos e tentar um outro amor e sobre sua missão, qual será?



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