Fazia uma semana desde o trágico encontro de Órion e Zaraki, este no hospital não apresentava melhoras, pelo contrario, o prognostico era ruim. A menina estava de castigo e não podia sair de casa, pois estava sendo vigiada constantemente, passara a manhã inteira no jardim, estudando uma maneira de ajudar o taichou moribundo, mas não conseguia nada se sentia culpada pelo ocorrido e ainda tentava evitar e líder Kuchiki, pois estava magoada com ele:

– Se ele pensa que pode tudo se engana, mostro com quantos paus se faz um barco. Porém tenho que ajudar aquele baka, ele pode morrer a qualquer momento, não devia ter usado ataques de trevas. – culpava-se a morena.

– Como assim? Você emana luz quando transformada menina e controla trevas, um ser tão bom como você? – pergunta a velha senhora.

–Minha zampakutou é de trevas, nunca entendi o porquê, não gosto de usá-la por isso.

– Dizem que você liberou sua shikai, é verdade?

– Não, aquilo era só o começo da etapa.

Nesse momento Byakuya e o Comandante Shunsui, chegam sem a menina perceber e escutam sua conversa com a criada.

– Como assim menina, qual é o seu poder mesmo?

– A senhora ficou bem interessada, quer mesmo saber?

–- Claro, gosto de ouvi sua historias. – sorrir a velha senhora.

– Tudo bem, na verdade, esta é a forma primaria de minha espada, - diz invocando a katana e mostrando a Yui- de tão branca que chega a ser azul, com um brilhante rubi no final do cabo, ela não serve para ferir ou atacar ninguém, funciona mais como uma chave para abrir portais, defesa e como escudo, mas para lutar de verdade devo libertar o poder de combate dela que se baseia em escuridão ou trevas, mortal e destruidor, ela aumenta a largura da lâmina, fica negra e o rubi parece mais uma pedra de sangue vivo, do que uma joia, porém só posso usar ataques a distancia com ela, para uma lutar que exige proximidade...

– Conte, por que paraste? - anseia Yui.

– não é que parece que estão nos observando. - diz olhando para os lados.

– É algum monstro, um inimigo, ai, ai, eu tenho muito medo. – lamenta a trêmula senhora se posicionando atrás da menina.

– Acho que é só impressão minha, ainda quer que eu conte?

– Claro, fiquei curiosa agora.

– tem certeza e se tiver pesadelo hoje?

– não importa, conte-me, por favor?- suplica.

– tudo bem. Minha shikai, é a composição das duas lâminas, branca: luz e negra: trevas, um cabo vermelho como sangue que as envolve, uma ao lado da outra, porém, juntas são letais com apenas um mísero risco no oponente.

– Co-como assim menina, você é um doce, não é má. - assusta-se a criada

– É que a lâmina branca se torna venenosa e a negra libera um tipo de acido muito corrosivo, aos quais somente eu sou imune, por isso não gosto de batalhar usando minha shikai, a luta acabaria rápida demais.

Os dois capitães arregalam os olhos com a revelação e Shunsui comenta:

– Kuchiki taichou não sabia dessa novidade, estou certo?

– Sim, Órion é excepcional, por isso meu cuidado exagerado, tu viste como ela reagiu ao ficar com raiva, quase matou aquele idiota que nem tempo de reagir teve, devido a velocidade dela, porém minha pequena é muito pacifica quando não desafiada, doce, terna, amável, responsável e fiel às suas promessas, talvez por isso carregue esse poder que em mãos erradas, nos traria problemas. – discorre o nobre com um brilho no olhar ao vê-la.

Shunsui entende o sentimento do nobre e guarda para si, como se não desconfiasse de nada, apenas comenta:

– Se ela possui sua shikai liberada, isso quer dizer que possui uma bankai ou estar bem próxima de consegui!

Byakuya tremeu diante daquela hipótese, Órion estaria pronta para se tornar uma taichou completa. Voltaram a atenção para as duas debaixo da arvore. Quando Órion dá um salto e grita:

– É, é isso!

– é isso o que??!!- pergunta Yui se levantando, pois havia caído com o susto.

– O óbvio como não pensei nisso antes?- diz chutando a arvore e tem uma surpresa.

Os dois taichous caem com o golpe, a menina apenas teve tempo de empurrar Yui para não ser atingida, porém não escapa. O nobre cai sobre ela e Shunsui de cabeça no chão, Órion cora violentamente, pois o nobre estava há apenas alguns centímetros de seus lábios e o seu corpo pressionado contra o chão pelo dele, os dois telespectadores assistiam a cena calados, na esperança que ocorresse algo. Então a menina relembrou o castigo, as palavras de Byakuya e o quão fora cruel com ela. A morena profere umas palavras estranhas e desaparece deixando o Kuchiki quase beijando o chão, reaparece ao lado Comandante que dá um pulo com o susto:

– Não fa-faça isso assim sem avisar pequena, quer me matar!!!

– Desculpas, não foi a minha intenção. Por que Byakuya-sama e este senhor nos espionavam, não sabia que capitães faziam isso. – fala ironicamente com um olhar de desdém para o nobre.

– Ainda estás brava comigo? Fiz isso para o teu bem. – responde o nobre já em pé.

– perdoe-nos, Kuchiki taichou me trouxe porque implorei para ele, queria saber mais sobre os seus poderes, agora nos conte o que a senhorita ia falar antes de nossa queda. – pede o Comandante.

– Que posso ajuda Zaraki taichou... – responde a morena.

– Como assim? Ninguém do 4° esquadrão conseguiu curá-lo, acaso tens tu dom de cura, Órion?- pergunta o Líder.

– Com ataques de trevas o feri, então com luz o restabelecerei, uma lâmina condena a outra que é o oposto salva, dá-me permissão de fazê-lo Byakuya-sama.

O nobre mergulha no mar castanho da garota, aquela era a chance de fazer as pazes com a menina, não devia deixar passar, responde:

– Deixarei, com uma condição.

– Qual seria então? – pergunta a menina.

– durante o jantar eu a elucido – diz com seu jeito autoritário.

– tudo bem, não tenho compromisso para hoje mesmo. – responde empinando o nariz, aparentando indiferença.

– então vamos? – Pergunta Shusui, enquanto reflete sobre a cena: ‘os Kuchikis têm um jeito bem estranho de mostrar afeição’.

Os três entram na enfermaria, todos os olhares caem sobre a menina, que fica receosa. O Kuchiki a puxa para trás, perto de si, ficando colado à menina, lançando um olhar mortal em todos que se retraem no mesmo momento. A fukutaichou Isane ordena:

– Sinto muito senhores, mas é proibida a entrada aqui, o estado do paciente é critico, saiam, por favor.

– veja bem como fala a um Kuchiki, apenas cale-se e observe. Cheguem para trás. – Ordena Órion.

O Líder Kuchiki demonstra uma grande satisfação ao ver a atitude de Órion em resposta para aquela subordinada. Ela conjura a lâmina branca, empunhando o cabo com as duas mãos, posiciona o acúleo verticalmente sobre o osso externo de Kenpachi e declama:

– Raito no tsuka, sumimasen karui kenkou.

A lâmina brilha e dela saem gotas luminosas que adentram o corpo doente, o moribundo começa a se contorcer, abrindo os olhos reconhece Órion que ainda posiciona a katana acima dele:

– Veio terminar o serviço, Docinho?

– Mesmo morrendo você não aprende, já disse para não me chamares assim. Okaerinasai! - sorrir a menina aliviada.

Todos a olham incrédulos, ela guarda a espada e sai da sala em companhia de Byakuya, que notando os olhares masculinos leva a mão à delgada cintura da garota e a aproxima do seu corpo, como sinal de advertência aos homens. Órion flameja com o gesto do nobre, que não menciona nada, apenas continua andando e sumindo com ela a passos de shumpo. Deixando todos os presentes boquiabertos diante da cena. Zaraki e Shunsui sorriem apenas da expressão feita pelos outros. O grande taichou revela:

– encontrei um oponente à altura!

– Você não teme morrer de verdade? – pergunta o Comandante.

– se for pela mão dela seria uma honra!

– Então prepara-te, ela não rejeita nenhum desafio que julgue digno. – ressalta Shunsui, enquanto Zaraki sorrir loucamente.