Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 100
Uma historia não contada.


Notas iniciais do capítulo

Não devia te contar.
Se você guardar segredo,
Eu revelo este meu medo
De não saber amar.

Não devia te amar,
Mas se você guardar meu medo,
Eu revelo este segredo
Que não sei contar.

Martha Medeiros

Os sorrisos mais doces guardam os segredos mais sombrios...

Pretty Little Liars



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Na mansão Kuchiki: 

— Pequena, você devia ter me contado... eu não deixarei você passar por isso sozinha! – revela o meigo taichou a abraçando.

— Bem, mas eu soube hoje de minha delicada situação, quando passei mal. E não demorou muito o senhor chegou. – revela a alba: - e do mesmo jeito, não quero atrapalhar sua vida nem da Yuè, a oba Tsukishirou agora que começou a se recuperar...mas, o que vieste fazer aqui? – indaga a jovem curiosa.

— Você não me procurou nem me mandou recado nenhum depois daquela noite. Fiquei preocupado, não poderia mandar outra pessoa saber noticias suas, mesmo correndo o risco de encontrar Byakuya. – responde o meigo taichou.

— Não se preocupe, o otou-san estar em missão, e mesmo que não tivesse tarefa nenhuma, seus afetos são todos da nee-chan Órion...e...da pequena deusa. – responde Ária triste: - até mesmo a nee-chan Shouri, não é mais a dona do seu coração. 

 

....... 

 

No campo dos pessegueiros silvestres, Seireitei: 

— Você não é minha mãe e Byakuya não é o meu pai! – grita Órion Shouri se soltando do abraça da mulher. – Minha é Kuchiki Yuna.

— Então já sabe sobre ela?!  - Yuè fecha os olhos com força, respira fundo e fita Órion séria: - Yuna nunca foi sua mãe, aquela maldita enviou uma criança de apenas cinco anos para uma dimensão e épocas desconhecidas, você morreu por causa dela, eu salvei você, eu gerei um corpo para você em meu ventre, eu te dei a vida, eu te amei e apenas voltei para te buscar.

— Você foi embora, você me abandonou com apenas dois anos, você me deixou, você não sabe pelo que passei, descobrir toda verdade assim, eu sofri, descobrir que aquele que me criou não é o meu pai, que apenas fui enviada para cá, com o propósito de gerar um herdeiro legítimo e retornar para minha época. E então ‘ela’ aparece e o tirou de mim. Hoje ele nem liga mais para mim e nem para nee-chan, somente tem olhos para sua filha querida e sua ‘pequena deusa’. – Shouri desmorona no chão chorando: - eu me doei para ele, mas quando ele soube que eu teria que retornar para casa, ele se afastou de mim...como...como se nunca tivesse acontecido nada entre agente...nem mesmo aquele carinho de antes, aquela atenção...Byakuya se tornou distante e frio comigo e com Ária...tudo por culpa delas. – A jovem chora desesperadamente.

Yuè se aproxima, se ajoelha perto da morena e abraça: - me perdoe meu bebê, eu deveria ter levado você comigo, ao menos você não teria sofrido, eu não deveria ter dado ouvidos para minha mãe, mas se eu tivesse levado você...você não seria essa guerreira maravilhosa, você superou todas nós. Com a ajuda de Tezcatlipoca, você ficará ainda mais forte do que a própria deusa do Clã Kuchiki. Tudo o que você sofreu foi por causa de Apsu, ele manipulou você e todas pessoas do Clã ao seu bel-prazer, ele fez você se apaixonar, fez Byakuya esquecer o que ele foi para você. Yuè levanta-se, anda alguns passos e vira-se bruscamente para Órion Shouri: - Querida, você nunca estranhou amar assim, o homem que te criou como filha?! E Byakuya, sendo um nobre de fina estirpe, de índole indubitável, tornar-se amante de paixões frívolas e efêmeras, tão leviano e incestuoso?!

— Você acha que... – Órion é interrompida por Yuè.

— O Byakuya que conheci jamais agiria assim em sã consciência, tanto ele, quanto você foram manipulados pelo maldito Apsu. Foi para isso que Yuna te mandou? Para sofrer e praticar o pecado? Essa é sua mãe?! – a mais velha sibilava veneno aos ouvidos da jovem Kuchiki.

— Mas se não fosse dessa forma, eu não poderia levar o Herdeiro para o meu tempo e salvar meu Clã. – esclarece Shouri chorando.

— E você já concebeu este herdeiro?! Com certeza não... Apsu enviou sua doce filha para atrapalhar seu objetivo, aquele maldito deus jamais quis o bem do nosso amado Clã, meu amor. – continua a avatar de Tezcatlipoca.

Órion pasma, fica pensativa, - ‘aquilo que sua suposta mãe falava fazia todo sentido, ela sequer recorda de quando começou a ver Byakuya com outros olhos, ele jamais a amaria.’: - quer dizer que esse tempo todo, eu fui um mero brinquedo para Apsu?!

— Me perdoe meu amor! É tudo culpa minha. Eu jamais deveria tê-la deixado. Eu somente fui embora, pois estava sendo ameaçada constantemente pelos servos desse deus corrupto, porém sabia que jamais tentaria contra a sua vida. – Yuè fez uma carinha de arrependimento e com olhos marejados: - Venha comigo, meu anjo. Deixa-me me redimir com você, Tezcatlipoca, vai nos proteger e sarar seu coraçãozinho.

— A senhora deve ter toda razão! – fala Órion Shouri levantando-se: - a nee-chan vai adorar saber que a senhora voltou e veio nos buscar.

— Ária, Ária ainda estar viva?! – assusta-se Yuè.

— Sim, mamãe. Tansui no Hana a livrou da maldição assim que selou Anupu.  Porque o espanto? – indaga Órion.

— Nada meu anjo...é que minha menina era tão frágil...que jamais pensei que chegaria a esta idade. Mas ela não pode saber que estou aqui. Vim buscar apenas você. Para onde vamos, ela jamais sobreviveria à passagem, e se ela souber de minha vinda, pode correr apuros. – explana Yuè.

— Que pena!!! Prometemos uma à outra em nunca mais escondermos segredos entre nós, mas se é para o bem dela. – responde Shouri desanimada. 

 

............. 

 

Na Seireitei, Junibantai: 

— Yare, yare! Vejam quem veio visitar o papai! – sorri Mayuri ao notar a presença de Tansui no Hana (outrora Miyoshi).

— Você não é o meu pai!!! – grita a jovem: - um pai de verdade não venderia sua própria filha, ou pior faria experiências com elas. – responde se referindo à Nemu.

— Você não tem conhecimento do que acontece no Sekai, não é querida?! – brinca o taichou manipulando um máquina estranha: - há muito tempo que as filhas servem como moedas de troca, quitação de dívidas, alianças e outras coisa...

— Esse deve ser um dos brinquedos que você comprou com a pequena fortuna que conseguiu com minha suposta adoção à família Hakurei?! – fala a  jovem de orbes rubi incandescentes.

— Realmente, foi um excelente negócio para ambas as partes, eu tenho financiamento para meus experimentos e você pertence a uma nobre família. – sorrir o louco taichou: - mas o que vieste fazer aqui minha pequena deusa?

Tansui no Hana respira fundo: - eu preciso de sua ajuda e do corpo da nee-chan Nemu.

Mayuri arregala os olhos assustado com o pedido da jovem: - minha ajuda?! Você nunca precisou de ajuda de ninguém, sempre foi independente, isso devido sua natureza divina!

A jovem abaixa o rosto e morde o lábio inferior, levando a mão esquerda ao ombro direito.

Mayuri se aproxima preocupado: - Não faz essa carinha!! Isso me parte o coração!! Se eu ainda tiver um!!

Tansui levanta o rosto, com os olhos marejados, puxa a parte de cima do kimono que cobre o ombro direito e revela: - Talvez, eu não tenha mais uma natureza divina!!! – as lágrimas escorrem com a revelação.

Mayuri dá um pulo para trás espantado: - O...o que você fez menina?! Para receber esse castigo?!!

O ombro de Tansui no Hana trazia uma tatuagem marcada à ferro em brasa, ainda estava em carne viva e escorria filete de sangue. Era a marca dos deuses banidos, além disso, suas asas seriam manchadas de sangue, mostrando sua transgressão: - ‘Ele’ me baniu do Éden por 50.000 anos por levar um filho de Adão até lá, aliás.. - pensa a jovem: -...digo, dois; selou ¾ dos meus poderes por ter dados para Órion ramos da Árvore da Vida e água da fonte da juventude. E mais 50.000 anos e exílio aqui neste mundo...por...por causa de um beijo...que ocorreu sem intensão nenhuma!!! Agora estarei à mercê das paixões humanos e dos seus erros e delitos!!! – a jovem desaba no choro.

— Eu teria te dado uma bela surra pelos feitos anteriores, alias você mereceu. – elucida o taichou sério: - mas, pelo beijo não intencional?! Você sabia que não poderia ser tocada dessa forma por um filho de Adão ou qualquer outro ser. Assim que todos que você conhece morrerem, a dor da solidão e perda será tua companhia, pois você sabe que a existência dos filhos de Adão tem seu tempo neste mundo. – revela o taichou: - Você deveria permanecer pura, Apsu te criou com um proposito especial, não sei qual, mas  é algo que somente ele sabe.

— Se você sabia dessa condição?! Por que me vendeu para a família de um homem solteiro? – grita a jovem deusa.

— Eu já falei que não te vendi, como é teimosa. Eu expliquei os termos de sua adoção para o Hakurei, ele disse que entendia, e que eu não deveria me preocupar. Agora diga para o que você veio? – irritou-se o louco taichou.   

 

..................

 

 Em uma vila, a caminho do monte Hakurei: 

 

Órion dormia tranquilamente no futon ao lado do pai, que a velava serenamente. Hora ou outra o nobre taichou olhava pela janela gélido, sabia que estavam sendo vigiados por Hakurei ao longe: - maldito!!! O que você quer com minha família? – indagava Byakuya a si mesmo.

— Hum?! Otou-san, que horas? – indaga a morena despertando.

— Não se preocupe ainda estar cedo, como te sentes: - pergunta o pai passando a mão em sua testa.

— Melhor, obrigada. Me desculpe. – responde a jovem Kuchiki.

— Não se preocupe querida, ficaremos aqui, o quanto necessitares. Agora coma alguma coisa. Eu verei o que tanto Hakurei olha para cá. – ordena o nobre levantando-se e saindo: - retornarei logo.

— Hai, otou. – responde a garota tomando da refeição ao lado.

Assim que Byakuya deixou o quarto, Órion bate um dos pés no chão:- Jibrail, mensageiro da noite sem luar, responda quando eu te chamar!

De um canto em meios às sombras, a negra serpente surge com seus olhos brilhando: - sim, minha senhora. – responde a serpente. – espero que nenhuma das outras duas me chame agora.

— Apsu tem muitos servos para atender Órion Shouri e Tansui nee-chan. Aliás, tem notícias delas? – indaga a morena tomando um pouco de chá.

— Não, minha senhora, nenhuma me solicitou até agora. – reponde o mensageiro.

— Ao menos me diz, qual foi a sentença da minha irmã, já que ela não me revelou. – pede Órion com ares de tristeza.

— 100.000 anos de banimento e exílio neste lugar e quase que todos os seus poderes selados. – revela ao negra serpente.

— Porque Apsu foi tão cruel com ela?! – interroga a Kuchiki.

— Espero que esta tenha sido uma pergunta retorica minha senhora, pois não tenho como responder. – elucida o mensageiro.

— Eu sei, meu fiel amigo. Eu sei. – fala Órion olhando para a janela: - a membrana etérea anda oscilando demais ultimamente.

— Se minha senhora já percebe as oscilações na penumbra, é porque já recuperou todas as suas dádivas! Isso é excelente. - comemora a serpente.

— Sim, isso e mais algumas coisas que aprendi com Tansui-nee-chan e Ha-kun. – responde Órion pegando alguns doces e os guardando em uma espécie de bosuton baggu que trazia consigo, encheu um cantil com água, pegou mais algumas frutas.

— Para onde minha senhora vai?! Deverias estas descansando. – elucida a serpente surpresa.

— Me traga uma lèine com uma estola e um corset de couro. - ordena a jovem.

— Essa vestimenta?! Minha senhora, estar pensando em ir...- espanta-se o mensageiro.

— Sim, ao reino de Annwn, lar do deus celta Arawn - (Arawn é considerado um Deus da morte, guerreiro e caçador universal. É uma potência masculina muito forte e soberana. Annwn é o seu reino, para onde os mortos vão e onde tudo é eterno e abundante.) - eu preciso de algo que ele tem. – responde a jovem impaciente.

— Ele irá cobrar algo imensurável, pelo favor! Como vai convencê-lo? – indaga novamente o mensageiro.

Órion sorrir brejeira, passa a mão delicadamente do pescoço até o quadril: - bem.... poso não ser uma divindade...mas, tenho meus atributos para persuadi-lo. Agora vai e me traga as roupas antes de By-sama voltar. – ordena a morena. 

 

........... 

 

No submundo de Annwn:

 - Então por isso minha adorada donzela não veio para mim quando morreu?! Pois nunca estivera totalmente morta, mas isso era somente um contratempo – sorrir maliciosamente o governante de Annwn, diante de um enorme caldeirão negro, do qual ele observava a delicada figura de Órion se formando na fumaça: - venha minha linda e adorada menina!!! – sorria o deus através do seu elmo.


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Notas finais do capítulo

Um pedido sincero de desculpa basta para se perdoar
O segredo guardado basta para se confiar
Uma lágrima basta para aliviar a dor
Um sorriso discreto basta para conseguir um outro sorrir
A música basta quando fala por você
Um olhar basta quando não existem palavras
Observar o céu basta para inspirar a saudade
O forte abraço basta para sentir segurança
A conquista de um sonho basta para se enfrentar a realidade
Sentir a brisa basta para acreditar no que não se pode ver.
Um único beijo basta para se apaixonar.
Te ver feliz basta...


Basta ser feliz,
não importa como.

Dona Geo



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