Pov Annabeth.

Olhe bem, não me importo com ele. Pra mim tanto faz se ele quer ou não estudar em Londres.

Certo quem eu quero enganar?

—Acho que alguém está viajando. —brincou Thalia.

—Só estou com dor de cabeça. —Falei e olhe em volta. Piper, Leo, Jason, Thalia, Nico se divertindo e comemorando e no fundo eu só conseguia avistar Percy sentado com um copo de bebida na mão. —Parecem não se importar nem um pouco com ele. —falei irritada pra quem estava na mesa e me levantei dando as costas.

—Ei. Quem você acha que é pra falar isso pra gente? —falou Jason demonstrando irritação. —Você fez isso com ele!

De certa forma as palavras dele me abalaram. Ele não estava completamente certo, pois eu não pedi pra ninguém se apaixonar por mim. Eu deveria ter dado uma chance para ele. Ele não era tão idiota assim.

Ele me deu um spoiler!

Eu sou infantil demais por não querer dar uma chance para ele por um motivo tão besta. Tantas garotas caindo por ele, suplicando por sua atenção e ele lá, tentando mostrar o seu melhor lado para mim.

Lembro-me da segunda semana de aula, estávamos jogando vôlei, time misto, e tudo mais. Quando fui fazer o bloqueio e Luke acertou a bola em cheio na minha cabeça resultando em uma queda. Luke começou a rir e debochar do acidente. Percy ficou irado, passou por debaixo da rede, acertou a bola nas partes intimas de Luke e riu ironizando: “Hahaha olha que engraçado a marica quase chorando”. Luke foi tentar socar Percy, que desviou e acertou um soco em seu olho esquerdo... A briga não passou disso, pois Nico segurou o primo.

—Melhor eu falar com ele. —falei alto e Jason balançou a cabeça.

Olhei ao redor e Percy já não estava mais onde estava antes. Agora tenho que procura-lo.

Pov Percy.

Sei que fugir para o parque em frente ao bar não era a solução dos meus problemas. Na verdade a solução dos meus problemas estava ali. Restava apenas essa dúvida cruel: um lado meu queria ficar, tentar conquistar Annabeth e continuar com a banda; outro queria ir para conhecer novos lugares e me tornar melhor no que eu faço.

—Acho que ficar sentado no jardim não ajuda a pensar. —falou uma voz doce que eu sabia a quem pertencia.

—Hey. —respondi sem olhar.

—Você deveria ir. —afirmou à loira sentando-se ao meu lado.

—Fácil falar. —resmunguei.

—Você não pode perder essa oportunidade Percy. Não é todo dia que Sirius Black aparece em um bar convidando os integrantes e estudarem no colégio dele para depois gravarem um CD. —aconselhou.

—Mas mesmo assim. É para outro país que eu tenho que ir, em outro continente. Mais longe do que eu já estou dos meus pais. —expliquei.

—Tem um mês que você fala com seus pais apenas uma vez por semana via Skype. —contrariou.

—Eu moraria sozinho em outro continente. A banda nem existiria mais. —dei outra desculpa.

—Acho que morar sozinho não seria um problema, já que você não precisará pagar e a banda vai esperar por você. — deu mais uma solução. Sua mania de ter resposta para quase tudo me irritava.

—Não é todo dia que eu me apaixono. —falei me levantando.

—Eu não quero que você fique por minha causa. —gritei me levantando.

—E eu não quero ir sabendo que você esta aqui. —rebati.

—Você não pode recusar por minha causa. —falou parecendo triste. —Não pelo motivo de eu não ter te dado um chance.

Então todo meu mundo girou. Sabe quando você levanta de manhã assustado e fica tonto ao se levantar? Era assim que eu me sentia.

Ela me beijou! Eu sentia todo sentimento dela. Indescritível a sensação de ter seus lábios junto aos meus. O seu braço envolta do meu pescoço.

—Pronto, já tem o que queria. Agora já pode ir para Londres. —falou dando as costas.

—O quê? Como assim Annabeth? Não é possível que você seja tão teimosa e ainda não acredita em mim. —falei e ela deu os ombros. —Sai comigo essa noite?

—Como? Já é quase meia-noite. Não tem nada para fazermos. —respondeu querendo recusar.

—Inúmeras coisas há para se fazer em uma madrugada Chase. Só vou pegar a chave do carro com o Nico. —disse e sai correndo.

Pov Annabeth.

Não havia muita opção de coisas para eu fazer para convencê-lo a ir para Londres. Tive que apelar para algo que ele quisesse muito, mas acho que isso só atiçou mais o seu desejo sobre mim.

Olhe não estou confusa com respeito a meus sentimentos. Não mesmo.

Por mais que esses pensamentos me pareçam loucos demais para se passar na minha mante. Fala sério, eu só vou sair com ele pra ele escolher ir para Londres. Apesar de ele beijar muito bem e tudo mais. Aqueles olhos verdes...

Não é isso. Shiu Annabeth. Você não sente nada por ele.

—Realmente é engraçado ver você mexendo as sobrancelhas enquanto pensa. —brincou Percy.

—Aonde vamos? Olha não tenho muito tempo. —falei irritada.

—Nico me deu a chave de casa, pois vai dormir na Thalia hoje. Pensei que poderíamos assistir um filme. —sugeriu e eu logo pensei merda.

—Olha aqui. Eu não vou tarde assim para sua casa “assistir um filme com você”. Conheço esse papo Jackson. —falei irritada.

—Meu Deus Annabeth. Eu não quero nada mais que sua companhia. —falou sincero.

—Tudo bem. Eu acredito em você. Mas se não se importa eu gostaria mais de ver uma maratona de séries. — sugeri. —Assiste Arrow?

—Assisto. Vou começar a segunda temporada quando tiver um pouco mais de tempo. Você está em qual episódio? —perguntou .

—Quarto episódio da segunda temporada. Sua sorte é que eu não quero te dar spoiler. —sorri e ele ligou o carro.

—Ainda bem. —riu.

Pov Percy.

Já havíamos assistido uns cinco episódios e eu amava a companhia dela.

—Cansei de assistir Percy. —falou meio que bocejando.

—Também. Vem vamos ao meu quarto. —levantei estendendo a mão para ela que balançou a cabeça. —Não é nada disso que você está pensando. Só queria tocar violão.

—E seu tio? —perguntou.

—Ele viajou tem uns dias e Bianca foi com ele. —expliquei.

— O que você vai tocar? —perguntou.

—Não sei... —fiz suspense. —Pode ir subindo que eu vou pegar refrigerante.

Saí em direção à geladeira e busquei a garrafa de Coca-Cola. Com certeza esse foi meu tempo recorde para buscar algo na geladeira, pois Annabeth estava ainda no meio da escada. De repete eu já não pensava mais nada, apenas joguei o refrigerante no chão e estendi os braços em direção a Annabeth que havia caído.

—Acho que eu sou seu herói. —brinquei com ela ainda a segurando.

—Talvez seja. —Falou se levantando.

—O refrigerante caiu. —mostrei a ela.

—Desce e busca. —falou sorrindo e subiu. —Eu quero tocar Demons do Imagine Dragons. Você sabe? —perguntou.

—Mas é claro que sei. Imagine Dragons é minha banda favorita. —Falei pegando o violão que estava pendurado na pare e comecei a dedilhar.

Demons.

Quando os dias são frios

E as cartas todas se abaixam

E os santos que vemos

São todos feitos de ouro

Cantei a introdução e quando menos esperava ela começou a cantar. Sua voz era tão doce

Quando todos os seus sonhos falham

E aqueles que saudamos

São os piores de todos

E o sangue fica seco

Voltei a cantar:

Quero esconder a verdade

Quero abrigar você

Mas com a fera dentro

Não há onde nos escondermos

E então cantamos o pré refrão juntos:

Não importa o que criamos

Ainda somos feitos de ganância

Este é o meu fim

Este é o meu fim

E então sem planejar apenas com o sentimento, comecei o refrão daquela música que significava muito para mim.

Quando você sentir o meu calor

Olhe nos meu olhos

É onde meus demônios se escondem

É onde meus demônios se escondem

E então ela encerrou o refrão da música.

Não se aproxime muito

É escuro aqui dentro

É onde meus demônios se escondem

É onde meus demônios se escondem

—Annabeth. Por favor. Não me peça para ir para Londres. Não quero ficar longe de você. —falei desesperado e balançando os braços.

—Percy... —Ela começou a falar, mas eu a interrompi.

—Só vou se você for comigo. Annabeth, você aceita ir para Londres comigo?