Jogo de sedução escrita por Karollin


Capítulo 10
Capítulo 9 - Farsa


Notas iniciais do capítulo

AI MEU DEUS DO CÉU!! EU TO TENDO UM ATAQUE CARDÍACO SOCORRO! 3 RECOMENDAÇÕES? MORRI, FUI PRO CÉU E NINGUÉM ME AVISOU? *OO*

♥ Bruna Potter, o que dizer da sua maravilhosa recomendação? Você começou a ler e recomendou no mesmo dia, sinto-me até lisonjeada :3 Muito obrigada mesmo por me dar sua primeira recomendação!

♥ Lukas evil viu só? Atualizei por causa das recomendações divinas que recebi! OMG! Uma das melhores fics que você já leu? Vou ali surtar e já volto ♥ Muito obrigada mesmo por recomendar a fic!!

♥ Snixx, falou pouco, mas falou bonito! USHAUAS Obrigada pelos elogios à história, fico muito feliz mesmo por você ter dado uma chance à minha original ♥ Muito obrigada por recomendar :D

♥ Gente do céu! Eu morri de rir imaginando os micos que vocês pagaram e que me contaram nos comentários ( que já irei responder)! O maior mico que eu já paguei na vida foi quando eu tinha catorze anos. Fui ao shopping reencontrar uma amiga que não via há mais de um ano e quando nos vimos saímos correndo uma em direção à outra perto da praça da alimentação. Mas algum pirralho melequento tinha vomitado no chão e por isso ele estava molhado graças à tia da limpeza ter passado o esfregão nele. Nós duas levamos o maior tombo e todo mundo ficou rindo da gente loucamente. Nunca mais pisei naquele lugar, credo. UASHUASHASUH Podem rir da minha desgraça, eu deixo.

♥ Espero que gostei, espero que gostem!



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Eu precisava arrumar minha mala, mas não queria sair de perto de Bryan. Eu e ele iríamos visitar seus pais dali a três horas e depois disso eu iria passar uns dias com minha família no Brooklyn. Alexander já tinha saído para buscar um calmante e uma água com açúcar para meu amigo. Graças à isso não sairia dali até ele retornar. A verdade é que estava me remoendo de preocupação.

Bryan estava abraçado em mim, seus ombros tremiam e os soluços baixinhos ecoavam pelo quarto. Passei a mão pelo cabelo castanho macio dele para tentar confortá-lo. Eu sabia que ele amava sua família mesmo eles sendo preconceituosos, mas as palavras de seu pai foram duras demais até para mim. Não era como se ele tivesse vendendo droga na faculdade, qual o problema de ser homossexual?

– Vai ficar tudo bem, Bryan. – menti tentando ajudá-lo.

– Não vai não e você sabe disso, agora tudo só piorará. – retrucou com a voz chorosa e fungou – Eles vão ficar cada vez mais desconfiados, mesmo te levando para conhecê-los. Será apenas uma questão de tempo até eu ter que assumir e não sei se estou preparado para ser deserdado e abandonado pela minha família.

– Sabe uma coisa que nunca entendi? Qual é o motivo de um gay ter que se assumir? Um hétero não sai por aí assumindo, escrevendo na testa que pega mulheres, então por que um homossexual tem que fazê-lo? – questionei.

– Ah Lola, por mim eu não faria nenhum evento para contar as novidades. Acho que não vou assumir nunca, me mudarei para o outro lado do mundo e serei feliz com um cara bem gostoso sem eles desconfiarem de nada. – ironizou recuperando-se um pouco – Obrigado por tudo Lolita, já estou um pouquinho melhor. Não poderia pedir uma pessoa melhor na minha vida, você é uma das pessoas mais importantes para mim no mundo. Eu te amo.

– Agora sou eu quem está com vontade de chorar. – falei rindo com a voz um pouco embargada. – Eu te amo também. Você sabe que pode contar comigo para tudo que precisar, vou te ajudar com tudo que puder.

Nessa hora, o Alexander entrou segurando um copo com água com açúcar e estendeu para Bryan que bebeu todo o líquido encarando a parede. Suas mãos tremiam e mesmo ele tentando disfarçar pude notar que ele estava uma pilha de nervos.

– Vou arrumar minha mala e Alexander te ajuda com a sua. – avisei levantando-me da cama – Já volto, prometo.

Após vê-lo acenar positivamente com a cabeça, saí de seu quarto. Fitei o corredor da ala masculina tentando me lembrar qual era o número do quarto de Logan, que Bryan havia me dito há dias. Era cento e alguma coisa, certo? Como ele terminava mesmo? Sessenta e três ou setenta e três? Ah, droga!

Bati na porta branca que continha o número cento e sessenta e três preto na porta. Franzi o cenho ao ver colado na madeira um pôster de uma mulher sentada em cima de um tigre. Completamente nua. A porta abriu de supetão assustando-me. Um homem de cabelo castanho escuro e olhos azuis olhou-me com a sobrancelha esquerda arqueada, como se perguntasse o motivo de eu estar ali. Porém, perdi um pouco a capacidade de raciocinar já que ele estava usando somente uma calça de moletom cinza folgada que deixava o elástico branco de sua cueca aparecendo. Além disso, Logan possuía uma pequena pinta na clavícula que atraía meu olhar.

– Obrigada. – falei firme encarando suas orbes.

– Pelo quê? – questionou encostando-se no batente da porta.

– Por defender o Bryan lá no refeitório, naquela ceninha ridícula que a Paolla fez. Por que você fez aquilo? Quero dizer, foi bacana e tudo mais, mas nunca esperaria isso de você. Não sei como agradecer. – respondi com gratidão.

– Conheço um jeito excelente para me agradecer. – disse com um sorriso malicioso nos lábios.

Nesse instante, percebi que ele ainda era um babaca. Gostoso, mas babaca. Revirei os olhos impaciente. O que ele está pensando? Que é só chegar com essa pose de comedor oficial de mulheres que qualquer uma vai segui-lo igual a um cachorrinho adestrado?

– Já fiz o que vim fazer. Com licença. – falei virando-me de costas e começando a caminhar para longe dali.

Porém, antes que eu desse mais do que três passos, a mão de Logan segurou meu pulso fazendo-me virar para ele. A dúvida estava evidente em meu rosto e isso o fez dar um pequeno sorriso. Se ele me puxasse para dentro de seu quarto, eu chutaria suas bolas sem nem pensar duas vezes.

– Eu entendo o que ele está passando.

– Você é gay? – perguntei assustada.

Se ele fosse, toda a aposta iria para o ralo. Xau, xau dinheiro! Eu não acredito que estava tentando conquistar um cara gay! Bryan vai me zoar eternamente. Mas pelo beijo que Logan me deu naquela festa achando que eu fosse a Lira demonstrava somente que ele era muito, muito hétero. Não era possível alguém que beija uma mulher tão bem daquele jeito ser gay. Era?

– O quê?! Não! – apressou-se em dizer rindo – Tenho um amigo que é homossexual, quando descobriram isso foi a maior confusão, seus pais quase o deserdaram e a maioria dos amigos se afastou. Ele quase perdeu seu posto na empresa de meu... Quero dizer, em uma empresa que trabalhava. Eu fui o único que o apoiou e naquela hora foi como se tudo acontecesse de novo.

Aquela confissão me surpreendeu, não esperava nunca ele dizendo aquilo. É, parece que Logan tirou o dia para me pegar de surpresa com suas atitudes.

– Bem, obrigada de qualquer jeito você não sabe o quanto somos gratos. – falei com sinceridade dando um sorriso. – Você já pode me soltar.

Logan olhou para meu pulso envolto em sua mão e riu soltando-me.

– Qual curso você faz? – perguntou interessado.

– Arquitetura. – respondi franzindo o cenho.

Por que ele queria saber disso? Será que me reconheceu? Ah meu Deus! Eu tenho que ficar longe dele sem o disfarce de Lira se não ele irá rapidamente perceber a semelhança e aí bum! Eu perco a aposta e o dinheiro.

– Então você irá mandar seu projeto no início das aulas, não é? – acenei positivamente com a cabeça ainda sem saber o motivo daquelas perguntas. – Então boa sorte.

Fui caminhando para a área do dormitório feminino pensando naquilo que ele tinha dito. Como assim ‘‘boa sorte’’? Parei de andar e arregalei os olhos quando compreendi. A pessoa cujo projeto arquitetônico fosse aprovado teria que trabalhar com um sócio da empresa Campbell, ou seja, se o meu trabalho fosse escolhido eu teria que ficar mais tempo com o Logan como Lola. Ah meu Deus!

~♥~

– Toque logo a campainha, Bryan! – mandei impaciente.

Já estávamos encarando a porta branca há quase três minutos e meu amigo não dava sinais de querer avisar nossa chegada. Eu entendia seu lado, mas isso não quer dizer que não ficaria irritada com sua demora. Sua casa era pequena, mas mesmo assim maior do que a minha, possuía dois andares, uma fachada azul celeste e um pequeno e bem cuidado jardim.

– Lola você promete não sair correndo se a coisa ficar feia? – perguntou-me angustiado.

– Pela vigésima vez, prometo. – jurei revirando os olhos. – Agora liberte seu macho interior, bata na droga dessa porta e finja que já dormiu com metade das mulheres de Nova Iorque!

Bryan engoliu em seco duas vezes antes de tocar a campainha. Após vinte segundos – eu estava contando – a porta foi aberta. Levantei o olhar encarando um homem gigante de cabelo branco com alguns fios pretos, olhos verdes e expressão carrancuda. Ele usava uma calça jeans com uma blusa cinza que possuía uma pequena mancha amarelada na alça esquerda. Aquilo não era um cara, era um prédio usando roupas!

– Então essa é sua namorada, filho? – seu tom de voz era grave, quase me fez encolher como se tivesse aprontado bastante e ido parar na diretoria.

– Sim. Lola, meu amor, este é Lorenzo, meu pai. Pai, esta é Lola, minha namorada. – apresentou meu amigo dando ênfase no adjetivo feminino.

– Prazer senhor Geary!

O nome daquele cara era tão inapropriado quanto chamar um pitbull raivoso de fofo. O homem me analisou se cima a baixo. Apertei a mão de Bryan com mais força reunindo toda minha força para ficar parada ali e esboçar um sorriso como se tudo estivesse muito bem.

– Entrem, sua mãe fez bolo de carne. – falou dando-nos passagem – Suponho que vocês ainda não jantaram não é mesmo?

– Não, achamos que minha mãe iria preparar algo. – respondeu e virou-se para mim – Ela fica uma fera se não comermos sua comida.

Bryan me levou para a pequena cozinha estilo americano e vi sua mãe terminando de colocar a comida em uma travessa grande de vidro. A mulher era baixinha e gorducha, seus cabelos castanhos estavam presos com uma piranha. Ela usava um vestido simples azul claro que ia até o joelho e um par de chinelos.

– Olá, mãe. – cumprimentou fazendo-a virar em nossa direção. Era engraçado o quanto eles se pareciam, Bryan ficava com a mesma expressão quando estava desconfiado de algo – Esta é Lola, minha namorada. Lola, aquela é minha mãe, Heyde.

– Prazer senhora Geary. – falei educadamente.

– Que bom finalmente conhecê-la, querida! Chame-me de Heyde, por favor! – exclamou sorridente limpando suas mãos no pano de prato – Bryan nos deu um tremendo susto ontem, mas fico feliz por nada ter passado de um mal entendido.

– Claro, mãe, tudo não passou de um mal entendido. – sussurrou meu amigo apertando minha mão.

– A comida está pronta, queridos. – avisou. – Jordan! Vem para a mesa!

Sentei ao lado de Bryan na mesa de vidro com seis lugares. Os pais deles sentaram de frente para nós e seu irmão mais velho ficou na cabeceira. Eu não o conhecia, nem sabia que estava ali, porém não pude deixar de notar que ele não tirava os olhos de nós. O homem possuía os mesmos cabelos castanhos e olhos negros de Bryan, mas ele deixava a barba crescer e possuía uma pequena pinta em cima da sobrancelha direita. A primeira impressão que tive dele era que ele se parecia muito com um daqueles vilões da Disney.

– Isso é muito estranho. Você vai ficar me devendo uma das grandes! – sussurrei no ouvido do meu amigo.

– Eu sei, obrigado pelo sacrifício. Sabe que eu te amo. – murmurou sorrindo.

O bolo de carne estava realmente muito bom, mas o clima tenso não permitiria com que eu aproveitasse completamente o sabor do alimento. Sentia-me como um rato de laboratório, sendo observada constantemente com cientistas anotando cada movimento que eu fazia.

– E então, filho, como se conheceram? – perguntou Lorenzo.

– No refeitório da faculdade, sem querer eu trombei nele e derramei meu lanche em toda sua blusa. – menti dando uma risada – Então começamos a conversar e algumas semanas depois ele me pediu em namoro.

– Há quanto tempo vocês estão juntos? – questionou Heyde.

– Quase cinco meses. – respondeu olhando para mim de forma apaixonada.

Se Bryan não fizesse faculdade de moda, ele seria um excelente ator. Até eu estava acreditando naquela mentira! Pelo visto ambos ficaram satisfeitos com as respostas, já que ficaram visivelmente mais relaxados e sorridentes.

– Obrigada senhora Gaery, o jantar estava ótimo. – agradeci quando terminei de comer.

Senti-me mal por estar mentindo daquela forma para eles. Se não tivesse ouvido as palavras do pai do Bryan ao telefone, poderia até dizer que eles eram realmente ótimos pais. Não que não fossem, mas já tinha construído uma imagem intolerante deles e seria difícil mudá-la. Lorenzo respirou fundo como se fosse dizer algo, porém Heyde o lançou um olhar reprovador.

– Não seja tímido, filho. Beije sua namorada. – ordenou o pai dele.

Todos estavam nos olhando e me senti nervosa. Aquilo seria muito mais desconfortável para Bryan, mas tínhamos que fazê-lo. Meu amigo me encarou, com os olhos transmitindo mágua pelos seus pais. Ele estava juntando forças para fazer aquilo e tive que segurar a vontade de parar com aquilo tudo e falar boas verdades para todos naquela sala. Mas mantive meus lábios fechados e fui me aproximando dele. Deixei os últimos milímetros para ele avançar quando estivesse pronto.

E então, ele me beijou.

~♥~

– Nunca mais eu beijo nenhuma mulher! Você é gostosa, Lolita, mas eu gosto de algo que você não pode me oferecer.

– Nossa, me magoou! Eu bem pensando que iria te transformar em hétero com meu beijo. – brinquei grata pelo humor dele ter melhorado consideravelmente. – Como você está?

– Estou melhorando. – admitiu – Graças a tudo quanto é sagrado estamos dando o fora daqui amanhã cedo. Não consigo mais ficar sob este teto por mais de doze horas.

Estávamos no quarto que fora de Bryan antes dele se mudar para a faculdade. O cômodo era pequeno com paredes brancas e piso de madeira envernizada. Havia um guarda roupa parcialmente vazio, uma cama de solteiro e uma escrivaninha azul com um notbook em cima no lugar.

– Onde você esconde seus pôsteres da Lady Gaga e daqueles homens gostosos de sunga? – questionei rindo.

– Se eu contasse você iria roubá-los. – respondeu dando uma piscadela.

A porta foi aberta e senti um frio na minha barriga. Será que os pais dele haviam descoberto a farsa? Porém, era somente o irmão de Bryan entrando no quarto e fechando a porta atrás de si. Ele ficou nos encarando como se terminasse de chegar a uma conclusão. Franzi o cenho. O que ele queria ali, afinal?

– Você não tinha plantão agora, irmão? – perguntou Bryan mexendo em suas mãos um cubo mágico que encontrara abandonado na escrivaninha.

– Eu sei de tudo. – falou simplesmente.

É o que? Ele sabia de tudo? Como assim? Esse cara lia mentes por acaso?

– Sabe do que? – retruquei fingindo-me de desentendida.

– Podem parar com o teatrinho, já percebi que Bryan é gay.

O som do cubo mágico caindo no chão ecoou pelo quarto e esse foi o único barulho que quebrou o silêncio do momento.


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Notas finais do capítulo

♥ Vish. Será que esse irmão do Bryan vai ferrar de vez com tudo? Sexta, no Globo Repórter. UAHUSAHASU O próximo cap será muito, digamos... Interessante. u-u

♥ AH! ESTOU COM UMA NOVA ORIGINAL!! SAUHSU Espero que gostem :3 http://fanfiction.com.br/historia/531248/A_Jogadora/

♥ Pergunta do cap: O que querem ser no futuro? Qual profissão vocês almejam?