A Thousand Years escrita por Serena


Capítulo 29
Capitulo 28: Somos o que escolhemos ser


Notas iniciais do capítulo

Capitulo quentinho,bora ler...



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Capitulo 28: Somos o que escolhemos ser

Caroline narrando:

A fênix...

Tudo o que eu desejei desde a primeira vez que soube a verdade sobre o mundo sobrenatural,foi saber quem exatamente eu era.                                                                             

O quê eu era.

Quantas vezes olhei minha própria imagem no espelho e refleti sobre isso.Quis saber as respostas para todas as minhas perguntas,para os meus receios.                               

Eu temi me tornar algo diferente do que sou, temi as reações que meus amigos teriam,temi não gostar da minha nova eu.

Não. Eu não era uma vampira,um lobisomem,bruxa muito menos um hibrido.                                        

Era apenas uma garota comum que profanou um poderoso feitiço,que havia colocado fogo em Mikael,quebrado os ossos de todo o corpo do meu ex namorado,dentre tantas coisas.

Por um segundo eu imaginei que gostaria de saber a verdade sobre minha vida.Mas agora que sei,tudo o que sinto é raiva e dor.                                                                            

Eu não sou um acidente ou um projeto natural do destino.

Fui planejada,criada e estruturada para ser uma arma.                                                         

E pior, para destruir o homem que eu amo.

Charlotte ainda estava aqui na minha frente,parada com os braços abertos,esperando que eu corra ate ela e a abrace. Como se toda a sua terrível historia,fosse a melhor noticia do mundo para mim.

Não sei o que dizer ou que reação tomar,a única coisa que tenho vontade é de gritar ate perder a voz e manda-la para o inferno.Porque essa não é a melhor noticia que eu já recebi,isso é um tormento. Um pesadelo.

Amo Klaus mais do que tudo na minha vida,ele tem o máximo de mim.Poderia me faltar o ar,que eu não ligaria se ele estivesse comigo.                                               

Tudo o que temos na vida passa,se desfaz,tem prazo de validade e facilmente se pode substituir.Mas sua presença,sua voz,seu toque não podem ser substituídos.                                                     

Ele é tudo o que tenho, tudo pelo o que vivo.                                                  

Como ela pode sorrir para mim feliz desse jeito,me pedindo que mate quem eu mais amo?Ela não entende que destruí-lo seria como arrancar a minha própria pele?

Meus olhos pinicam e incomodam, e eu sei que estou começando a chorar.A verdade não liberta como dizem por ai,as vezes ela se torna uma prisão fria e desalmada que te tira o seu melhor.

Porque ela não me condena de uma vez a uma morte lenta e dolorosa?                                      

Arranca de uma vez do meu peito meu pobre coração, e o pica com uma faca na minha frente?Não seria mais prazeroso?

A mulher na minha frente parece entender que não vou me esconder em seu colo ou comemorar sua grande revelação.Bem lentamente,ela abaixa ambos os braços e me fita,o sorriso morrendo em seus lábios.

—Você me olha como se eu tivesse lhe condenando á morte.

Bem era mais ou menos assim que eu me sentia,como se fosse isso mesmo que ela tivesse me pedido.

—Apenas me explique... Por que?

—Você não acha suficiente todo o mal que ele nos causou? Ate sua mãe que não tinha nada com isso pagou caro pela existência dele.

—Minha mãe nunca ter sido amada por você,não é culpa de Klaus.Você escolheu abandona-la com meus bisavós.Foi escolha sua não querê-la._disse entredentes.

As lagrimas tornando o brilho dos meus olhos incomodo,enquanto a raiva sucumbia meu ultimo resquício de auto-controle.

—Você continua a defende-lo como se ele se importasse com você.Se esqueceu de que só teve sua vida poupada naquela cripta por Klaus não saber o que você era?_mordi meu lábio inferior,sem argumentos._Algumas horas atrás ele quase matou Bonnie,sem se importar se isso iria te ferir ou não.Klaus Mikaelson não ama você,Caroline.Ele é incapaz de amar._murmurou em um tom mais brando.                              

Como se dizer aquelas palavras que ela sabia que me machucariam,lhe doesse também de alguma forma.

—E o que você quer eu te diga?Que estou feliz por saber que sou uma criação diabólica sua e de Esther? Ou que vou adorar matar o homem que eu amo pra vocês?

Cada pergunta amarga saiu rasgando minha garganta.

As duvidas me atormentavam,sufocando meus pensamentos,me deixando claustrofóbica.

Contive um soluço misturado a um rosnado agressivo.                                                    

Tentando entender que porra estava acontecendo com a minha vida.

Eu me sentia como se não tivesse escolha.Como se nada que eu fizesse fosse mudar o fato de que eu havia sido criada para destruir Klaus.E por alguma razão desconhecida eu sentia que sim,realmente,eu não poderia desistir disso.                                                           

Mesmo que fosse o que eu mais quisesse.

—Isso criança,coloque para fora._coordenou Charlotte._esse amor que você sente vai passar.Não existe nada mais importante que nosso clã e os propósitos pelos quais nascemos.

Que proposito era aquele?Quem havia decidido aquele absurdo?                                                                            

Matar Klaus não poderia ser um boa razão para se viver,estaria mais para um castigo.Eu não ligava para aquele clã,mesmo que meu sangue estivesse ligado a todas aquelas vidas.Uma família não é só feita por uma linhagem,tem a ver com o quanto alguém se importa com o outro.Quanto seria capaz de doar de si mesmo pelo bem daquele individuo.

O que aquelas bruxas que diziam ser meu clã fizeram por mim?O que fizeram por minha mãe?O que Charlotte fez por nós,sua família?                                  

Nada.

—Você foi destinada a isto,Caroline.Não existe outra saída,Klaus tem que ser destruído por suas mãos..

Levantei minha cabeça fitando-a duramente.Ainda estava parada no centro daquela sala,porem Charlotte havia de algum modo se aproximado sem que eu percebesse.                 

E estava agora ao meu lado,suas mãos quase tocando meu braço.                                                

Olhei no fundo de seus olhos,lhe passando toda a raiva e magoa que me comiam viva.

—E o que eu ganho com isso além de uma vida sem sentido?

—Não seja exagerada.Você só tem 18 anos,não sabe ao certo o que é o amor.

—E a senhora com seus 55 anos sabe?_perguntei seca,vendo-a se encolher._Acabou de me contar como me uniu á ele.Como nossas almas e sangue estão ligadas.Seja honesta comigo e me responda: Quando eu destruí-lo, vou conseguir viver sabendo que perdi um pedaço meu?

Charlotte recuou alarmada baixando os braços na lateral de seu corpo.                                                    

Me fitou assustada com a intensidade de meus sentimentos,tentando compreender.

—A liga-ligação sera quebrada.Você não o amara mais, estará livre.

—Por que sinto que não tem certeza do que diz?!

Ela desconversou,me fitando seria.

—Por que se importa com isso?Achei que estivesse claro que a única pessoa que ama aqui é você,e que o sentimento por parte dele não é recíproco.

Me senti como se tivesse levado um soco.                                                                                           

Sim era verdade o que ela dizia.Mas isso não tornava as coisas mais simples.

Decidi mudar o foco da conversa,limpando meu rosto com o dorso da mão.Lembrando vagamente do que minha mãe havia me dito da ultima vez que conversamos.

—Minha mãe veio falar comigo hoje mais cedo.Me disse que você queria falar comigo.Você a encheu de duvidas dizendo que eu estava correndo perigo, e que era a única que poderia me ajudar a entender tudo o que tem acontecido na minha vida.

—Sim.Em parte usei essa visita a Lizzie para te atrair ate mim,precisávamos conversar.No entanto,não estava exagerando quando disse que você esta correndo perigo._disse voltando a seu aspecto normal,sem o semblante de surpresa no rosto.

—Que tipo de perigo?Ser morta por um vampiro?_desdenhei irônica.

—Não.Quando fiz o ritual unindo você a Klaus e lhe dando todo o poder de nosso clã,tomei certas medidas para que isso não atrapalhasse seu desempenho.

—Que tipo de medidas?

—Você mesma disse,uma criança tão poderosa não sobreviveria.Eu não podia arriscar,só por ter a essência dele em seu sangue e o poder de Esther em seu corpo,você se tornara vúlneravel.Como aguentaria todo o poder de cem bruxos?

Fitei-a pelo canto do olho,temerosa de saber onde aquela historia iria chegar.

—Então fiz um feitiço similar ao que Esther fez a Klaus.Uma magia que fez todo aquele poder adormecer dentro de você,de uma forma que só poderia ser libertado na hora e da maneira certa.Seu corpo só aguentaria parte desse poder,quando completasse 18 anos,eu não podia arriscar que desse errado novamente._gesticulou agitada.

—Como a... Fenix é despertada?_perguntei tendo dificuldades em falar aquele nome que me deram.

—Suas emoções são parte do gatilho que desperta a Fênix dentro de você.Destruir um ser sobrenatural quase tão antigo quanto Klaus e da mesma linhagem,seria o primeiro passo.

 Arfei de olhos arregalados,relembrando vagamente a sensação estranha de poder que me correu quando Mikael caiu morto na minha frente.E depois novamente com Tyler,de uma maneira mais forte e mais intensa.                                                                      

Eu quase havia o matado naquele dia,e agora tinha certeza de que havia sido mesmo eu a provocar aquilo.

—A morte de Mikael..._sussurrei desconcertada.

 _Sim minha criança.Agora a única coisa que a impede de ter todo o acesso ao seu poder e sua verdadeira essência sou eu._afirmou mordaz._quando lhe disse que compartilhávamos de uma ligação sobrenatural não estava me referindo a ser  sua avó bruxa.Quando a tornei fênix me liguei a você, dado ao fato de que deveria ter sido eu a nascer com todo esse poder.Sou a ultima chave que mantem a fênix parcialmente adormecida.

Segurei uma respiração ofegante tentando entender o que aquilo significava.

—Por isso você corre perigo.Na festa a fantasia de sua escola você perdeu o controle ao ser provocada por Tyler.Poderia te-lo matado,ou pior desencadeado mais poder do que seu corpo pode suportar.Se não me deixar ajuda-la a se controlar e acordar o restante da fênix na hora certa,pode acabar se matando._disse Charlotte me deixando tremula.

—E quando... quando seria a hora certa?

—Daqui a três dias quando houver um eclipse lunar.E neste mesmo dia você cumprira seu destino,e matara Klaus Mikaelson._disse convicta,erguendo o queixo.

Prendi o folego sentindo as coisas ao meu redor congelarem,enquanto aquelas palavras se enterravam no meu cérebro.                                                                                          

Dali três dias eu deveria matar Klaus e me tornar a Fênix.

É, finalmente eu sabia o que eu era...

Refleti sobre todas as revelações que me foram dadas,sobre minha real identidade.                              

Eu era aquilo que elas criaram,fui feita para aquele proposito.                                                                

Charlotte e as bruxas eram minhas antepassadas e haviam sofrido sim,haviam.Mas não estiveram comigo nos meus piores e melhores momentos.Então porque eu deveria me submeter a elas?

Algumas lembranças começaram a me golpear enquanto eu fechava meus olhos e tentava entender,em meio ao turbilhão de duvidas na minha mente,onde eu me encaixava naquela trama.

Quem eu era afinal,a humana mimada e frívola Caroline Forbes?                                                                       

A Fênix planejada para destruir Klaus ou a mulher que fazia suas próprias escolhas,e que muitas vezes escolheu estar com ele apesar de tudo?

Nos somos o que escolhemos ser.E eu escolhi a muito tempo ama-lo sendo humana, Fênix poderosa ou qualquer outra coisa.

—E se eu não aceitar participar disto?

Charlotte paralisou se voltando para mim,seus olhos arregalados.                                                           

—Você não tem escolha.Isto foi prescrito antes de você nascer,antes mesmo de mim nascer.Não pode mudar a historia Caroline apenas porque acha que ele é o amor da sua vida.

—Talvez ele não seja.E pode ate ser que ele nunca me ame da mesma maneira que eu o amo,ou mude por minha causa.Mas isso aqui._fiz um gesto rude entre nos duas._é sobre mim e minhas escolhas,e eu escolhi continuar amando-o mesmo que nunca seja retribuído da mesma forma.

—Você não pode fazer isso._ escarneceu nervosa._se não ficar do nosso lado,sera destruída como ele.

—Eu não me importo.Apenas tenha uma única certeza vovó, eu não vou ser parte disso._ demandei por fim seca.

Em seguida lhe lancei um olhar de desprezo lhe dando as costas.                                                                          

Bati a porta daquele quarto de hotel com força,não me dando ao trabalho de olhar nem mesmo por cima do ombro.

Charlotte, Esther e quem mais estivesse naquele clã,não valiam meu tempo.

(...)

Quando cheguei mais tarde em casa,ainda com minhas roupas grudadas devido a chuva terrível,me senti meio sufocada com tanta informação.

Me despi,tomando um banho longo na água mais quente possível.                                            

Sentindo minha pele quase escorrer por meus membros,prestes a derreter.

Queria tanto falar a alguém todas aquelas coisas,e ao mesmo tempo a quem eu iria recorrer?

Elena estava presa ao seu mundo chamada Damon, Stefan estava reconstruindo sua vida com a ajuda de Rebekah. Elijah e Hayley seriam uma boa opção,mas não éramos tão próximos assim.

Minha mãe não entenderia.Klaus,eu nem queria pensar o que ele diria.                                        

Seria bem capaz dele destruir Mystic falls inteira atrás de Esther e Charlotte.                                                   

A única pessoa que me restava era Bonnie,no entanto eu nem sabia como ela estava.

Me arrastei do banheiro ate o meu quarto,vestindo uma blusinha cinza qualquer junto com um daqueles shorts curtos que parecem uma calcinha.                                                             

Não fiz questão de pentear meus cabelos,somente me joguei na cama e puxei meu celular do meio do travesseiros.Por sorte ele não havia molhado tanto na chuva.

Disquei o numero de Bonnie,mordendo o lábio inferior preocupada.                                                       

Dois toques depois ela atendeu o celular,com a voz arrastada.

—Bonn?_chamei sem perceber quando minha voz ficara chorosa.

Care!

Meu nome saiu como um suspiro doloroso e aliviado ao mesmo tempo.                                              

Seu timbre também estava tremido,detonado pelo embargo na sua voz.

—Esta tudo bem?

Tive medo de fazer aquela pergunta.Parecia tão ridícula dado ao dia que ela havia tido.

Sim, eu estou bem. Apavorada,mas sim estou bem.

—Me desculpe.._chorei sem controle.

Você não tem nada que me pedir desculpas.Não foi sua culpa,Care.

Ela também estava chorando do outro lado da linha.

—Como não? Ao me apaixonar por Klaus eu permiti que ele ferisse todos que me eram próximos. Se eu nunca tivesse o conhecido nada disso teria acontecido.

Teria acontecido de qualquer maneira e você sabe.Por favor pare de se culpar.—implorou ela.

—Bonnie eu tive tanto medo de te perder._confessei assustada.

Eu também tive muito medo.Mas Kol me ajudou,e não se afastou nenhum minuto.

Sorri em meio as lagrimas,feliz por saber que ao menos alguém ali tinha dado certo.

—Eu sempre soube que vocês ficariam juntos.

Estamos apenas passando por uma situação difícil,não temos nada um com o outro.

—Mesmo assim.Fico feliz que ele esteja com você.

Preciso desligar,ele voltou da cozinha com uma canja de frango.Disse que se eu não comer,vai mastigar e me dar na boca como a águia faz com seus filhotes._sua voz voltara um pouco ao normal,o que me tranquilizou.

—Argh isso é nojento._comentei fazendo uma careta.

É eu sei. Mas temo que ele não esteja brincando, então é melhor não abusar.Boa noite Care,te amo.

—Também te amo.

Finalizei a ligação sentindo meu peito mais leve,pensando exatamente o que eu faria amanha. Minha cabeça ainda rodada através das palavras de Charlotte,por toda a verdade que eu tanto ansiei descobrir.

Muito porem,o sono e o cansaço daquele dia exaustivo se tornou mais forte do que minhas preocupações.Me derrubando com uma sonolência profunda,contra a qual eu não lutei.

Pouco antes de fechar meus olhos totalmente,jurei ter visto olhos verdes brilhantes me velando.Provavelmente era apenas uma ilusão da minha mente, ou não.

Continua...

 

 


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