Capsule escrita por Emily Ingred
Notas iniciais do capítulo
Capítulo re-adicionado porque sim, tava bugado o final ai mudei ^.~ espero que gostem.
E quero agradecer a Ryskalla por ter colorido minha capa. Valeu *u*
E agradecendo tbm a Alexia Klie que me ajudou num trecho q tava repetitivo *u*
Capítulo 5
As Letras do Destino
Ela estava longe de tudo, olhava o céu como se pudesse ver o fim dele e suavemente de sua boca saiam as letras da música que falava sobre uma flor.
Já se passou tanto tempo
Aquelas palavras parecem não servir mais
Nós fizemos promessas e as quebramos
Nós nos unimos e fugimos
Novamente o homem de cabelos brancos a olhava de longe, ele podia sentir a música trazida pelo vento, ele podia até guarda-la para si, mas apenas a escutou e admirou a garota que parecia poder voar quando o vento levantava seus cabelos. Ela não notou a presença do homem, ela não estava lá, ela pairava sobre Capsule fora das bolhas, da repressão e do egoísmo, do seu próprio egoísmo. E lá ela percebia cada vez que a escória da sociedade era a única coisa que podiam salva-los, a inteligência.
Mas agora, onde está a flor?
A flor que nasceu naquela primavera
Onde sorriamos e cantávamos?
Onde está nossa flor?
Ela voava para longe, onde ela era apenas mais um, ela voava, sem pensar, sem evitar, sem existir. Como o vento, correndo por todo o lugar sem ser visto. Como uma flor em sua primavera em meio a tantas, sendo apenas mais uma. Já ele queria existir, dentro de si, por alguém que o mantinha em pé, alguém que o alcançava apenas de longe, como se o vento fosse seu toque. Anna, ela só queria deixar de existir. Haru, ele só queria existir por uma pessoa. Anna, a flor não colhida. Haru, a primavera que se esvai.
Minhas palavras se quebram no ar
Minha respiração pesa
Tudo parece tão falso
E a primavera parece não voltar
Ela falhava, em seu próprio ritmo a música se desenrolava, como sua mãe nas poucas memórias que trazia de volta, a voz suave e falha cortava o vento e dançava a melodia silenciosa até se perder no tempo.
As grandes construções quebradas
As pessoas perdidas
Os corações feridos
Quem poderá nos livrar da solidão?
Quem poderá nos livrar do futuro?
Ele hesitava, se controlava, a olhava de longe, mas era capaz de ouvir suas palavras suaves, mas que o silêncios entre elas revelaram serem dolorosas. Ele continuou lá vendo o destino da música ir com o vento.
Mas agora, onde está a flor?
A flor que nasceu naquela primavera
Onde sorriamos e cantávamos?
Onde está nossa flor?
Ela estava quebrada, perdida, queria chorar, queria lágrimas, mas não havia, elas se negavam a aparecer. Seu peito se apertava, na clara escuridão do céu ela podia ver uma memória, vaga, um sorriso, fraco.
A ferida aberta
A doença incurável
A podre inteligência
A destruição causada por nossos heróis
Ele podia vê-la em toda sua sinceridade insegura, sabia do jogo e conhecia suas regras,sabia como ela queria correr para longe, mas não podia.Ele sabia tanto, até mesmo sem saber.Queria salva-la, mostrar as cartas da mesa e lhe ensinar a roubar, mas nesse jogo mortal já existia um vencedor.A garota continuava caminhando quando sua estrada estava cheia de buracos e seus pés sangravam, mas o que ninguém percebia era que seus olhos ao fechar salvavam-na da dor, transportando-a para longe, assim voando pelo caminho tortuoso que o destino lhe entregou. E até mesmo sem perceber ela aprendeu a roubar.
Eu volto a pedir para que renasça
Eu volto a implorar para que não me esqueça
Então eu volto a estar só
Eles estavam lá sem se tocarem, sem insistirem, apenas estavam lá pela exigência do destino que por teimosia cismava em coloca-los juntos. Eles aprenderam a viver, a sangrar sem chorar. Eles viram o mundo despencar, mas apenas fecharam os olhos.
Abraçado a mim mesmo
Eu canto para não esquecer
E aguardo a nossa flor novamente nascer
De alguma forma ligados um ao outro eles permaneceram lá com a melodia dos ventos tentando ignorar os gritos do destino que os obrigavam a sobreviver. Talvez em algum lugar distante ou até mesmo em tempos distantes eles poderiam viver e serem capazes de sorrir sem culpa, mas não naquele momento muito menos naquele lugar. Vazios por motivos diferentes, jogando o mesmo jogo desde o inicio, eles eram tudo, mas mal sabiam apreciar a música que tocava em seus ouvidos.
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